terça-feira, 30 de novembro de 2021

O desafiador novo ciclo do ídolo paralímpico Antônio Tenório


Foram 18 dias internado, entre março e abril, devido ao novo coronavírus (covid-19), boa parte em uma unidade de terapia intensiva (UTI) e com 80% do pulmão comprometido. Duas semanas após sair do hospital, Antônio Tenório já retomou os treinos e pouco depois viajou para competir em Baku (Azerbaijão) e Warwick (Reino Unido), pensando na Paralimpíada de Tóquio (Japão). Apenas agora, passado o evento em solo japonês, o maior nome do judô paralímpico brasileiro enfim conseguiu iniciar para valer o tratamento pós-covid.

“Tenho feito treinos leves na minha academia, até a recuperação total. Diria que estou nos meus 50%, 60%”, relatou o judoca à Agência Brasil.

Dono de seis medalhas paralímpicas, sendo quatro de ouro, uma de prata e uma de bronze, Tenório bateu na trave na busca pela sétima conquista. Superado na semifinal da categoria até cem quilos pelo norte-americano Ben Goodrich, ele vencia o uzbeque Sharif Khalilov por um wazari (golpe em que o atleta é derrubado com parte das costas no tatame) até três segundos para o fim do combate pelo bronze, quando também levou um wazari. A disputa acabou no golden score (ponto de ouro), onde foi derrotado.

“Fiquei muito orgulhoso do desempenho [na Paralimpíada], mas só isso não basta. Se tivesse vindo com a medalha, não estaria desempregado”, lamentou o brasileiro.

Aos 51 anos, Tenório se vê apto a competir nos Jogos de Paris (França). O primeiro desafio pós-Tóquio será o Grand Prix de Judô Paralímpico, em dezembro, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. Um bom desempenho será fundamental para ele ser novamente convocado para integrar a seleção nacional da modalidade, o que o auxiliaria na busca por patrocínios que o mantenham na briga por vaga em 2024.

O novo ciclo, porém, terá uma diferença fundamental. Atletas com deficiência visual total (classe B1, que passa a se chamar J2) competirão separadamente daqueles com baixa visão (classes B2 e B3, agora somente J1). Por outro lado, algumas separações por peso foram suprimidas. Cada classe terá quatro categorias. Antes, ao todo, eram sete para homens e seis para mulheres. O novo sistema vale a partir de 2022. Com isso, o Grand Prix deste ano ainda será no modelo antigo.

Um estudo iniciado em 2016 por cientistas da Universidade Livre de Amsterdã (Holanda) norteou as mudanças. Ele foi baseado na consultoria de atletas (em atividade e aposentados), técnicos e dirigentes e outras cinco análises: duas sobre impactos da deficiência visual nos combates e três a respeito de performance esportiva. A Federação Internacional de Esportes para Cegos (IBSA, na sigla em inglês) estabeleceu um comitê para implantar as modificações.

As principais conclusões dos estudos foram que o comprometimento visual impacta a performance no tatame, mesmo que os atletas iniciem o combate com a pegada no quimono um do outro (que é um diferencial do judô paralímpico, na comparação com o convencional) e que há desvantagem para os judocas com deficiência visual mais severa em lutas contra rivais que, por exemplo, enxergam vultos. A separação entre competidores completamente cegos e aqueles com baixa visão foi uma das recomendações.

Tenório se encaixa na antiga classe B1 (agora J2) e ficou totalmente cego aos 19 anos devido a uma infecção no olho direito. Ele já havia perdido a visão do olho esquerdo aos 13 anos, atingido por uma semente de mamona, que descolou a retina. O judoca reconhece que atletas que conseguem definir vultos ou imagens levam alguma vantagem sobre atletas como ele, e cita a derrota na luta pelo bronze em Tóquio. O uzbeque que o superou no Japão era um B3, classe de menor comprometimento visual.

“Se ele não enxergasse [um pouco], não teria me achado”, avaliou Tenório, que ponderou: “Um B1 bem treinado faz frente contra um B2 ou B3 tranquilamente. Um B3, que já aprende enxergando, é diferente [de atletas que aprendem judô cegos]. Eu sempre fui B1, mas já treinava quando fiquei deficiente visual, então não sinto muita diferença [de lutar contra alguém com baixa visão]”.

O brasileiro será, evidentemente, impactado pelas mudanças, já que passará a combater apenas com judocas cegos, como ele. Tenório, porém, crê que a redução de categorias, como consequência da separação das classes, mais atrapalha do que auxilia. No masculino restaram quatro divisões: até 60 quilos, até 73 quilos, até 90 quilos e acima de 90 quilos. As do feminino são: até 48 quilos, até 57 quilos, até 70 quilos e acima de 70 quilos.

“Da forma como foi feito, não traz vantagem para o B1, pois mataram três categorias. Inclusive a minha [até cem quilos]. Uma pessoa [pouco acima] de 60 quilos pode ter que lutar com alguém de 73 quilos. Ou alguém de 90 quilos enfrentar alguém com mais de cem. Não é justo, pois você acaba competindo com alguém mais forte fisicamente. Se as sete categorias [do masculino] fossem mantidas, seria mais justo. Imagina o campeão da minha categoria [o britânico Chris Skelley, que é B2] tendo que enfrentar o georgiano [Revaz Chikoidze, prata em Tóquio na categoria acima de cem quilos, também B2], com quase 180 quilos? Por mais técnico que o judoca seja, é impossível”, analisou Tenório.

Neste momento, o tetracampeão competiria entre atletas acima de 90 quilos, onde teria como rival o compatriota Willians Araújo, prata na Paralimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, que já disputava com judocas com mais de cem quilos. O jeito seria Tenório, atualmente na casa dos cem quilos, ganhar massa para rivalizar com adversários mais pesados ou emagrecer para menos 90 quilos e descer de categoria.

“Na minha idade, ficar com 120 ou 130 quilos seria prejudicial a minha saúde. Não daria certo. Já consegui em 2015 abaixar para 90 quilos. Não seria impossível, mas precisaria de qualidade de treino e apoio”, finalizou.

Por Lincoln Chaves - Repórter da TV Brasil e da Rádio Nacional - São Paulo

Judoquinhas e Larissa Pimenta indicados na votação do Judô Awards IJF 2021.


