sábado, 6 de junho de 2020

Boletim OSOTOGARI Opinião: Após 70 dias de isolamento, o que se tem de concreto para o professor de judô?


Aproximadamente 70 dias de suspensão de treinos e aulas de judô. Sim, o esporte em geral foi interrompido. Aliás, muitas atividades também foram. Não quero aqui discutir as diferenças entre o que é essencial e o que não é, nem tampouco discutir economia. 

Para algumas áreas a crise está sendo até vantajosa, outras não mudou em nada a rotina e para outros uma verdadeira catástrofe.

Mas vamos focar novamente ao nosso nicho e aos profissionais que nele atuam. Os professores de judô.

Entre ter a preocupação de ver seu trabalho suspenso, sem recursos e alunos presentes fisicamente, as vídeo aulas e os cursos e lives online serviram como uma excelente opção nos primeiros dias. Sejamos francos, a ideia foi ótima, manteve os professores ativos e com a mente focada em ações positivas. Não deixou o professor parado.

Agora eu faço uma pergunta chata: Quantos receberam para realizar esse trabalho? Acho que muitos não receberam nem um centavo. Espero estar errado nesse meu achismo...

Aos poucos o afrouxamento do isolamento está sendo realizado. “Soltam a cordinha”, mas no dia seguinte mudam de ideia e colocam todo mundo de castigo novamente.

E nesse  “solta e prende”, o que o professor de judô está fazendo efetivamente para usar de todo o seu conhecimento na modalidade? O que está preparando para o retorno ao trabalho? Muitos estão estudando, aproveitando o tempo para se atualizarem e aprenderem mais. Atitude louvável e, para o momento, é o que se pode fazer. Os debates, os encontros online, mesas redondas e cursos EAD, realizadas em sua maioria por ações espontâneas e isoladas de profissionais da área que muito tem ajudado a dar um norte para os professores, porém até que os caminhos sejam liberados, eles tem que lidar com a própria saúde mental, as contas para pagar, a manutenção e aprimoramento do conhecimento e a ansiedade para retornar o mais breve possível suas atividades profissionais.

Dentre as modalidades esportivas, as de contato serão as últimas a ter a liberação e terão tantas restrições e ações preventivas que a tornarão proibitivas nos seguintes aspectos: 

O número de alunos que retornarão será suficiente para manter a academia?
Qual o custo para aplicar as recomendações das autoridades sanitárias e governamentais?
Qual a motivação para treinamento com distanciamento, sem contato físico?
Qual o desconforto, eficiência e perigo do treinamento utilizando máscaras?
Qual a motivação dos alunos, principalmente os mais novos, que são os  que realmente sustentam as academias de judô, em treinar nessa condição restritiva?

Em vista destes fatores que deixarão os treinos de judô quase que impraticáveis muitas pessoas procurarão outras modalidades ou outras formas de praticarem exercícios. E aí vem a questão primordial em tudo isso: Por mais quanto tempo o professor de judô sobreviverá e o que as autoridades farão efetivamente para dar um alento a esses profissionais?

Infelizmente não existe uma fórmula mágica para resolver tantos problemas e o que nos resta é torcer para que entre todos esses encontros virtuais que estão acontecendo, apareça uma ideia que possa dar esperança e um pouco mais de fôlego para que o professor de judô possa sobreviver até que as atividades voltem efetivamente a acontecer.

Por: Everton Monteiro – boletim OSOTOGARI


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