Mundial de Budapeste: Previsões no masculino

Sugoi Uriarte no judogi azul.

São 665 aspirantes à glória, o que significa que as medalhas são caras. 14 categorias e uma medalha de equipe adicional. Muita gente por tão pouco metal, que marca um campeonato mundial monumental. Para ter uma ideia de onde vai soprar o vento, consultamos o técnico espanhol Sugoi Uriarte, estudioso do judô e bom observador do circuito. Hoje falamos sobre os homens.

 

-60kg 

Nagayama Ryuju (JPN) é o favorito indiscutível. É engraçado porque ele é o número um do mundo, um judoca muito bom, mas não foi selecionado para os Jogos. Também indicaria Koga Genki (JPN), filho da lenda Koga, como candidato ao título. Ele é muito bom. Não o vi lutar com os melhores, mas acho que vai ser um bom evento para ele.

Yago Abuladze (RUS) é um judoca que adoro. Ele ataca de ambos os lados; ele é muito ágil e rápido. Acho que ele não terá sorte para os Jogos porque o número dois do mundo é seu compatriota Robert Mshvidobadze. Em princípio, Abuladze deve enfrentar Nagayama nas semifinais. Você não pode ser um campeão sem ter derrotado os melhores.

Do outro lado está Francisco Garrigós (ESP), novato campeão europeu e que está em grande forma. Acho que ele pode ganhar uma medalha. Existem várias possibilidades reais, mas será Nagayama quem dará o tom.

-66kg

Vejo dois candidatos acima do resto. Primeiro, Maruyama Joshiro (JPN), que também ficou de fora dos Jogos Olímpicos. O segundo é o atual líder do ranking mundial, Manuel Lombardo (ITA), que está em um nível espetacular. Eles são, sem dúvida, os dois grandes candidatos ao ouro. Do resto, destaco Sardor Nurillaev (UZB) porque gosto do estilo dele. 

Hashimoto Soichi (JPN)

-73kg

Vejamos Hashimoto Soichi (JPN), número um do mundo e atual campeão. O problema dele é que ele está na categoria de Ono Shohei (JPN) e por isso não vai aos Jogos. Nas três categorias mais leves, existem verdadeiras maravilhas do judô. Que três: Nagayama, Maruyama e Hashimoto! Nenhum deles estará em Tóquio, apesar do fato de que todos os três poderiam aspirar perfeitamente ao ouro olímpico, o que diz tudo sobre o imenso potencial do Japão, cujas segunda e terceira linhas são tão fortes que eles podem pagar por esses luxos. 

Nesta categoria, Hashimoto é claramente o favorito. Como nem Ono nem Rustam Orujov (AZE) estão aqui, será interessante ver quem consegue lutar pelas medalhas. Acho que é uma boa oportunidade para Akil Gjakova (KOS) e Tommy Macias (SWE), mas o ouro, a princípio, vai para Hashimoto.

-81kg 

Matthias Casse (BEL) é o líder da categoria e está entre os três primeiros há alguns anos. Porém, para mim, o favorito é Tato Grigalashvili (GEO). Desde 2020 ele está progredindo constantemente. Ele é um guerreiro, como todos os georgianos, e muito talentoso.

É uma categoria muito aberta, muito bonita porque os primeiros quinze são muito bons e são, sobretudo, de um nível muito semelhante. Em Budapeste teremos Frank De Wit (NED), Saeid Mollaei (MGL), Sharofiddin Boltaboev (UZB), claro Matthias Casse, Ivaylo Ivanov (BUL) e o atual campeão olímpico, Khasan Khalmurzaev (RUS). Na verdade, apenas Sagi Muki (ISR) e Vedat Albayrak (TUR) estão faltando. É por isso que todos os fãs amam esta categoria, porque é muito incerta e nos últimos anos ninguém repetiu um título mundial; todo ano há um novo.