Como o último evento da temporada acabou de acontecer em Abu Dhabi, o final do ano está se aproximando rapidamente. Pelo segundo ano consecutivo, a IJF está organizando o IJF Awards, que acontecerá online no dia 18 de dezembro às 19h CET.

Várias categorias agora estão abertas para votação:

• WJT Ippon do ano 
• Conquista do Ano em Coaching
• Estrela em ascensão
• Judoca feminina do ano 
• Judoca masculino do ano 

A votação é feita por meio de sua conta IJF em  https://awards.ijf.org  e será encerrada em 10 de dezembro de 2021 .

Você pode enviar um voto por categoria por dia (o site informa quanto tempo você tem) 

Para cada nomeado em cada categoria, uma descrição está disponível clicando em sua foto. 

Três categorias serão escolhidas por um grupo de especialistas internacionais:

• Judô pela Paz
• Judo para crianças
• Herói da comunidade

O Brasil concorre em duas categorias

Neste concurso da IJF o Brasil concorre em duas categorias: "WJT Ippon do ano" com votação aberta ao público onde temos a judoca Larissa Cincinato Pimenta concorrendo. 

Na categoria "Judô para Crianças" a equipe do Judoquinhas concorre com outros quatro Países cuja votação será realizada por um grupo de especialistas.

Participe do processo de votação, que pode ser realizada uma vez por dia até a data limite do concurso. Vamos colaborar com a vitória da Larissa e torcer para a equipe dos Judoquinhas da Professora Patricia Amaral!



segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Campeonato Baiano de Judô reúne cerca de 350 atletas no Ginásio Municipal de Lauro de Freitas


No último sábado (27), a Federação Baiana de Judô (Febaju) promoveu o Campeonato Baiano de Judô, no Ginásio Municipal de Esporte, em Lauro de Freitas, com a participação de cerca de 350 atletas de diversas cidades baianas. A competição contou com apoio da Med Vida Brasil, da Prefeitura Municipal de Lauro de Freitas, através da Secretaria Municipal de Trabalho, Esporte e Lazer (Setrel) e da Superintendência dos Desportos do Estado da Bahia (Sudesb).

Estiveram nos tatames atletas das classes sub-11, sub-13, sub-15, sub-18, sub-21, veteranos, sênior e iniciante.


Para o presidente da Febaju, Marcelo Ornelas, a competição “fechou com chave de ouro” o calendário de competições. “Tivemos um período longo de paralisação das nossas atividades presenciais e o judô saiu na frente com a construção de um protocolo de saúde, testagem de atletas, etc. Retornamos com muito cuidado e responsabilidade e a sensação é de dever cumprido”.

Já no domingo (28), a entidade promoveu o Festival da Criança com a participação de cerca de 50 crianças. A atividade visa fomentar a participação dessa nova geração na modalidade, incentivando a prática esportiva, além de disseminar os fundamentos do judô.


Judô brasileiro finaliza Pan de Cali com 11 medalhas e cinco vagas em Santiago 2023


A seleção brasileira Júnior de Judô brilhou nos inéditos Jogos Pan-Americanos Sub-21 de Cali e retorna ao Brasil, nesta segunda, 29, com 11 medalhas na bagagem. Foram seis ouros, uma prata e quatro bronzes conquistados pelo judô brasileiro, que manteve a hegemonia continental na modalidade, tanto nas disputas individuais, liderando o quadro geral, quanto na competição por equipes mistas que teve o time brasileiro como grande campeão. De quebra, os cinco atletas que foram campeões no individual garantiram vagas para representar o país nos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023, na classe sênior.  

“A gente bateu a nossa meta, que era de cinco ouros e demos um passo importante na transição, pois garantimos que cinco atletas jovens participem de Santiago em categorias que são chave para nós, como 73kg, 70kg, 78kg e 100kg. Gostei muito também da atitude dos atletas na competição por equipes. Foi algo muito positivo. É uma nova competição que a gente tem que trabalhar porque, agora, é a 15ª medalha olímpica. Gostaria de aproveitar e agradecer ao Comitê Olímpico do Brasil por todo o suporte à nossa delegação. O atendimento em todos os serviços foi impecável: alimentação, hospedagem, transporte, departamento médico, logística de protocolo, tudo feito com muito cuidado para que a gente tivesse a melhor vivência nesses Jogos”, avaliou Marcelo Theotonio, gerente das equipes de transição da CBJ, chefe de equipe do Judô em Cali. 

A campanha do judô brasileiro em Cali começou na sexta-feira, já com quatro medalhas. Aléxia Nascimento (48kg) e Gabriel Falcão (73kg) foram campeões em suas categorias, enquanto Nauana Silva (63kg) e Matheus Pereira (66kg) faturaram medalhas de bronze. Thayane Lemos (57kg) deixou o bronze escapar por muito pouco e ficou em quinto lugar.  

“Eu fico muito feliz em ter sido a primeira atleta no judô a conquistar uma medalha de ouro nos jogos Pan-Americanos Júnior de Cali. Vai ficar marcado para mim, porque é um momento histórico”, comemorou Aléxia Nascimento. “Foram lutas muito difíceis e complicadas. Às vezes o jogo não batia, principalmente na final onde eu comecei em desvantagem porque levei dois shidos. Mas tive foco, força e pensei: não quero que outra pessoa leve essa medalha para casa. Essa medalha é minha e eu fui determinada para isso”, concluiu.  

“Foram lutas duras, até a final foi tudo bem difícil, mas aproveitei a oportunidade para imobilizar o adversário.

Minha meta é ser campeão olímpico e o Pan de Santiago vai ajudar a mostrar os atletas e a trilharem esse caminho”, projetou o peso Leve Gabriel Falcão.  

No sábado, segundo dia de competições individuais, os judocas brasileiros tiveram resultados ainda melhores, com quatro finais e duas disputas de bronze. Luana Carvalho (70kg), Eliza Ramos (78kg) e Kayo Santos (100kg) conquistaram o ouro, Marcos Santos (81kg) ficou com a prata, e Daniel Bolezina (+100kg) e Luana Oliveira (+78kg) ficaram com o bronze. Victor Hugo Nascimento (90kg) também lutou nesse dia, mas caiu na fase de oitavas-de-final e não chegou às disputas por medalhas.  

