terça-feira, 27 de julho de 2021

TÓQUIO 2020 - Ketleyn Quadros fica em sétimo após cair para holandesa na repescagem dos Jogos Olímpicos


TÓQUIO, 27 de julho - Treze anos depois de conquistar a primeira medalha do judô feminino brasileiro, em Pequim 2008, Ketleyn Quadros retornou ao tatame olímpico nesta terça-feira, 27, e, mais uma vez, chegou entre as oito melhores de sua categoria. Em Tóquio, porém, a medalha não veio, mas Ketleyn deixou o tatame orgulhosa de sua trajetória. Ela venceu duas lutas nas preliminares - uma por fusen-gachi (ausência) e outra por ippon - mas, caiu nas quartas e na repescagem, fechando sua segunda participação olímpica em sétimo lugar.  

“Difícil avaliar o que faltou neste momento. Mas, o que me deixa contente é ter dado o meu melhor. Eu realmente me preparei muito. Os obstáculos enfrentados para estar aqui no período de pandemia e ainda assim ter os meus melhores resultados e vir para uma Olimpíada com condição de medalha me deixam feliz. Foi uma jornada gigantesca, de muitas conquistas e eu tenho muito orgulho da caminhada. Óbvio que a gente numa competição, se preparando durante anos, seria, pelo menos para finalizar com uma chave de ouro todo esse caminho em cima do pódio. O meu máximo não foi suficiente para estar em cima do pódio. Mas dei o melhor que podia e isso me deixa tranquila, em paz”, avaliou Ketleyn ao sair do tatame.   

Em Tóquio, a caminha da brasileira começou com uma vitória inusitada em Jogos Olímpicos, por fusen-gachi, que é o W.O. do judô. Sua primeira adversária, Cergia David, de Honduras foi hospitalizada na véspera da competição por problemas intestinais e não teve condições de lutar.   

Nas oitavas-de-final, a Ketleyn fez um combate difícil com a mongol Ganchaik Bold e projetou a adversária duas vezes para avançar na chave. Em seguida, encarou a canadense Catherine Beauchemin-Pinard, em combate tenso na disputa pela melhor pegada. Ketleyn vinha bem na luta, mas acabou sendo projetada e imobilizada na sequência, o que deu à Pinard a vaga na semifinal.  

Com isso, a brasileira precisaria de uma vitória na repescagem contra a holandesa Jull Franssen para se garantir na disputa por um dos bronzes da categoria. Ketleyn começou a disputa mais agressiva e forçou duas punições à holandesa, que recuperou-se na metade da luta e empatou as punições. Em seguida, Franssen conseguiu imobilizar Ketleyn para vencer a repescagem.  

O gosto amargo de chegar tão próximo da medalha fez a brasileira deixar o tatame ainda avaliando seu futuro na seleção. Vivendo a melhor fase de sua vida esportiva aos 34 anos, quando questionada sobre a possibilidade de esticar a carreira até Paris, Ketleyn não descartou nenhuma opção.  

“Porque não pensaria? A gente que é atleta de alto rendimento, pelo menos eu, eu não penso em fazer judô por hobby. Se eu continuar o caminho é esse, sempre buscar ser o melhor e estar dentro de uma Olimpíada com condição de medalha. Acredito que tudo pode acontecer”, disse.  

O ouro do 63kg ficou com a pentacampeã mundial, Clarisse Agbegnenou, da França, em revanche da final de 2016 contra Tina Trstenjak, da Eslovênia. Os bronzes foram para Pinard (CAN) e Maria Centracchio (ITA).

No masculino, Eduardo Yudy parou em campeão mundial

No masculino, o Brasil foi representado pelo meio-médio Eduardo Yudy Santos, que teve uma primeira luta complicada com o campeão mundial e número dois do ranking, Sagi Muki, de Israel. Yudy começou bem, com golpes de perna que desequilibraram Muki. No entanto, o israelense encaixou o golpe perfeito e venceu o combate. 

“Infelizmente não consegui fazer o que eu queria fazer. Deixei muito ele fazer o jogo dele, na verdade. Eu estava muito preocupado com o jogo dele e acabei ficando muito defensivo”, explicou o brasileiro ao deixar o tatame em sua primeira participação olímpica. “Só tenho que agradecer mesmo. Fico muito feliz com essa jornada para chegar aqui, mas na questão de resultado, de competição, tenho muitas coisas para corrigir. Primeiro, preciso errar menos. Meu ataque é forte. Então, tenho que colocar o adversário para se preocupar. Depois a parte física. Viemos num ritmo de competição muito forte e ficou um pouco difícil na questão de periodização. Estou triste pelo resultado, mas sou grato por tudo que aconteceu comigo até chegar aqui”.  

Yudy é filho de pais brasileiros, mas nasceu no Japão, em Ibaraki. Lutar em Tóquio, portanto, representando o Brasil, teve um gosto especial para o atleta do Esporte Clube Pinheiros. 

Por: Assessoria de Imprensa da CBJ


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