sábado, 17 de julho de 2021

Ketleyn Quadros e Bruninho serão os porta-bandeiras do Brasil em Tóquio


No dia 23 de julho, a bandeira brasileira entrará pelo Estádio Olímpico de Tóquio em mãos que conhecem bem o peso de uma medalha. Ketleyn Quadros, bronze nas Olimpíadas de Pequim com o judô, e Bruninho, campeão olímpico com o vôlei, serão o casal de porta-bandeiras do Brasil na cerimônia de abertura do evento no Japão.

Os dois foram anunciados pelo Comitê Olímpico do Brasil neste sábado (horário de Tóquio). É a primeira vez que uma dupla terá a missão de carregar a bandeira brasileira em uma cerimônia de abertura das Olimpíadas. Ketleyn e Bruninho vão desfilar pelo estádio olímpico com roupas inspiradas nas cores do Brasil, leves e informais.

Bruninho vai ser porta-bandeira do Brasil em Tóquio junto com Ketleyn Quadros — Foto: Miriam Jeske/COB

Os dois, porém, só vão devem se encontrar na próxima semana, na Vila Olímpica. A dupla de porta-bandeiras, por enquanto, está em bases do Comitê Olímpico do Brasil no Japão. Ketleyn está com a delegação do judô em Hamamatsu, enquanto Bruninho está em Ota com a seleção masculina de vôlei.

Ketleyn Quadros entrou para a história como a primeira mulher do país a conquistar uma medalha em provas individuais em uma edição dos Jogos, em 2008. Agora, será a terceira atleta a levar a bandeira em uma cerimônia de abertura, depois de Sandra Pires, em Sydney 2000, e Yane Marques, no Rio.

Ketleyn Quadros, do judô, com medalha de bronze olímpica — Foto: Paul Gilham/Getty Images

- Estou muito orgulhosa de representar não só o judô, que é o esporte da minha vida, mas também as mulheres brasileiras, guerreiras e lutadoras. Fico muito emocionada com o convite - disse a judoca, que vai buscar uma nova medalha olímpica na categoria até 63kg.

Bruninho, por outro lado, se acostumou a subir ao pódio olímpico. Além do ouro conquistado em casa, no Rio, em 2016, também soma duas pratas, em Pequim 2008 e Londres 2012. Em Tóquio, terá a honra de representar o país na festa de abertura dos Jogos.

- A escolha de fazer uma dupla com vôlei e judô foi muito feliz. São dois dos esportes mais importantes da história olímpica brasileira. Acho muito justo. É um orgulho, uma conquista pessoal. Mas é, também, um reconhecimento à modalidade. É a primeira vez que alguém do vôlei de quadra terá essa honra. É um esporte que, depois da Geração de Prata, está sempre trazendo medalhas. É um reconhecimento a quem veio antes, pessoas com quem aprendi, me inspirei e que poderiam ter tido essa honra antes de mim.

Ketleyn e Bruninho mantiveram segredo até mesmo de seus companheiros de esporte. Ao gravar a entrevista, a judoca, por exemplo, despistou o restante da delegação. O capitão da seleção de vôlei, por sua vez, só avisou a um grupo restrito. Entre eles, claro, o pai, Bernardinho.

- Eu falei para ele porque tem muito dele nisso. Não só pela medalha, por ele ser um medalhista olímpico, de uma geração que abriu portas para tanta gente. Mas, também, por ter sido o treinador de gerações maravilhosas e vitoriosas. Meu pai vai estar também ali, cumprindo esse papel.

Ketleyn ficou longe do mundo olímpico por dois ciclos. Bronze em Pequim, não conseguiu se classificar para Londres e Rio. De volta, agora, será a primeira judoca porta-bandeira desde Aurélio Miguel, que representou o esporte nos Jogos de Barcelona, em 1992. Em tempos de pandemia, uma vitória a mais na vida de quem se acostumou a superar barreiras.

- Eu lutei muito na minha vida. Para mim é muito importante para ser escolhida. Muito orgulho de representar meu esporte e de ser mais uma mulher a carregar a bandeira.

Na história

Em 100 anos de história do Brasil em Olimpíadas até Tóquio, foram 20 porta-bandeiras diferentes, em 21 edições. Sylvio de Magalhães Padilha e João Carlos de Oliveira, do atletismo, foram os únicos que carregaram a bandeira em duas edições. Os brasileiros não participaram das Olimpíadas de 1928 por conta da grave crise econômica que o país vivia naquele ano. Em 1940 e 1948, os Jogos não foram realizados por conta da Segunda Guerra Mundial.

Na história, o atletismo é o grande celeiro de porta-bandeiras do Brasil, com oito representantes. O basquete tem quatro. A vela vem logo em seguida, com três. O judô vai, agora, igualar o número com Ketleyn.

Os porta-bandeiras do Brasil em Olimpíadas

Antuérpia 1920 - Afrânio Antônio Costa - Tiro Esportivo
Paris 1924 - Alfredo Gomes - Atletismo
Los Angeles 1932 - Antônio Pereira Lira - Atletismo
Berlim 1936 - Sylvio de Magalhães Padilha - Atletismo
Londres 1948 - Sylvio de Magalhães Padilha - Atletismo
Helsinque 1952 - Mário Jorge da Fonseca Hermes - Basquete
Melbourne 1956 - Wilson Bombarda - Basquete
Roma 1960 - Adhemar Ferreira da Silva - Atletismo
Tóquio 1964 - Wlamir Marques - Basquete
Cidade do México 1968 - João Gonçalves Filho - Polo Aquático
Munique 1972 - Luiz Cláudio Menin - Basquete
Montreal 1976 - João Carlos de Oliveira - Atletismo
Moscou 1980 - João Carlos de Oliveira - Atletismo
Los Angeles 1984 - Eduardo Souza Ramos - Vela
Seul 1988 - Walter Carmona - Judô
Barcelona 1992 - Aurélio Miguel - Judô
Atlanta 1996 - Joaquim Cruz - Atletismo
Sydney 2000 - Sandra Pires - Vôlei de Praia
Atenas 2004 - Torben Grael - Vela
Pequim 2008 - Robert Scheidt - Vela
Londres 2012 - Rodrigo Pessoa - Hipismo
Rio 2016 - Yane Marques - Pentatlo

Por: Carlos Gil - Globo Esporte

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