-90kg 

O principal favorito é Nikoloz Sherazadshvili (ESP). Ele está acima dos demais, principalmente se chegar em sua melhor forma. Mikhail Igolnikov (RUS) e Lasha Bekauri (GEO) me deixaram uma ótima impressão, mas eles não estarão em Budapeste e nem Noel Van T End (NED). Por isso Nikoloz será o claro favorito, mas fique atento a Murao Sanshiro (JPN), um judoca de que gosto muito e também Krizstian Toth (HUN), pois estará em casa e querendo agradar os fãs locais. Também não devemos descartar Beka Gviniashvili (GEO), porque ele tem estado em um bom nível ultimamente. Pode não haver tantos candidatos de ouro quanto –81kg, mas também será uma categoria aberta, com um favorito e muitos candidatos.   

Shady Elnahas (CAN)

-100kg 

Eu gosto de Shady Elnahas (CAN)! Acho que ele pode fazer alguma coisa. Michael Korrel (NED) volta a propor o bom judô e Jorge Fonseca (POR) vai querer manter o título, até porque não tem sido o seu melhor ano até agora. Iida Kentaro (JPN) vai ser forte, porque os japoneses sempre almejam uma medalha e, por último, mas não menos importante, está em jogo o grande Varlam Liparteliani (GEO). Há dez anos está entre os melhores e é o atual líder, vice-campeão em tudo que é importante e em busca dos tão almejados títulos mundiais e olímpicos. O Lipo é o Lipo, ele está sempre aí.

+ 100kg 

Já que Teddy Riner (FRA) está faltando, darei dois nomes: Tamerlan Bashaev (RUS) e Kageura Kokoro (JPN). Eu amo o russo e o Grand Slam de Kazan foi um passeio e tanto para ele, quase fácil demais. Kageura ficou famoso por ser o primeiro homem em dez anos a derrotar Riner, mas ele é muito mais do que isso. Ele é canhoto, muito chato para os outros, tem a técnica dos japoneses e como não vai estar em Tóquio, vem a Budapeste para vencer. Eu acho que eles são os dois favoritos claros, pelo menos para mim. 

Kageura Kokoro (JPN)

 

Competição de equipes mistas 

O Japão tem que ser o favorito, porque eles têm pedreiras suficientes para vencer. Eles trouxeram uma mistura de segunda e terceira linhas e quando olhamos os nomes, eles formam uma equipe de primeira linha. A França terá muito a dizer, especialmente se os três campeões mundiais Agbegnenou, Gahié e Malonga participarem. O Brasil também terá algo a dizer. Não acho que a Coreia tenha opções porque não trouxe seu primeiro time e, ao contrário do Japão, a segunda linha não pode competir com os melhores. Finalmente, você pode ter que olhar para a Geórgia. É um país com uma equipe muito sólida e eles trouxeram gente muito séria, muito boa. Será um torneio interessante.

No entanto, tudo isso é apenas teoria, embora provavelmente bem orientado, porque Sugoi Uriarte geralmente não se engana em suas previsões. Veremos o que a realidade guarda para nós. 

Por: Pedro Lasuen - Federação Internacional de Judô

Fotos: Gabriela Sabau, Marina Mayorova e Emanuele Di Feliciantonio

STJD publica Sentença do Julgamento da Corte Arbitral que confirma a intervenção da FPJ

O Supremo Tribunal de Justiça Desportiva do Judô (STJD) publicou a Sentença da Corte Arbitral que julgou o Procedimento Arbitral de Conhecimento com Pedido de Tutela de Urgência em face de Federação Paulista de Judô e o ex-presidente da entidade, ingressado pelo Instituto Camaradas Incansáveis e Associação Projeto Budô de Artes Marciais.

A sentença confirmou o interventor nomeado, Dr. Caio Pompeu Medauar de Souza como o representante da Federação Paulista de Judô (FPJ) com poderes para ordenar despesas, pagar salários e todos os demais previstos no artigo 45 dos Estatutos da FPJ, organizar e realizar as eleições para Presidente, 1° Vice-presidente, 2° Vice-presidente, 3° Vice-presidente e Conselho Fiscal. Segundo o documento, o interventor também tem a missão de realizar a Auditoria da entidade.

No julgamento também foi declarada a nulidade da realização da Assembleia Geral Ordinária, realizada no dia 23 de abril de 2021, eis que convocada e conduzida por quem não tinha legitimidade para tanto, oficiando o 1º Cartório de Notas da Capital a fim de que não registre a Ata da referida Assembleia, nem nenhum outro ato que não seja solicitado pelo Interventor nomeado.