“Estou muito feliz por ter conquistado a vaga para Santiago 2023 e por ter tido a oportunidade de representar o Brasil nessa competição”, resumiu o meio-pesado Kayo Santos em sentimento compartilhado por suas companheiras de equipe e também campeãs Luana e Eliza: 

“Estou muito feliz com essa conquista por serem os primeiros Jogos Pan-americanos Júnior e também por valer vaga para Santiago 2023. Foi muito difícil chegar até aqui, mas não desacreditei em nenhum momento. Segui firme com o trabalho, e toda essa dedicação valeu a pena”, disse Luana.  

“Venho me dedicando e me esforçando, e essa medalha é a prova de que todo o processo está valendo a pena. Ter me classificado para Santiago 2023 faz parte da realização desse sonho e quero me preparar mais do que me preparei para estar aqui”, contou Eliza.  

As dez medalhas (5 ouros, 1 prata e 4 bronzes) deram ao Brasil o primeiro lugar geral no quadro de medalhas das disputas individuais do judô. Cuba ficou em segundo lugar (2 ouros, 2 pratas e 2 bronzes), seguida por Estados Unidos, Venezuela e República Dominicana.  

Equipe passa por República Dominicana, Cuba e Estados Unidos para ficar com ouro  

No domingo, 28, último dia de competição, todos os atletas brasileiros voltaram ao tatame do Coliseo Yuri Alvear para a disputa por equipes mistas. Mostrando muita garra e união, o time brasileiro formado por Gabriel Falcão (73kg), Marcos Santos (90kg), Victor Hugo Nascimento (90kg), Kayo Santos (+90kg), Daniel Bolezina (+90kg), Thayane Lemos (57kg), Luana Carvalho (70kg), Eliza Ramos (+70kg) e Luana Oliveira (+70kg) venceu República Dominicana, Cuba e os Estados Unidos para conquistar o sexto ouro do Brasil em Cali.  

No primeiro combate, os brasileiros bateram os dominicanos por 4 a 2, com vitórias de Falcão (73kg), Victor Hugo (90kg), Kayo (+90kg) e Thayane (57kg).  

Na semifinal, o duelo com Cuba começou tenso, com os cubanos abrindo dois a zero de vantagem. Mas, o Brasil buscou o empate e, na sequência, a virada por 4 a 3. Falcão fez o terceiro ponto que manteve o time vivo na disputa e, na luta de desempate, Marcos Santos conseguiu um waza-ari, que garantiu o Brasil na grande final. 

Depois de passar por adversários mais duros nas fases anteriores, o time brasileiro entrou confiante para a final e dominou os Estados Unidos, vencendo os quatro primeiros combates - Eliza Ramos, Victor Hugo, Daniel Bolezina e Thayane Lemos - para conquistar o título inédito e fechar Cali 2021 no topo do pódio. 

Por: Assessoria de Imprensa da CBJ


Circuito Mundial - Judô brasileiro fecha temporada 2021 com ouro e bronze no Grand Slam de Abu Dhabi


A temporada de competições internacionais do judô chegou ao fim nesse final de semana com a disputa do Grand Slam de Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. E o judô brasileiro encerrou o ano da melhor forma possível, com duas atletas no pódio. Beatriz Souza (+78kg) confirmou o favoritismo e conquistou a medalha de ouro, sua primeira em etapas de Grand Slam, enquanto Ketleyn Quadros (63kg) manteve a consistência de resultados e levou a medalha de bronze na categoria até 63kg. A novata Eduarda Rosa (70kg) também lutou em Abu Dhabi, mas caiu na estreia.  

Atual número dois do mundo, Bia chegou ao último Grand Slam do ano como cabeça-de-chave número um. Ela precisou de apenas duas lutas para conquistar a medalha de ouro. Primeiro, bateu a mongol Adiyasuren Amarsaikhan com um ippon escandaloso destacado até pela Federação Internacional de Judô em suas redes sociais.  

Na decisão, a brasileira encarou a atleta mais pesada do Circuito Mundial, a francesa Léa Fontaine, campeã europeia júnior e prata no Grand Slam de Paris. Com mais mobilidade e técnica, Beatriz projetou Fontaine ao chão para marcar um waza-ari no início da luta e administrou a vantagem forçando ainda duas punições à adversária. Vitória e ouro inédito para Bia em Grand Slam.  

Os mil pontos não serão suficientes para ultrapassar a francesa Romane Dicko, bronze em Tóquio, que fechará o ano como número um do mundo. No entanto, Beatriz fecha 2021 como a melhor brasileira no ranking mundial.  

Ketleyn Quadros é bronze em retorno pós-Tóquio 

Retornando às competições depois do sétimo lugar nos Jogos Olímpicos de Tóquio, Ketleyn Quadros mostrou que ainda está em grande forma e garantiu sua segunda medalha em Grand Slam neste ano.  

Em Abu Dhabi, ela estreou com vitória por ippon sobre Sappho Coban, da Alemanha, mas caiu nas quartas-de-final diante da australiana Katharina Haecker. Na repescagem, a brasileira conseguiu se impor e vencer Gili Sharir, de Israel, com um waza-ari e o ippon.  

Na luta pelo bronze, Ketleyn imobilizou Renata Zachova, da República Tcheca, e faturou a medalha para o Brasil. Com os pontos, ela fecha 2021 em 8º no ranking mundial do 63kg.  

Próxima parada é a Seletiva Nacional  

Se a temporada internacional chegou a fim, a nacional ainda tem mais uma parada. Nos dias 15 e 17 de dezembro a CBJ realizará a Seletiva Nacional - Projeto Paris 2024 para formar a seleção brasileira de 2022. Os medalhistas do Rio 2016 e os atletas classificados até a 7ª colocação em Tóquio 2020 já estão garantidos na seleção do próximo ano.  

Os demais deverão lutar por uma das duas vagas que estarão em jogo na Seletiva. Dessa forma, Beatriz, que não foi a Tóquio, ainda terá de enfrentar as adversárias brasileiras na Seletiva para manter sua posição na equipe principal. Ketleyn, por outro lado, está dispensada por ter ficado em 7º em Tóquio. 

