quarta-feira, 21 de julho de 2021

FIJ: Descrição da categoria +78kg


Dois anos atrás, todos teriam apostado em uma final entre Idalys Ortíz e Sone Akira. Hoje as coisas não são tão claras.


Como profissional, Idalys Ortíz tem 55 medalhas em seu currículo. Há mais metais em seu quarto do que em uma mina sul-africana. A cubana ganhou tudo, absolutamente tudo, possivelmente a mulher mais premiada da história e parece que ainda está colecionando. 2021 foi um ano especialmente difícil para ela e para qualquer judoca cubano, devido ao confinamento e à crise mundial. Tem sido particularmente difícil na ilha, o que a impede de competir. Ela só pôde estar presente no Campeonato Mundial de Budapeste, que terminou com um quinto lugar para ela. Aos 31 anos, continua a liderar o ranking, tem mais experiência do que a maioria e mantém um elevado nível de competitividade. Talvez Tóquio seja sua última grande oportunidade olímpica. 


Sone Akira é dez anos mais nova e tem um histórico assustador, especialmente por ser muito jovem. Já foi tricampeã mundial, incluindo nas categorias mais jovens e por times e desde sua estreia na elite, ganhou sete dos onze torneios em que participou. Nas outras quatro ela era a segunda ou terceira. Ela não é mais o futuro do Japão na categoria mais pesada para as mulheres, mas o presente. É por isso que sua federação anunciou que Sone seria a candidata olímpica há mais de um ano, muito antes do resto da equipe. Eles apostam nela e o fazem com firmeza. 

As previsões anunciavam, portanto, uma final entre as duas, especialmente porque a azerbaijana Iryna Kindzerska, a brasileira Maria Suelen Altheman e a turca Kayra Sayit não estão no mesmo patamar. Eles vão ser semeados, são inteligentes e vão lutar por uma medalha, como sempre, mas nas grandes provas costumam ser de bronze. O normal é que a luta pelo ouro vá de acordo com as previsões. 


O que mudou é a irrupção definitiva da nova pérola da escola francesa, Romane Dicko. Ela tem 21 anos, como Sone e é igualmente talentosa. Ela ganhou seus últimos seis torneios, incluindo o Campeonato Europeu, sem tremer, com uma facilidade estonteante. A diferença entre ela e Sone é centímetros. Dicko é mais alta, tem braços mais longos e isso a beneficia. Ela também é muito rápida para essa categoria. Sone também é muito técnica e rápida. Eles são o presente e o futuro do judô com peso máximo. Ortíz atuará como árbitro, talvez um spoiler, porque o crepúsculo de sua carreira está mais próximo. Se ela quiser vencer, Dicko terá que vencer as duas, uma na semifinal e outra na final. O sorteio vai revelar o caminho a seguir, dos quais três e dos outros, que não podemos ignorar, porque no judô tem muita teoria, mas aí tudo é relativo. Albert Einstein devia ter alma de judoca. 

Fotos: Gabriela Sabau


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