Clique aqui e confira a sentença na íntegra.

Por: ASCOM do RenovaJudô

WJC: Quem você quer ver duelando no WJC2?

Confrontos que marcam a nossa memória! A seleção dos atletas que vão protagonizar a segunda edição deste espetáculo de judô old school já está acontecendo.

Mas a organização quer saber sua opinião!

Qual duelo você quer ver no tatame do WJC2? Entre no Instagram do WJC e deixe sua sugestão de lutas.

Quem sabe a gente não pensa em transformar uma das suas sugestões em realidade?

Por: ASCOM WJC

Rio Grande do Sul: Neste sábado, Treino Aberto Feminino Online

A Federação Gaúcha de Judô, por meio de sua Diretoria Técnica, realizará amanhã, sábado, dia 5 de junho, às 10h, um treino para judocas do naipe feminino. Não há necessidade de inscrição prévia, basta entrar na live e participar.

A atividade, que ocorrerá através da plataforma Google Meet, é livre e não tem graduação mínima requerida, conforme o diretor técnico Douglas Potrich. O treinamento ficará a cargo da comissão de Judô Feminino da Diretoria Técnica, que é composta pelas professores Claudia Melo, Julia Berte e Rafaela Nitz.

Serviço:

Treinão feminino de integração 

Data: 05/06/2021 - sábado 

Horário: 10:00 

Público alvo: judocas do naipe feminino Inscrição: participação livre, não necessita inscrição 

Link de acesso: https://meet.google.com/ypc-wcqq-frg

Por: Assessoria de Imprensa da Federação Gaúcha de Judô

FIJ: Campeonato Mundial de Judô Veterano e Kata 2021 será realizado em Lisboa

Sr. Jorge Fernandes e Sr. Marius Vizer assinando contrato

Esta informação era aguardada com ansiedade e a pergunta animou a comunidade veterana e kata em todo o mundo: após vários adiamentos dos Campeonatos Mundiais de Veterano e Kata, devido à pandemia de Covid, o evento poderia finalmente acontecer em 2021?

O recém-reeleito Presidente da IJF, Sr. Marius Vizer, acompanhado pelo Presidente da Federação Portuguesa de Judô, Sr. Jorge Fernandes, respondeu à pergunta assinando o contrato de organização do evento. Assim, os Campeonatos Mundiais de Judo de Veterano e Kata 2021 decorrerão na capital portuguesa, Lisboa,  de 21 a 24 de Outubro  para os veteranos e de 26 a 27 de  Outubro  para os kata.

O Sr. Vizer disse: “Depois de dois anos difíceis, estou feliz em ver que nossos veteranos e especialistas em kata serão novamente capazes de competir. É bom ver que, embora a Covid tenha suspendido essas competições, elas agora podem ser retomadas, assim como nossos outros eventos. Quero agradecer a Portugal pela iniciativa. Estou convencido de que juntos podemos organizar uma grande competição. O Mundial Veterano e o Mundial de Kata são uma boa divulgação do nosso esporte, mostrando que todos fazem parte da nossa família. É também uma ótima promoção para uma cidade como Lisboa. Eles têm um grande interesse nos veteranos e nos katas. Ela atrai muita atenção e muitos visitantes. "

Sr. Jorge Fernandes e Sr. Marius Vizer

O Sr. Jorge Fernandes declarou: “Estamos muito contentes por ter a oportunidade de receber os nossos amigos de todo o mundo. Este ano organizámos o Campeonato da Europa com sucesso. Com o Veterano e o Mundial de Kata, vamos para outro nível. Com este evento queremos mostrar à comunidade do judo que existem muitas formas diferentes de praticar o judo. Em 2021 Lisboa foi designada Capital Europeia do Desporto. Infelizmente o evento teve de ser cancelado várias vezes nos últimos meses, mas hoje acreditamos que somos pronto a recebê-lo e nós o faremos. Temos muitos atletas portugueses a atuarem nas duas categorias. Para eles vai ser uma oportunidade fantástica, competir em casa ”.

