quinta-feira, 26 de agosto de 2021

Santa Maria: Maria Portela visita projeto social, se emociona e 'brinca' de judô com a criançada


A pequena Antônia Brasil, de 8 anos, treina judô no projeto social Mãos Dadas desde os 5 anos. Antes da pandemia, chegava a frequentar as atividades de segunda a sábado. Agora, por causa das restrições, reduziu a intensidade de treinamento, mas não o sonho:

- Quero ser a Antônia Portela.

A inspiração da pequena é a judoca olímpica Maria Portela, cria do mesmo projeto social. Maria esteve em sua terceira Olimpíada neste ano. Na noite de terça-feira, ela revisitou o Mãos Dadas e recebeu o carinho de 60 crianças que, assim como Antônia, se espelham na "Raçudinha dos Pampas".

- A Antônia adora muito a Maria Portela. Ficou acordada até tarde para ver a luta e chorou muito com a derrota. Minha filha é muito dedicada, não falta a nenhum treino. Quem sabe um dia não consegue chegar longe também? - conta a mãe Juliana Brasil.


Com olhares atentos, as crianças sequer piscavam para não perder nenhum segundo da fala da judoca. Com autógrafos, selfies e muitos abraços, Maria Portela viveu uma noite de estrela. 

ENTREGA DE CARTINHAS

Durante o encontro, as crianças entregaram para Maria Portela as cartinhas que escreveram para a judoca antes da Olimpíada. Na época, o Diário convidou os integrantes do projeto e a treinadora Aglaia Pavani para desejarem boa sorte à atleta. Como não foi possível entregar os recados antes do embarque para Tóquio, as crianças gravaram vídeos que emocionaram Maria. Agora, com as cartas em mãos, ela mais uma vez ficou tocada com o carinho dos pequenos.

- Eu já conquistei muitas medalhas, de diversas competições. E elas estão lá penduradas. Mas a pessoa que eu sou hoje, a inspiração que eu sou para vocês, isso eu carrego comigo. Não tem validade, não vai enferrujar nem ficar pendurado numa parede - destacou.

O projeto Mãos Dadas conta, atualmente, com cerca de 400 participantes. Criado há cerca de 30 anos pela professora Aglaia Pavani, o projeto revelou Maria Portela como atleta olímpica e já fez a diferença na vida de muitas crianças.

- Ver a Maria sempre é uma grande emoção. Ver ela aqui me desperta boas lembranças, da época em que ela treinou aqui neste mesmo Ginásio do Oreco. Meu coração transborda de emoção em ver esse carinho recíproco entre a Maria e as crianças - afirma Aglaia.

"LUTA" COM AS CRIANÇAS
Pela primeira vez desde os Jogos Olímpicos, Maria vestiu novamente um quimono. Ela fez questão de "brincar" de judô com a criançada. E até deixou que os atletas mirins aplicassem alguns ippons.


- Levei um cansaço dessas crianças, foi muito bom. Eu queria muito que a primeira vez que eu colocasse o quimono de novo fosse numa situação especial. Foi muito divertido. Me vi muito em cada uma dessas crianças quando mais nova. Só que, na época, não tinha nenhuma pessoa a me inspirar tão perto de mim. Por isso, faço tanta questão de dar atenção às crianças - contou, sem fôlego, após a brincadeira.

FUTURO
Em uma disputa polêmica e eliminação considerada injusta, caiu nas oitavas de final dos Jogos de Tóquio. Aos 33 anos, Maria hesita em confirmar ou descartar a busca por mais uma vaga olímpica. Como o próximo ciclo será mais curto, de três anos, ela ainda irá analisar a possibilidade. Mas, o que pesa contra é a rotina regrada de treinos e abdicação de momentos com a família, que ainda vive em Santa Maria:

- Eu estou de férias pela primeira vez nos últimos cinco anos. Por enquanto, quero aproveitar para descansar e refletir. Eu queria muito essa medalha e me preparei demais. Infelizmente, não veio. 

Foto: Pedro Piegas

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Gostou da matéria? Deixe um comentário!
Aproveite e seja um membro deste grupo, siga-nos e acompanhe o judô diariamente!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
Pesquisa personalizada