Por: Assessoria de Imprensa da CBJ


Rio de Janeiro: Luana Carvalho e Eliza Ramos são campeãs em Cali 2021 e se garantem em Santiago 2023


100% de aproveitamento do Time Judô Rio nos Jogos Pan-americanos Júnior Cali 2021. Foram duas atletas em ação neste sábado, 27, Luana Carvalho (70kg/Umbra-Vasco) e Eliza Ramos (78kg/Flamengo), e dois ouros. As atletas que vêm de medalha de bronze no Mundial Sub 21 de Ólbia, na Itália, confirmaram, além da boa fase, que estão no patamar da elite do judô do continente.

“Campeã dos Jogos Pan-Americanos Junior Cali 2021 e vaga garantida em Santiago 2023. Gratidão a todos que estão comigo nesse processo”, postou Luana, marcando seu clube e os senseis Soraia André e Fabrício Amorelli, além dos outros integrantes da equipe multidisciplinar.

“Mãe, essa é pra você. Obrigada por não me deixar fraquejar e por me fazer entender que o meu dever é treinar, me esforçar e fazer tudo que estiver ao meu alcance porque o resto quem faz é Deus. Quero agradecer também ao meu clube do coração, minha comissão técnica espetacular e toda equipe multidisciplinar. Nenhuma conquista é sozinha, por trás da medalha tem toda uma história e um processo. Quero agradecer a todos que estão comigo porque se cheguei, foi com a ajuda de todos vocês. Muito obrigada também a todos que torceram e apoiaram. Seguimos para novos objetivos “, postou Eliza, agradecendo ao Flamengo, ao COB e a CBJ pelo apoio e estrutura.


Para chegar à medalha, Luana venceu a argentina Victoria Delvecchio Iacaruso, a venezuelana Eliana Aguiar Weffer e a cubana Idelannis Gomez Feria, todas por ippon. Já Eliza derrotou Maria Rosa Britez Denis, do Paraguai, Adela Espinoza Sandoval, do Chile, e Yumiko Tanabe Caceres, do Peru, todas por waza-ari.

Mais duas medalhas para o Time Judô Rio

No primeiro dia de competições do judô em Cali 2021, Gabriel Falcão (73kg/Instituto Reação) também conquistou ouro e vaga em Santiago 2023. Matheus Pereira (66kg/Instituto Reação) ficou com o bronze e Thayane Lemos (57kg/Instituto Reação) acabou na quinta colocação.


O judô do Brasil conseguiu medalhas de ouro ainda com Alexia Nascimento (48kg) e Kayo Santos (100kg); prata com Marcos Santos (81kg); e bronzes com Nauana Silva (63kg), Daniel Bolezina (+100kg) e Luana Oliveira (+78kg).

Por: Valter França - Time Judô Rio
Fotos: William Lucas/COB

domingo, 28 de novembro de 2021

Jogos Pan-Americanos de Cali: Brasil é Campeão Geral e Campeão por Equipes Mistas


As competições dos Jogos Pan-Americanos Sub-21 de Cali começaram nesta sexta-feira, 26, já com judô brasileiro no tatame. É a primeira vez que a PanAm Sports realiza os Jogos Pan exclusivamente para a classe júnior.  


E os judocas fizeram bonito, conquistando o título geral das Américas com 5 ouros, 1 prata e 4 bronzes e ainda conquistaram neste domingo o título nas disputas por equipes mistas vencendo a final contra os Estados Unidos por 4 x 0.

Medalhistas de ouro:
-73kg Gabriel Falcão
-100kg Kayo Santos
-48kg Alexia Nescimento
-70kg Luana Carvalho
-78kg Eliza Ramos

Medalhista de prata:
-81kg Marcos Santos

Medalhistas de bronze:
-66kg Matheus Pereira
+100kg Daniel Lemes
-63kg Nauana Silva
+78kg Luana Oliveira

Clique aqui e confira os resultados individuais
Clique aqui e confira os resultados gerais

Por: Boletim OSOTOGARI


CBJ divulga resultados do Campeonato Brasileiro de Kata Online 2021


A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) divulgou os resultados do primeiro Campeonato Brasileiro de Kata Online, realizado no dia 06 de novembro, com apresentações em cinco Katas e contou com a participação de 31 duplas.

O Brasileiro de Kata será realizado de forma remota, com cada participante direto de sua academia. As apresentações foram todas exibidas ao vivo no Canal Brasil Judô. O evento foi realizado pela Coordenação de Kata da CBJ, liderada pelo professor Rioiti Uchida. 

Ao todo, estiveram em disputa 5 tipos de Kata: Nage-no-Kata, Kime-no-Kata, Katame-no-Kata, Kodokan Goshin-Jutsu e Ju-no-Kata. Com 10 duplas, o Ju-no-Kata foi o que teve maior quantidade de inscritos. 

Clique aqui e confira os resultados completos.

Por: Assessoria de Imprensa da CBJ


Conceição do Coité: Judocas coiteenses conquistam medalhas no Campeonato Baiano de Judô


Neste sábado, 27 de novembro, judocas da Associação De Judô Coiteense participaram do Campeonato Baiano de Judô que foi realizado em Lauro de Freitas.

Confira os resultados: 

João Pedro: Terceiro colocado no sub 15
Lucas Lima: Campeão Baiano master
Luiz Boaventura: Campeão Baiano sub 18
Rafael Mota: Vice-campeão Baiano sub 18
Sara Oliveira: Vice-campeã Baiana sub 18
Sara Oliveira: Vice-campeã Baiana sub 21

"Todos estão de parabéns,  pois representaram Coité com muita raça e determinação, mesmo com todas as dificuldades enfrentadas", disse o professor Vladson Matos.

"Aproveito para agradecer a Prefeitura Municipal por nos ceder os transportes para que os atletas e comissão técnica pudesse participar deste brilhante evento realizado pela Febaju - Federação Baiana de Judô", finalizou Matos.

Por: Judô coiteense - Bahia


Grand Slam de Abu Dhabi: Reultados do último dia de competição


Podemos tirar um punhado de conclusões após o último dia do Grand Slam de Abu Dhabi: Alemanha e Grã-Bretanha marcaram o torneio em vermelho e não se enganaram, há muitos rostos novos fazendo força, a Rússia continua entre as nações mais poderosas e A Mongólia está montando uma equipe fabulosa.

