domingo, 11 de julho de 2021

FIJ: Descrição por categoria -52kg


Em 2016, Majlinda Kelmendi provou que as mulheres podem se sair melhor do que os homens. Em 2016, Kosovo deixou de ser a primeira página regular dos jornais convencionais e assumiu uma posição de liderança nas publicações esportivas porque Kelmendi ganhou o primeiro ouro olímpico da história de seu país. Era um título lógico dado o punho de ferro que ela exercia em sua categoria. Aos 30 anos, Kelmendi é um Stakhanovista do judô e por três anos ninguém foi capaz de ofuscar o Kosovo. Todas foram vitórias e homenagens, uma vida de vinho e rosas que muitos acreditavam que seria eterna, até que o vento mudou.


Justamente quando Kelmendi buscava o título do terceiro mundo, uma joia do judô apareceu: Abe Uta, de 20 anos. Quem conhece esse negócio diz que a lutadora japonesa é a versão feminina de Ono Shohei, porque ela sabe fazer de tudo, atacando dos dois lados, é excelente no ne-waza e em suma, tem uma vasta panóplia ofensiva para vencer no qualquer circunstância e contra qualquer rival. Abe conquistou o título mundial ao derrotar Kelmendi nas semifinais. Desde então, enquanto um estabeleceu seu domínio, o outro relutantemente desistiu de seu trono, mas não desistiu. 

Abe Uta

Assim que os fãs começaram a se deliciar com os possíveis duelos entre os dois, surgiu o terceiro em disputa; Amandine Buchard, a meio caminho entre Kelmendi e Abe com seus 25 anos. Sem estardalhaço, sem levantar a voz, não é que a francesa tenha se esgueirado entre os dois; é que ela passou a liderar o ranking mundial. 

Portanto, tínhamos um trio de ases indo para as Olimpíadas e, quando todas as conversas pareciam triplas, uma italiana interrompeu o debate. Odette Giuffrida tem 26 anos, mas compete entre as melhores há mais de sete. Há um ano ela dá a impressão de ter atingido a maturidade plena porque vence e convence. Não é mais um trio de favoritos, mas um pôquer de campeões. Entre os quatro somam 64 títulos que vão desde campeonatos continentais até jogos olímpicos, passando pelo Circuito Mundial de Judô. 

Amandine Buchard em judogi branco

Ninguém concebe uma medalha de ouro em –52kg sem introduzir os nomes de pelo menos duas dessas quatro mulheres em todas as equações. Bem, vamos complicar um pouco mais, oferecendo outras possibilidades como, por exemplo, Ana Pérez Box. A judoca espanhola foi vice-campeã mundial em Budapeste e aparece no pool de medalhas porque chega ao evento olímpico com a moral em alta. Ou a belga Charlene Van Snick, quase nunca vencedora, mas sempre bem colocada, sem esquecer a opção britânica Chelsea Giles, vencedora em Tel Aviv e segunda em Tbilisi. 

O saque terá que ser dividido, mas primeiro eles terão que evitar tropeços e não cometer erros porque nesta categoria há de tudo, desde campeões a caçadores de campeões, antigos, atuais e futuros campeões e tudo isso ao mesmo tempo. Vamos ver quem se atreve a fazer previsões. 

Odette Giuffrida


Fotos: Gabriela Sabau, Marina Mayorova e Emanuele Di Feliciantonio


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