terça-feira, 3 de outubro de 2023

Conquista Extraordinária: A Jornada da Primeira Kodansha Feminina em Campinas

Sensei Priscila ladeada pelo Presidente da CBJ Silvio Acácio Borges e pelo membro do Conselho de Graduação Icracir Rosa

Uma 'sensei' de Campinas conquistou uma graduação inédita no judô da região neste segundo semestre. Com 16 anos, ela já era faixa preta. E hoje, prestes a completar 46, a treinadora da Associação Campineira de Judô tem uma história vitoriosa para contar.

Em uma cerimônia realizada no último dia 17 de agosto na Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Priscila se tornou a primeira mulher da Região Metropolitana de Campinas a obter o título de Kodansha. Trata-se do sexto nível de graduação dentro da faixa preta e é alcançado somente por praticantes que já demonstram uma alta capacidade técnica e comprovam eficiência no ensino e pesquisa dentro da modalidade.

“A faixa preta não é o último estágio do judô”, explica Priscila. “Dentro dela há graduações chamadas de dans. A partir do sexto dan, a faixa se torna vermelha e branca, e o atleta recebe o título de Kodansha”, esclarece. Para ela, a conquista coroa uma trajetória de dedicação ao esporte e impõe um nível maior de responsabilidade. “Me sinto retribuindo às pessoas que apostaram em mim e fazem parte da minha vida”, afirma.

Neste 2023, Priscila completa 30 anos de faixa preta. Durante esse tempo, ela permaneceu os últimos 13 dentro da quinta graduação antes de consolidar o avanço para a faixa vermelha e branca. Agora, ela foca em alcançar níveis ainda mais elevados. O décimo dan é o estágio mais alto do judô, e uma das condições para alcançá-lo é ter, no mínimo, 69 anos de idade. Nesse ponto, a faixa é vermelha.

TRAJETÓRIA

Ao assistir jovens competindo, a campineira Priscila não pode evitar as lembranças da história que escreveu, cujo início foi aos 8 anos de idade, quando ela começou a dar os primeiros passos na modalidade. “Eu era uma criança muito tímida, e o judô entrou como uma diversão”, lembra. “O tempo passou e a brincadeira virou coisa séria.”

Como atleta e treinadora, ela representou o Clube Concórdia, e as medalhas foram se acumulando em competições regionais, estaduais, nacionais e internacionais. Foi uma época em que poucas mulheres faziam parte do universo do judô. “Hoje, a representação feminina é bem maior, mas ainda estamos muito longe da igualdade”, afirma. Também foi um período com maiores restrições para alcançar uma vaga olímpica. “Não havia o nível de organização que a CBJ atingiu nos dias atuais”, compara ela, que já participou de seletivas, mas nunca disputou os Jogos.

Os títulos, no entanto, Priscila enxerga como elementos coadjuvantes dentro de sua história. O que fica marcado em sua jornada, afirma, é o aprendizado proporcionado pelo judô. “Só peço condições para continuar praticando, ensinando e educando as crianças a se tornarem seres humanos de bem.”

Com informações do Correio Popular


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