-90 kg A Rússia define o ritmo 

O russo Mansur Lorsanov teve o mérito de eliminar o primeiro cabeça-de-chave, o uzbeque Davlat Bobonov, e consolidar o domínio russo no último torneio da temporada. Fê-lo de uma forma inédita, pela primeira vez com equilíbrio, como querer dizer que veio para ficar. Por sua vez, Kmoronshokh Ustopiriyon do Tajiquistão não disputava uma medalha desde o início dos tempos. Aos 28 anos parecia que seu limite eram os primeiros rounds, mas em Abu Dhabi ele conseguiu separar todos os adversários e entrar na luta pelo ouro por direito próprio.  

Porém, na final ele teve dois problemas. O primeiro foi o excelente kumi-kata do russo que anulou sua estratégia, se é que tinha uma. A segunda foi a sua própria inércia, que lhe valeu um hansoku-make e a verdade é que foi uma pena, porque foi a sua primeira final em 19 presenças em grand slams. Para o russo, o ouro foi uma entrada triunfante no mundo dos idosos. 

“Esta é minha primeira medalha de ouro em um evento de grand slam e estou muito animado com isso”, disse Lorsanov. 

O primeiro bronze era questão de vizinhos. Tayijistan Dzhakhongir Madzhidov e Kirgystan Erlan Sherov lutaram por uma estreia no quadro de medalhas do World Judo Tour. Foi uma partida dinâmica que foi decidida em um primeiro período de pontuação de ouro, em linha com o dia anterior. Madzhidov venceu por hansoku-make e pouco mais se pode dizer, talvez o Tajiquistão tenha um inverno quente com duas medalhas no armário. Na verdade, havia mais um, mas aquele veio bem no final. 

O segundo bronze foi um duelo entre o eliminado favorito Bobonov e um semi-desconhecido francês de 19 anos, Francis Damier. Ele é semi-desconhecido no WJT, mas dizem que ele tem muito potencial, como demonstrado por seu título europeu de juniores. O francês logo foi penalizado com shido. Este é o WJT; você não pode perder tempo. Vê-se que o francês tem que amadurecer porque está exposto ao potencial para um lançamento a qualquer momento. 


Resultados finais
1. LORSANOV Mansur ( RUS )
2. USTOPIRIYON Komronshokh ( TJK )
3. MADZHIDOV Dzhakhongir ( TJK )
3. BOBONOV Davlat ( UZB )
5. SHEROV Erlan ( KGZ )
5. DAMIER Francis ( FRA )
7. BALANTA Francisco ( COL )
7. JAYNE John ( EUA )
-78 kg A marca no calendário

Alina Boehm está em plena transição entre o ambiente juvenil e o mundo dos seniores. O alemão faz parte dessa nova geração que nesta categoria tem enorme poder de fogo, com a número um do mundo e atual campeã mundial Anna Maria Wagner e também Luise Malzahn. O mesmo é verdade na Grã-Bretanha, onde existe um novo grupo de mulheres jovens que estão ganhando terreno e repelindo a velha guarda. Até este ponto Natalie Powell foi a melhor britânica com -78kg. Em Abu Dhabi, Emma Reid deslocou seu compatriota para disputar o ouro contra Boehm. São dois judocas com estilos semelhantes, bons tecnicamente e com Reid superior em ne-waza. No período da pontuação de ouro Boehm atacou, mas os britânicos reagiram de forma explosiva, anulando o contra-ataque com um movimento que poderia ser considerado como ko-uchi-gari com uma pegada pouco ortodoxa, usando uma mudança de direção.

“Fiquei nervoso no início, como sempre fico antes das competições, mas hoje me senti mais estruturado nas minhas lutas. Passei pelo que temos praticado em casa e esse trabalho árduo me deu confiança para ir até o fim. ” 

Natalie Powell impôs a hierarquia contra a ucraniana Anastasyia Turchyn, com uma excelente mudança de rumo que terminou em uma sasae-tsuri-komi-ashi que fez muito barulho e significou mais um bronze para a Grã-Bretanha. 

Inbar Lanir estava com pressa de voltar para casa. 30 segundos foi tudo o que foi necessário contra Patricija Brolih da Eslovênia; waza-ari primeiro e osae-komi na continuação da ação. Era limpo e forte e trouxe um bronze para Israel. 


Resultados finais
1. REID Emma ( GBR )
2. BOEHM Alina ( GER )
3. POWELL Natalie ( GBR )
3. LANIR Inbar ( ISR )
5. TURCHYN Anastasiya ( UKR )
5. BROLIH Patricija ( SLO )
7. DUDENAITE Migle ( LTU )
7. BABINTSEVA Aleksandra ( RUS )

-100kg Third of a Kind 

Quando os russos querem, eles podem ser implacáveis. Arman Adamian e Matvey Kanikovskiy neutralizaram um batalhão inteiro de tropas de elite na sempre complicada categoria –100kg. É verdade que Adamian era o favorito, mas não é menos verdade que ele teve que enfrentar o belga Toma Nikiforov, que está em alta desde que se recuperou de uma lesão grave. Nikiforov pode ser temível, mas hoje Adamian está fora do alcance de Nikiforov. Uma menção especial para Kanikovskiy porque se livrou do francês Alezandre Iddir, do holandês Michael Korrel e do canadense Shady Elnahas, ou seja, o passado, o presente e o futuro do judô. Nenhum deles poderia parar o russo. 

Kanikovskiy dominado por Adamian e com rosto de bebê lutou até não aguentar mais e sofreu em sua carne o que começou como ko-soto-gake e terminou como ura-nage. Adamian fecha o ano com três vitórias consecutivas, em Zagreb, Paris e Abu Dhabi e a liderança da categoria. Ele tem apenas 24 anos e já é um judoca prodigioso. 

“Eu tinha que ganhar essa medalha. Não pude participar das Olimpíadas e tive que provar que deveria seguir rumo aos próximos Jogos. Ganhei os últimos três torneios dos quais participei e vou trabalhar muito para estar em Paris em 2024 ”, declarou Adamian. 

