Brasil, com três pódios, está em terceiro lugar no quadro de medalhas (segundo por total) após dois dias de competição. Nesta quinta-feira lutam os meio-médios Leandro Guilheiro, Flavio Canto e Mariana Silva
Rafaela Silva conquistou a terceira medalha do Brasil neste Campeonato Mundial de Judô, que está sendo disputado em Paris. A atleta de 19 anos fez a segunda decisão feminina para o judô feminino na história (depois de Mayra Aguiar, em 2010) e ficou com a medalha de prata ao perder a final para a japonesa Aiko Sato. Rafaela se junta a Leandro Cunha (prata/66kg) e Sarah Menezes (bronze/48kg) no pódio de Bercy. Já são 26 medalhas brasileiras em mundiais da modalidade.
“Claro que eu treinei para ganhar a medalha de ouro. Mas a prata foi boa também”, resumiu Rafaela Silva. “Evolui bastante no último ano, ganhei motivação e minha meta, agora, é treinar para a medalha olímpica em Londres 2012”, completou.
Seu caminho até a prata não foi fácil. Começou com ninguém menos do que a atual campeã olímpica, a italiana Giulia Quintavalle. Rafa repetiu o feito do Grand Prix de Dusseldorf, no começo do ano, e bateu a adversária (wazari). O segundo combate foi contra a espanhola Concepcion Bellorin, a quem a brasileira venceu por ippon. Contra a medalhista de bronze do Mundial 2010, Ioulietta Boukouvala (GRE), a vitória foi por hansokumake (4 punições). Daí até a final foram mais dois ippons: contra a alemã Miryam Roper e contra a americana Marti Malloy.
“A gente sempre espera por uma chave tranquila e pegar logo de cara a campeã olímpica não é fácil. Fiquei um pouco nervosa, mas como havia vencido a italiana esse ano, sabia que ela não era imbatível”, avaliou Rafaela Silva.
Nascida na Cidade de Deus, Rafaela começou no judô aos cinco anos, na associação de moradores da comunidade para, mais tarde, entrar na ONG Instituto Reação, do medalhista olímpico Flavio Canto, sempre tendo Geraldo Bernardes como treinador.
“Não sei onde estaria hoje se não fosse o judô na minha vida”, diz a judoca, que usa todo o dinheiro de premiações que ganha para ajudar na construção da casa para os pais, na Freguesia. “Eu ficava na rua brigando... mas minha briga agora vale medalha”, completa.
Também nessa quarta-feira competiram medalhista olímpica de Pequim 2008, Ketleyn Quadros (57kg), a meio-leve Erika Miranda e o leve Bruno Mendonça. Ketleyn foi perdeu a luta de estreia para a campeã mundial 2010 Kaori Matsumoto (JPN). Já Bruno começou com duas vitórias sobre Mirali Sharipov (UZB), por wazari, e Nicolae Merge (ROU), por yuko, mas não passou do estoniano Kunter Rothberg, sendo derrotado por ippon. Erika Miranda bateu a mongol Solongo Baatarsaikhan (wazari) mas foi desclassificada por ter atacado as pernas da romena Andreea Chitu no combate seguinte.
“Pela minha posição do ranking, sabia que teria lutas bastante complicadas logo no começo. Normalmente sou agressiva, mas não consegui impor meu estilo contra a japonesa”, avaliou a brasiliense Ketleyn Quadros, do Minas Tênis Clube.
Sua companheira de clube, Erika Miranda, também lamentou seu destino neste mundial:
“A romena fez uma finta e antecipei o golpe dela, com um contragolpe na perna. Na hora pensei comigo: ‘Deus, me dá outra chance’”, disse a meio-leve.
Bruno Mendonça, da Academia de Judô Rogério Sampaio, voltará para casa com um dever de casa: assistir à sua luta contra o estoniano Kunter Rothberg.
“É a segunda vez que luto com ele e nosso estilo não encaixa. Realmente tive dificuldade e vou trabalhar muito para corrigir os erros”, falou Bruno.
Nesta quinta-feira é a vez dos meio-médios. Será o único dia do programa com apenas duas categorias em disputa. No feminino, a representante do Brasil será Mariana Silva (63kg), que luta contra a austríaca Hilde Drexler na estreia. Leandro Guilheiro e Flávio Canto, ambos 81kg, são os nomes brasileiros no masculino. Leandro, vice-líder do ranking mundial, faz o primeiro combate contra o colombiano Pedro Castro, enquanto Flávio lutará com o mexicano Karim Rezc.
Por: Media Guide Comunicação - CBJ
Foto: Márcio Rodrigues - Fotocom.net
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