terça-feira, 27 de abril de 2021

FIJ: Judô colorido no Rio Negro


O judô está em toda parte. Este não é um conto de fadas. Essa é a realidade. Através do programa Judô pelo Mundo, a FIJ já teve a oportunidade de visitar muitos lugares incríveis e remotos, onde o judô está presente. É sempre um encanto descobrir que o nosso esporte, nascido no Japão, conseguiu se espalhar por todo o globo e entrar nas comunidades menores, para compartilhar valores que são universais.

O Brasil é um país do judô, com inúmeros medalhistas mundiais e campeões olímpicos. Assim, não é surpreendente encontrar judô em todo o país, mas o que pode parecer um pouco mais surpreendente é que o judô também é praticado por indígenas nas comunidades mais isoladas.

Por ocasião do Dia do Índio * (Dia do Índio), comemorado no dia 19 de abril, Lúcio Glaucio Mendonça De Almeida (Gestor de Projeto e fundador de um projeto social) e Jéssica Muller Lima da Silva (professora do projeto) organizaram um evento especial no município de São Gabriel da Cachoeira, com apoio da Confederação Brasileira de Judô. O pequeno município está localizado na margem norte do Rio Negro, na região de Cabeça do Cachorro, estado do Amazonas, Brasil, longe das principais cidades.


Lucio Glaucio explica: “No município de São Gabriel da Cachoeira existem 23 etnias e 95% dos habitantes são indígenas, incluindo as etnias Baré, Tukano e Dessano. Juntamente com o português, existem quatro línguas co-oficiais: Nheengatu, Baniwa, Tukano e Yanomami. Dos 46 mil habitantes, hoje 95 são judocas. O programa que desenvolvemos é um projeto social que visa ajudar crianças e jovens carentes ”.

Ney Wilson, Gerente de Alta Performance da Confederação Brasileira de Judô, disse sobre o programa: “O Dia do Índio foi um dia festivo para o judô na Amazônia, onde participaram 50 jovens judocas, formados no Projeto Judô São Gabriel da Cachoeira .É inacreditável pensar que moram a 5 dias de Manaus, de barco!


A obra, realizada na cidade mais indígena do Brasil, é uma iniciativa da Prefeitura de São Gabriel da Cachoeira. No entanto, conta com o apoio da Confederação Brasileira de Judô, da Federação de Judô do Amazonas e da ACOPAJAM (Associação Comunitária de Pais e Alunos de Judô do Amazonas - Associação Comunitária de Pais e Alunos de Judô do Amazonas). A Sensei Jéssica Miller é a responsável pelo projeto e mantém de todo o coração o judô e o espírito de Jigoro Kano na capital indígena do Brasil. Agradecemos ao Prefeito Clovis e também ao Presidente da Federação de Judô do Amazonas, David Azevedo, pelo apoio e elogiamos a dedicação de nossos atletas e de nossa professora Jéssica, neste lugar tão importante e significativo para o nosso estado! 'Não há missão mais nobre sob o sol do que ensinar,

Todos os alunos que participaram da festa do dia 19 de abril fazem parte do projeto Judô para Todos e todos queriam homenagear os indígenas.


O projeto, fundado em novembro de 2018, é uma iniciativa da Prefeitura de São Gabriel. É liderada por Jéssica desde que ela ingressou na secretaria de esportes do município e, segundo os dirigentes do programa, a demanda tem aumentado devido aos bons resultados na comunidade.

Para Lucio Glaucio e Jessika, “Esse programa é importante para as crianças e os jovens. Por meio dele, eles podem seguir e praticar o judô e o código moral do judô. Já começou a mudar a visão dos jovens e os ajudou a fugir dela. vulnerabilidade social. O projeto tem consequências positivas e existe uma convocação para o seu desenvolvimento tanto na cidade como nas comunidades ribeirinhas. É importante para a inclusão social. Os jovens que formamos também estão agora a entrar em concursos.”

Infelizmente, no momento, tudo está em espera por causa da pandemia global que atinge o Brasil maciçamente. Mesmo assim, a formatura aconteceu no dia 19 de abril e tudo será retomado o mais breve possível. 


Lúcio Glaucio e Jessika também explicaram que “o objetivo do programa é aumentar o número de judocas e de beneficiários, mas o mais importante é que o campo também precisa do esporte porque aumenta o número de viciados em drogas e o judô é uma forma de combater o avanço das drogas. Utilizada como ferramenta educacional, tem o poder de contribuir com os atletas e os cidadãos de nossa região ”.

Esta é uma observação comum; o judô nunca é apenas um esporte e uma atividade física. É uma ferramenta educacional. Em uma região afetada pelo isolamento e por pragas como o consumo de drogas, o esporte pode ajudar muito. É isso que Lúcio Glaucio e Jessika estão fazendo e é por isso que o judô tem um papel tão importante a desempenhar e porque o judô na margem do Rio Negro é tão colorido. 


* - O Dia do Índio, celebrado anualmente no dia 19 de abril, é um feriado oficial no Brasil, declarado em 1943, que reconhece e homenageia os povos indígenas do Brasil. Os povos indígenas do Brasil são chamados de índios brasileiros. Eles habitam o território do Brasil desde antes da invasão europeia. Embora os portugueses já soubessem que a América do Sul não era a Índia quando chegaram à costa brasileira, continuaram a usar a palavra 'índios' para designar os povos do Novo Mundo.

O Dia do Índio foi estabelecido para comemorar o aniversário do primeiro Congresso Indígena Interamericano que foi inaugurado no México em 19 de abril de 1940. É celebrado principalmente nos estados com uma população indígena relativamente grande. Por exemplo, o município de Bertioga, em São Paulo, sedia o Festival Nacional do Índio que é considerado o maior evento cultural indígena do mundo. O principal objetivo do Dia do Índio é dar aos brasileiros a oportunidade de aprender sobre a cultura e as tradições dos povos indígenas brasileiros e aumentar a conscientização dos povos isolados.

Por: Nicolas Messner e Leandra Freitas - Federação Internacional de Judô

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Gostou da matéria? Deixe um comentário!
Aproveite e seja um membro deste grupo, siga-nos e acompanhe o judô diariamente!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
Pesquisa personalizada