quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Paralimpíada 2020: Calor, sono e cansaço - atletas relatam as primeiras horas no Japão

#Acessibilidade: Zé Roberto está na academia, deitado em um banco e segurando dois halteres com os braços esticados para cima. Foto: Alê Cabral/ CPB.

As muitas horas de viagem entre o Aeroporto Internacional de São Paulo e a cidade de Hamamatsu, palco da aclimatação da delegação brasileira para a disputa dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, foram apenas o primeiro desafio que os atletas das Seleções Brasileiras de futebol de 5, goalball e judô enfrentaram. Driblar o cansaço e o sono para se adaptar ao fuso japonês – 12 horas à frente do Brasil – e resistir ao calor do verão nipônico têm se mostrado adversários duríssimos.

"Estamos nos adaptando à temperatura do país, que é alta, e à umidade do ar. Isso faz com que os atletas transpirem muito. O desgaste físico é alto, sendo necessárias muitas paradas no treino para a hidratação", explica Alessandro Tosim, técnico da Seleção masculina de goalball.

"O primeiro treino foi um pouquinho abaixo porque a acústica da quadra é totalmente diferente. Alguns ventiladores ficam ligados porque o calor está muito forte. A gente sua uns cinco litros por treino (risos). Mas, a partir do segundo treino, já conseguimos melhorar bastante", relata o pivô Zé Roberto, que destacou um aspecto bastante positivo: a comida do hotel. "Falaram que o chefe de cozinha fez um curso de culinária brasileira para poder nos atender. E alimentação era uma das nossas preocupações."

Quem já esteve no Japão antes consegue entender os truques para se acostumar o mais rápido possível. "Foi muito importante já ter feito essa aclimatação em 2019 e 2018. Foram cansativas as 50 horas de viagem, tivemos de passar o dia acordados e só pudemos dormir à noite. É tenso, mas necessário (risos)", conta o judoca Thiego Marques, referendado por Alana Maldonado: "O que ajuda é que já viemos para cá algumas vezes. O melhor a se fazer é não dormir à tarde, tentar se manter acordado ao longo do dia para descansar bem à noite. Creio que em dois dias estaremos já bem adaptados ao fuso".

No caso do futebol de 5, o problema maior tem sido o sol forte. O Aomi Park, palco da modalidade na Paralimpíada, é aberto. Para piorar, as partidas do Brasil na primeira fase serão todas por volta das 11h locais, quando o calor castiga bastante. A única boa notícia, no caso, é que atuar ao ar livre vem sendo comum nos últimos torneios: tanto na Copa do Mundo de 2018, na Espanha, quanto no Parapan de Lima, em 2019, os espaços também eram abertos e, em ambos os casos, a Seleção se saiu vitoriosa.

"Estamos nos preparando porque vamos encarar este calor extremo, mas será assim para as duas equipes. A gente vai precisar estar pronto para entrar em campo e colocar em prática o que treinamos", diz o ala Ricardinho.

Fim do isolamento

Na quarta-feira (11), a Prefeitura de Hamamatsu liberou para treinamentos o grupo de 52 membros da delegação brasileira que estavam em isolamento no hotel desde que foi identificado contato com um indivíduo que testou positivo para novo coronavírus na chegada ao Aeroporto Internacional de Narita, no Japão, no início da noite de sexta-feira (6).

Faziam parte desse grupo duas atletas da Seleção feminina de goalball, Victoria Amorim e Jéssica Vitorino. Apesar da liberação, elas terão de treinar separadas do restante da equipe. "O que vale é que poderemos sair, treinar, sentir a quadra. Quero agradecer ao Comitê Paralímpico Brasileiro, que se empenhou ao máximo por nós", falou Victoria.


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