sábado, 24 de outubro de 2020

Elton Fiebig é candidato de São Paulo na Comissão de Atletas de Judô Eletiva da CBJ

 

A Comissão de Atletas de Judô Eletiva da CBJ terá seus membros definidos, por meio de eleição, nos dias 27 e 28 de outubro. Com 52 candidatos concorrendo a 28 vagas, os atletas de todo o Brasil “irão às urnas” para escolher seus representantes, por meio de uma plataforma digital. A lista com os perfis dos candidatos está disponível na página da Comissão de Atletas no site da CBJ e no link abaixo. 


ACESSE AQUI A LISTA COMPLETA COM OS PERFIS DOS CANDIDATOS APTOS  

São Paulo terá quatro candidatos e entre eles, o judoca Elton Quadros Fiebig

Buscando atingir uma maior representação e participação por parte dos atletas de todas as regiões do Brasil, o pleito elegerá um representante para cada estado do país, mais o Distrito Federal, além de uma cadeira extra para um judoca medalhista olímpico. Por meio de um voto direto e individual, cada eleitor poderá votar em um candidato do seu estado e um candidato medalhista olímpico.

A participação e inscrição de candidatos no processo eleitoral do CAJE-CBJ era opcional e todos os estados, com exceção do Acre, inscreveram suas chapas.

Entre os medalhistas olímpicos, quatro judocas se candidataram para ocupar uma cadeira na Comissão: Ketleyn Quadros (Bronze em Pequim 2008), Luiz Onmura (Bronze em Los Angeles 1984), Carlos Honorato (Prata em Sydney 2000) e Henrique Guimarães (Bronze em Atlanta 1996).

QUAL É O PAPEL DA COMISSÃO DE ATLETAS ELETIVA? 

- Representar os atletas no processo eleitoral da Confederação.
- Participar das eleições para o preenchimento dos cargos eletivos dos Poderes Estatutários da CBJ, assim elencados: Presidência (Presidente e Vice-Presidentes), Membros do Conselho Fiscal, Membros do Conselho de Ética e Membros Independentes do Conselho de Administração.  

COMO SERÁ FORMADA A COMISSÃO DE ATLETAS ELETIVA? 

A Comissão de Atletas Eletiva do judô será formada por um atleta representante de cada uma das 27 Federações filiadas à CBJ e mais um atleta medalhista olímpico. Ou seja, cada eleitor terá dois votos: um para o candidato do seu estado e um no candidato medalhista olímpico.  

QUEM PODE VOTAR? 

Para votar, o eleitor deverá cumprir os critérios estabelecidos no Regimento Eleitoral: idade igual ou superior a 16 anos; registro válido no sistema de gestão Zempo-CBJ como ATLETA; esteja em dia com suas obrigações como atleta; não esteja cumprindo qualquer suspensão aplicada pela CBJ, suas filiadas, COB ou entidades internacionais; tenham participado como ATLETA em, no mínimo, 2 (duas) competições registradas na plataforma Zempo-CBJ, seja ela em âmbito estadual, nacional e/ou internacional. Esta participação deverá ter acontecido em 2 (dois) anos distintos em ao menos 1 (uma) competição por ano, entre 2018, 2019 ou 2020.  

COMO VOTAR? 

Cada atleta eleitor receberá um login e senha de acesso ao sistema virtual de votação e, assim, poderá registrar seu voto uma única vez acessando qualquer dispositivo móvel (celular, tablet, notebook) ou computador de qualquer lugar que tenha conexão com a internet. O sistema é totalmente independente e seguro. 

Com informações da Assessoria de Imprensa da CBJ

Por: Boletim OSOTOGARI





#Tenorio50: legado garantido para as próximas gerações do judô


Após acompanhar ao longo da semana a trajetória que fez de Antônio Tenório o maior nome do judô paralímpico na história, é preciso pensar também no futuro. Afinal, assim como o sensei Fernando da Cruz enxergou lá, nos anos 80, potencial no garoto de 19 anos para ser um campeão, outros Tenórios surgirão para carregar o legado deixado pelo ídolo quando ele se aposentar.

Para isso, dois processos têm sido fundamentais: o incentivo a torneios de iniciantes e o processo de renovação conduzido pela atual comissão técnica da Seleção Brasileira.

Desde que passou a organizar o calendário de eventos, em 2011, a Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV) promove uma competição aberta a novatos do tatame. A partir de 2017, ela recebeu o nome de Copa Antônio Tenório como forma de homenagear o ídolo máximo da modalidade.

"Essa competição é muito importante. Quando assumimos a gestão da CBDV, em 2017, abaixamos a idade mínima, que era de 14, para 10 anos, dando a essas crianças a oportunidade de participarem. É o torneio que traz novos atletas, revela grandes promessas. Nada mais justo do que batizá-lo de Copa Antônio Tenório, que é uma inspiração por tudo o que ele representa e já conquistou", explica Helder Maciel, secretário-geral da Confederação e ex-judoca com participação em duas Paralimpíadas (Atlanta 1996 e Sydney 2000).

"É de muita importância termos uma competição para jovens iniciantes no judô paralímpico, para diferenciação dos níveis e para que estes iniciantes conquistem suas primeiras medalhas", afirma Joannis Georgiou, professor de judô e técnico do Cesec (Centro de Emancipação Social e Esportiva de Cegos), uma das instituições pioneiras no trabalho de atletas com deficiência visual.

A atleta Lara Amaral, de 11 anos, que ganhou o ouro na categoria até 40 kg na última edição, realizada em novembro do ano passado, aprova a experiência proporcionada pelo torneio. "O judô é importante porque todo mundo de qualquer idade pode praticar. Eu comecei com sete, oito anos. Na Copa Antônio Tenório, a gente tem um grande aprendizado, fica ansiosa pela viagem, aprende muita coisa, tem pessoas de outros países. Fiquei muito feliz em poder participar", conta a atleta do Ismac-MS (Instituto Sul-Mato-Grossense para Cegos).

