quarta-feira, 31 de julho de 2024

PARIS 2024 - Rafael Macedo vence três lutas, mas termina competição em quinto


O judô brasileiro esteve bem perto de conquistar sua terceira medalha nos Jogos Olímpicos Paris 2024. Nesta quarta-feira (31), Rafael Macedo chegou até a disputa de bronze do peso médio masculino, mas acabou superado pelo francês Maxine-Gael Ngayap Hambou nas punições (3-2). 


“Eu não entendi direito a punição, mas acredito que os árbitros têm muitas câmeras, são muitos ali, e vão sempre avaliar da melhor forma. Então respeito a decisão deles e saio tranquilo, porque sei que dei o meu melhor. Fiz tudo o que sei, o que consegui, e faz parte”, disse Macedo.


Macedo entrou ligado, na primeira luta, contra o holandês Noel Van T’End, adversário perigoso, campeão mundial em 2019. Mas, a tática do brasileiro foi perfeita e anulou o holandês que, sem muita ação, levou três punições e perdeu o combate. 


Na luta seguinte, que também era eliminatória, Macedo enfrentou o romeno Alex Cret, que vinha de uma surpreendente vitória sobre Khristhian Toth, húngaro, número 5 do mundo e cabeça de chave em Paris. O romeno fez muita força para bloquear as melhores pegadas de Rafael Macedo, que levou duas punições e ficou a uma de ser eliminado dos Jogos Olímpicos. 


Mas, no golden score, o brasileiro cresceu e obrigou Cret a reagir com uma entrada falha. Macedo aproveitou a oportunidade em que o romeno ficou exposto no chão e buscou a finalização por chave-de-braço, comemorando muito a classificação às quartas. 


Nessa fase, o brasileiro enfrentou o georgiano naturalizado espanhol, Tristani Mosakhshvili. Novamente, a luta se desenhou em muita disputa de pegada, rendendo uma punição a cada. Em uma tentativa de entrada de Macedo, o espanhol conseguiu uma revertida e marcou um waza-ari a 45 segundos do fim. O brasileiro voltou mais agressivo e conseguiu forçar a segunda punição a Mosakhshivili. Porém, o tempo era curto para uma virada e Macedo foi superado, caindo para a repescagem. 


Para ainda tentar buscar uma medalha de bronze, Rafael Macedo precisou lutar com o sul-coreano Juyeop Han, número 24 do mundo. Em combate mais aberto do que os dois primeiros, Rafael conseguiu encaixar uma técnica e projetou Han para marcar um waza-ari. O sul-coreano respondeu com um ataque em que Macedo andou para trás e conseguiu escapar, caindo de frente. Daí em diante, o brasileiro ficou alerta, se impôs na pegada e conseguiu um ipponzaço para se garantir, pela primeira vez, em uma disputa de medalha olímpica. 


Na luta pelo pódio, o brasileiro encarou o francês Maxime-Gael Ngayap Hambou, que perdeu de ippon para o japonês Sanshiro Murao, na semifinal.


O combate começou com punições aos dois, que em menos de dois minutos já ficaram pendurados no placar. Macedo vinha ativo nas entradas, mas, a cinco segundos do fim, levou a terceira punição e terminou as disputas individuais em quinto lugar.


“Realmente ficou confuso, não entendemos a punição. Inicialmente entendemos que ele tinha dado punição por pegar dentro do quimono. Não foi isso, não ficou claro. Quando fomos até a mesa, conversar com os responsáveis pela arbitragem, essa posição, quando você pressiona só a cabeça, é realmente considerado matê e shido. Seria esse último ponto que o Rafael sofreu. O duro é que tem um guia que mostra uma situação um pouco diferente. Mas ali eles abriram um outro guia, com uma regra mais atualizada, e mostra que é shido. É uma pena, lamentável. Era evidente que o Rafael estava superior na luta. É bastante discutível, mas ele vai manter o foco na disputa por equipes”, disse Marcelo Theotonio, Chefe de Equipe do judô em Paris.