Esperava-se mais de Shady Elnahas em Baku, onde terminou em segundo e muito mais em Abu Dhabi, porque tem judô de sobra e porque ele mesmo declarou que quer superar Fonseca, Adamian, Paltchik e Liparteliani. Terá que esperar e melhorar porque ainda não tem o nível necessário para as grandes ocasiões contra os melhores. Em Abu Dhabi ele lutou pelo bronze contra o alemão Falk Petersilka e Elnahas saiu na frente porque em termos absolutos ele é melhor. Ainda assim, eles alcançaram a pontuação de ouro, onde o canadense executou com sucesso uchi-mata. 

Então apareceram dois velhos conhecidos, Korrel e Nikiforov para o segundo bronze, como se fosse um combate antigo; esses dois estão no WJT há uma década. Poderia ter sido a final, mas o judô é assim e os anos não passam em vão. Korrel é o atual campeão europeu e começou como favorito. Não houve surpresa e o holandês marcou duas vezes para o waza-ari com a mesma técnica, seoi-nage. 


Resultados finais
1 ADAMIAN Arman ( RUS )
2 KANIKOVSKIY Matvey ( RUS )
3 ELNAHAS Shady ( CAN )
3 KORREL Michael ( NED )
5 PETERSILKA Falk ( GER )
5 NIKIFOROV Toma ( BEL )
7 KHUDOYBERDIEV Aklmurodbek ( UZB )
7. UDSILAURI George ( GER )

+ 78kg Consistência Dourada 

Beatriz Souza fez seu trabalho em Abu Dhabi. Primeira semente e número 1 do mundo, o brasileiro se classificou para a final com dificuldade para suar. Apesar da juventude, de apenas 23 anos, está acostumada a grandes desafios e tem colhido bons resultados, muitas medalhas e nunca caiu abaixo do sétimo lugar nos últimos dois anos. Ela é consistente e regular em um esporte que não perdoa erros. Na final, enfrentou a judoca mais pesada do circuito, a jovem francesa Léa Fontaine. Apesar de seu tamanho, Fontaine é capaz de produzir judô de alta qualidade, o que lhe permitiu ganhar a prata no Grand Slam de Paris e voltar a lutar pelo ouro um mês depois. 

Em menos de um minuto Souza acertou waza-ari com soto-maki-komi, aproveitando um erro de Fontaine e a partir daí se dedicou a controlar a luta com kumi-kata muito fortes. Se chama experiência e o resultado foi uma medalha de ouro, a primeira dela em um grand slam e a terceira vitória de Souza sobre o Fontaine nos três confrontos diretos. 

Anzhela Gasparian e Raz Hershko são meio-pesados ​​e lutaram pelo bronze. Hershko terminou o ano como um foguete, ganhando ouro em Paris e bronze em Baku. Para Gasparian foi uma experiência nova. Ela não se assustou, mas caiu porque Hershko era mais inteligente com o te-waza e uma mudança de direção. 

A francesa e campeã mundial junior Coralie Hayme não era a favorita à frente de Adiyasuren Amarsaikhan, uma das joias da nova pedreira mongol, que já apresentava suas credenciais em Baku com a medalha de prata. Hayme deixou o furacão passar e, com trinta segundos para o fim, produziu um seoi-nage do nada. Bronze para os franceses, mas pelo que vimos, esses dois se encontrarão com frequência nos próximos anos. 


Resultados finais
1. SOUZA Beatriz ( BRA )
2. FONTAINE Lea ( FRA )
3. HERSHKO Raz ( ISR )
3. HAYME Coralie ( FRA )
5. GASPARIAN Anzhela ( RUS )
5. AMARSAIKHAN Adiyasuren ( MGL )
7. OZTURK Hilal ( TUR )

+ 100kg Mongólia disse Olá 

De forma silenciosa, lenta, mas segura, a Mongólia está montando uma equipe que nos próximos anos pode ser temível. É um dos países que tem a sorte de ter homens e mulheres e está apresentando suas novas pérolas na sociedade. Já conhecemos Tsogtbaatar Tsend-Ochir, cuja carreira até -73kg está se tornando meteórica, com duas medalhas mundiais e uma olímpica, além da liderança inédita na categoria. Agora a Mongólia também tem um peso-pesado, Tsetsentsengel Odkhuu. Ele é o mais recente produto de uma delegação que conseguiu combinar juventude e antiguidade com sabedoria. É um país que também possui Saeid Mollaei. 

Em sua primeira final na turnê mundial de judô, Odkhuu mediu sua força com o romeno Vladut Simionescu. Havia uma diferença óbvia de tamanho e nove anos entre os dois. Odkhuu não conseguiu mover Simionescu, que também não estava fazendo muito. Eles pareciam ir direto para a pontuação de ouro, mas dentro de trinta segundos Odkhuu entrou em uma nova dimensão com um ko-soto-gake que foi ouvido até mesmo em Ulaanbaatar. Que todos saibam, a Mongólia agora tem um peso pesado. 

Temur Rakhimov foi o terceiro tadjique do dia a querer uma medalha. Valeriy Endovitskiy foi o quarto da Rússia. No começo eles entediaram a todos com dois shidos cada em dois minutos de combate. Foi como levar uma surra e os dois começaram a praticar judô. Rakhimov venceu por ippon por ouro com uchi-mata e cristalizou um dia histórico para o Tajiquistão. 

Marc Deschenes aumentou o cacifo do Canadá com o bronze pela não participação do ucraniano Yevheniy Balyevskyy. 


Resultados finais
1. ODKHUU Tsetsentsengel ( MGL )
2. SIMIONESCU Vladut ( ROU )
3. RAKHIMOV Temur ( TJK )
3. DESCHENES Marc ( CAN )
5. ENDOVITSKIY Valeriy ( RUS )
5. BALYEVSKYY Yevheniy ( UKR )
7. TERHEC Joseph ( FRA )
7. PUUMALAINEN Martti ( FIN )

É quando as pessoas geralmente se levantam e vão embora. Não o fazemos porque temos uma última surpresa, uma bem merecida homenagem. SE Mohamed Bin Thaeloub Alderee, presidente da Federação de Luta Livre e Judô dos Emirados Árabes Unidos, recebeu o vaso Herend do Sr. Vizer por sua dedicação ao desenvolvimento do judô. 

