quarta-feira, 10 de agosto de 2016

Olimpíada não tem dono. São quatro anos em um dia", diz Tiago Camilo


Tiago Camilo deixa os Jogos Olímpicos com duas medalhas olímpicas, mas sem o sonhado pódio em frente ao público brasileiro. Nesta quarta-feira, ele foi derrotado nas oitavas de final da chave dos médios (90kg) da Olimpíada do Rio de Janeiro por Mammadali Mehdiyev, do Azerbaijão. Emocionado, ele destacou o legado que deixou em Jogos Olímpicos.

Em sua estreia, em Sydney-2000, ele conquistou uma surpreendente medalha de prata, ainda nos 73kg. Em Pequim-2008, mais experiente, foi a vez do bronze, nos 81kg. Em Londres-2012 e no Rio de Janeiro-2016, ele tentou a terceira medalha no terceiro peso diferente. Não foi possível.

"Eu fiquei feliz por receber o carinho do público. É um reconhecimento por toda a carreira, por tudo que construiu no judô. Mas queria ter dado mais alegrias para eles com a conquista de mais uma medalha. Nada vai apagar o que eu já conquistei, mas queria ter escrito uma história diferente aqui hoje", falou, após segurar o choro em frente aos jornalistas.

O atleta era uma das esperanças de medalha do judô brasileiro nos Jogos. Campeão mundial em 2007, ele é mais um dos que saiu sem pódio. A campeã olímpica de 2012, Sarah Menezes, o medalhista de bronze em Londres, Felipe Kitadai, e o terceiro colocado do Mundial de 2015, Victor Penalber, também ficaram fora do pódio.

“Olimpíada não tem dono. Tudo pode acontecer, é totalmente diferente de qualquer competição. Tem grandes atletas jovens chegando. O judô cresceu muito. O Brasil cresceu muito, e tem que continuar, porque os outros países cresceram também. É uma competição que a pressão é muito grande, porque são quatro anos em um só dia”, completou.

Ele descartou que os atletas tenham sentido pressão por competir com a torcida vibrante. "É muito bom competir em casa. É um sentimento de amor que sempre tive pelo judô, por toda a minha história no esporte. Fico triste por ter acabado dessa forma, sem medalha", disse o judoca, que continuará a carreira por mais um ano e não disputará uma nova Olimpíada.
"Quero lutar mais um Mundial, em 2017. É muito difícil chegar até 2020", comentou. Ao ser questionado se deixava a seleção brasileira no ano que vem, ele simplesmente confirmou: "É isso mesmo".

Nesta quarta-feira, Tiago Camilo perdeu para Mehdiyev após sofrer um golpe seguido de imobilização que rendeu uma wazari e um yuko ao rival. Depois de uma boa estreia vencida por ippon, ele destacou que entrou no tatame sabendo que teria uma missão difícil para chegar às quartas.

"Sabia que ia ser uma luta difícil, já tinha lutado com ele duas vezes na Europa, ganhei uma e perdi outra. Acabei errando na pegada e depois não consegui reverter", disse. "Mas estive sempre controlando as ações e buscando pontuar. Estava na frente, mas em uma dividida levei o contragolpe. Faltava pouco tempo para acabar e o atleta começou a fugir. Não consegui reverter a pontuação".


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