Rafael Macedo volta a lutar neste sábado (03), na disputa por equipes mistas, e ainda pode buscar sua primeira medalha olímpica.


Zebras e surpresas no 90kg 


A categoria até 90kg foi marcada por resultados surpreendentes. Dos oito cabeças de chave, seis foram eliminados antes das quartas-de-final. Nemanja Majdov (SRB), Erlan Sherov (KGZ), Kristhian Toth (HUN), Cristian Parlati (ITA), Davlat Bobonov (UZB) e Mihael Zgank (TUR) não avançaram entre os oito finais. Dos “favoritos”, apenas Lasha Bekauri (GEO), atual campeão olímpico, e Sanshiro Murao (JPN) chegaram às semifinais. Ao fim do dia, Bekauri conquistou o segundo título olímpico e Murao ficou com a medalha de prata.



terça-feira, 30 de julho de 2024

PARIS 2024 - Ketleyn Quadros começa bem, mas para nas oitavas de final do judô


O judô brasileiro teve Ketleyn Quadros (63kg) como representante do meio-médio feminino no quarto dia de disputas dos Jogos Olímpicos Paris 2024. Nesta terça-feira (30), ela estreou com bela vitória na primeira rodada, mas acabou superada nas oitavas pela francesa Clarisse Agbegnenou, campeã olímpica e seis vezes mundial, e deixou mais cedo sua terceira participação olímpica.


“Tenho essa característica de gostar de lutar com esses adversários fortes, porque me prepara para o melhor que eu tenho para dar. Então, estava bem confiante, convicta que sairia da luta com a vitória. Mas, como no judô as coisas se definem no tatame, não tem lamentação. Uma coisa que a gente aprende no judô é levantar e cair e reconhecer quando alguém foi melhor naquele momento. E foi isso que aconteceu”, analisou Ketleyn.


Ela teve uma estreia dominante, vencendo a espanhola Cristina Cabana Perez sem dificuldades, na primeira rodada. Aos 36 segundos de luta, anotou um waza-ari ao projetar a adversária em um bonito sumi-gaeshi e confirmou a vitória logo depois com um novo waza-ari, avançando assim às oitavas de final.


Na luta seguinte, encarou a francesa Clarisse Agbegnenou, atual campeã olímpica e seis vezes campeã mundial. O confronto se estendeu em desvantagem para a brasileira, que somou duas punições no placar. Pendurada e precisando ir para cima, acabou projetada em waza-ari a cinco segundos do fim e despediu-se da competição.


Nas últimas Olimpíadas, Ketleyn foi bronze em Pequim 2008, tornando-se a primeira brasileira com uma medalha olímpica em modalidades individuais, e sétima colocada em Tóquio 2020.


Mas ainda não é o fim. Ela volta a competir neste sábado (03), na disputa por equipes mistas, e ainda pode sair da Arena Champ de Mars com uma medalha olímpica. Agora, o foco total é nisso.


“A parte chata de sair agora é a chateação que é inevitável, mas a parte boa de aprender com isso aqui é que a gente ainda tem mais uma chance de sair com a medalha no peito. Então esse é o foco total, mesmo não sendo a minha categoria, acho que pode ser um fator positivo para o Brasil, levando toda essa velocidade e garra que as meninas talvez não estejam acostumadas. Essa vontade de ‘vamos começar de novo’, que seja agora nas equipes, levando toda essa força, porque acredito muito”, concluiu.


Por: Assessoria de Imprensa da CBJ


PARIS 2024 - Guilherme Schimidt vence uma luta, mas cai nas oitavas de final do judô


O judô brasileiro foi representado por Guilherme Schimidt (81kg), no maculino, no quarto dia de competições dos Jogos Olímpicos Paris 2024. Nesta terça-feira (30), ele estreou bem com vitória dominante, mas acabou superado nas oitavas de final e deixou o tatame mais cedo. Ele ainda volta a lutar neste sábado (03), na competição por equipes mistas, e pode sair da França com uma medalha olímpica no peito.


