quinta-feira, 28 de maio de 2020

Paulo Wanderley, presidente do COB, e João Derly, bicampeão mundial, participam de live.


No judô, um atleta precisa do outro para evoluir, seja no treinamento ou se enfrentando em uma competição. O jita-kyoei, que prega a prosperidade através da ajuda mútua, é um dos princípios da modalidade. E com essa ideia pode-se definir a live realizada na noite desta segunda-feira, 27, com o presidente do Comitê Olímpico do Brasil, judoca e técnico da seleção brasileira masculina nos Jogos de Barcelona em 1992, Paulo Wanderley, e o bicampeão mundial de judô e secretário estadual de esportes do Rio Grande do Sul, João Derly.

“Você, João, tem um nome gravado na história do esporte. Foi bicampeão mundial num momento em que era mais difícil porque o campeonato era de dois em dois anos. Foi muito importante num momento em que o judô estava precisando de um grande ídolo, em que a modalidade passava por uma reestruturação”, disse Paulo Wanderley, que foi presidente da Confederação Brasileira de Judô entre 2001 e 2017, e aproveitou para contar um “causo” daquela época.

“No início de 2005, estávamos prospectando patrocínios para a confederação. E eis que o João Derly ganha o campeonato mundial. Já chegamos no aeroporto assinando um longo contrato de patrocínio, um dos fatores que permitiu que permitiu a modalidade chegar ao patamar atual”, disse Paulo Wanderley.

“E isso é um dos fatores que ajudaram a modalidade a viver coisas que eram impensáveis na minha época de atleta de base. Até os mais jovens, os juvenis, viajam para torneios fora do Brasil sem custos. Então, acredito que uma boa administração foi fundamental para se chegar a esse patamar”, completou Derly.

Assim como Derly, Paulo Wanderley teve uma vida inteira ligada ao judô. Foi atleta, técnico de clube, técnico de seleção, presidente de Federação Estadual, da Confederação Brasileira de Judô, da Confederação Pan-americana e, finalmente, do COB. 

Derly perguntou sobre o momento delicado em que Wanderley chegou à presidência do Comitê, pouco tempo depois dos Jogos Olímpicos Rio 2016. “Foi muito importante a experiência que fui adquirindo paulatinamente e as boas equipes que consegui formar. O sucesso depende de uma boa equipe”, explicou Paulo.

O momento atual e as preocupações com a pandemia de COVID-19 também entraram na pauta da live. Sobre isso, João Derly levantou um questionamento sobre a preparação dos atletas para os Jogos Olímpicos Tóquio 2020, adiados para o ano que vem. O COB já renegociou diversos contratos com a empresa aérea, com hotéis e bases no Japão, com fornecedores de alimentação e tudo está bem encaminhado para manter o nível de serviços para o Time Brasil no Japão.

“Haverá prejuízos que já foram minimizados pela rápida atuação do Comitê. Nós estamos no caminho certo. Para os nossos atletas, no que depender do Comitê Olímpico, não haverá nada em termos de preparação que não vamos oferecer”, disse Paulo.

“Tenho certeza disso. Não é um trabalho fácil, falo isso porque como atleta, a gente acaba não prestando atenção em toda essa movimentação nos bastidores. Não percebemos isso porque estamos muito preocupados com treinamento, com resultados, com as competições”, disse Derly.

“É um trabalho em conjunto, nosso e das Confederações, visando a excelência, um dos princípios do esporte olímpico. Mas é importante ter a voz dos atletas. Quando eu entrei no COB, só votava o atleta representante da Comissão, o presidente. Rapidamente, fizemos uma mudança para 12 e, agora, para 19, um terço do colégio eleitoral. Acreditamos sim que os atletas têm muito a contribuir, que eles têm que participar pela vivência deles”, comentou Paulo.

“Atletas estão expandindo seu espaço porque temos muitos atletas com capacidade, com competência e discernimento. O mesmo ippon que você dava nos tatames, tem que dar na administração. E, para isso, tem que se preparar. Nós temos o Instituto Olímpico Brasileiro com um curso de transição de carreira, tem o Curso de Administração Esportiva, que é nível de MBA. A Academia Brasileira de Treinadores é minha menina dos olhos, ao lado dos Jogos Escolares da Juventude. São muitos os cursos que estamos investindo em EAD, cursos gratuitos com parte presencial paga pelo COB. O IOB vem numa marcha contínua de crescimento e transferência de conhecimento na área do esporte.”, completou.

Depois dos agradecimentos, ainda teve tempo para mais uma brincadeira para encerrar a live. “Como entrevistador, você é um ótimo judoca, campeão do mundo”, finalizou Wanderley

Por: Comitê Olimpico do Brasil

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