Frutos colhidos na Seleção

Ter uma competição com esse propósito no calendário acabou auxiliando no trabalho desenvolvido pela comissão técnica da Seleção, conforme explica o treinador Alexandre Garcia, que aproveita também a presença do veterano Tenório no grupo para auxiliar no processo de maturação dos mais jovens: "Desde que entramos na Seleção, o processo de renovação é constante e é muito importante termos atletas experientes para prepararmos os mais jovens".

Atleta da Aepa-PA (Associação Esportiva e Paradesportiva do Sul e Sudeste do Pará), Thiego Marques vem representando o Brasil nos últimos anos e foi revelado justamente no torneio de iniciantes da CBDV.

"Participar de um torneio como esse é de extrema importância, pois é o primeiro contato de um iniciante com uma competição de judô paralímpico e com o alto rendimento", diz o judoca de 20 anos, que estreou na competição em 2011. "É muito interessante terem colocado o nome do Tenório, porque normalmente em todo campeonato, ele vai estar. Será uma grande honra para esses atletas cruzarem com nomes como ele, com a Lúcia (Teixeira), a Karla (Cardoso). Tive essa oportunidade e foi essencial ver esses nomes ali lutando também por uma medalha no mesmo tatame em que eu estava competindo."

É bom valorizar também quem deu os primeiros passos para a descoberta de talentos. Ainda na esteira do ciclo para Pequim 2008, a comissão do sensei Jucinei Costa, então treinador da Seleção, realizou uma busca ativa em todo o país à procura de novos judocas: "Na Seleção, o Tenório era praticamente o único grande nome. Fizemos uma busca por atletas com deficiência que não estavam ligados apenas a associações de deficientes, que tinham um cunho mais assistencialista, mas já treinavam em clubes. Foi daí que vieram Karla, Eduardo (Amaral), Daniele (Bernardes)", diz Jucinei, citando algumas joias encontradas.

Comunicação CBDV - Renan Cacioli


sexta-feira, 23 de outubro de 2020

São Paulo: Projeto Budô lança camiseta comemorativa de 15 anos de atividades


Em comemoração aos 15 anos de atividades, o Projeto Budô lançou sua camiseta alusiva a essa ocasião.

O dojô paulistano que já formou mais de 30 Faixas Pretas nesses 15 anos, com todos fazendo o exame e conquistando suas graduações, trabalha sempre com o Judô Tradicional e de Formação.

"A camiseta comemorativa incrementa nossos produtos personalizados (Chinelos, Agasalhos, Moletom, Camisetas) que sempre se caracterizaram pela qualidade, vanguarda e inovação", disse o professor responsável pela instituição, Vinícius Erchov.


Quer treinar Judô tradicional? Conheça o dojô Projeto Budô.
Rua Antônio de Mariz, 123 - Lapa/São Paulo.

Visite o site: www.projetobudo.com.br

O Projeto Budô faz parte da equipe de sponsors do boletim OSOTOGARI.

Por: Boletim OSOTOGARI




FIJ: Pelo amor ao judô


Pelo amor ao judô, tive que fazer dois testes para descartar qualquer vestígio de coronavírus. Tive a impressão de que as enfermeiras faziam um concurso para ver quem ia mais longe com aquelas varas compridas que parecem instrumentos de tortura.

Pelo amor ao judô, acordei às três e meia da manhã. Tive que pegar dois aviões, o primeiro às seis horas, e dirigir por estradas desertas resistindo ao ataque do vento cujas rajadas chegavam a cento e quarenta quilômetros por hora.

Por amor ao judô e por ser disciplinado, tive que aguentar a fome e a sede e as opções de refresco alheio, pois estava combinado uma perda temporária de liberdade. 

Já em Budapeste e, sempre pelo amor ao judô, tive que me submeter a outra prova e me armar de paciência por nove horas em meu quarto de hotel até que os resultados me fossem comunicados.

Pelo amor ao judô, tive que conter a vontade de abraçar meus colegas, que não via cara a cara desde março. Todos aguardavam o momento de sair dos quartos, para celebrar o frágil princípio da normalidade.

Foi um reencontro sóbrio, mas feliz. Havia vinho, cerveja, água para os mais saudáveis ​​e nada para os mais sérios. Havia alívio nos rostos cansados ​​e entusiasmo pelo que estava por vir.

Pelo amor ao judô, acordei cedo para desfrutar de um café da manhã normal sentado à mesa com um colega de trabalho. Todos apareceram com vontade de trabalhar, com toda a antecipação guardada por meses.

Pelo amor ao judô, cerrei os dentes e encolhi o estômago para colocar calças que sofrem as consequências de um confinamento gastronômico demais.

Pelo amor ao judô, tive que assistir a um vídeo tutorial na internet para lembrar como dar nó na gravata. Os sapatos? Eles estavam escondidos na área mais remota do guarda-roupa e eu tive que liberá-los como me liberto para estar pronta para trabalhar.

Pelo amor ao judô, eu coloquei minha máscara logo pela manhã e fui para o escritório, para o estádio onde o Grand Slam da Hungria iria nos inflamar. Lá, um minuto antes das primeiras competições, percebi que tinha valido a pena. Ver o judoca preparado, com seu judogi limpo e impecável, os funcionários em seus cargos, os voluntários atentos, todos sorrindo sob suas máscaras, todos ansiosos para finalmente ver o que há de melhor.

Claro que valeu a pena esperar, levantar cedo, fazer exames médicos e respeitar as normas, porque a dignidade vem do trabalho, porque a vida continua e sabemos encontrar soluções nos momentos difíceis. Pelo amor ao judô, sempre o faremos.