“Foi um pouco abaixo do que eu esperava, claro. A gente não vem na competição para perder e ser parado nas oitavas é amargo. Perdi para um adversário que eu nunca tinha perdido, venci ele duas outras vezes, e os outros adversários ao decorrer da chave eu já tinha vencido também. Mas no judô não tem favorito, na competição você está aberto a ganhar e a perder, e hoje infelizmente meu adversário teve uma tática melhor que a minha e conseguiu me vencer. Satisfeito eu não estou, mas vou levantar a cabeça e seguir em frente”, disse Guilherme.


Ele pegou bye na primeira rodada e estreou dominante contra Edi Sherifovski, da Macedônia do Norte, na segunda rodada, conseguindo um waza-ari com um minuto e meio de luta. A vitória foi confirmada pouco tempo depois, com uma bela chave-de-braço, uma de suas características mais fortes.


Nas oitavas, o brasileiro reencontrou Antonio Esposito, da Itália, a quem havia vencido na disputa de bronze do Grand Slam de Antalya, em março deste ano. Mas, desta vez, o italiano levou a melhor. No início do golden score, Esposito conseguiu um waza-ari e encerrou a participação de Schimidt nas disputas desta terça.


“Claro que vou ficar triste, mas tenho que estar com a autoestima boa, porque com um clima harmônico um puxa o outro. Não posso andar aí derrotado, para baixo, ainda mais com a competição por equipes mistas, que vai ser um fato inédito se a gente sair com a medalha no último dia. Vou me manter positivo e tentar assistir a competição do 90kg amanhã, que são os adversários na competição por equipe; dar força aos atletas que ainda vão competir pra gente chegar na equipe afiados. Para quem perdeu, conquistar essa medalha do time Brasil”, concluiu.


Por: Assessoria de Imprensa da CBJ


segunda-feira, 29 de julho de 2024

PARIS 2024 - Rafaela Silva chega perto do bronze, mas fica em quinto lugar no terceiro dia de judô nos Jogos Olímpicos


O judô brasileiro chegou muito perto de conseguir sua terceira medalha nos Jogos Olímpicos Paris 2024. Nesta segunda-feira (29), Rafaela Silva (57kg) avançou na chave até a disputa de bronze do peso leve feminino, mas acabou superada pela japonesa Haruka Funakubo nas punições. Ela ainda volta a competir na Arena Champ de Mars no próximo sábado (03), na competição por equipes mistas.


“Dói sempre, né. Ainda mais uma derrota que acabou tirando minha medalha hoje. Com certeza vai doer bastante, quando é no detalhe assim. Eu não sei o que é mais difícil, você chegar e tomar um ippon e não ter condições de avaliar a luta ou perder da maneira que foi”, lamentou Rafa.


Nas eliminatórias, Rafaela foi irretocável. Estreou com vitória segura com chave de braço na judoca do Turcomenistão, Maysa Pardayeva, e já avançou às quartas-de-final, onde encarou Eteri Liparteliani, da Geórgia. No primeiro minuto, Rafa conseguiu encaixar uma técnica de quadril e pernas, projetando Liparteliani lateralmente ao solo. 


O waza-ari fez a adversária ir para cima e, em uma posição dividida em que as duas se “abraçaram”, Rafaela pesou e fez um gancho com a perna esquerda, derrubando Liparteliani novamente ao chão. Segundo waza-ari e vaga na semifinal dos Jogos Olímpicos Paris 2024. 


Para chegar à sua segunda final olímpica consecutiva, Rafaela tinha que enfrentar a atual campeã do mundo, Mimi Huh, que vinha sendo uma pedra em seu caminho neste ciclo. Era uma das poucas atletas do Top 20 mundial que ainda não havia vencido. No histórico, foram quatro lutas e quatro vitórias para a sul-coreana. 


