“Dói sempre, né. Ainda mais uma derrota que acabou tirando minha medalha hoje. Com certeza vai doer bastante, quando é no detalhe assim. Eu não sei o que é mais difícil, você chegar e tomar um ippon e não ter condições de avaliar a luta ou perder da maneira que foi”, lamentou Rafa.
Nas eliminatórias, Rafaela foi irretocável. Estreou com vitória segura com chave de braço na judoca do Turcomenistão, Maysa Pardayeva, e já avançou às quartas-de-final, onde encarou Eteri Liparteliani, da Geórgia. No primeiro minuto, Rafa conseguiu encaixar uma técnica de quadril e pernas, projetando Liparteliani lateralmente ao solo.
O waza-ari fez a adversária ir para cima e, em uma posição dividida em que as duas se “abraçaram”, Rafaela pesou e fez um gancho com a perna esquerda, derrubando Liparteliani novamente ao chão. Segundo waza-ari e vaga na semifinal dos Jogos Olímpicos Paris 2024.
Para chegar à sua segunda final olímpica consecutiva, Rafaela tinha que enfrentar a atual campeã do mundo, Mimi Huh, que vinha sendo uma pedra em seu caminho neste ciclo. Era uma das poucas atletas do Top 20 mundial que ainda não havia vencido. No histórico, foram quatro lutas e quatro vitórias para a sul-coreana.
Sabendo que poderia cruzar com ela numa semifinal, Rafaela direcionou muito do seu treinamento tático para conseguir encontrar o caminho da vitória inédita, mas Huh levou a melhor novamente, ao imobilizar a brasileira por dez segundos no golden score e anotar um waza-ari no placar.
“Eu sabia que encontraria ela em uma possível semifinal aqui. Ela é uma atleta bem difícil, tenho dificuldade de lutar com ela. No início da luta, até pensei que tinha sido osaekomi meu (imobilização), vou precisar rever porque não consegui ver o lance ainda. E logo na primeira entrada que dei, desequilibrei e caí no chão”, analisou.
Na decisão do bronze, Rafaela reencontrou a japonesa Haruka Funakubo, que havia vencido na final do Mundial de 2022, quando tornou-se campeã do mundo pela segunda vez. Mas, em Paris, o cenário foi diferente e a japonesa levou a melhor.
A luta seguiu intensa até os cinco minutos de golden score, com duas punições para cada, até a arbitragem acusar head-dive, ou “mergulho de cabeça”, de Rafaela, resultando em sua desclassificação.
No judô, quando um atleta apoia a cabeça no tatame para se defender ou projetar o adversário, recebe hansoku-make (desclassificação) direto. A regra tem como justificativa proteger a integridade física deles.
“Essa regra é para de fato proteger os atletas. Eles falam que, quando tem um apoio de cabeça, correndo o risco de machucar a cervical ou algo do tipo, é mais uma proteção. Eu preciso avaliar e assistir, não senti que encostei a cabeça, mas é a regra. A gente precisa aprender a lidar e infelizmente não foi ao meu favor hoje. Eu senti que eu estava crescendo na luta, sabia que ela queria luta no solo, consegui fazer algumas defesas, mas acabei sendo penalizada ali no finalzinho e volto pra casa sem a medalha no dia de hoje”, concluiu.
Por: Assessoria de Imprensa da CBJ
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