Por: Pedro Lasuen - Federação Internacional de Judô


#Tenorio50: quimono em cima da hora para o primeiro ouro do Brasil

Os Jogos Paralímpicos de Atlanta, em 1996, marcaram não apenas o início da trajetória avassaladora de Antônio Tenório na principal competição do planeta como também foram a primeira edição na qual a delegação brasileira contou com um apoio de um comitê nacional. Pouco mais de um ano antes, em fevereiro de 1995, nascia o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), um divisor de águas para a história paradesportiva do Brasil.

No caso específico do judô, a novidade pelo suporte à modalidade foi uma fase de treinamentos intensa em Manaus às vésperas dos Jogos, como se recorda o secretário-geral da Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV), Helder Maciel, na época um jovem atleta classificado para a Paralimpíada na categoria até 60 kg.

"O esporte paralímpico não tinha tanto apoio, não existia a Lei Piva. Mas Atlanta foi a primeira edição com o CPB que, por meio do João Batista (presidente da entidade na época), angariou recursos, e a gente teve condição de treinar. Fomos para Manaus para um período de adaptação e treinamentos durante mais de 20 dias", conta.

Após os três bronzes conquistados em Seul 1988, na primeira edição com o judô paralímpico incluído na grade de disputas, o Brasil passara em branco em Barcelona 1992. Por isso, era importante obter melhores resultados em Atlanta. E mesmo sendo a estreia de Tenório, todos sabiam do que ele era capaz.

"Eu pesquisava muito sobre os campeões das edições anteriores e, pelo que o Tenório vinha desenvolvendo, acreditava muito nele. Só que tinham outros atletas muito bons que, às vezes, a gente nem conhecia. Não havia tanta informação como hoje. Mas quando saiu o sorteio da chave dele, dois rivais nós já conhecíamos", explica o sensei Fernando da Cruz, técnico da Seleção Brasileira na ocasião.

O que o treinador não esperava era uma brincadeira em cima da hora que lhe tirou alguns fios de cabelo. Quem conta essa história é Helder: "Dois dias antes da competição, o Maurício (de Lima, atleta da categoria até 65 kg) e o Tenório deixaram a mochila com os quimonos de competição comigo e disseram: 'Moleque, cuida das nossas coisas'. E eu larguei tudo no ônibus que levava a gente até o local de treinamentos. Um dia antes da estreia, quando vieram procurar as coisas, ninguém mais encontrou nada, deve ter ficado em outro ônibus. Foi uma correria danada para arranjar outro quimono!", diverte-se o ex-atleta, na época com apenas 16 anos de idade.

"Alô, é o Pelé!"

O primeiro adversário no tatame de Atlanta foi o britânico Ian Rose, simplesmente o então campeão europeu e mundial. A vitória do brasileiro por wazari foi o indício de que algo maior estava reservado ao novato. "Eu me esqueci da regra de ouro no esporte: nunca subestime a competição, nunca. Eu era o atual campeão europeu e mundial, quem iria me vencer? Ninguém! Mas então esse novo brasileiro apareceu e me venceu na primeira luta", diria o britânico, anos depois.

Na semifinal, um ippon sobre o francês David Guillaume já garantia ao país o melhor resultado de sua história, afinal, a prata estava assegurada. Mas havia outro problema: "O Tenório tinha se queixado do punho machucado. Mas o que preocupava mais eram as pernas. Ele mudava a posição da pegada toda hora para confundir os adversários, era muito solto. Antes da final, tirei ele da área de competição e o levei até uma maca. Falei com a massagista que ela precisava soltar os músculos, deixá-lo preparado", relata o sensei Fernando.

Como as finais eram disputadas em sequência somente após todas as lutas qualificatórias das demais categorias, deu tempo de o brasileiro se restabelecer e chegar inteiro para encarar o espanhol Francisco Moedo, medalhista de bronze no Campeonato Europeu de 1995, na luta decisiva. "Ele jogou de uchi-mata (golpe no qual o judoca utiliza o quadril como alavanca após entrar com a perna na guarda do oponente) e conseguiu o ippon, não demorou muito a luta", lembra-se o técnico da seleção.

Ainda na área de competição, o rádio comunicador que o sensei utilizava tocou e uma pessoa do outro lado da linha perguntou: "Como tá o negão, professor?". "Era o Pelé!", diz Fernando, sobre o papo com o Rei do Futebol, que era o ministro do Esporte na época. Foi um sonho realizado", conclui o treinador.

Na volta ao Brasil, com o fim do ciclo paralímpico, os patrocinadores foram saindo de cena, levando Tenório a questionar se tudo aquilo tinha valido a pena. "Ele falava que a medalha não tinha valido de nada. E eu disse: 'Não desanima. Agora é que você vai mostrar quem é o Tenório'", explica Fernando. A previsão não poderia ser mais certeira, mas isso já é outra história...

Semana #Tenorio50

Antônio Tenório da Silva, o maior judoca paralímpico de todos os tempos, vai completar 50 anos de vida no próximo sábado (24). Desde segunda e até o dia do aniversário do atleta, a CBDV vai trazer reportagens relembrando a sua carreira, uma edição especial do "CBDV Ao Vivo" – programa de entrevistas realizado nas nossas redes sociais – com o aniversariante na quinta (22), às 15h, em nosso Instagram, além da exibição do filme "B1 - Tenório em Pequim", que narra a trajetória do ouro em 2008, totalmente gratuita na nossa página do Facebook.

Comunicação CBDV - Renan Cacioli

Sumaré: Sementes do Futuro lança quinto vídeo da série de protocolos para crianças

Neste quinto episódio da série de Protocolos Sementes, teremos a presença do atleta da Associação Sementes do Futuro do Judô, Eduardo Nicolau Martins, o atleta irá falar da maneira correta de chegar em casa dos treinos de Judô, o qual poucos tem ciência da suma importância desta ação contra a luta do COVID – 19.

