Já temos a prova mais curta do Campeonato Mundial de Judô Hungria 2021, pelo menos por enquanto. Além disso, o mais longo. A vida é uma questão de tempo e padrão. Ele pode ser ganho e perdido de várias maneiras. O bom do judô é que, na versão curta ou maratona, vale a pena conferir.
Na segunda-feira, com –52kg, Diyora Keldiyorova (UZB) derrotou Amber Ryheul (BEL) em uma blitzkrieg. Foi tão rápido que, quando acabou, ainda havia gente esperando o começo. Hajime e 12 segundos depois Keldiyorova marcou ippon, imobilizando o braço de Ryheul.
Na terça-feira, com peso de –57kg, Hedvig Karakas (HUN) e Ketelyn Nascimento (BRA) levaram o assunto muito mais longe. Depois de quinze minutos, o tempo regulamentar e mais onze no golden score, ainda não havia vencedor. É preciso dizer que as duas apostaram forte no ne-waza e ficaram doze minutos no solo, alternando ataques e defesas, sem que nenhuma delas conseguisse prevalecer.
O espírito do judô exige nunca desistir e as regras exigem um vencedor. Em outras palavras, e porque nenhum dos dois queria desistir, parecia que estava chegando a hora do jantar e era apenas meio-dia.
Então Karakas, um pouco mais rápida no meio da exaustão, um pouco mais viva e mais ágil, encontrou aquele último suspiro de que precisava para, em seu enésimo trabalho em ne-waza, acabar consumindo a competição mais longa.
Na vida, você precisa ser paciente, mas também definir o ritmo, quando puder. Karakas decidiu que o tempo estava do seu lado e que ela não queria terminar na hora do jantar.
Por: Pedro Lasuen - Federação Internacional de Judô
Fotos: Lars Moeller Jensen
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