Não há dúvida que o Campeonato Mundial de Judô Veterano e Kata 2021 será novamente um grande festival de judô que oferecerá a oportunidade de descobrir a bela cidade de Lisboa e proporcionará a todos os participantes uma recepção calorosa do povo português.

Por: Nicolas Messner - Federação Internacional de Judô

Fotos: Gabriela Sabau

Mundial de Budapeste: Previsões no Feminino

Distria Krasniqi (KOS)

São 707 candidatos à glória, o que significa que as medalhas são caras. 14 categorias e uma medalha de equipe adicional. Muita gente por tão pouco metal, que marca um campeonato mundial monumental. Para se ter uma ideia de onde o vento vai soprar, consultamos o técnico espanhol Sugoi Uriarte, um estudioso do judô e um bom observador do circuito. Hoje falamos sobre mulheres.

-48kg

Existe um grande favorito: Distria Krasniqi (KOS). Ela é a número um do mundo e acaba de vencer o Campeonato Europeu, assim como o Masters de Doha. Ela está em excelente forma. Atrás dela, vejo os dois japoneses, Koga Wakana e Tsunoda Natsumi. Ambos atacam de ambos os lados e são muito perigosos e, claro, Munkhbat Urantsetseg (MGL) também está lá. Não estou esquecendo Shirine Boukli (FRA), porque este ano ela bateu todas as favoritas. Por fim, minha aposta pessoal é Julia Figueroa (ESP); Acho que ela pode chegar ao pódio. 

-52kg 

Shishime Ai (JPN) começará com uma vantagem. Depois há um grupo bastante equilibrado, com Chelsie Giles (GBR) indo muito bem este ano, Larissa Pimenta (BRA) e Astride Gneto (FRA). Têm de aproveitar as ausências de Amandine Buchard (FRA), Abe Uta (JAP), Odette Giuffrida (ITA) e Majlinda Kelmendi (KOS) porque estas quatro mulheres, com autorização de Shishime, são sempre candidatas a ouro. Além disso, Shishime não participará dos Jogos Olímpicos porque Abe irá, então suponho que ela virá para Budapeste muito determinada.

-57kg

Aqui está claro para mim que existem duas grandes favoritas, Christa Deguchi e Jessica Klimkait. Os dois canadenses lideram o ranking mundial e além do título vão decidir qual dos dois vai para Tóquio. Se ambos falharem, também vejo Tamaoki Momo (JAP), que também não vai às Olimpíadas. 

-63kg 

Esta categoria é propriedade de Clarisse Agbegnenou (FRA). Ela teria que fazer muito mal para evitar se impor. O que me surpreende é que ela está participando dos Jogos logo aí, mas um quinto título mundial também é algo ao alcance de poucos. 

Clarisse Agbegnenou (FRA)

-70kg

Para mim, a principal candidata ao título é a atual campeã mundial, Marie-Eve Gahié. Ela teve um ano difícil e justamente porque não vai participar dos Jogos, acho que ela vai nos dar o melhor de judô; agora a pressão que tanto a afetou foi removida. Talvez não ir para Tóquio fosse o gatilho de que ela precisava para voltar a ser aquela com um título atual. De qualquer forma, não será fácil porque a competição será exigente, começando por Sanne Van Dijke (NED) e Ono Yoko (JAP). São muito bons, muito competitivos e o japonês oferece um judô espetacular. 

-78kg 

Acho que Madeleine Malonga (FRA) chega como seu compatriota Agbegnenou. Ela está muito acima do resto e tem um nível super alto. Ela é uma clara favorita para revalidar seu título mundial. Aí, como sempre, uma japonesa, no caso Umeki Mami e por que não Mayra Aguiar (BRA)? Ela é muito experiente e já conquistou muitas medalhas. Depois de uma lesão grave nos ligamentos cruzados, ela finalmente reaparece e acho que ela é capaz de surpreender a todos. 

