terça-feira, 5 de abril de 2022

Renovado, judô brilha em Grand Slam e empolga para novo ciclo


A seleção brasileira de judô encerrou o Grand Slam da Turquia, no último fim de semana, com cinco medalhas conquistadas, numa das melhores campanhas em uma grande competição fora do país nos últimos cinco anos. Os pódios foram conquistados por Guilherme Schimidt (ouro até 81kg), William Lima (prata até 66kg), Jéssica Lima (bronze até 57kg), Maria Portela (bronze até 70kg) e Rafael Macedo (bronze até 90kg)

Mais importante do que as cinco medalhas conquistadas foi que elas não foram obtidas pelos atletas já laureados em grandes competições, como Rafaela Silva, Mayra Aguiar, Beatriz Souza e Rafael Silva, que possuem dezenas de bons resultados no Circuito. Os pódios vieram com novos nomes.

O Grand Slam da Turquia não contou com atletas do Japão, maior potência da modalidade, nem da Rússia, que embora liberados para competir, não levou uma delegação. Porém, medalhistas olímpicos e em Campeonatos Mundiais de países fortes no judô como Alemanha, Holanda, França, Portugal, Uzbequistão, Bélgica, Portugal entre outros estavam no evento.

O grande destaque foi Guilherme Schimidt, 21 anos, que demonstrou uma consciência de luta muito boa, vencendo combates de todas as formas: buscando empate no último segundo (contra o número 1 do ranking mundial e medalhista olímpico Mathias Cassé), dominando desde o começo(contra o ucraniano Hievorch e Manukian), luta no chão com chave de braço (contra o turco Vedat Albayrak número 3 do ranking mundial) e imobilização (contra Mylonelis).

A prata de William Lima, 22 anos, no peso até 66kg, também veio com vitórias contra atletas que estão entre os melhores do mundo, como Yondonpenrelei, número 3 do mundo, e Orkhan Safarov, oitavo. No peso até 57kg, Jessica Lima 24 anos, foi bronze, com direito a vitória sobre Telma Monteiro, medalhista olímpica e dona de cinco pódios em Campeonatos Mundiais. Rafael Macedo, 24, foi bronze até 90kg, vencendo o holandês Noël van 't End, campeão mundial de 2019.

Maria Portela, já experiente, em seu quarto ciclo olímpico, também conquistou o bronze. Lutando na categoria até 70kg, mostrou sua tradicional raça e mostrou que seguirá, por mais alguns anos, como titular do país.

Rafael Silva e Mayra Aguiar, duas das maiores judocas da história do Brasil, saíram sem pódio. Rafaela perdue no golden score para Deguchi, campeã mundial de 2019, enquanto Mayra sentiu a falta de ritmo de luta(não competia desde agosto de 2021) e ficou em sétimo lugar. Daniel Cargnin conseguiu duas boas vitórias lutando em uma nova categoria (foi medalhista olímpico até 66kg e está lutando até 73kg).

Os últimos anos do judô brasileiro têm sido de altos e baixos e muito dependente dos grandes nomes, já experientes, como Mayra Aguiar, Rafael Silva e Rafaela Silva. Nas Olimpíadas de Tóquio, com dois bronzes, o resultado ficou de ótimo tamanho pelo que foi o ciclo olímpico, mas a sensação era que o time voltou no tempo, já que foi o menor número de pódios desde 2004, quando havia conseguido a mesma campanha. Iniciar o ciclo com essa campanha no Grand Slam cria uma expectativa de que o número de medalhas volte a crescer nas principais competições.

Por: Guilherme Costa - Globo Esporte

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