terça-feira, 19 de novembro de 2013

Com marca histórica de 70 anos, judô mobiliza a terceira geração da família Borges

Odair Borges (no alto), que assumiu a academia após a morte do pai, em 1995, aplica golpe em seu filho Rafael, que recebe a tarefa de dar sequência à tradição da família

Uma tradição que dura décadas e une gerações atinge nesta terça-feira (19) mais uma marca histórica. Precursora do judô em Campinas, a Academia Borges completa 70 anos moldada nos valores ensinados pelo esporte e na união da família que criou e mantém a academia com status de mais tradicional da cidade na modalidade. Desde sua inauguração, em 1943, por iniciativa do patriarca José Almeida Borges, são três gerações de faixas pretas e milhares de alunos que já passaram por seus tatames.

Responsável por tocar a academia após a morte do pai, em 1995, Odair Borges comemora o sucesso do empreendimento. “Temos hoje a única academia que trabalha apenas com judô e jiu-jítsu. Temos um grupo que, entre crianças e adultos, chega a 50 alunos”, destaca Odair, que colecionou títulos estaduais, nacionais e internacionais na época de atleta, além de ter sido treinador de grandes judocas. Atualmente, é um dos integrantes da Confederação Brasileira.

Para ele, as particularidades encontradas na modalidade estão entre os fatores que explicam tal longevidade. “A grande diferença para as outras lutas é esse aspecto filosófico do judô. O professor Jigoro Kano, criador da modalidade, sempre teve o objetivo da educação, através do usa da filosofia oriental. Envolve disciplina, respeito aos mais graduados, coisas que as outras lutas não têm”, afirma.

Ao olhar para trás e ver todo o esforço do pai, Odair reconhece a importância e o exemplo positivo que o judô trouxe para a família. “Meus filhos tiveram um bom exemplo pela convivência com nossos alunos e outros atletas. Temos alunos que estão aqui há 32 anos, são avôs, pais e filhos que passaram por aqui. Isso traz um aspecto muito importante.”

FUTURO

A expectativa da família Borges é que essa chama seja mantida acesa ainda por muito tempo. Terceiro membro dessa linhagem de judocas, Rafael, de 33 anos, auxilia o pai na academia e surge como o próximo a ter a responsabilidade de conduzir essa história.

“Somos uma família unida e temos orgulho do que fazemos. O maior exemplo é meu avô. Ninguém imaginava que na década de 40 alguém fosse sobreviver do judô. Partiu de um sonho dele, passaram 70 anos e a família continua fazendo isso. Esse é o maior ensinamento, acreditar no sonho e lutar por ele”, diz Rafael, que tem uma filha de dois anos e meio já candidata a ser a próxima a manter esta rica tradição familiar. "Se depender do pai e da mãe, que também gosta do esporte, é uma forte candidata."

SELEÇÃO BRASILEIRA

Odair Borges representará Campinas como um dos membros da comissão técnica da Seleção Brasileira de judô que disputa o Grand Prix, no Japão, entre 29 de novembro e 1 de dezembro. Último torneio do ano, é um dos mais tradicionais do calendário mundial e, por isso, um dos que mais distribuem pontos para o ranking da Federação Internacional de Judô (FIJ).

“Pela Confederação Brasileira já visitei o Japão quatro vezes junto com a delegação. Fui como preparador físico, auxiliar técnico e agora dentro da minha atividade, como professor de cursos no Norte e Nordeste pela CBJ. Viajarei como observador da competição”, conta.

A competição serve de preparação e também conta pontos para a classificação aos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio. Entre os principais convocados pelo País estarão Sarah Menezes, medalha de ouro na Olimpíada de 2012, e Felipe Kitadai, bronze em Londres.

Por: Carlos Rodrigues para o caderno Planeta Esporte do Correio Popular de Campinas

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