Sabendo que poderia cruzar com ela numa semifinal, Rafaela direcionou muito do seu treinamento tático para conseguir encontrar o caminho da vitória inédita, mas Huh levou a melhor novamente, ao imobilizar a brasileira por dez segundos no golden score e anotar um waza-ari no placar.


“Eu sabia que encontraria ela em uma possível semifinal aqui. Ela é uma atleta bem difícil, tenho dificuldade de lutar com ela. No início da luta, até pensei que tinha sido osaekomi meu (imobilização), vou precisar rever porque não consegui ver o lance ainda. E logo na primeira entrada que dei, desequilibrei e caí no chão”, analisou.


Na decisão do bronze, Rafaela reencontrou a japonesa Haruka Funakubo, que havia vencido na final do Mundial de 2022, quando tornou-se campeã do mundo pela segunda vez. Mas, em Paris, o cenário foi diferente e a japonesa levou a melhor.


A luta seguiu intensa até os cinco minutos de golden score, com duas punições para cada, até a arbitragem acusar head-dive, ou “mergulho de cabeça”, de Rafaela, resultando em sua desclassificação.


No judô, quando um atleta apoia a cabeça no tatame para se defender ou projetar o adversário, recebe hansoku-make (desclassificação) direto. A regra tem como justificativa proteger a integridade física deles.


“Essa regra é para de fato proteger os atletas. Eles falam que, quando tem um apoio de cabeça, correndo o risco de machucar a cervical ou algo do tipo, é mais uma proteção. Eu preciso avaliar e assistir, não senti que encostei a cabeça, mas é a regra. A gente precisa aprender a lidar e infelizmente não foi ao meu favor hoje. Eu senti que eu estava crescendo na luta, sabia que ela queria luta no solo, consegui fazer algumas defesas, mas acabei sendo penalizada ali no finalzinho e volto pra casa sem a medalha no dia de hoje”, concluiu.


Por: Assessoria de Imprensa da CBJ


PARIS 2024 - Daniel Cargnin cai para kosovar na primeira rodada e não avança na chave do peso leve masculino


O judoca brasileiro Daniel Cargnin (73kg) encerrou sua segunda participação olímpica sem medalha. Nesta segunda-feira (29), ele foi superado pelo kosovar Akil Gjakova, na primeira rodada, com dois waza-ari, e despediu-se mais cedo da competição.


“Acho que não consegui fazer meu judô. O atleta do Kosovo faz muita força, é um dos poucos no cenário que eu não tinha vencido ainda. Foi um lance meio confuso, ali de dentro é difícil de pensar, mas tem que tentar estar melhor para não dar dúvida. Então é treinar mais, me dedicar um pouco mais”, disse Daniel.


Cargnin foi medalhista de bronze em Tóquio 2020, nos 66kg, e, neste ciclo olímpico, subiu de categoria e classificou-se para Paris no 73kg. Categoria esta que é fundamental na competição por equipes mistas, onde ele ainda poderá lutar pela segunda medalha olímpica da carreira, neste sábado (03), na Arena Champ de Mars.


“É uma tristeza, mas eu falei com a minha família ontem que eu sempre vou dar tudo de mim. Fico chateado, mas não abaixo a cabeça. Acho que hoje é um dia para eu refletir, não pensar muito na equipe, porque sei das minhas expectativas, que eram bem altas. Agora é tentar colocar a cabeça no lugar”, concluiu.


Por: Assessoria de Imprensa da CBJ


domingo, 28 de julho de 2024

PARIS 2024 - Larissa Pimenta fatura bronze para o judô brasileiro nos Jogos Olímpicos


O judô brasileiro teve um dia movimentado nos Jogos Olímpicos Paris 2024. Neste domingo (28), logo após Willian Lima conquistar a prata, Larissa Pimenta venceu a campeã mundial Odette Giuffrida, da Itália, na disputa de bronze do 52kg, para carimbar a segunda medalha do Brasil na competição. Esse foi o 26º triunfo olímpico do judô brasileiro na história e o primeiro do meio-leve feminino.


