domingo, 3 de fevereiro de 2013

Mãezona do judô, Rosi, grávida de 5 meses, 'pisa no freio' pelos gêmeos


Não tem sido fácil segurar Rosicleia Campos. Sempre eufórica e muito emotiva, a treinadora da seleção brasileira feminina de judô e do Flamengo está sendo obrigada a "pisar no freio". Grávida de quase cinco meses de um casal de gêmeos, sua maior dificuldade até então é conter os instintos que a levam sempre para o tatame, onde se envolve em cada detalhe do que acontece com suas atletas. Até o nascimento de Ana Clara e Matheus, Rosi promete, mesmo contrariada, se afastar por um tempo das viagens e do contato diário com as suas crias. Ela ainda estranha o excesso de cuidados que vem recebendo, mas, por outro lado, reconhece que está tendo que mudar seu jeito mais expansivo e muitas vezes ansioso de ser.
- Virei o centro das atenções. Todos me controlam, não me deixam fazer mais nada. Tenho 1,77m, sempre fui atleta, não tem como mudar meu jeito de ser. Me sinto uma criança de oito anos, porque sou meio ''sem noção''. Outro dia ia subindo em uma árvore quando meu sobrinho, de cinco anos, me alertou: ''Tia, você está grávida''. Estou mais atenta agora, sei da complexidade que é estar grávida, aos 43 anos e de gêmeos - afirmou.

Justamente por saber da complexidade de uma gravidez, os membros da comissão técnica da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) estão travando um duelo ferrenho contra a vontade da futura mamãe de continuar em atividade. Apesar da resistência inicial, Rosicleia já está afastada das viagens. Ela não aceita se tornar uma preocupação para a equipe.

 - Vou acompanhando até onde posso e até onde me permitirem. A briga é porque não querem que eu entre mais no tatame (risos). É um excesso de mimo e zelo, que eu sempre tive com todo mundo. Fico até meio sem graça de receber tanto carinho assim. Não quero que as pessoas fiquem preocupadas comigo, pode tirar o foco. Quero dar conforto para todo mundo. Só isso - disse.

A primeira competição do ano para o judô brasileiro será nos dias 9 e 10 de fevereiro, o Grand Slam de Paris. Com bom humor, Rosi reconhece que até poderia ir à França, mas seria difícil.
- Doze horas dentro do voo é complicado. Mas eu iria amarradona (risos), só não quero gerar preocupação e ser um problema. É só isso que me freia. Não vou ser um problema para as meninas - garantiu.

A treinadora ''tagarela'' protagonizou cenas marcantes após o ouro de Sarah Menezes e na eliminação de Rafaela Silva, nas Olimpíadas de Londres 2012, se destacando por seu jeito emotivo e genuíno de acompanhar os duelos. Com isso, Rosi ganhou o rótulo de ''mãoezona  do judô''. Agora, ela já deixou com suas judocas o papel de ''tias'' dos pequenos, que devem nascer entre abril e maio.

- Sempre fui a mãezona de todas. Agora elas são as tias. Ganhei várias roupinhas de presente. É uma fase bem gostosa e tenho que aproveitar muito. Vai ser única e acho que já está sendo perfeita, no início do novo ciclo olímpico, não vou perder nada. Volto em agosto para o Mundial. Quando nascerem, a gente traz para o tatame porque vai ter muita gente para criar. Os "babies" já ganharam até um quimoninho - lembrou emocionada a treinadora.

Por enquanto, uma das dificuldades iniciais tem sido - além de se manter quieta - fechar o quimono. A calça ainda entra com certa facilidade. Entretanto, Rosicleia revelou que já não consegue amarrar a faixa preta como antes, deixando apenas dois cotoquinhos sobrando. Mesmo assim, ela fez questão de vestir sua "roupa preferida" para posar ao lado das judocas da seleção, que treinam no Rio de Janeiro. A faixa, por sua vez, teve que pegar emprestada na última hora.

- O quimono cabe. O que não cabe é a faixa. O Ney (Wilson, coordenador técnico) fica me provocando, que a faixa não fecha mais - brincou Rosi.

A CBJ anunciou a chegada da técnica japonesa Yuko Fujii para ajudar nos treinamentos dos atletas brasileiros. Ela fez parte da equipe britânica em Londres 2012 e agora inicia uma parceria com o Brasil. No entanto, ela não assume o lugar de Rosicleia, que, mesmo grávida, continua participando dos trabalhos. O treinador Mário Tsutsui comanda os treinos no tatame enquanto Rosi não tira licença maternidade.


Herdeiros farão parte da ''Nação rubro-negra''

O miniquimono dos gêmeos de Rosicleia já foi providenciado. Agora, a prioridade é montar um enxoval vermelho e preto para a dupla que está por vir. Treinadora do judô do Flamengo e casada com o ex-presidente do clube Edmundo Santos Silva, ela não tem dúvidas de que os herdeiros serão torcedores do time.

- Ainda não ganharam (roupas do Flamengo). A gente detectou isso no fim de semana. Muita gente, inclusive, já se ofereceu par fazer o enxoval rubro-negro. Com certeza, agora, vamos ganhar muitas coisas. Minha família toda é rubro-negra. Não sou doente igual a ele (Edmundo Santos Silva). Mas ele mesmo diz que doente é quem não é rubro-negro (risos). Agora vão chegar aí mais dois rubro-negros.

Por: Globo Esporte

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