domingo, 14 de junho de 2020

Aprendizados no intercâmbio Brasil-Japão ajudam professores brasileiros nos desafios durante a pandemia


Por meio do programa Sport For Tomorrow, a Confederação Brasileira de Judô, em parceria com a Embaixada Japonesa no Brasil e o Instituto Kododan do Brasil, investiu na capacitação de 24 professores de Judô brasileiros. E, agora, em um dos momentos mais desafiadores para o esporte, o judô brasileiro colhe os frutos com professores mais bem preparados para enfrentar o desafio de ensinar judô no contexto da pandemia de COVID-19. 

Divididos em três grupos - um por ano, de 2017 a 2019 - os professores brasileiros tiveram a oportunidade de realizar um intercâmbio de dois meses em Tóquio, no Japão, onde puderam observar o modelo japonês de ensino de Judô nas escolas. E diversos conhecimentos adquiridos durante a estadia na Terra do Sol Nascente foram os principais aliados para os participantes do programa neste momento de quarentena e isolamento social.

“Com relação ao ensino para crianças lá, o Japão tem um cuidado muito grande com a segurança dos alunos e também tem buscado tornar as aulas mais atrativas”, explicou o treinador Saimon Magalhães, da academia Otto Judô, do Paraná, que integrou a turma de 2019 do intercâmbio. “Durante esse período da pandemia, busquei trabalhar, mesmo com a distância, e por ser remotamente, levando em consideração esses dois pontos: atividades seguras e atrativas. Assim, buscava sempre propor tarefas, atividades, exercícios e desafios nos quais os alunos mantivessem seu vinculo com a modalidade, mantendo-se ativo e em constante aprendizado.”

Integrante da primeira turma, que viajou ao Japão em 2017, o catarinense Ademir Schultz destaca valores da cultura japonesa, como a resiliência e a persistência como importantes ferramentas para superar as dificuldades.

“Lembro muito bem de uma aula de História do Judô, onde foi mencionada a importância do esporte desenvolvido pelo Sensei Jigoro Kano para o povo japonês, sendo preconizada a persistência e as boas ações, com o objetivo de evoluir um pouco mais a cada dia”, relembra Schultz. “É isso que tentamos passar aos nossos alunos. No momento, não estamos na situação que gostaríamos. Mas, isso irá passar e, quando passar, se continuarmos praticando o judô, estremos mais fortes.”

Solidariedade: a marca do Judô durante a Pandemia

O Jita Kyoei, um dos princípios morais do Judô, que significa solidariedade para benefício e crescimento mútuos, foi o fio condutor das ações desenvolvidas pelo professor André Fernandes com seus alunos de judô, em Belo Horizonte. 

“Como nós somos um projeto esportivo/social, nossos alunos têm uma compreensão muito desenvolvida dessa questão da solidariedade. E, com essa questão da pandemia, fizeram uma mobilização bacana”, contou André, que fez parte da turma de 2018 do Intercâmbio Brasil-Japão. Junto com seus judocas, conseguiu arrecadar cestas básicas para 120 famílias em situação de vulnerabilidade na capital mineira. 

“Vejo a sociedade japonesa como exemplo de organização social. Seguem normas, cumprem leis e pensam primeiro no social. A organização prévia para o combate das consequências dos desastres naturais é um exemplo disso”, conclui.

Continuidade do programa Sport For Tomorrow

A intenção da CBJ e do Governo Japonês é manter a parceria que, além de levar treinadores brasileiros para o Japão, trouxe para o Brasil o treinador japonês Hirotaka Okada duas vezes ao Brasil para uma série de Workshops realizados nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Bahia, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

As entidades monitoram os desdobramentos da pandemia de COVID-19 para avaliar as possibilidades de retomada do intercâmbio assim que a questão da saúde global estiver adequada.  

Confira abaixo todos os professores que já participaram do intercâmbio:

2017

Uichiro Umakakeba (São Paulo)
Joseph Guilherme (Goiás)
Ademir Shultz Júnior (Santa Catarina)
Raphael Luiz Silva (São Paulo)
Renato Yoshio Kimura Ikegaya (São Paulo)
Leonardo Lara (Rio de Janeiro)
Rafael Borges (São Paulo)

2018 

André Fernandes Chaves Filho (Minas Gerais)
Emerson Soares (Rio Grande do Norte)
Érico Vinícius Souza Matos Velloso (Bahia)
Expedito de Melo Rosa Falcão Filho (Piauí)
Marcos Rogério Marcelino de Souza (São Paulo)
Miguel Augusto Kuse (Rio Grande do Sul)
Rodrigo Bardasson da Rocha (Rio de Janeiro)

2019

Silvana Nagai (Rio de Janeiro)
Antonio Carlos Tavares Junior (São Paulo)
Édson Luís Lorenzett (Santa Catarina)
Gleyson Ribeiro Alves (Minas Gerais)
Maicon Deivison da Cruz Moreira (Bahia)
Nicodemos Filgueiras Junior (Mato Grosso do Sul)
Rodrigo Augusto Trusz (Rio Grande do Sul)
Saimon Magalhães de Souza (Paraná)
Alam dos Reis Saraiva (Pará)
Carlos Eugenio Vieira Losso (Rio de Janeiro)

Por: Assessoria de Imprensa da CBJ

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Gostou da matéria? Deixe um comentário!
Aproveite e seja um membro deste grupo, siga-nos e acompanhe o judô diariamente!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
Pesquisa personalizada