“Hoje foi um dia muito especial para mim. Desde a primeira luta, já sentia que estava diferente. Não entendia como, nem por que, mas me sentia assim. Durante a preparação, minha melhor estratégia foi viver um dia de cada vez e, desde a primeira luta, não pensava em nada e só dizia para mim mesma que merecia. Consegui. Ainda não acredito, mas consegui”, disse Larissa.


Larissa estreou com vitória segura por ippon ao finalizar Djamila Silva, de Cabo Verde, com uma chave de braço. Nas oitavas-de-final, a brasileira dominou a britânica Chelsea Giles com uma pegada forte na manga direita da adversária e defendeu-se bem no chão, ponto forte de Giles. A luta estendeu-se até o golden score, com Pimenta em vantagem nas punições depois de forçar duas à adversária. Na berlinda, a britânica precisou abrir o jogo, mas Larissa mostrou que estava confiando nas suas técnicas e encaixou uma projeção, marcando o waza-ari que a levou às quartas-de-final. 


Nessa fase, Larissa encarou a heroína local, Amandine Buchard, da França, que veio motivada pela eletrizante torcida francesa que lotou a Arena Champ de Mars. Pimenta não se intimidou e lutou de igual para igual, sendo melhor que Buchard em alguns momentos. Até que, ao entrar uma técnica, ficou ajoelhada ao chão e a francesa buscou uma transição puxando Larissa pela faixa até encaixar a imobilização de 10 segundos. Waza-ari e semifinal para Buchard. 


Na repescagem, Larissa Pimenta enfrentou a alemã Mascha Ballhauss, que tem como treinadora a também brasileira, Érika Miranda, contemporânea de seleção da treinadora de Larissa em Paris, a campeã olímpica Sarah Menezes. Um duelo, portanto, cheio de nuances e de história do judô brasileiro. 


No retrospecto desse ano, Larissa leva a pior, com duas derrotas para Ballhauss. Mas, em Paris, a vitória veio na hora certa. Pimenta buscou uma projeção, derrubou a alemã e a finalizou com um estrangulamento, fazendo-a desistir do combate. Vitória comemorada pela brasileira que, pela primeira vez, chegou à disputa de medalha olímpica depois de uma participação frustrante em Tóquio, onde caiu para a japonesa Uta Abe. Em Paris, Abe sofreu uma derrota chocante para a uzbeque Diyora Keldyorova, na primeira rodada e sequer chegou às medalhas. 


Na disputa de bronze, Larissa pegou outra adversária contra quem o retrospecto também não ajudava. A atual campeã mundial e duas vezes medalhista olímpica Odette Giufrida, da Itália. A luta seguiu até o golden score, com as duas empatadas em duas punições, até a italiana ser punida pela terceira vez por falta de combatividade.


Vitória e medalha de bronze para Larissa Pimenta.


“Eu não entendi a situação, então simplesmente agachei e não sabia se era verdade. Acho que faltou oxigênio na minha cabeça e comecei a ver tudo branco (risos). Mas sentia no meu coração que merecia”.


Por: Assessoria de Imprensa da CBJ


PARIS 2024 - Willian Lima é prata nos Jogos Olímpicos e conquista a primeira medalha do Brasil na França


A primeira medalha do Brasil em Paris 2024 foi do judô e de Willian Lima! Neste domingo (28), o paulista de 24 anos, natural de Mogi das Cruzes, carimbou a prata do meio-leve masculino (66kg) após só parar no japonês Hifumi Abe, na grande decisão. Essa foi a 25ª medalha do judô em Jogos Olímpicos e a primeira de Willian, que é estreante na competição.

