Quando não há muitas opções, é mais fácil, mas quando há recursos e uma força de trabalho de alta qualidade as coisas mudam. Não deve ter sido fácil para Ezio Gamba, mas o tempo estava se esgotando e decisões precisavam ser tomadas. O técnico da Federação Russa de Judô levou a sua e agora temos uma equipe para anunciar, uma das últimas federações que ainda faltam na Europa. Estas são as pessoas que irão para Tóquio.
Havia muitos candidatos, pessoas com muita habilidade e experiência. Se refinarmos o tiro, há três casos que, com certeza, devem ter sido uma verdadeira dor de cabeça para Gamba.
Começando pela categoria mais leve entre os homens -60kg, o homem que vai para o Japão é Robert Mshvidobadze. Até quinze dias atrás, ele era o inalterável número um do mundo e um candidato seguro aos Jogos Olímpicos. Seu último resultado notável foi no Grand Slam de Kazan, onde chegou à final, mas perdeu o ouro. Quanto ao resto, mais decepção do que glória desde o Campeonato Europeu de 2020 e dois reveses notórios no Masters de Doha e no Grand Slam de Antalya.
Em outras delegações, seu status nunca suscitaria dúvidas, muito menos polêmica. O problema é que Yago Abuladze cruzou seu caminho. Ele vinha apontando para um futuro promissor, com estilo, com lugares de honra e algumas medalhas, até participar do Campeonato Mundial de Judô da Hungria. Budapeste participou da consagração de Abuladze como o novo campeão mundial e sucessor natural de seu compatriota. Sua vitória também significou ultrapassar seu companheiro de equipe no ranking mundial. Agora Abuladze está em segundo e Mshvidobadze em terceiro.
Este foi o primeiro grande dilema de Gamba. Talvez o treinador italiano quisesse dar a Mshvidobadze uma última chance porque ele já tem 31 anos e está no crepúsculo da carreira, com Abuladze com apenas 23 anos e com um longo caminho a percorrer. Talvez Gamba esteja totalmente confiante nas chances do veterano ou pode até ser um estado de forma, com Abuladze tendo atingido seu pico em Budapeste, enquanto Mshvidobadze estava reservado para Tóquio. No momento, apenas adivinhamos os motivos de Gamba. Em breve deixaremos dúvidas.
O segundo dilema estava na categoria mais aberta de todas: -81kg. O RJF tem três judocas entre os vinte primeiros do ranking mundial: Alan Khubetsov com 8, Aslan Lappinagov com 15 e Khasan Kalmurzaev com 18. Em pontos Khubetsov foi a primeira escolha, mas Kalmurzaev é o atual campeão olímpico. O RJF escolheu Khubetsov.
Terminamos com o mais pesado, + 100kg. Durante meses todos os especialistas apostaram sem reservas em Inal Tasoev, por ser o melhor colocado na classificação e pelo seu título de campeão europeu. Sua presença no Japão era tida como certa. No entanto, o escolhido chama-se Tamerlan Bashaev, que protagonizou um final excepcional do período pré-olímpico. Vencedor em Kazan e Antalya, segundo em Tel Aviv e Budapeste, Bashaev está em forma olímpica.
Três grandes dilemas! Muitos países não têm esses privilégios. Gamba escolheu. Gamba também tem um histórico forte, com os dois últimos ciclos olímpicos rendendo desempenhos emocionantes e com muitas medalhas nos Jogos Olímpicos e com uma forte equipe feminina também presente, o RJF promete fazer uma forte campanha pelas medalhas na primeira Olimpíada Evento de equipes mistas. O futuro nos oferecerá todas as respostas.
-60kg
Robert MSHVIDOBADZE
-66kg
Yakub SHAMILOV
-73kg
Musa MOGUSHKOV
-81kg
Alan KHUBETSOV
-90kg
Mikhail IGOLNIKOV
-100kg
Niyaz ILYASOV
+ 100kg
Tamerlan BASHAEV
-48kg
Irina DOLGOVA
-52kg
Natalia KUZIUTINA
-57kg
Daria MEZHETSKAIA
-63kg
Daria DAVYDOVA
-70kg
Madina TAIMAZOVA
-78kg
Aleksandra BABINTSEVA
Por: Pedro Lasuen - Federação Internacional de Judô
Fotos: Gabriela Sabau e Emanuele Di Feliciantonio
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