Idalys Ortíz (CUB)

+ 78kg 

Vejo Idalys Ortíz (CUB) com o ouro. É verdade que ela não está no seu melhor e que Cuba passou por maus bocados com a pandemia. Eles não puderam competir ou treinar em condições normais, mas estamos falando de Idalys, campeão mundial e olímpico. O segredo dela é estar sempre presente nos grandes dias! Atrás dela, vejo os dois japoneses, Asahina Sarah e Tomita Wakaba. ”

Em suma, para alguns, como os casos de Krasniqi, Agbegnenou e Malonga, Budapeste é sinônimo de um título provável, mas também faz parte da busca pela glória olímpica. Para outros, significa uma oportunidade de esquecer os Jogos Olímpicos e focar no que será, para eles, a competição mais importante do ano, quase uma espécie de redenção para se reconciliarem consigo mesmos. 

No entanto, tudo isso é apenas teoria, embora provavelmente bem orientado, porque Sugoi Uriarte geralmente não se engana em suas previsões. Veremos o que a realidade guarda para nós. 

Por: Pedro Lasuen - Federação Internacional de Judô

Fotos: Gabriela Sabau, Marina Mayorova e Emanuele Di Feliciantonio

Sr. Juan Carlos Barcos deixa a Direção de Arbitragem da FIJ

Durante o Congresso da IJF de 2021, foi anunciado que o Sr. Juan Carlos Barcos está deixando seu cargo de Diretor de Árbitro Principal da IJF. O Sr. Barcos é uma constante, faz parte dos andaimes da IJF, há tanto tempo que é estranho imaginar uma tribuna sem a sua presença.

“Tenho sido muito feliz em meus 20 anos como Diretor de Arbitragem Chefe e membro do Comitê Executivo. Antes disso, eu tinha 13 anos como Diretor de Arbitragem e membro da Comissão na Europa. Nesse período, gostei de colaborar com o grande Jan Snijders e trabalhar com um grupo fantástico de pessoas. "

“Seguir em frente faz parte da vida e as pessoas novas são talentosas, experientes e habilidosas e estão prontas para aplicar seus conhecimentos contemporâneos no desenvolvimento do judô. É hora de dar a palavra a uma nova geração.

Estou muito feliz, entretanto, que o Presidente Vizer me deu a honra de continuar no Comitê Executivo por tantos anos maravilhosos. O judô foi e continua sendo uma grande parte da minha vida, minha paixão e depois de todos esses anos ainda me faz feliz. Agradeço muito ao Sr. Vizer ter mostrado sua fé em mim e na minha experiência e tenho certeza de que posso ajudar de alguma forma, em uma função recém-definida. Seja o que for que a IJF precise, terei o maior prazer em fazer o meu melhor. ”

Por mais positivo que o Sr. Barcos esteja em relação às mudanças, é normal esperar alguma tristeza. A vida certamente será diferente.

“A verdade é que a adrenalina dos momentos difíceis é algo único. A decisão deve ser absolutamente acertada e deve ser tomada quase sem tempo e sob muita pressão. Temos uma equipe, na maioria das vezes, capaz de tomar a decisão certa. É sempre complicado no judô e geralmente alguém fica infeliz, mas sempre abordei cada tarefa com paixão e jogo limpo em sua essência.

Tenho a certeza de que cometi erros ao longo dos anos, mas a nossa equipa tem-se tornado cada vez mais forte e todas as decisões são tomadas com o coração honesto. Sempre me esforcei para que o verdadeiro judô estivesse no centro. "

Trabalhando com Daniel Lascau no Campeonato Mundial para Juniores em Marrakesh, 2019

Tenho o privilégio de ter passado tantos anos fazendo parte de algo tão especial, trabalhando em inúmeros Jogos Olímpicos e campeonatos mundiais. Comecei minha carreira de árbitro nos Jogos de Moscou e já participei de mais de dez Jogos Olímpicos. Vou perder a oportunidade de sentir as emoções e observar os treinadores e atletas, ver seus rostos, a tensão para eles e para suas equipes. Sim, isso fará falta. Eu ainda posso estar lá, mas em uma função diferente. ”

A equipe de arbitragem nos Jogos Olímpicos de Moscou, 1980

Com uma vasta experiência em todos os níveis do judô, como judoca, treinador, árbitro, presidente de federação nacional e membro da Comissão Executiva, o Sr. Barcos continua aberto a novos desafios.

