sábado, 20 de fevereiro de 2021

FIJ: O privilégio do acaso

 
Majlinda Kelmendi (KOS)

Estar no lugar certo na hora certa é uma arte e tem muito a ver com experiência, mas muitas vezes é fruto do acaso. Essa fortuna nos oferece oportunidades históricas de sermos testemunhas diretas de feitos memoráveis ​​que marcam a passagem da humanidade pela história.

Teddy Riner (FRA)

Tivemos a sorte de ver Teddy Riner ganhar seu décimo título mundial e também testemunhamos sua primeira derrota em alguns anos.

Vimos ao vivo o prodigioso primeiro título olímpico da história de uma jovem nação, Kosovo, conquistado por Majlinda Kelmendi. As mesmas mãos, cinco anos depois, em Tel Aviv, pousaram no tatame após um vôo sinônimo de derrota por ippon. Kelmendi não perdeu muitas lutas em sua carreira brilhante, nem concedeu muitos ippons. Em Tel Aviv, o britânico Chelsie Giles nos deu um desses momentos especiais.

A fortuna nos fez admirar Lukas Krpaleck conquistando um título olímpico de -100kg e um título mundial na categoria peso pesado um ano depois e estávamos lá para ver isso.

Também vimos Saeid Mollaei escrever a história ao colocar os pés em Israel e depois ao chegar à final, onde foi derrotado por Sharofiddin Boltaboev; o mesmo Boltaboev que despachou o ippon mais rápido da história do judô há dois anos, em Tashkent. Nós estávamos lá.

Tivemos a sorte de estar em Tel Aviv e ver as lágrimas de emoção de muitos israelenses que não acreditavam muito que Mollaei era apenas mais um homem, competindo naturalmente, como era de se esperar. “Isso me lembra a visita do presidente egípcio Sadat em 1977”, confessa um dos organizadores, de passagem, com a voz embargada. O acaso nos permitiu observar as entrevistas que Mollaei deu à mídia israelense.

Lukas Krpaleck (CZE)

A fortuna nos autorizou a ouvir o hino israelense em Abu Dhabi quando Sagi Muki recebeu sua medalha de ouro em uma terra outrora proibida.

A fortuna nos permitiu testemunhar tudo isso e muitos mais episódios que, como diz Marius Vizer, “contribuem modestamente para a construção de um mundo melhor, através dos valores do judô”.

Esse acaso se torna um privilégio quando acontecem coisas desse tipo, detalhes que fazem o mundo não ser mais o mesmo e que nos permitem ver sua evolução com nossos próprios olhos.

Fotografias de Gabriela Sabau Por: Pedro Lasuen - Federação Internacional de Judô


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