Assim, a Rússia terminou em primeiro lugar no quadro de medalhas com duas medalhas de ouro, o mesmo que a Grã-Bretanha. França, Alemanha e Mongólia seguiram. Aqui nos despedimos do Circuito Mundial de Judô até o ano que vem e já sentimos saudades. Tem sido nosso refúgio e nosso orgulho neste ano difícil. É por isso que queremos mais e muito em breve. Vejo você em 2022. 

Fotos: Gabriela Sabau e Emanuele Di Feliciantonio

Grand Slam de Abu Dhabi: Beatriz Souza é campeã!


Beatriz Souza não deu chance às rivais e foi campeã do Grand Slam de Abu Dhabi neste domingo. A brasileira de 23 anos venceu duas lutas, a primeira com um lindo ippon, para ficar com a medalha de ouro no torneio que encerra a temporada 2021 do Circuito Mundial de judô. No sábado, Ketleyn Quadros já havia levado o bronze.

Cabeça de chave número 1 da categoria pesado (+78kg), Bia chegou como favorita nos Emirados Árabes Unidos. Com apenas sete judocas na disputa, a brasileira começou sua campanha já nas semifinais. Ela encarou a mongol Adiyasuren Amarsaikhan e venceu com um ippon impressionante.

Na decisão, dominou a francesa Lea Fontaine. Conseguiu um wazari logo no início e depois apenas administrou o combate. Este foi o terceiro confronto das duas, agora com três vitórias da brasileira.


sábado, 27 de novembro de 2021

Grand Slam de Abu Dhabi: Resultados do segundo dia


Alguns florescem no outono. Gostam do frio e do aroma de final de ano. Lucy Renshall (GBR) é uma delas. Outros aparecem nos momentos importantes, aqueles que contam para engordar um recorde de serviços recolhendo presas de caça grossa. Tsogtbaatar Tsend-Ochir (MGL) é seu melhor expoente. Existem também aqueles com contas pendentes e a necessidade de liquidá-las. É o caso de Matthias Casse (BEL). E, quase sempre, há alguns japoneses que fazem o que querem. Se pegarmos tudo isso e agitarmos, teremos um bom coquetel de judô no segundo dia do Grand Slam de Abu Dhabi; batido, não mexido.

-63 kg Um Ano Doce 

Nem todo mundo passou por maus momentos em 2021. Lucy Renshall, por exemplo, usou o ano para fazer mais do que apenas se confinar em casa. A atleta britânica começou o ano tranquila e com o passar do tempo seu desempenho foi melhorando até atingir o pico. Ouro em Antalya, prata em Paris e novamente ouro em Baku; é claro que este é o ano dela. Em Abu Dhabi fez uma final que foi anunciada como agridoce contra um adversário forte, mas voltou de casa com toneladas de açúcar. À sua frente estava Sanne Vermeer, três anos mais jovem e também com um excelente ano atrás dela, mas onde Renshall oscila entre o ouro e a prata, a concorrente holandesa não ultrapassou o bronze em 2021.

Vermeer marcou waza-ari, parecendo mais revigorado e com um plano bem estabelecido. Renshall estava tentando o uchi-mata, mas seus ataques eram previsíveis até que ela mudou e surpreendeu Vermeer com ko-soto-gake. 1-1 e placar de ouro, o terceiro consecutivo do dia. Renshall finalizou com seoi-nage e ganhou outro título de outono. Vermeer mudou a cor de sua medalha, mas ainda não é dourada. 

“Ganhei confiança depois de conseguir medalhas em Paris e depois em Baku. Este é o último evento do ano e tive que me sair bem. Eu estava cansado hoje, mas fui em frente ”, declarou Renshall.

Na batalha pelo primeiro bronze, a australiana Katharina Haecker surpreendeu o mundo ao conquistar o ouro em Tel Aviv há um ano, mas precisava de algo mais para derrotar o esloveno Andreja Leski, titular em Abu Dhabi e que já havia ultrapassado Haecker nas três partidas anteriores. Haecker tomou a iniciativa e sua mão direita comandou o kumi-kata. Alcançaram a pontuação de ouro, já com dois shidos. Haecker aplicou o osoto-gari, mas a reação de Leski foi brutal com um seoi-nage explosivo. Bronze e 4 vitórias a 0 para Leski. 

O segundo bronze foi a clássica oposição entre passado e futuro: a brasileira Ketleyn Quadros, de 34 anos, contra a tcheca Renata Zachova, de 21 anos. Houve também um período de ouro, que favoreceu o judoca mais jovem, embora a iniciativa tenha pertencido ao brasileiro. Com dois shidos contra a tcheca ela teve que ter cuidado porque Quadros usou sua experiência para acumular ataques e provocar um terceiro shido contra Zachova. Foi o que aconteceu, o bronze para Quadros e uma lição de gerenciamento de uma disputa por medalha para Zachova.


Resultados finais
1. RENSHALL Lucy (GBR)
2. VERMEER Sanne (NED)
3. LESKI Andreja (SLO)
3. QUADROS Ketleyn (BRA)
5. HAECKER Katharina (AUS)
5. ZACHOVA Renata (CZE)
7. SHARIR Gili (ISR)
7. DAVYDOVA Daria (RUS)

-73kg New Boss 

Lasha Shavdatuashvili não precisa de cartão de visita, mas para quem mora em outra galáxia, basta dizer que o georgiano é o atual campeão mundial, vice-campeão olímpico e já conquistou tudo. Com essas credenciais, ele se apresentou em Abu Dhabi e chegou às semifinais, o que é lógico. Nada mais houve porque perdeu para o uzbeque Khikmatillokh Turaev, uma rocha que viu a oportunidade de incluir um novo entalhe em seu rifle e não apenas porque Shavdatuashvili perde poucas vezes. Turaev ilustrou o que um torneio deste nível realmente significa porque, após eliminar uma lenda viva, ele teve que enfrentar na final um homem que está a caminho de se tornar um dos maiores. Tsend-Ochir ficou em segundo lugar no ranking mundial, com o bronze nos Jogos de Tóquio e é multimedalista em 2021, incluindo duas medalhas de ouro, em Tashkent e Tbilisi.

