quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

RIo Grande do Sul: Madura, Ketleyn quer “usufruir” do novo ciclo no rumo a Paris


A caminhada é longa, mas Ketleyn Quadros conhece o caminho. Primeira judoca brasileira medalhista olímpica, ela voltou a competir nos Jogos após 13 anos, em Tóquio. E encerrado o torneio no país-berço da modalidade, ela voltou aos tatames já direto no pódio, conquistando o bronze no Grand Slam de Abu Dhabi.

Experiente e disposta a evoluir luta a luta, ela projeta o novo ciclo olímpico que se abre nesta entrevista à Federação Gaúcha de Judô. Destaca que, por ser menor, o período será mais intenso e exigente. Ainda assim, ela dá um chega para lá na pressão: “Vou usufruir e aproveitar o melhor que eu puder”. Paris, afinal, pode ser logo ali.

Qual foi a importância para ti de subir ao pódio na primeira competição disputada após os Jogos Olímpicos?
Eu fico muito feliz com o resultado. A gente vem de um ciclo duro e longo, de cinco anos, fora todo o turbilhão de pandemia. Voltamos das Olimpíadas e tivemos uma folga de quase 40 dias, um período inédito. Esse resultado veio numa excelente hora, superimportante, mostrando que o trabalho está em dia, mesmo a gente ainda não estando no ritmo que acredita ser o ideal, porque sempre procuramos estar melhor e melhor. Voltar de uma competição em seguida de uma Olimpíada é supergratificante para mim, sinônimo de caminho certo. Agora é continuar trabalhando para novos desafios e estar sempre pronta. Já foi uma medalha pensando no novo ciclo, mesmo sabendo que é um passo de cada vez até chegar no objetivo maior, que é a classificação aos Jogos Olímpicos.

Aliás, foi o teu segundo pódio em três Grand Slam no ano. Existe uma tática e um trabalho diferente pensado para esta competição, que é maior?
Graças a Deus eu faço parte de um clube extremamente voltado ao alto rendimento. Lógico que respeitando a diferença de experiências. Treinamos com colegas que ainda estão neste período de seletivas e em busca de seu destaque internacional. Para mim, esse é um grande diferencial: você realmente se preparar para competições fora, com seus possíveis adversários. Ter a oportunidade de estar treinando te deixa mais preparado, é essa a tática. Isso é superimportante. A tática está também nos nossos preparadores. Temos uma equipe multidisciplinar que faz a programação específica para a necessidade de cada atleta e de cada competição. A periodização é superimportante para que a gente chegue no resultado almejado. Foco, técnica e preparação!

Você é uma atleta com uma grande história do judô brasileiro. Tanto por ser a primeira medalhista olímpica, quanto por voltar aos Jogos mesmo depois de tanto tempo. E para este novo ciclo, o que esperar e projetar?
Eu entrei na Seleção Brasileira na minha época de atleta júnior, que coincidiu com a época que eu fui medalhista olímpica. Eu era muito jovem quando fui medalhista olímpica, numa época que ainda estava em formação. Desde então sempre representei a Seleção. Ter ficado fora de Londres e Rio só me serviram de aprendizado. Eu disputei a vaga para essas Olimpíadas, mas as minhas adversárias foram melhores do que eu, apesar de estar pronta e preparada. Mas isso não me desanimou. Continuei treinando e me preparando. O sonho sempre foi olímpico e tive a paciência para as coisas acontecerem no seu devido momento. Fiquei muito feliz de voltar a lutar nos Jogos Olímpicos depois de 13 anos, que passaram tão rápido que nem percebi. Foi um tempo de muito trabalho e aprendizado. Esse foi o meu processo. Eu tenho muito orgulho da minha história do que venho construindo e me tornando. Hoje eu me enxergo como uma atleta psicologicamente mais madura. Encaro as dificuldades com mais leveza isso me leva aos resultados. A minha expectativa para esse novo ciclo é realmente usufruir e aproveitar o melhor que eu puder. Eu tenho muita qualidade de vida dentro da minha modalidade, não tendo cirurgias ou problemas de peso, então a expectativa é essa: enquanto fizer sentido para mim – o que está fazendo agora – eu continuo firme e forte e me preparando para os próximos desafios.

A propósito: o que muda na rotina de treino e planejamento para um ciclo olímpico mais curto e quais as tuas metas para a próxima temporada?
Primeiramente, tenho que estar com o pé no chão. São três anos, mas mesmo assim são anos duros. Um ano a menos quer dizer trabalho mais intensificado. Tem que estar atenta aos detalhes e há a necessidade de aprendizado muito mais rápido. O planejamento continua sendo forte na periodização e em cada desafio e cada etapa. A gente precisa passar por seletivas. Nesse ano até fiquei de fora, mas ano que vem tem seletiva para os atletas que não ficarem até quinto no Mundial. Ainda existem muitas competições até chegar nos Jogos Olímpicos. Temos entre oito a nove Grand Slam por ano, seletivas nacionais, Mundiais. O meu objetivo principal para este ciclo é ter um passo de cada vez, cada luta de cada vez e as coisas vão acontecendo. A construção para uma vaga olímpica é o processo. E o processo é agora. Com isso que me preocupo todos os dias, procurar estar bem e fazer cada dia mais e melhor.

Por: Assessoria de Imprensa da Federação Gaúcha de Judô


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Gostou da matéria? Deixe um comentário!
Aproveite e seja um membro deste grupo, siga-nos e acompanhe o judô diariamente!

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
Pesquisa personalizada