“Não vai cair a ficha tão cedo. Acho que essa é uma daquelas coisas que você batalha a vida toda para conquistar. Não tenho palavras para explicar, estou feliz, mas ao mesmo tempo fica um traço de tristeza pela prata. É muito duro perder uma final, ainda sabendo que você tinha condições. Mas fico feliz porque falei que ia chegar aqui e conquistar uma medalha, sair do pódio e colocar no pescoço do meu filho”, comemorou Willian.


E a cena aconteceu. Após receber a medalha de prata no pódio, Willian logo correu para colocá-la no pescoço do pequeno Dom, de 10 meses.


“Ele foi planejado para estar aqui nos Jogos Olímpicos. Acho que todo atleta de alto rendimento fica um pouco receoso em ter filho, porque viajamos mais da metade do ano. Mas acabou virando uma chave na minha cabeça quando vi um dos meus ídolos do judô entregando a medalha para o filho quando saiu do pódio. Quando vi, no mesmo momento, quis meu filho acompanhando a minha trajetória. Ele é meu amuletinho e me motiva muito. Da primeira a última luta, eu consegui pensar nisso, em colocar essa medalha no pescoço dele”, disse.


A trajetória até a medalha


Willian estreou em Paris com uma bela vitória sobre Sardor Nurillaev, do Uzbequistão, projetando o adversário a seis segundos do final do combate. Com o waza-ari, avançou às oitavas-de-final, onde superou Serdar Rahimov, do Turcomenistão, nas punições (3-0). 


Nas quartas, encarou o judoca da Mongólia, Bashkuu Yondonpenrelei, e manteve o bom rendimento. Atacou com técnicas de pernas, impondo volume, e defendeu-se dos fortes ataques do mongol no chão. A luta foi tão intensa que o brasileiro chegou a perder uma de suas lentes de contato. Mas, mostrou habilidade até nisso, e conseguiu recolocar a lente no olho, seguindo no combate. 


O mongol já demonstrava certo desgaste físico e precisou parar a luta para receber atendimento médico para conter um sangramento no rosto. Era o que o brasileiro precisava para recuperar a concentração e, logo no retorno, abraçou e projetou Yondonpenrelei de costas ao chão. Waza-ari e semifinal para Willian Lima. 


Na penúltima luta do dia, o brasileiro enfrentou o cazaque Gusman Kyrgysbayev e foi para cima. Enfileirou técnicas e forçou duas punições ao adversário. Kyrgysbayev precisou responder, mas não teve sucesso. Na ânsia de forçar o terceiro shido, Willian acabou sendo punido por falsas entradas e a luta foi para o golden score com o placar cheio de punições. O cazaque continuou contra a parede com bons ataques de Willian, que encaixou uma projeção perfeita e garantiu-se na final olímpica no melhor estilo. Ipponzaço. 


Na grande final, Willian encarou o japonês Hifumi Abe, campeão olímpico em Tóquio 2020. O brasileiro conseguiu encaixar algumas entradas, mas Abe levou a melhor na efetividade e o projetou em dois waza-ari, marcando o ippon e ganhando a luta.


A medalha histórica de Willian Lima é a 25ª do judô brasileiro em Jogos Olímpicos. Ele também protagonizou a primeira final masculina com brasileiros desde Sydney 2000, quando Tiago Camilo e Carlos Honorato também conquistaram a prata.


Por: Assessoria de Imprensa da CBJ


PARIS 2024 - Michel Augusto luta bem com japonês, mas vitória escapa nas punições


O caçula da equipe brasileira de judô em Paris 2024, Michel Augusto, de 19 anos, estreou nos Jogos Olímpicos neste sábado, 27, e deixou uma boa impressão. Estreou com vitória por waza-ari sobre Sebastian Sancho, da Costa Rica, na primeira rodada e, apesar de cair nas oitavas-de-final, Michelzinho foi agressivo e chegou muito perto de vencer o japonês Ryuju Nagayama. 