Com o Goergian fora da final, restava saber se Turaev superaria a nova sensação da Mongólia. Tsend-Ochir é muito ágil, muito rápido e aprendeu a aguentar o tempo como um veterano endurecido em mil batalhas. Ele primeiro lançou com ura-nage para waza-ari e alguns segundos depois concluiu via osaekomi. Tsend-Ochir se tornou um judoca completo e sim, ele está fazendo muito mais do que se aproximar do topo, porque a partir de agora ele é o novo número um do mundo.

“Estou muito feliz por participar da última edição do 2021 IJF Grand Slam Abu Dhabi. Fiz uma meta depois dos Jogos Olímpicos de ganhar o ouro em Abu Dhabi. Meu ranking da IJF é o número um agora e eu gostaria de dedicar essa conquista à minha família, especialmente ao meu bebê recém-nascido. Muito obrigado a todos os membros e equipe da IJF e a todos os fãs de judô ao redor do mundo ”, foram suas primeiras palavras.

Armen Agaian ganhou o bronze. O russo derrotou Tajiko Somon Makhmadbekov por ippon com um ouchi-gari monumental, também em placar de ouro. 

Shavdatuashvili conquistou o segundo bronze. Depois de um dia exaustivo com todas as lutas decididas em placar de ouro, sua luta contra o esloveno Martin Hojak foi tudo menos uma mera formalidade. Outra pontuação de ouro, mas bronze no final de uma longa estrada.


Resultados finais
1. TSEND-OCHIR Tsogtbaatar (MGL)
2. TURAEV Khikmatillokh (UZB)
3. AGAIAN Armen (RUS)
3. SHAVDATUASHVILI Lasha (GEO)
5. MAKHMADBEKOV Somon (TJK)
5. HOJAK Martin (SLO)
7. STERPU Victor (MDA)
7. NAGUCHEV Kazbek (RUS)

-70 kg Os ausentes estão sempre errados 

Giovanna Scoccimarro pertence à nata de uma categoria dominada com punho de ferro pela croata Barbara Matic, duas japonesas e duas holandesas. Em Abu Dhabi Scoccimarro estava muito feliz porque os outros não estavam lá. Na verdade, a alemã chegou à final, mas havia uma japonesa desconhecida, pelo menos por enquanto, que sai do universo juvenil e que, como todas as japonesas, era uma das favoritas apesar da juventude e do anonimato. É o que acontece quando o judô é praticado no Japão.

Foi assim que as coisas começaram na final, um encontro bastante tático com os dois tentando lançar com o uchi-mata. No placar de ouro, porque é claro que houve um, a alemã executou um forte ko-uchi-gari e aproveitou a viagem para Abu Dhabi, mostrando que os japoneses não são invencíveis.

Marie-Eve Gahié não gostou deste ano. Ela perdeu o título mundial e não foi selecionada para as Olimpíadas, como se tivesse sido esquecida. Seus resultados sofreram, então Abu Dhabi foi uma oportunidade para relançar uma corrida de uma paralisação. As francesas conquistaram o bronze contra a russa Taisia ​​Kireeva e ela fez um excelente trabalho em ne-waza. Osae-komi trouxe o bronze e o primeiro sorriso do ano. 

A outra medalha de bronze viajou para a Grã-Bretanha em um dia excelente para os súditos de Sua Majestade. Foi uma partida difícil entre o mongol Enkhchimeg Tserendulam e a britânica Kelly Petersen-Pollard, mas como poderia ser diferente em Abu Dhabi? Terminou em placar de ouro com hansoku-make contra Tserendulam.


Resultados finais
1. SCOCCIMARRO Giovanna (GER)
2. TANAKA Shiho (JPN)
3. GAHIE Marie Eve (FRA)
3. PETERSEN POLLARD Kelly (GBR)
5. KIREEVA Taisia ​​(RUS)
5. TSERENDULAM Enkhchimeg (MGL)
7. COUGHLAN Aoife (AUS)
7. ERIKSSON Ida (SWE)

-81 kg de contas pendentes 

O belga Matthias Casse é campeão mundial e medalhista de bronze olímpico. Está tudo bem. No entanto, desde então, ele não recuperou totalmente sua forma, pelo menos por enquanto. Esse era seu negócio inacabado. Em Abu Dhabi, ele fez tudo certo e chegou à final depois de uma semifinal tensa contra o russo Aslan Lappinagov. Casse teve um serviço duplo para os russos porque na final houve outro, Alan Khubetsov.

O belga experimentou cinco técnicas diferentes, mostrando variedade e tentando surpreender. O russo havia preparado um plano e não queria mudar de estratégia. Já no placar de ouro o belga condenou com um belo uchi-mata-sukeshi. Casse voltou em grande estilo!

Em qualquer esporte, um confronto entre um britânico e um alemão tem seu interesse na rivalidade histórica entre os dois países. Lachlan Moorhead e Tim Gramkow lutaram pelo bronze e confirmaram que as duas delegações estão em Abu Dhabi para ganhar medalhas, não apenas para se apresentar. O judoca britânico Moorhead venceu com duas seoi-nage consecutivas e, aliás, evitou o placar de ouro e isso foi apreciado em um dia agitado. 

Foi então a vez do russo Aslan Lappinagov e do uzbeque Arslonsek Tojiev, membros de outras duas fortes delegações aqui em Abu Dhabi. O último bronze foi para Lappinagov depois de uma disputa plana.

Assim terminou um dia em que alguns países ganharam medalhas duas a duas, como se não gostassem de distribuir. Foi um bom dia de judô. Para o terceiro e último, se tivéssemos que fazer um desejo, seria, se possível, ter menos concursos de pontuação de ouro.


Resultados finais
1. CASSE Matthias (BEL)
2. KHUBETSOV Alan (RUS)
3. MOORHEAD Lachlan (GBR)
3. LAPPINAGOV Aslan (RUS)
5. GRAMKOW Tim (GER)
5. TOJIEV Arslonbek (UZB)
7. KRIVCHACH Sergii (UKR)
7. DRZYMAL Pawel (POL)

Fotos: Gabriela Sabau e Emanuele Di Feliciantonio

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