quinta-feira, 22 de julho de 2021

FIJ: Descrição da categoria +100kg


Existem dois tipos de pessoas no mundo do judô; tem quem quer ser campeão olímpico para fazer parte da história, e tem Teddy Riner. Ele quer ser a história.


Ele tem tudo para completar uma obra de arte inédita. O francês busca seu terceiro título olímpico, somando-se a dez ouros mundiais e quatro europeus. Seu objetivo não é entrar no panteão, mas destruir a porta com um carneiro e sentar-se no trono da eternidade. 

Teddy Riner cruzou as fronteiras do judô sozinho porque exerceu domínio físico e mental sobre seus rivais por mais de dez anos. Ele perdeu apenas duas lutas desde 2008, quando Nicolas Sarkozy e George W. Bush eram presidentes da França e dos Estados Unidos. Riner faz parte daquele elenco de eleitos talentosos que andam sobre a água como se fosse algo normal. Quando um atleta venceu seu jogo antes de começar porque o adversário já se rendeu, isso explica tudo sobre a superioridade abismal entre Riner e os demais e o controle rígido e firme que ele mantém sobre uma disciplina. Riner é mais do que um histórico gigantesco, é o molde que muitos queriam imitar. Houve plágio grotesco e o francês sempre saiu de todas as armadilhas com a cabeça erguida e uma medalha de ouro. Sua derrota em 2020 para o japonês Kokoro Kageura não foi um sinal de declínio iminente, mas sim a mensagem de má forma. Riner entendeu e quando reapareceu em Doha, fez o de sempre: vencer sem suar a camisa. 

Teddy Riner em judogi branco

Ele não voltou a competir, não precisa e isso incomoda muitos porque ele vai para Tóquio como o número 16 do mundo, o que significa que qualquer cabeça-de-chave, mesmo a primeira ou a segunda, pode enfrentar os franceses no primeiro turno. Por isso a categoria dos mais pesados ​​é um mito, pois além dos quilos e do tamanho do judoca, Riner é o planeta em torno do qual giram todos os satélites. 

Veja o caso de Tamerlan Bashaev, primeiro em Antalya, primeiro novamente em Kazan e segundo no Campeonato Mundial em Budapeste. Esses são alguns resultados que lhe permitiram chegar a Tóquio como número um do mundo, o que, em qualquer outra categoria, exceto nos -73kg, seria garantia de uma tranquilidade inicial. Com Riner ninguém consegue dormir e só os mais inconscientes chegam relaxados. Talvez essa seja a chave para derrubar o colosso francês. 

Tamerlan Bashaev em judogi branco e Or Sasson

Confira o tcheco Lukas Krpaleck e o georgiano Guram Tushishvili e, claro, o japonês Hisayoshi Harasawa e o holandês Henk Grol, todos esculpidos após Riner para acabar com ele. Todos eles perderam para ele. No entanto, há dois anos existe a esperança de fazer Riner cair porque ele tem competido pouco, não tem estado em forma e até perdeu, mas pelas mãos de um jovem que já é campeão mundial mas não vai participar no torneio. Jogos 

Todos os aspirantes são verdadeiras montanhas, como Kilimanjaro, Aconcagua, Mount Wilson ou Mont Blanc. Riner não é o Everest, mas toda a cordilheira do Himalaia. Vencer contra ele seria, sem dúvida, um dos maiores feitos de todos os tempos. A vitória de Riner seria ainda maior pelo que representaria, mas também normal e isso não é normal. No momento, enquanto espera o sorteio, todos tremem e se sorriem. 

Lukas Krpaleck em judogi azul e Hisayoshi Harasawa


Fotos: Gabriela Sabau, Marina Mayorova e Emanuele Di Feliciantonio

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