Sabemos que todas as partes que iremos apresentar nestes episódios e de suma importância, mais temos que lembra que estaremos retornando para nossos lares, onde teremos nossos familiares, onde alguns são até do grupo de risco, e um bom protocolo a ser seguindo corretamente poderá trazer vários benefícios para todos.

Sabemos que um judogui, faixa, entre os objetos que estamos trazendo dos treinos, temos que colocar dentro de sacos e no outro dia lava -lós totalmente separados das demais roupas da casa, e um protocolo não apenas para as rates marciais, mais para as demais roupas que estão chegando da rua.

Muitos ainda hoje esquecem deste protocolo que pode salvar vidas dentro de nossas casa. 

Além disto, temos outras ações que serão incorporadas junto a comissão do COVID – 19, o grande lançamento do nosso protocolo oficial.

Sei que o trabalho e árduo, mais com muita consciência e muito aprendizado, estamos transmitindo um pouco da consciência das nossas crianças aos adultos.

Não importa idade, mais sim a maneira que nossos pequenos atletas estão querendo contribuir com as artes marciais, palavras do coordenador Técnico José Carlos Prudêncio Junior.

A diretoria da Associação Sementes do Futuro do Judô agradece mais uma vez pela motivação, determinação e dedicação a qual os pais, parentes, amigos estão junto na luta contra o COVID - 19.

Por: Associação Sementes do Futuro - Sumaré

Willian Lima (66kg) conquista o bronze para o Brasil no primeiro dia do Grand Slam de Budapeste

O brasileiro Willian Lima conquistou, nesta sexta-feira, 23, a medalha de bronze no Grand Slam de Budapeste, na categoria meio-leve masculina (66kg) ao vencer, por dois waza-ari (ippon), o judoca da Mongólia, Erkhembayar Battogtokh. Ele venceu quatro, das cinco lutas do dia, e garantiu 500 pontos que devem melhorar sua 29ª colocação no ranking mundial. 

“Essa medalha eu dedico às pessoas da Itália que, por motivos de saúde, não puderam competir. Mas, também dedico a cada pessoa responsável pela Missão Europa: COB, CBJ e a Federação Portuguesa de Judô, pois, se não fosse a ajuda de vocês nesse tempo difícil de pandemia, não teria conseguido treinar de forma que atingisse minha melhor forma para voltar a competir. Muito obrigado a todos que torcem e estão comigo nessa caminhada”, disse o judoca, reconhecendo o apoio das entidades esportivas e prestando solidariedade à seleção italiana, que foi desclassificada do Grand Slam porque quatro atletas testaram positivo para Covid-19 em Budapeste. 

Willian é uma das revelações mais recentes das categorias de base do judô brasileiro. Tem apenas 20 anos e é o atual campeão mundial júnior do meio-leve (66kg). Ele já conquistou resultados relevantes na classe sênior, como o bronze no Grand Slam de Brasília, em 2019, e um ouro no Aberto de Bariloche, em janeiro deste ano. Para Budapeste, Willian foi um dos quatro atletas convocados pela gestão das Categorias de Base da CBJ em projeto que contempla atletas em processo de transição do time Júnior para o Sênior.

Quatro vitórias em ritmo acelerado. Única derrota foi para o campeão

A estreia de Willian em Budapeste foi com vitória por ippon sobre o israelense Yarin Menagede na primeira rodada. Na segunda, ele superou o Azeri Nijat Shikhalizada, um dos cabeças-de-chave da categoria, por waza-ari e avançou às oitavas. Nesta etapa, o brasileiro venceu o mongol Narmandakh Bayanmunkh imprimindo um ritmo intenso de ataques e forçando três punições ao adversário.

Mantendo o ritmo acelerado durante os confrontos, Willian bateu o peruano Juan Postigos por ippon e chegou à semifinal do Grand Slam.  

Sua penúltima luta foi marcada pelo equilíbrio, com o brasileiro arriscando entradas e imprimindo maior volume de ataques. O russo Abdula Abdulzhalilov, porém, aproveitou um desequilíbrio de Willian para encaixar o contra-golpe e vencer o duelo no quinto minuto do Golden score. Abdulzhalilov foi para a final e venceu o compatriota Yakub Shamilov para ficar com o ouro. 

Já Willian, recuperou-se da derrota na semifinal aplicando dois ataques precisos na disputa pelo bronze, finalizando a luta com ippon e com a medalha garantida. O segundo bronze da categoria foi para Orkhan Safarov, do Azerbaijão. 

Outros quatro brasileiros também lutaram nesta sexta, mas não avançaram em suas chaves. Renan Torres (60kg), Eric Takabatake (60kg), Larissa Pimenta (52kg) e Jéssica Pereira (57kg) ficaram nas primeiras rodadas. Eric e Jéssica chegaram a vencer uma luta, mas não passaram das oitavas-de-final. 

Confira abaixo a programação do final de semana:

TRANSMISSÃO AO VIVO

O portal Live.ijf.org transmite todas as lutas ao vivo e de forma gratuita. 

PROGRAMAÇÃO

SÁBADO, 24

6h - Preliminares

12h - Bloco Final (medalhas)

Lutam: Ketleyn Quadros (63kg), Maria Portela (70kg), Eduardo Katsuhiro (73kg), João Pedro Macedo (81kg) e Guilherme Schimidt (81kg). 

DOMINGO, 25

6h - Preliminares

12h - Bloco Final (medalhas)

Lutam: Maria Suelen Altheman (+78kg), Beatriz Souza (+78kg), Rafael Macedo (90kg), Marcelo Gomes (90kg), Rafael Buzacarini (100kg), Leonardo Gonçalves (100kg), Rafael Silva “Baby” (+100kg) e David Moura (+100kg).

