terça-feira, 9 de março de 2021

Guerreiras: Rosicleia Campos e Silvana Nagai, por caminhos diferentes, mostram o papel da mulher no esporte


Todo mundo sabe, ou pelo menos deveria saber, que lugar de mulher é onde ela quiser. Depois de muitos anos de luta, literalmente, as guerreiras abriram espaço num ambiente machista, tanto na sociedade em geral, quanto no próprio esporte. E no Dia Internacional da Mulher, o Time Judô Rio deu voz para duas das mulheres mais fortes, grandes representantes da FJERJ, seja por seus comportamentos dentro do mundo do judô, seja pelo grande exemplo que são fora dele.

São elas: Silvana Nagai, liderança de um projeto social no Morro do Alemão, uma das comunidades mais carentes do Rio de Janeiro, que cria cidadãos e inspira vidas longe da criminalidade; e Rosicleia Campos, mentora da geração mais vencedora do judô feminino do Brasil, que abriu portas para que mulheres acreditassem no potencial no alto rendimento.

Rosicleia nasceu no Rio de Janeiro, em 1969. Silvana, no Recife, em 1972. Elas têm apenas três anos de diferença de idade, portanto, pertencem a uma mesma geração. Elas nasceram poucos anos depois de o Conselho Nacional de Desportos (entidade máxima do esporte brasileiro na época) definir, em 1965, que: “Não é permitida [a mulher] a prática de lutas de qualquer natureza, do futebol, futebol de salão, futebol de praia, polo aquático, polo, rugby, halterofilismo e baseball”.

“Saímos de uma proibição por lei de prática esportiva de lutas e reescrevemos nossa história com várias medalhas em mundiais e 2 ouros e 3 bronzes olímpicos”, disse Rosicleia, citando as conquistas de Sarah Menezes, Rafaela Silva, Mayra Aguiar e Ketleyn Quadros.

“Eu quase não tinha meninas com quem treinar, competir. Então, tive que enfrentar muitos tabus e romper diversas barreiras até ser campeã brasileira e investir em minha formação profissional. Pode parecer “mimimi”, como se diz hoje, mas considero que nós mulheres temos que provar a todo momento nossa capacidade”, lembrou Silvana.

Às suas maneiras, Nagai e Campos conseguiram realizar os objetivos que almejaram, com muita luta, claro. Andaram por caminhos nada suaves, que levaram pro mesmo fim: mostrar que as mulheres enfrentam ainda muitos obstáculos, mas podem superá-los para serem donas do mundo, mesmo que seja seu mundo particular.

Clique aqui e confira a entrevista com elas e as importantes lições que elas deixam para todos, mulheres e homens, no dia que marca a luta feminina por igualdade.

Por: Valter França - Judô Rio

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