sábado, 13 de agosto de 2016

Baby salvou o judô masculino na Rio-2016. Mas quem fará isso em 2020?


Baby salvou o judô masculino brasileiro na Rio-2016. Mas quem fará isso em 2020?

O bronze de Rafael Silva, o Baby, evitou um incômodo para o judô brasileiro. Desde 1984, quando Douglas Vieira (prata), Luis Onmura (bronze) e Walter Carmona (bronze) voltaram premiados dos Jogos de Los Angeles, um homem brasileiro trazia medalhas na bagagem das Olimpíadas.

Na Rio-2016, o gigante de 2,03m e 150 kg foi o único a conseguir lutar por uma medalha do time masculino. Como comparação, as mulheres ganharam um ouro (Rafaela Silva), um bronze (Mayra Aguiar) e ainda foram a duas decisões de terceiro lugar (Erika Miranda e Mariana Silva).

“Viemos com uma equipe em renovação. Gostaríamos de um desempenho melhor, mas saímos satisfeitos”, resumiu o técnico do time, Luis Shinohara.

O desempenho abaixo do esperado acendeu alertas. Principalmente porque boa parte do time dificilmente chegará em Tóquio-2020. Tiago Camilo, duas medalhas olímpicas e um título mundial, deixa os tatames no ano que vem. “Outra Olimpíada é difícil”, diz o judoca, eliminado nas oitavas de final do Rio, sobre estar em mais um ciclo olímpico.

Além disso, só um atleta, Rafael Buzacarini, hoje com 24 anos, não será trintão quando os Jogos de 2020 começarem. Felipe Kitadai terá 31 anos, Charles Chibana e Victor Penalber, 30, e Alex Pombo estará com 32. Baby será o mais velho, com 34. Ele mesmo deixa claro no discurso que é muito cedo para dizer se ele vai competir sua terceira Olimpíada. “É claro que vou tentar uma terceira Olimpíada. Mas é preciso pensar ano a ano. Quatro anos é muito tempo”, disse o judoca.

A própria CBJ (Confederação Brasileira de Judô) sabe disso. “Sempre, depois dos Jogos Olímpicos, é preciso aprofundar as análises. Assim como antes de 2008 revertemos o quadro do judô feminino, o trabalho é o mesmo para o masculino. Temos de arregaçar as mangas e trabalhar para isso”, avisa o coordenador técnico do judô nacional, Ney Wilson.

Candidatos para a equipe não faltam. Assim como Victor Penalber no ciclo passado, Rafael Macedo foi campeão mundial júnior em 2014 – na mesma categoria, inclusive do judoca olímpico, os 81kg. Já Leonardo Gonçalves foi vice-campeão mundial sub-21 dos meio-pesados – a categoria de Rafael Buzacarini. O país ainda fez sete medalhistas de bronze em Mundiais menores entre os homens no ciclo olímpico, incluindo candidatos para as categorias meio-leve (66kg), leve (73kg), médio (90kg) e pesado (+100kg).

No feminino, as substituições também vão acontecer. Sarah Menezes, por exemplo, vai subir dos 48kg para os 52kg. Érika Miranda, que terá 33 anos em 2020, é uma incógnita para o próximo ciclo e Nathália Brígida, que já foi para os Jogos Pan-Americanos de Toronto-2015, é a principal candidata à vaga mais leve. Além disso, são seis medalhistas brasileiras em Mundiais sub-21 nesse ciclo olímpico – com atletas das categorias meio-leve (52kg), meio-pesado (78kg) e pesado (+78kg).

“O que aconteceu com o time feminino em 2016, com as mesmas atletas de 2012, é incomum. O normal é uma taxa de 30% de renovação”, avisou Wilson.

Foto: REUTERS/Murad Sezer

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