Aos 19 anos, nascida de família de judocas em São José do Rio Pardo, Nádia Bagnatori Merli é a nossa entrevistada no "Uchikomi" do boletim OSOTOGARI.
Integrante da seleção nacional, Nádia cursa o ensino superior e compete nas classes sub 20 e sênior na categoria médio.
Nádia costuma dizer que nasceu no tatame. Seu pai sempre fez judô e quando ela tinha cinco anos disse que queria fazer aulas com a turma que ele tinha e eram muitas crianças. Toda envergonhada, começou no mesmo dia que tomou a decisão, lá em Mococa, interior de São Paulo, para onde sua família mudou quando era bem pequena ainda! Começou a ganhar os Campeonatos Paulistas no Infanto Juvenil e sempre competiu por vontade própria. Sua família nunca a forçou a nada, muito pelo contrário, sempre a apoiou em todas as suas decisões. Já nova, tinha na cabeça que se fosse competir e quisesse ganhar, seja qual campeonato fosse, sua obrigação era treinar mas nunca viu isso como uma obrigação. Sempre competiu defendendo o nome de Mocóca e com 16 anos mudou-se para São Paulo e começou a treinar no Centro de Excelência/ Projeto Futuro. Já fazem três anos que Nádia faz parte dessa fábrica de campeões. Hoje luta levando o nome da Associação Esportiva Piracicaba.
Tem como técnicos o seu pai, Luiz Cesar Merli, Hatiro Ogawa e Alexandre Garcia. Seu preparador físico é o Jaime Bragança.
Nádia possui muitos títulos, ao qual destaca: : 3°Colocada na Copa do Mundo de BH 2009 - 3°Colocada na Copa do Mundo da Venezuela 2011- 2° Colocada no Word Cup Sub 20 na Itália 2011- Tri Campeã Pan Americana 2006/2009/2010 - Bi Campeã Brasileira Sub 20 - Campeã do Troféu Brasil 2010 - 3°Colocada Campeonato Brasileiro Sub 23.
B.O.: Nesses últimos anos, você tem se destacado no cenário nacional, conquistando importantes medalhas e resultados pela seleção principal. Como foi sua trajetória até chegar na seleção nacional?
Nádia: Tudo que acontece dentro do judô é importante pra nossa evolução, tanto mental, tático e tecnicamente. Cada treinamento, cada competição faz a diferença e esse progresso só acontece quando estamos dispostos. As experiências que adquiri com campeonatos, treinamentos específicos e treinamentos de campo, fizeram e fazem muita diferença pra hoje eu estar ingressando na seleção nacional. Essa trajetória requer muito esforço, afinal não posso sair do ritmo quando estou em fase de competições (que é quase sempre, rs) e o cuidado com o corpo para evitar lesões, e a atenção com a alimentação ajuda sempre em todos os aspectos. È um conjunto de trabalhos que influenciam nessa caminhada!!
B.O.: Na sua classe, quais os países que você considera que estão em fase emergente e quais os países a serem superados?
Nádia: Japão, França, Colombia, Holanda, Hungria são os países que já se destacaram. Os países que estão em fase emergente nessa altura do campeonato são: Polônia, Cuba, Ucrânia e Alemanha.
B.O.: Como é sua preparação para as competições? Como é sua periodização, preparação física, tática e técnica?
Nádia: Taticamente, estudo as adversárias que tenho dentro e fora do Brasil assistindo as filmagens, pra depois colocar em prática nos treinamentos e sair automático na competição. Na preparação fisica tento fazer um trabalho específico conforme a data da competição, varia de força, resistência e potência, trabalhos exercidos nos treinamentos de musculação. Tecnicamente estou sempre procurando me corrigir, os fundamentos são essenciais e pratico com frequência, afinal um detalhe que podemos corrigir faz toda a diferença quando colocamos o golpe em prática.
B.O.: Tendo a família toda de judocas, em quem você se espelha para chegar onde chegou?
Nádia: Procuro me espelhar nas pessoas que são humildes e que se esforçam pra alcançar um objetivo cada vez maior. Naqueles que sempre querem mais, que nunca estão acomodados com o que já conseguiram. Isso é essencial pra quer ser um campeão não apenas no judô, mas na vida!!
B.O.: O que costuma fazer quando não está treinando e competindo?
Nádia: Eu sou do tipo de pessoa que sempre que tem um fim de semana livre eu preciso distrair a cabeça um pouco e esquecer das coisas que me consomem durante a semana. Quando não vou para Mococa visitar meus pais e toda a família pra matar a grande saudade, procuro sair pela cidade e ficar fora o dia inteiro, gosto de comprar e comer coisas diferentes. Ficar pertinho do namorado é de lei!!
B.O.: Qual seu objetivo com o judô a curto, médio e longo prazo?
Nádia: Ainda esse ano tenho o Mundial Sub 20. A médio prazo, é dificil por eu não estar bem colocada no rancking mundial, mas pretendo me classificar pra Londres 2012. E a longo prazo busco uma medalha olímpica, se não for agora, será dentro de casa... Rio 2016!!
B.O.: Para encerrarmos nosso “Uchikomi”, por favor, deixe uma mensagem para os judocas.
Nádia: Não podemos perder nenhuma oportunidade, mas não precisamos nos antecipar pra nada. Tudo tem seu tempo, quando queremos uma coisa e nos esforçamos ao máximo pra conseguir, pode ter certeza que o objetivo será alcançado. Ser humilde e não se acomodar com o que já conseguimos são características de quem quer vencer na vida, pensar grande faz toda a diferença, por exemplo: Um atleta que tem como objetivo ingressar a Seleção Nacional, não pense em apenas fazer parte dessa seleção, pense em buscar uma medalha olímpica pro nosso país. Esse pensamento é o que faz a diferença lá na frente, quando estamos realizados. Estar perto daquelas pessoas que te amam e querem o seu melhor, é essencial pra quem tem um sonho a buscar, eles só nos fortalecem quando mais precisamos. Ninguém mais tem que querer e acreditar a não ser você mesmo.
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