Por: Assessoria de Imprensa da CBJ


quinta-feira, 22 de outubro de 2020

Nacional de Judô Funcional - conheça as seleções estaduais que lutarão na nova competição da CBJ


Estão escaladas as seleções estaduais que irão disputar a primeira edição do Nacional de Judô Funcional. Na data que marca o Dia Mundial de Judô, em 28 de outubro, judocas de 21 estados iniciarão suas participações no torneio online inédito na história da CBJ. Com novas regras e um novo formato de disputa, os atletas se unirão em equipes para representar suas federações e conquistar medalhas.

Dividida por equipes mistas (masculino e feminino), a competição será disputada pelas classes Sub-13, Sub-15, Sub-18, Sub-21, Sênior, Veteranos 1 e Veteranos 2. Cada confronto será disputado por duas seleções estaduais com quatro atletas cada, da mesma classe de idade. Avançará de fase a equipe com mais atletas vencedores em cada rodada.

CONFIRA AQUI A ESCALAÇÃO DAS SELEÇÕES ESTADUAIS  PARA O NACIONAL DE JUDÔ FUNCIONAL 

Buscando um título inédito para seu estado, as federações estaduais realizaram etapas seletivas para escalar suas seleções e analisaram, abaixo, a importância da competição para a comunidade do Judô e suas expectativas para a disputa.

#JuntosSomosMaisFortes

“Estamos muito felizes com a iniciativa da CBJ na realização do evento. Mais satisfeitos ficamos também quando lembramos que foi um dos nossos integrantes e coordenador de veteranos, o Sensei Alexandre Leocádio, um dos idealizadores das primeiras impressões do que hoje é o Nacional de Judô Funcional. A sensação é que somos parte da ideia e prova irrefutável de que a CBJ está aberta às nossas sugestões, abraçando as boas ideias que surgem de suas federações filiadas”, elogiou Gláucio Mendonça, Coordenador Técnico da Federação de Judô do Amazonas.

O orgulho de representar seu estado

 “A comunidade do Judô Rio está unida em prol dessa competição, investindo seu tempo e conhecimento para chegarmos nessa competição bem preparados para representar o Estado do Rio de Janeiro nesse primeiro evento pós-pandemia, que temos certeza de que será um sucesso”, destacou Jucinei Costa, presidente da Federação de Judô do Estado do Rio de Janeiro.

O espírito do Jita Kyoei - Prosperidade e Benefícios Mútuos

“Realizar um Campeonato em meio a um momento tão delicado para todos nós, e ainda continuar fomentando a prática do Judô nos Estados é um trabalho árduo, mas que trouxe resultados positivos em prol do nosso esporte. Agradecemos a todos os envolvidos nesta iniciativa que acreditaram que mesmo longe poderíamos estar Juntos e Bem”, enfatizou Luiz Iwashita, presidente da Federação Paranaense de Judô.

Uma nova experiência

"Esse evento é um marco, pois ele é muito diferente daquilo que viveríamos no nosso dia a dia. E acho que não só um marco, mas uma oportunidade que se abre para os atletas que talvez não tivessem condições de almejar participar de um evento a nível nacional, de conseguir uma premiação a nível nacional. É um evento que, embora tenha nascido em um momento muito difícil, eu acho que ele vai ser muito positivo”, ressaltou Moises Penso, presidente da Federação Catarinense de Judô.

O aprimoramento constante

“Assim, o caminho suave se renova e adapta à atual situação. Com a adoção da modalidade "funcional", que se revela como mais uma das muitas variações da prática do judô. Criando oportunidades aos atletas de todos os níveis, iniciantes, competidores e veteranos, para disputarem em condições de igualdade e dentro de suas próprias condições físicas e níveis técnicos. E, ainda, incentivando os judocas brasileiros de todas as classes e categorias, a continuarem buscando cada vez mais, o aprimoramento de seu condicionamentos físico”, disse Jaciano Delmiro, presidente da Federação Pernambucana de Judô.

Manter a comunidade do Judô ativa

“A expectativa é que seja uma boa competição. Os participantes estão todos entusiasmados. A FGJ também tem uma boa expectativa, de uma competição diferente. Vai ser algo bem bacana, na medida do que se tem hoje: manter o pessoal próximo, ativo e, principalmente, dentro do judô”, indicou César Cação, presidente da Federação Gaúcha de Judô.

Por: Assessoria de Imprensa da CBJ


Judocas Rafaela Silva e Eleudis Valentim se casam no Rio de Janeiro


As judocas Rafaela Silva e Eleudis Valentim, se casaram nesta quinta-feira, 22, em um cartório no Rio de Janeiro. As duas estavam noivas há um pouco mais de um ano quando a ganhadora da medalha olímpica fez uma surpresa ao pedir a amada em casamento. Com direito a quarto de hotel inteiramente decorado com balões prateados e dourados, alguns deles perguntavam: “Casa comigo?”

Antes de oficializar a união, Rafaela postou: “dia de realizar mais um sonho”. Ela ainda postou um registro dela se preparando para o casório. Eleudis também compartilhou seu look branco, com calça, top e blazer.

As duas com 28 anos, se conheceram quando eram apenas colega na seleção e atuam por categoria e times diferentes. Rafaela é do Reação, até 57 kg, e Eleudis do Pinheiros, até 52 kg. Em maio de 2019, o namoro das duas ganhou repercussão.

Na 29ª posição do ranking mundial, Eleudis tem chances remotas de ir a Tóquio competir nas Olímpiadas, porque na mesma categoria o Brasil tem Larissa Pimenta em oitavo.

Já Rafaela, tem esperança de poder voltar a competir. Ela foi suspensa por doping desde o final do ano passado, depois de ser flagrada com substância proibida ao vencer o ouro nos Jogos Pan-Americanos.

