terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Judô despede-se de Shigueto Yamasaki, árbitro brasileiro em quatro Jogos Olímpicos

O judô brasileiro está de luto. Faleceu, na manhã desta terça-feira, 19, em São Paulo, o professor e árbitro de judô Shigueto Yamasaki, aos 88 anos. Ele foi uma das maiores referências da arbitragem brasileira, tendo arbitrado em quatro edições de Jogos Olímpicos e diversos Campeonatos Mundiais. A informação foi confirmada por seu filho e ex-atleta da seleção brasileira de judô, Shigueto Yamasaki Júnior. 

“Meu pai fez sua última luta hoje. Descanse em paz agora nos braços de Deus. Obrigado pelas suas orações”, disse.  

As informações sobre velório e sepultamento ainda não foram divulgadas. 

A CBJ e a família do judô brasileiro se solidarizam aos familiares e amigos do sensei Shigueto Yamasaki neste momento de despedida.  

Shigueto Yamasaki - 12 finais olímpicas e enorme legado para o Judô brasileiro  

Filho de imigrantes japoneses, Shigueto Yamasaki nasceu em 12 de junho de 1932 e iniciou no judô ainda criança, em Tremembé, com o professor japonês Matsuoka. Foi aluno do Sensei Katsumata, em São Paulo, em 1940, e em seguida ingressou na Budokan com o lendário Sensei Ryuzo Ogawa, onde formava um time de peso ao lado de grandes nomes do judô brasileiro, como Massao Shinohara, Tadao Nagai, Torasuke Ono, Fukui Nakano, Augusto Cordeiro, Yamamoto, Karachi, entre outros.  

Fundou sua academia em 1957, formando judocas de destaque nos cenários nacional e internacional. Entre eles, seu filho Shigueto Yamasaki Júnior, que representou o Brasil nos Jogos Olímpicos de Barcelona 1992 e foi campeão nos 60kg nos Jogos Pan-Americanos de Havana, em 1991.  

Mas, sua grande carreira foi como árbitro, sendo considerado um dos maiores árbitros de judô de todos os tempos. Ao todo, arbitrou, nada menos ,do que 12 finais olímpicas e algumas lutas históricas, como a final, em Montreal entre o russo Vladimir Nevzorov e o japonês Koji Kuramoto, e ainda a final do absoluto entre Haruki Uemura, do Japão, e o inglês Keith Remfry, com vitória do primeiro que, atualmente, é o presidente do Instituto Kodokan, do Japão.  

Montreal 1976 foi a estreia do sensei Yamasaki em Jogos Olímpicos e ele foi eleito o melhor árbitro do evento, tendo atuado em cinco finais. Arbitrou ainda em Moscou 1980(3 finais), Los Angeles 1984(três finais) e Seul 1988(uma final).  

Como todo bom mestre, repassou seus conhecimentos aos seus alunos contribuindo para que toda uma geração de árbitros brasileiros chegassem ao quadro de arbitragem da Federação Internacional de Judô. Entre eles, presidente da CBJ, Silvio Acácio Borges, e o também árbitro olímpico Edison Minakawa (Londres 2012 e Rio 2016), hoje, coordenador nacional de arbitragem da CBJ. 

Em 2020, Shigueto Yamasaki foi um dos homenageados pela CBJ no Webinar - Desafios da Arbitragem. Essa foi sua última participação em eventos oficiais da entidade.  

Fontes Bibliográficas:

Stanley Virgílio. Personagens e histórias do judô brasileiro. Editora Átomo, 2002. Campinas, São Paulo.
Chuno Mesquita. Judô... Da Reflexão à Competição. Caminho Suave. Editora Galenus, 2014. Rio de Janeiro, RJ.  

Por: Assessora de Imprensa da CBJ


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