quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

FIJ: O amigo mais fiel


Foi um ano para esquecer; um ano que revelou a fragilidade de um mundo que considerávamos indestrutível. Mas, também, foi um ano para aprender; aprender que não podemos vencer sozinhos porque somos mais fracos assim. É hora de refletir e tirar as conclusões corretas. É hora de lembrar do nosso amigo, o mais fiel, aquele que está sempre presente, o amigo de toda a vida.

O coronavírus não entende ideologias, raças ou fronteiras. É um inimigo mortal e, além disso, injusto porque, como sempre nesses casos, ataca os mais vulneráveis. É um vírus covarde, mas está aí, causando dor e desamparo. Evitar o vírus é muito mais do que obedecer a instruções, adotar gestos de barreira e respeitar escrupulosamente o período de confinamento. É uma atitude, um comportamento exemplar para o bem de si, ou seja, para o bem de todos.

Um corpo saudável é um escudo eficaz. Um corpo saudável é a garantia de força e independência. Essa é a primeira coisa que o judô oferece. Tem outra coisa que o judô ensina: educação. Não estamos falando de uma educação convencional forjada em uma escola. A educação do judô é complementar, mas muito mais sofisticada porque se a escola é a porta de entrada para o conhecimento, o judô é a janela que se abre para o mundo. É o que transforma crianças em adultos por meio de princípios universais. São valores antigos, mas sempre válidos. Eles são a pedra angular do que chamamos de coexistência pacífica. Quando esses princípios falham, quando a atitude não está de acordo com a intenção, os problemas aparecem e são sempre os mesmos. É para isso que serve o judô e, se você realmente quiser saber o que é, nós lhe explicaremos.

O judô é um amigo; o mais fiel porque sempre diz o que você faz de errado, mas nunca o julga. O judô é o amigo de infância que, quando você se torna adulto, fica ligando todos os dias para falar com você. O judô é o amigo que o protege quando você está em perigo e que lhe dá um ombro para descansar e despejar suas dores. Judô é o amigo que te empresta dinheiro quando perde o emprego, a frigideira que você usa todos os dias para fazer comida para seus filhos. É o amante que lhe ensina os caminhos do prazer, o guia que te impede de se perder e, quando se perde apesar de tudo, é o amigo que vem à sua procura. É a crítica mais dura quando você se faz de bobo e perdoa todos os seus erros. O judô é a parede contra a qual suas incertezas se quebram em mil pedaços. É o avô que te ensina a andar de bicicleta, o sorriso que você dá no mau tempo. O judô tem o dever de ajudar os outros e saber que você não receberá nada em troca além de sua própria satisfação. O judô é arrumar a cama e abraçar seus entes queridos. O judô está ouvindo quando eles falam com você e não interrompe. O judô está fazendo coisas boas sem nem praticar. É a sensação de plenitude que só se consegue quando a serenidade se apodera de você. O judô é a âncora no meio da tempestade e a ilha onde você se refugia após o naufrágio. O judô é a pessoa que cura suas feridas. É estar ciente de que a perfeição reside na sua boa vontade e que suas ações nunca chegarão a esse ponto culminante. O judô é a enorme força da verdade, o prato mais saboroso e a piada mais engraçada. O judô é o que nos separa das feras e o que nos torna o que somos. É ser aluno e professor na mesma turma. O judô é render e cumprimentar as pessoas, falar bem e respirar fundo para evitar uma explosão de raiva. O judô é seu melhor amigo e se você ainda não sabe, ainda tem tempo para aprender. O judô é a passagem rítmica do tempo. O judô é a sua vida e uma vida sem amigos não vale a pena ser vivida.

Feliz Ano Novo, meu amigo!

Por: Pedro Lasuen - Federação Internacional de Judô


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