quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Seleção de judô disputa competição para definir os representantes em Londres.

Tiago Camilo e Hugo Pessanha rivalizam na categoria mais acirrada

Na teoria, apenas em 30 de abril a Federação Internacional de Judô (FIJ) vai declarar oficialmente encerrado o período de corrida por pontos para os Jogos Olímpicos de Londres. Porém, a disputa deste fim de semana pode presentear os campeões com uma pontuação tão alta — o ouro vale 300 pontos — que, dependendo dos resultados, já será possível matematicamente conhecer quais atletas brasileiros estarão convocados para a delegação olímpica.

O Grand Slam de Paris será especialmente importante para os judocas Tiago Camilo e Hugo Pessanha, que duelam por uma única vaga na categoria até 90kg, e para Leonardo Leite e o brasiliense Luciano Corrêa, que rivalizam entre os atletas com até 100kg. Segundo o coordenador técnico internacional da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Ney Wilson, essa definição é essencial até mesmo para a preparação psicológica dos classificados. “Por enquanto, o atleta só fica com a cabeça no objetivo de curto prazo, na próxima competição que terá para passar o adversário direto, e isso acaba comprometendo a preparação para os Jogos”, argumenta.

O coordenador explica que o desgaste mental se torna ainda maior pelo fato de, segundo o critério de classificação, os dois atletas do peso-médio estarem aptos à convocação, mas apenas um poder, de fato, embarcar para Londres. “O Tiago e o Hugo, pelos cálculos, ficam na zona de classificação, mesmo se não competirem em mais nada, mas a briga é para ver qual dos dois vai. Isso os desgasta muito, é uma situação bem diferente da de quem está entrando para competir com a cabeça numa preparação olímpica”, constata Ney Wilson.

Para quem já está com uma posição de maior vantagem na lista internacional, o Grand Slam de Paris terá a missão de conferir um maior ritmo competitivo — e em uma prova de altíssimo nível. “Daqui para a frente, os eventos internacionais estarão cheios e muito fortes porque quem está correndo atrás de uma posição melhor no ranking vai tentar lutar em praticamente todos. E os países mandam a totalidade de seus atletas ranqueados”, explica o técnico da Seleção masculina, Luiz Shinohara.

O sonho é dourado

Depois do Grand Slam de Paris, a última disputa de alta importância para o ranqueamento olímpico será o Grand Prix de Düsseldorf, na Alemanha, em 18 e 19 de fevereiro, em que a medalha de ouro vale 200 pontos. Mas Luiz Shinohara já traça planos que vão bem além até mesmo da convocação. “Nosso primeiro objetivo é ter um representante em cada categoria. Se o fechamento do ranking fosse hoje, nós teríamos. O segundo é uma medalha de ouro em Londres”, planeja.

Questionado se Leandro Guilheiro — brasileiro mais bem classificado até o momento — seria o judoca com mais chances de cumprir esse segundo objetivo, o técnico da Seleção masculina ri e prefere manter a discrição. “Quem vai ser eu não sei. Armas a gente tem, vamos ver se vão dar o tiro certo”, filosofa.

Saiba mais
Disputa apertada

O regulamento internacional convoca os 22 judocas mais bem classificados de cada categoria no masculino, e as 14 primeiras no feminino. Até o momento, Tiago Camilo está em quinto, e Hugo Pessanha, em sexto lugar, no ranking mundial. Já entre os meio-pesados, Luciano Corrêa segue em 17º, e Leonardo Leite, em 23º. Apesar de a distância entre os atletas Rafael Silva (5º) e Daniel Hernandes (10º) também ser pequena em posições na categoria peso-pesado, Ney Wilson destaca que há muitos pontos nesse intervalo, deixando Daniel em uma situação difícil para alcançar o rival compatriota. Só há vaga para um judoca de cada categoria por país.
Seleção Brasileira no Grand Slam de Paris

» Sarah Menezes (48kg)
» Erika Miranda (52kg)
» Ketleyn Quadros (57kg)
» Mayra Aguiar (78kg)
» Leandro Cunha (66kg)
» Tiago Camilo (90kg)
» Hugo Pessanha (90kg)
» Luciano Correa (100kg)
» Leonardo Leite (100kg)
» Daniel Hernandes (+100kg)
» Rafael Silva (+100kg)

* Leandro Guilheiro (81kg) estará com a delegação, mas não vai competir. O judoca participará apenas de um treinamento de campo internacional oferecido no país após o torneio.


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