terça-feira, 4 de outubro de 2022

Três medalhas completam 50, 30 e 10 anos; veja marcos da evolução do judô


O tempo passa e o esporte evolui! A história do judô brasileiro foi contada por três medalhas históricas em Jogos Olímpicos: 50 anos do bronze de Chiaki Ishii, em Munique 1972; 30 anos do ouro de Rogério Sampaio, em Barcelona 1992, e 10 anos do ouro de Sarah Menezes, em Londres. Cada uma com uma história pessoal, mas, juntas, formam o enredo do que foi a transformação da modalidade no país.

Os "aniversários" das medalhas são uma lembrança também, que o Campeonato Mundial de judô acontece entre o dia 6 e o dia 13, no Uzbequistão, com transmissão do sportv, narração de Daniel Pereira e comentários de Leandro Guilheiro.

Munique 1972: 50 anos
O mundo era outro. A Olimpíada marcada pelo Massacre de Munique. Mesmo com o lado triste que essa edição carrega, uma medalha será pra sempre a história do Brasil: a primeira do judô. Sensei Chiaki Ishii garantiu o bronze, na categoria até 93kg. Hoje, aos 81 anos, preferindo sua língua materna, o japonês naturalizado brasileiro, relembra a conquista e comenta como o judô mudou.

- Aprendi o judô com meu pai. A (minha) primeira medalha, porque naquela época, judô do Brasil estava em um nível muito baixo. Agora, o judô mudou bastante, regulamento, organização. Minha época só... Homem. Mas difícil agora, né? Ganhar medalha, mais rápido.

A história entre as gerações
Se o judô do Brasil mudou, muito tem a história do Ishii. Chegou ao Brasil com 22 anos, foi o primeiro medalhista olímpico e mundial, mas não só isso. Chiaki também treinou muitos atletas, sem contar as inúmeras boas dicas que passou para os atletas como, por exemplo, ao Rogério Sampaio, que ganhou uma medalha de ouro 20 anos depois dele.

- O Sensei Ishii é um patrimônio do judô brasileiro, eu comecei a fazer judô em 1972, exatamente no ano em que o Sensei Ishii foi o primeiro medalhista do judô brasileiro nos Jogos Olímpicos de Munique. Eu tinha dificuldade em fazer o osotogari, porque eu era canhoto e eu tinha que fazer com destro. (Em um treino, fui até o Ishii e ele me ensinou uma estratégia pro golpe.) Eu falo que aquele foi o grande diferencial, não só do osotogari, mas da minha carreira.

Barcelona 1992: 30 anos
As grandes conquistas do judô fazem "aniversário", mas muito mais do que celebrar as três décadas da medalha de Rogério Sampaio, em Barcelona, o campeão olímpico acredita que sua medalha também foi responsável para propagar a modalidade no país.

- Quando veio a medalha de ouro, que eu tenho orgulho de ter conquistado aquela e a única do esporte individual brasileiro (naquele ano), ela ajudou a consolidar aquele crescimento do judô. Atletas em estados ainda mais distantes do grande centro, que era a Região Sudeste, né? Passaram a ter um grande número de praticantes. Os resultados começaram a ser conquistados por atletas de outros Estados.

A força do judô feminino
Se na Olimpíada de Ishii o judô só era praticado por homens, o mesmo aconteceu quando Rogério Sampaio entrou na modalidade. É muito interessante hoje, termos o maior expoente entre as mulheres, porque nem sempre foi assim.

- Quando eu comecei a fazer judô, em 1972, inclusive, as competições do judô feminino eram proibidas por lei. Hoje, virou uma tradição conquistar medalhas também no judô feminino, né? O judô feminino encontrou um caminho de desenvolvimento, de conquistas, independente do judô masculino. Estou muito esperançoso de bom resultado agora no campeonato mundial e principalmente nos Jogos Olímpicos de Paris, comentou Sampaio, que atualmente também é vice-presidente do Comitê Olímpico do Brasil.

Londres 2012: 10 anos
Sarah Menezes é o retrato disso tudo. Natural de Teresina, foi a primeira brasileira a conquistar a medalha de ouro no judô, conquista essa que completa 10 anos. Além de inspirar atletas com sua história, ela também é treinadora da Seleção feminina de judô, que disputa o campeonato Mundial entre os dias 6 e 13, no Azerbaijão.

- A minha medalha abriu as portas para as demais atletas conquistarem suas medalhas, acreditarem em si e potencializar seus treinamentos e ter grandes resultados. Quando eu cheguei na final, eu vi que era possível sim, conquistar o ouro, o ouro olímpico. O mundo parou pra me olhar. Quando uma vence, as outras acabam acreditando em si, que é capaz de chegar.

Por: G1.com

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