A judoca recorreu à Corte Arbitral do Esporte (CAS) para poder participar dos jogos, e sim há uma certa expectativa, mas, vai ter que esperar decisão sair nos próximos dias. Caso a punição de dois anos não seja reduzida, Rafaela não irá para de Tóquio.

Por: Catraca Livre


FIJ: Disciplina e unidade nos conduzem à liberdade


A cada hora que passa, aprendemos a aceitar a realidade; O Grand Slam da Hungria está realmente aqui. Está acontecendo. O sorteio está feito. Os atletas continuam chegando. Os árbitros estão se ajustando ao fuso horário, prontos para dar o seu melhor. Os organizadores estão verificando, verificando e verificando três vezes os protocolos da Covid.

Há uma nítida falta de abraços, com uma parede invisível entre as pessoas que precisam estar juntas, mas é um passo, mais um passo para a reconquista do nosso esporte e da nossa alegria. 

O sorteio foi aberto com um discurso considerado e sincero do Presidente da IJF, Marius L. Vizer. Ele falou em um ritmo, claramente sentindo a mesma gratidão por estar de volta com os colegas como todos nós estamos.

“Bem-vindo ao sorteio desta edição muito especial do Grand Slam da Hungria. Este evento é um sinal de coragem, iniciativa e unidade e agradeço ao governo húngaro pela sua importante colaboração. Este é um momento difícil para todos, mas especialmente para os esportes de combate. Espero que com este grande esforço possamos começar a nos adaptar à situação atual e, passo a passo, retomar nosso lugar. "

A organização do evento foi um verdadeiro esforço de equipe e, portanto, devo agradecer à Federação Húngara, à equipe da IJF, às novas delegações e a todos os voluntários, junto com o governo húngaro. ”

O senhor deputado Vizer falou dos protocolos de segurança e da necessidade de cumprir todas as regras. À medida que as pessoas envolvidas avançam nos processos implantados, fica claro que os sistemas são seguros e que a logística, apesar de alguma complexidade, está funcionando até agora, para poder proporcionar a todos um ambiente de competição seguro.

“A solidariedade e a lealdade surgem de várias formas e devemos perceber que não tem sido fácil gerir as condições globais presentes, reconhecendo que as diferentes regiões têm desafios diferentes. 

Essa ideia continua enquanto apoiamos as uniões continentais na realização de seus campeonatos continentais. Sabemos que cada região tem muitos desafios e nem todos são apresentados da mesma forma. Este é um momento único e todos devemos trabalhar dentro das regras combinadas de nossas federações, governos e ambientes atuais. Peço a todos que mantenham a calma e apoiem o objetivo comum de segurança.

Agradeço a família do judô nesses momentos difíceis. Esperamos ser capazes de retomar o controle de nossas atividades normais em breve. ”

O Dr. Laszlo Toth, Presidente da Federação Húngara de Judô cumprimentou todos os convidados e também falou filosoficamente, 

“Quando a pandemia começou e nossos Jogos Olímpicos foram adiados, isso roubou nossa felicidade. O judô é uma forma de educação e sem os Jogos Olímpicos e as estrelas do esporte a seguir, nossos filhos perdem seus heróis. Portanto, estamos aqui apresentando heróis novamente e mostrando que o judô é uma importante ferramenta educacional para o mundo. Podemos mostrar que existe um caminho através deste grande desafio e podemos novamente inspirar as crianças a acreditarem em seu futuro. ”

A Dra. Lisa Allan, Gerente de Competição da IJF, acrescentou suas boas-vindas: “Dra. Toth, Sr. Simon e todos os colegas da Associação Húngara de Judô, agradecemos a você e a todos os nossos patrocinadores por ajudarem a realizar este grand slam. Benjamin Disraeli disse uma vez, a famosa frase: 'Não existe educação como a adversidade' e, neste momento, fico orgulhoso por esta família do judô se unir para colaborar e superar as adversidades, enquanto aprende a fazer as coisas de uma maneira diferente, para atingir os mesmos objetivos .

Agradecemos às delegações por todo o apoio e respeito aos regulamentos da IJF Covid-19. Vamos continuar a seguir as regras, para podermos acolher um evento de sucesso e seguro. Devemos trabalhar juntos para proteger a família do judô. Lembramos a todas as delegações que ninguém deve ficar fora do hotel, para fazer compras, correr ou qualquer outro motivo. Todos devem permanecer dentro de sua bolha e apenas se mover entre o local de treinamento, o local da competição e o hotel da maneira estabelecida por nossos protocolos. Qualquer pessoa pego quebrando essas regras enfrentará severas medidas disciplinares, a fim de manter todos aqui em Budapeste seguros. ”

O Sr. Daniel Lascau conduziu então o sorteio oficial: “A mensagem deste Grand Slam do ponto de vista do atleta é que podemos finalmente competir e seguir as regras para o fazer. Estou esperando um judô fantástico, com muitos judocas aproveitando esse tempo sem precedentes para treinar novas técnicas e aprimorar suas estratégias. Normalmente, há um tempo limitado para mudar as coisas, então aqui podemos ver o resultado de um tipo diferente de trabalho duro de todo judoca.

Sei que é um alvo difícil, mas espero que todo judoca mostre 100% de seu potencial no tatame. Eles têm que provar que estão prontos e fizeram as coisas certas durante este período desafiador. Vai ser um torneio fantástico. ”

Assim que as fichas do concurso começaram a se formar, ficou claro que haverá, como sempre, alguns confrontos incríveis. Com 8 meses de expectativa, antecipação e esperança construídas em cima de uma base de judô de elite, o Grand Slam da Hungria vai entregar tudo o que o mundo do judô deseja. 

Da batalha do segundo turno de -73kg entre Gjakava do Kosovo e o ex-campeão olímpico Shavdatuashvili (GEO), à presença dos atuais campeões olímpicos, como Pareto (ARG) e Trstenjak (SLO), que, pela primeira vez na história do judô, carregam seus Títulos olímpicos em um 5º ano, sem ser contestado, este só pode ser um evento imperdível. Pareto está de volta, recém-saído da linha de frente de Covid, onde atende a profissão médica com a mesma graça e carinho que traz para o judô.