A luta começou muito estudada, com os dois judocas buscando a melhor pegada. Michel foi o primeiro a arriscar ataques e assustou o adversário. A arbitragem puniu ambos por “esconder a manga” e a luta seguiu empatada até o golden score. 


O brasileiro continuou atacando, mas sua mão escapou da pegada em uma entrada, o que rendeu a segunda punição, por “falso ataque”, ao brasileiro. Nagayama tentou responder, mas Michel defendeu-se bem. O japonês entrou novamente e ficou exposto. Nesse momento, Michel tentou aproveitar para fazer uma pegada na cintura puxando o japonês pela faixa pelas costas e a arbitragem entendeu que ele pegou na “saia” do judogi do japonês, o que gerou o terceiro shido a Michel. Era o fim da linha para ele. 


“A gente fica um pouco triste, né? Vim me preparando muito, sacrificando muitas coisas. Na luta, dei meu melhor, fui até o final. Sabia que ia ser bem difícil, mas esperava ter ganhado. Agora, vou fazer mais treinamentos estratégicos para não cometer mais esses erros, que são detalhes que fazem a diferença”, lamentou Michel. 


Pela boa apresentação contra um dos melhores judocas do mundo, ficou a sensação de que o sonho não está tão distante. Aos 19 anos, ainda júnior, Michelzinho encarou uma estreia olímpica com muita personalidade e saiu de Paris maior do que quando entrou. 


“A competição em si foi como todas as outras, mas o sentimento de subir no degrau do tatame olímpico, com certeza, é diferente. Na primeira luta, senti que estava um pouco travado e fiz muita força, não estava conseguindo colocar técnica, acho que pela tensão. Mas, acabei aquecendo na competição. Dei meu melhor em todos os treinamentos e creio que ainda vou conquistar minha medalha olímpica”, projetou. 


Por: Assessoria de Imprensa da CBJ


PARIS 2024 - Em sua primeira participação olímpica, Natasha Ferreira para em tricampeã mundial na primeira rodada de Paris 2024


A judoca brasileira Natasha Ferreira, de 25 anos, fez sua estreia em Jogos Olímpicos neste sábado, 27, abrindo a participação do Brasil em Paris 2024. O sorteio das chaves colocou Natsumi Tsunoda, atual tricampeã mundial e uma das favoritas da categoria Ligeiro feminina (48kg), no caminho de Natasha logo na primeira rodada. A brasileira acabou sofrendo o ippon e despediu-se  mais cedo da competição. 


“Para mim é a realização de um sonho estar lutando, mas infelizmente não consegui concretizar o maior que era a medalha. Isso são Jogos Olímpicos. Não estamos aqui para pegar luta fácil. Então, independentemente de quem viesse, eu sabia que estava bem treinada e, quem quer medalha, tem que ganhar de todo mundo”, avaliou Natasha. 


Ela já havia enfrentado a japonesa neste ano, no Grand Slam de Antalya, onde perdeu com um waza-ari e no somatório de punições. Sabia que o desafio seria grande, mas entrou no tatame confiando em sua estratégia de luta. 


Mas, Tsunoda se impôs e conseguiu um waza-ari projetando a brasileira com sua técnica mais eficiente, um tomoe nage ajustado que jogou a brasileira lateralmente ao chão. Em seguida, encaixou a chave-de-braço e fez Natasha bater, finalizando a luta em menos de um minuto de combate.


A brasileira deixou o tatame com semblante abatido pela derrota, mas manteve-se firme nas entrevistas, e motivou-se para voltar ao palco olímpico no futuro. 


“Essa é só mais uma competição, lógico que são os Jogos Olímpicos, mas ainda tenho muita estrada pela frente e vou batalhar para estar em Los Angeles e conquistar minha medalha. Isso aqui não foi um desperdício. Isso aqui é uma Olimpíada. Então, só de estar aqui é a concretização de muitos sonhos. É triste, mas tenho certeza que não é o fim”, concluiu. 


Por: Assessoria de Imprensa da CBJ



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