O Boletim OSOTOGARI tem como missão informar tudo o que acontece com o judô, dentro de suas possibilidades. Seja através de replicações de notícias, notícias solo, coberturas fotográficas e de vídeo e tudo mais que possa levar informações úteis para judocas e simpatizantes da modalidade.
No isolamento social muito se fez para que os judocas se mantivessem ativos, uma missão muito difícil para os professores, mas todos, certamente todos os professores trabalharam nesse sentido durante o isolamento.
As aulas presenciais estão retornando timidamente, respeitando-se todos os protocolos de saúde que a atual situação exige. Acreditamos em mais um ano para que as atividades comecem a voltar definitivamente ao normal, com a vacinação praticamente imunizando todos nesse prazo. Temos que ter paciência. O importante é que agora temos soluções diversas frente às incertezas que enfrentamos no começo de 2020.
Com esse retorno gradativo, sem previsões de salas de aula cheias, uma crise financeira ainda perturbando o sono de muitos (e bota muitos nisso), resolvemos apresentar alternativas existentes e que são pouco comentadas em nosso meio para que os alunos retornem e novos alunos comecem a ter aulas de judô.
Analisamos o judô como um mercado que ofereça aos alunos e também aos professores opções de custo benefício em detrimento dos anseios de cada um. Vamos mostrar duas frentes de atuação que ocorrem normalmente no meio da modalidade: O judô informal e o judô formal. E mostraremos também o caçulinha e polêmico “judô escolar”.
Judô Informal
Em cidades maiores é comum a oferta de aulas de judô para crianças como curso extra curricular em escolas particulares. Em cidades menores é mais comum academias particulares e também clubes que oferecem o judô. Um bom mercado para professores de judô.
Projetos Sociais também têm grande procura, onde as crianças tem a iniciação e primeiras experiências com o judô. Alguns professores montam projetos através de leis de incentivos, em âmbito estadual e federal, mas existem professores que trabalham voluntariamente em projetos sociais.
Dentro deste mundo do judô informal, as crianças começam a ter os primeiros contatos com torneios e festivais para que ela inicie o lado competitivo, muitas vezes de forma lúdica, apenas para conhecer esse caminho do judô, dentre muitos que existe.
Para o judoca, o custo normalmente se resume a compra do judogui e, quando não for projeto social, ao pagamento de uma mensalidade que ajuda nas despesas da academia.
Há as promoções de faixas, porém, por ser informal, sua graduação não é oficial, ou seja não tem um registro que comprove sua graduação.
Isso também não quer dizer que o professor que esteja ministrando as aulas não seja capacitado. Apenas as circunstâncias deixam as aulas na condição informal.
Quer começar a treinar judô? Procure a Secretaria de Esportes de sua cidade para saber onde há escolas de judô ou projetos sociais da modalidade.
Judô Formal/Oficial
Conforme as crianças vão evoluindo no aprendizado do judô, alguns começam a procurar competições oficiais e oficialização das graduações de faixas. Para isso existem em âmbito estadual as federações e ligas, responsáveis pelo cumprimento de regulamentações governamentais que oficializam a modalidade.
E com o advento da Lei Pelé, o ordenamento esportivo brasileiro começou a se diversificar, permitindo mais de uma instituição regulamentadora por modalidade esportiva. Ou seja, permitiu-se a criação de diversas ligas, federações e confederações por modalidade. Há aspectos positivos em algumas situações e em outras, nem tanto, mas não entraremos no mérito dessa questão neste momento.
Para exemplificar, vamos nos atentar às federações estaduais vinculadas à Confederação Brasileira de Judô (CBJ), entidade com mais de 50 anos e às ligas estaduais vinculadas à Liga Nacional de Judô (LNJ), com mais de 20 anos.
Federações e Ligas estaduais possuem seus protocolos de formação de faixas pretas através de cursos preparatórios e os exames. São responsáveis também pela organização e realização de campeonatos e seletivas de âmbitos regionais e estaduais, encaminhando os classificados para os campeonatos nacionais, por exemplo. Ambas possuem uma tabela de custas anuais para manter o judoca filiado e apto para participar dessas competições e cursos de formação. Nossa sugestão para os judocas que seguirão os caminhos das competições e também das graduações oficiais é que procurem conhecer a Liga e a Federação do seu estado, sua tabela de custas e seu estatuto, para escolher qual vertente seguirá.
Judô Escolar
Em fase embrionária, com alguns projetos sendo aplicados em escolas, mas com grande expectativa e potencial de crescimento depois que o governo japonês em acordo com o governo brasileiro começou a investir e divulgar o projeto “Judô nas Escolas”, poderá gerar empregos para professores de educação física que são professores de judô nas escolas da rede de ensino municipal e estadual e também na rede particular com a implantação do judô escolar na grade de matérias das escolas. Para isso, vários grupos de professores de judô brasileiros passaram temporadas no Japão, em média de três meses cada temporada, convidados pelo governo japonês para conhecerem como funciona o judô nas escolas no País do Sol Nascente.
Na escola, os alunos participarão desta forma de aprendizado do judô porém o enfoque nos primeiros anos não será a competição, mas sim a formação da base do judoca. Num primeiro momento o aluno não precisará de vínculo com nenhuma entidade oficial que regulamenta o judô competitivo.
Mas o judoca quando atingir idade de 15 anos, até os 17 anos, poderá participar das seletivas regionais, estaduais e nacionais dos Jogos da Juventude, um evento multiesportivo organizado e realizado pelo COB desde 2000, que reúnem mais de 4.500 jovens atletas, oriundos de escolas públicas e privadas de todo o país e que tem o judô como uma das modalidades em disputa.
A única imposição para assegurarem sua presença no evento, os atletas devem estar matriculados em instituições de ensino e participar das seletivas classificatórias organizadas pelas 27 unidades federativas (26 Estados e o Distrito Federal), que contemplam mais de 2 milhões de jovens, de 40.000 escolas e 3.950 cidades brasileiras.
O Sol nasce para todos!
Com as apresentações das várias formas de se praticar o judô, e as frentes de trabalho que existem na modalidade, o professor precisa se adequar e analisar qual caminho deve seguir, mas sempre tendo em mente que deve se atualizar constantemente e atender a cada requisito exigido por cada frente de trabalho. Lembre-se, será a referência para muitas crianças o que aumenta infinitamente a responsabilidade.
Para os judocas, em vista das inúmeras possibilidades, basta escolher um caminho para iniciar e ir se adequando conforme seu amadurecimento e desejos dentro do judô. Experimentar cada uma das formas e possibilidades não é uma ideia ruim. Mas vai do desejo de cada um e também da orientação do seu professor.
Esperamos ter ajudado a mostrar alguns caminhos para professores e alunos do judô. Nossa intenção foi realmente mostrar que vários caminhos podem levar um judoca a conquistar seus desejos na modalidade, seja ele um aluno, um atleta ou professor. Assim que tudo voltar ao normal, teremos um norte para seguir.
Sucesso para todos!
Por: boletim OSOTOGARI
Colaboraram com esse artigo os professores Maurício Neves e Luiz Pavani.
Gostei muito das reportagens, conteúdo de grande valor, quero seguir o grupo
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