Pela primeira vez, um atleta formado no Instituto Reação, fundado há 8 anos no Rio de Janeiro, tem chances concretas de conquistar uma medalha em uma Olimpíada. Às vésperas de embarcar para Londres, a judoca Rafaela Silva voltou à ONG para uma semana de treinos com a Seleção Brasileira na unidade da Rocinha. Não podia se sentir mais em casa antes de sua estréia na maior competição do esporte.
"É muito bom poder vir com meus companheiros de Seleção de judô para cá. Estou treinando em casa", disse a judoca de apenas 20 anos que já levou a medalha de prata no Mundial do ano passado, em Paris, na categoria até 57 kg. "Estou tentando não me cobrar muito e aqui me sinto bem confortável para treinar com tranquilidade."
Rafaela é o orgulho do idealizador do projeto, o ex-judoca Flávio Canto. Ele fez questão de comandar o último treino da equipe completa - até sexta apenas as mulheres permanecem na Rocinha. "É uma tremenda honra ter todo mundo aqui. De certa forma, todos eles fazem parte do projeto porque são como uma segunda família para mim", afirmou o agora apresentador de TV.
Nesta quarta-feira, os judocas foram presenteados pelas crianças do projeto social com medalhas e cartazes de incentivo. "Foi uma ótima oportunidade trazer para perto deles os seus ídolos. Ter boas referências é fundamental para que todo mundo possa seguir num caminho bom", explicou Flávio.
Coincidência ou não, Rafaela recebeu uma medalha de ouro simbólica das crianças do projeto - havia exemplares dos três tipos: ouro, prata e bronze. "Foi muito legal, eles foram bonzinhos comigo. Espero poder repetir a medalha em Londres. Vou para lá confiante depois dos últimos resultados", disse a judoca.
Por: Giuliander Carpes - Terra Esporte
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