O Campeonato Brasileiro Sênior reuniu 250 atletas de 26 Federações brasileiras, além de 57 técnicos e 45 árbitros, neste final de semana no Centro Pan-Americano de Judô – CPJ, situado na praia de Ipitanga, em Lauro de Freitas. A mesa de honra foi composta pelo Presidente da Confederação Brasileira de Judô – CBJ, Paulo Wanderley Teixeira, ao lado do vice-presidente da CBJ, Marcelo França, do Presidente da Federação Baiana de Judô – Febaju, Marcelo Ornelas, e dos presidentes das Federações Cearense, José Cardoso Neto e Sergipana, Durval Machado.
A Bahia participou do evento com um total de 10 atletas, sendo três deles no masculino e sete no feminino, conquistando uma medalha de prata, um quinto lugar e um sétimo com os atletas Melina Scardua, Leandro Ferrante e Ana Paula Tartari Seidenstucker, respectivamente. “Hoje o judô baiano está numa fase de transição na formação de atletas, onde nossos destaques estão nas categorias de base. Já era esperado que neste campeonato os nossos atletas tivessem uma grande dificuldade. Tivemos a Melina como grande destaque, com o Vice Campeonato e o Leandro Ferrante que garantiu a quinta posição. Porém, acreditamos que nos próximos anos, principalmente com a migração dos atletas da base, tenhamos um desempenho melhor nas classes júnior e Sênior”, disse o presidente da Febaju.
Melina Scardua conquistou o segundo lugar na categoria meio pesado ao perder a final por um shido, para a atleta Samanta Soares, campeã da categoria em 2015. “Eu estou muito feliz porque fazia tempo que eu vinha me preparando para esse campeonato. Peguei uma chave difícil, sabia que ia pegar uma adversária difícil logo nas oitavas, então pensei que deveria focar apenas naquela adversária e esquecer naquele momento as outras. Deu certo e resolvi fazer assim com as outras lutas que foram surgindo. Na final eu perdi por ter escolhido atacar mais e foi assim que acabei ganhando um shido a mais que a minha adversária”, explica Melina, que já se prepara para as próximas competições. “Daqui a duas semanas tem o Troféu Brasil e meu plano é chegar na final, só que dessa vez quero ganhar e conseguir a vaga da seletiva olímpica, que é a minha grande meta, fazer parte da Seleção Sênior Brasileira”, completa a atleta.
Apesar de competir pela Associação Judô Nova União e pelo estado baiano, Melina Scardua nasceu no Paraná, mas por questões de trabalho do seu pai, desde que tinha dois anos, a atleta mora no estado que considera ser o seu de coração. Assim como Melina, Leandro Ferrante escolheu o caminho contrário de muitos baianos. Deixou São Paulo e, a convite da Associação Judô Ação, reside na cidade de Jequié. “Eu acho que as pessoas da Bahia, ao menos as que eu conheci, são todas do bem e este é um estado que merece ter mais atletas no pódio. Eu vim tentando ajudar a equipe a conseguir uma medalha. Não é fácil sair do seu estado, ou da sua cidade e deixar família e amigos. Mas para conseguirmos o que desejamos de melhor é preciso fazer um esforço, é o que estou fazendo. Quero representar mais vezes a Bahia e dar o meu melhor por este estado e pela minha academia”, declara Leandro Ferrante.
Leandro garantiu o quinto lugar no campeonato, não se abateu e já pensa em melhorar para as próximas competições. “Estou feliz por estar lutando um brasileiro representado a Bahia. Mas também estou triste por não ter conseguido subir no pódio. A vida continua e agora é corrigir os erros, treinar melhor para voltar mais fortes. Estou me preparando para o Troféu Brasil, depois vem o Grand Prix e no final tem a disputa Por Equipes da Bahia. Vou treinar para chegar bem nessas competições e não errar”, afirma Leandro.
LONGE DE CASA
Alguns atletas baianos escolheram sair do estado para buscar o seu crescimento técnico e profissional no judô, por enfrentarem dificuldades na tentativa de um apoio ou patrocínio dentro do estado. A medalha de ouro conquistada pelo atleta Diego dos Santos, no Campeonato Brasileiro Sênior, na categoria meio leve, no ultimo sábado (24), conta pontos para o estado do Rio Grande Sul, apesar de o atleta ser natural de Jequié.
“É uma honra para mim representar o estado do Rio Grande Sul. Um estado que atualmente me fornece todo suporte de treinamento, de competições e de viagens através do clube Sogipa, situado na cidade de Porto Alegre”, declara Diego.
O Baiano acumula títulos nacionais e boas colocações em eventos internacionais, mas competir em casa lhe fornece um sabor especial a torcida ovacionou o judoca todas as vezes que ele subiu no tatame. “Competir na Bahia, eu acho que não preciso nem comentar, é uma honra, um prazer, um orgulho estar aqui, porque é o meu estado de coração, sempre vai ser. Eu posso estar em qualquer lugar do mundo e nunca vou esquecer a Bahia. Foi o estado que também me projetou para as competições nacionais, o meu primeiro e o segundo titulo brasileiros foram conquistados quando ainda estava aqui. Essa foi a primeira vez que competi aqui no Centro Pan-Americano, não conhecia ainda, para mim foi muito bom ter os amigos por perto, a torcida empurra muito, me senti em casa mesmo aqui” comenta o atleta.
A Federação Baiana de Judô – Febaju, através do projeto “Febaju Formando Campeões”, busca investir em atletas do alto rendimento, com o intuito de diminuir essa evasão e trazer para o estado uma melhor qualificação para os judocas. O presidente da Febaju tem o interesse de ter de volta no estado alguns desses judocas, como o campeão Brasileiro Sênior. “Diego Santos conquistou o seu quinto titulo brasileiro, e na ultima década tem sido o atleta baiano a nível nacional e internacional com melhor desempenho. Acredito que ele tem uma grande chance de chegar as Olimpíadas de Tóquio em 2020. Quem sabe futuramente retornar a Bahia lutando pelo nosso estado”, almeja o presidente da Febaju, Marcelo Ornelas.
Diego não descarta a possibilidade de retornar ao seu estado de origem, mas acredita que isso ainda deve demorar um pouco. “Nada na vida é impossível, hoje o pessoal já olha o alto rendimento de forma diferente. Esse foi um dos motivos que me levaram a sair do estado, eu queria crescer e aqui não tinha estrutura suficiente. Mas eu vejo que hoje em dia, a atual gestão está fazendo um trabalho focado não só nos clubes, mas também nos atletas, no alto rendimento. Isso é um trabalho para longo prazo, está começando agora, mas, tenho a certeza de que logo vai estar bem estruturado e os baianos que estão pelo Brasil a fora vão querer voltar e vai ser uma alegria e um orgulho muito grande pra gente” afirma o judoca.
Thaisis Farias (ASCOM - Febaju)
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