Com -90kg, o favorito da casa, Toth, tentará ultrapassar o campeão mundial Tchrikoshvili (GEO) e garantir uma vaga na semifinal contra o poderoso espanhol e número 1 do mundo, Nikoloz Sherazadishvili. 

Aos -48kg vemos uma grande lacuna deixada pela bicampeã mundial Bilodid, onde, pelo menos para a Hungria, ela sobe para borrifar um pouco de tempero na categoria -52kg. A ideia de uma final entre Bilodid (UKR) e Buchard (FRA) é tentadora e, olhando para o empate, é uma previsão realista.

No outro final do final de semana veremos a guerra dos pesados ​​brasileiros pela supremacia acirrada, com Silva e Moura com mais de 100kg e Altheman e Souza com + 78kg. Eles estão participando de uma seleção brasileira forte e bem preparada.

Com o sorteio completo e a enxurrada de análises do oponente, verificações de peso e protocolos Covid em pleno andamento, há um burburinho e um aumento da esperança de que nosso futuro começará a parecer mais normal depois de Budapeste. 

O Sr. Vizer fechou o sorteio com um pedido e um lembrete, “mais uma vez obrigado a todos que tornaram este evento seguro e possível. Peço unidade e disciplina para nos ajudar a encontrar nosso caminho com nossos valores de judô sempre em mente. ”

A competição começa amanhã de manhã às 10h, horário local. O bloco final começará às 17h, como sempre. Este é um momento único para o nosso desporto e desejamos a todos os participantes, a qualquer título, na Hungria ou em qualquer parte do mundo, um fim-de-semana de paixão, excelência e progresso.

Hajime! 

Por: Jo Crowley - Federação Internacional de Judô

 

#Tenorio50: brota na Vila Matilde a semente de um futuro campeão


Antônio Tenório talvez não saiba disso, mas o início de sua trajetória vitoriosa no judô paralímpico tem um nome fundamental: Alessandro. Não se trata de professor, familiar ou atleta que tenha inspirado o garoto que, aos 19 anos, perdeu a visão do olho direito por infecção tempos depois de uma semente de mamona lhe ter tirado a visão do esquerdo. Alessandro, na verdade, era uma criança de 12 anos cuja mãe foi à procura do sensei Fernando da Cruz na Zona Leste de São Paulo.

"Ela veio me procurar dizendo que o filho queria praticar judô, só que ele era deficiente visual. Falei: 'Me traz o garoto depois da aula, que eu falo com ele'. O Alessandro tinha perdido a visão aos quatro anos de idade por glaucoma. Comecei a fazer aula com movimentos, falando, explicando. Mas eu não tinha muita noção de como fazer aquilo", conta Fernando, um ex-atleta faixa preta campeão de torneios tradicionais, como os Jogos Abertos do Interior, e que passou a dar aulas de judô para crianças.

Alessandro foi levado para o dojô da Vila Matilde, onde o sensei já ensinava judocas videntes. De cara, um problema: ele era muito maior que as demais crianças. Fora isso, a metodologia de treinos para deficientes visuais também carecia de informações. Afinal estamos falando aqui de meados dos anos 80, quando a modalidade sequer havia estreado nos Jogos Paralímpicos – a primeira edição com o judô na grade aconteceria em 1988, em Seul, na Coreia do Sul.

"Soube do Instituto Benjamin Constant, no Rio, que tinha judô para deficientes. Entrei em contato com o diretor, Carmelino, e o professor Osmar. Fui lá para conversar com eles e aprender. Percebi que o judô paralímpico era igual o tradicional, só precisava criar uma metodologia para ensinar o deficiente visual", relata o professor. "O B2 (atleta com percepção de vultos) e B3 (consegue definir imagens) era mais simples, porque eles conseguiam olhar e repetir o que fazíamos no treinamento. No B1 (cegos totais ou com percepção de luz, mas sem reconhecer formatos), a metodologia era a prática. Eu ensinava o movimento e o nome, e o judoca decorava para saber o que fazer quando eu pedisse."

Aos poucos, a história de que havia um local em São Paulo para judocas cegos praticarem a modalidade circulou e atraiu atletas de outras partes do Brasil. "Começou com quatro alunos. Antes do Tenório chegar, já tinha uns dez", diz o sensei.

“Ouvi falar de um professor...”

Em 1993, Fernando da Cruz levou alguns alunos videntes para disputar um Campeonato Paulista no interior de São Paulo. Chegando à área de competição, presenciou uma discussão entre a organização do evento e um judoca. Era Antônio Tenório. "Eu já tinha escutado sobre ele, que era um faixa marrom bom de judô. Não queriam deixá-lo disputar alegando que ele era deficiente físico. Fui intervir, eu já era coordenador técnico da antiga ABDC (Associação Brasileira de Desportos para Cegos, o equivalente a CBDV na época). Acabaram liberando ele para lutar."

Nas palavras do sensei, porém, o que se viu nas lutas do deficiente visual contra os judocas convencionais foi um certo jeitinho da arbitragem para tirar logo Tenório de cena. "Ele caiu meio de lado, e o árbitro já deu ippon", conta Fernando, que se aproximou do judoca após a luta para conversar. "Ele perguntou se tinha sido ippon, falei que não, que queriam logo se livrar dele. Então, o Tenório disse que tinha ouvido falar de um professor na Vila Matilde. Eu disse: 'Você está falando com ele'. Foi ali que tudo começou."

Forte e extremamente focado, Tenório não demorou a chamar a atenção. Nos primeiros campeonatos internacionais pela América do Sul, medalhas. O primeiro Mundial, em 1995, em Colorado Springs, valia vaga para Atlanta. "Formei uma equipe com sete atletas e levei o pessoal para os Estados Unidos. Foi feito o sorteio e na chave do Tenório havia atletas muito bons", relata Fernando, já na condição de técnico da Seleção Brasileira – o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) surgiria naquele mesmo ano.

Após cair na semifinal, o brasileiro passou pela repescagem e garantiu não só um bronze, como um lugar na delegação que iria para os Jogos Paralímpicos, no ano seguinte. Mas isto já é outra história...

Semana #Tenorio50

Antônio Tenório da Silva, o maior judoca paralímpico de todos os tempos, vai completar 50 anos de vida no próximo sábado (24). A partir desta segunda e até o dia do aniversário do atleta, a CBDV vai trazer reportagens relembrando a sua carreira, uma edição especial do "CBDV Ao Vivo" – programa de entrevistas realizado nas nossas redes sociais – com o aniversariante na quinta (22), às 15h, em nosso Instagram, além da exibição do filme "B1 - Tenório em Pequim", que narra a trajetória do ouro em 2008, totalmente gratuita na nossa página do Facebook.

Comunicação CBDV - Renan Cacioli


Rio Grande do Sul: Curso de Oficial de Mesa e Súmula será via Isulbra


O Curso de Oficial de Mesa e Súmula da Federação Gaúcha de Judô será disponibilizado na plataforma do Instituto Sul-Brasileiro de Cursos (Isulbra) neste ano, em razão das restrições impostas pela pandemia de Covid-19. De acordo com informações do boletim 43/2020, cada candidato receberá um link para o acesso.

As inscrições já estão abertas e devem ser efetuadas até 1º de novembro. Os interessados devem fazer quatro passos, explicados no boletim. São ações e orientações para inscrição, confirmação e matrícula.

A FGJ ressalta que os judocas da faixa roxa que serão promovidos à faixa marrom em 2020 e não realizaram o curso em 2019 são obrigados a fazer neste ano. Da mesma forma, candidatos em processo de exame para faixa preta ou dan superior em 2020 devem verificar a obrigatoriedade no Manual do Candidato.

Por: Assessoria de Imprensa da Federação Gaúcha de Judô


Cinco brasileiros estreiam nesta sexta, 23, no Grand Slam de Budapeste.


O judô brasileiro estreia nesta sexta-feira, 23, no Grand Slam de Budapeste, na Hungria, com cinco atletas lutando pelas primeiras medalhas no retorno do Circuito Mundial IJF. Nas chaves femininas, o Brasil terá Larissa Pimenta (52kg) e Jéssica Pereira (57kg) neste primeiro dia de competição e nas chaves masculinas o país será representado por Renan Torres (60kg), Eric Takabatake (60kg) e Willian Lima (66kg). As lutas preliminares começarão às 5h (horário de Brasília), com bloco final (medalhas) a partir das 10h (horário de Brasília).  

A delegação brasileira desembarcou na Hungria na última terça-feira e já fez dois treinos na estrutura montada na moderna László Papp Arena que, em 2017, recebeu o Mundial de Judô no qual o Brasil conquistou cinco medalhas. O local de competição é uma das “bolhas” dentro do protocolo de segurança executado pelos organizadores para realizar as disputas no contexto da pandemia de Covid-19. O outro ponto de isolamento é o hotel oficial que hospeda atletas, técnicos e staff.  

“A gente chegou e ficou em isolamento até sair o resultado do teste que a gente fez em Budapeste. Não podemos ter contato nenhum com o mundo exterior, nem para pedir delivery no hotel, para ir ao mercado. Não pode sair pra nada. E, se sairmos dessa bolha, a seleção inteira é desclassificada. Então, vamos ficar aqui no hotel e só sair pro ginásio no dia da competição”, explicou o meio-leve Willian Lima, que estará em ação nesta sexta. 

O Brasil terá ainda outros 13 judocas lutando no decorrer do final de semana em busca dos mil pontos no ranking mundial classificatório para os Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados para 2021. Nesta quinta, o sorteio das chaves definiu os primeiros adversários dos brasileiros nas chaves do Grand Slam. A cerimônia contou apenas com a presença das autoridades Federação Húngara e da FIJ, como seu presidente Marius Vizer, que ressaltou a importância deste evento para o Judô. 

“Este evento é um sinal de coragem, iniciativa e unidade e agradeço ao governo húngaro pela sua importante colaboração. Este é um momento difícil para todos, mas especialmente para os esportes de combate. Espero que com este grande esforço possamos começar a nos adaptar à situação atual e, passo a passo, retomar nosso lugar.”

CONFIRA AQUI AS CHAVES COMPLETAS. 

TRANSMISSÃO AO VIVO

O portal Live.ijf.org transmite todas as lutas ao vivo e de forma gratuita. 

PROGRAMAÇÃO

SEXTA, 23

5h - Preliminares

10h - Bloco Final (medalhas)

Lutam: Larissa Pimenta (52kg), Jéssica Pereira (57kg), Eric Takabatake (60kg), Renan Torres (60kg) e Willian Lima (66kg). 

SÁBADO, 24

6h - Preliminares

10h - Bloco Final (medalhas)

Lutam: Ketleyn Quadros (63kg), Maria Portela (70kg), Eduardo Katsuhiro (73kg), João Pedro Macedo (81kg) e Guilherme Schimidt (81kg). 

DOMINGO, 25

6h - Preliminares

10h - Bloco Final (medalhas)

Lutam: Maria Suelen Altheman (+78kg), Beatriz Souza (+78kg), Rafael Macedo (90kg), Marcelo Gomes (90kg), Rafael Buzacarini (100kg), Leonardo Gonçalves (100kg), Rafael Silva “Baby” (+100kg) e David Moura (+100kg).

Por: Assessoria de Imprensa da CBJ


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