“Talvez no próximo, com tantos eventos e encontros, terei a oportunidade de usar meu espanhol para ajudar na área de arbitragem e projetos de judô em geral, possivelmente auxiliando na Pan América.

Trabalhar sob as diretrizes do Presidente Vizer é uma honra. Ele realmente revolucionou o esporte e construiu uma equipe incrivelmente capaz, especialista em organização. Agradeço sinceramente à liderança da IJF. É muito importante ter um presidente com força, coragem e carisma, tanto para revolucionar e evoluir, mas sem esquecer os princípios do nosso esporte ”.

Para quem há muitas décadas ao serviço do judô, são inúmeras as memórias que se destacam. 

“Sempre que termino uma Olimpíada ou campeonato mundial, o ambiente é muito positivo. Você percebe que, apesar de qualquer controvérsia, a impressão geral é alimentada pela euforia. Sempre fico orgulhoso quando os árbitros parecem não ter importância; é assim que sabemos que a arbitragem é boa!

Particularmente, depois de ser atleta e treinador, era meu sonho trabalhar no mais alto nível de arbitragem e em 2001, quando fui selecionado para ser o Diretor de Arbitragem, eu realmente senti que tinha alcançado o que estava trabalhando, mas não consegui sinto que foi uma conclusão ou destino. A função abriu novas possibilidades e eu queria muito melhorar a arbitragem em todo o mundo. Essa intenção foi importante para mim e parecia uma grande oportunidade de ser capaz de expressar minha paixão. "

O Sr. Barcos é o árbitro do Torneio 'A' da Letónia, em preparação para os Jogos Olímpicos de 1984

“Os seminários de arbitragem começaram há alguns anos, mas agora evoluímos para torná-los eventos educacionais mais redondos. Considero importante o nosso desenvolvimento nesta área. O judô deve manter os valores e a imagem mas não ter medo da evolução. Podemos manter princípios e autenticidade, mas podemos e devemos mudar, para a mídia, para os treinadores e para a ciência. O fair play está em primeiro lugar e, com isso em mente, devemos continuar a trabalhar duro para evitar erros. Agora usamos a tecnologia mais do que nunca para ajudar momentos difíceis. A velocidade do nosso esporte é tal que podemos reduzir os erros significativamente desta forma. Nosso objetivo é sempre zero erros. A educação é um elemento-chave em tudo isso e estou orgulhoso do papel que desempenhei nisso. "

É claro que nem tudo correu bem, apesar de nossos melhores esforços. Em Londres, fui obrigado a mudar uma decisão e isso gerou muita polêmica. Não foi tão fácil, mas acho que no final estava certo. Lembro-me da polêmica causada pela final de Shinohara x Douillet em Sydney e como aquele pequeno momento assumiu o sentimento final de todo o evento. Pode destruir o que construímos e é por isso que trabalhamos tanto. Eu estava na Comissão de Arbitragem naquela época e realmente me senti na responsabilidade de não permitir que esse tipo de momento aconteça novamente. O princípio básico é a honestidade e o jogo limpo, como antes, mas agora estamos mais abertos para usar todos os meios à nossa disposição para garantir a justiça do resultado e a transparência do processo. 

Da tecnologia à supervisão, devemos empregar todos os protocolos positivos para garantir que cumpramos os valores reais do nosso esporte. Assim que precisamos discutir esses princípios em eventos, sabemos que não acertamos! Passo a passo, construímos uma comissão incrivelmente forte. Muitos árbitros podem estar envolvidos ao mais alto nível e nós selecionamos apenas com a qualidade em mente. Se continuarmos com essa mentalidade, o futuro será ainda mais brilhante. ”

O Sr. Barcos pode estar deixando o cargo de 20 anos como Diretor de Arbitragem Principal, mas é claro pela sua discussão emocional e sincera sobre este momento que seu coração continua cheio de judô. O Sr. Vizer, a IJF e toda a comunidade do judô agradecem ao Sr. Barcos por seu serviço, sua cordialidade e sua acessibilidade contínua. É fácil trabalhar com pessoas que personificam os valores do judô e esperamos uma relação sustentada mas diferente com o Sr. Barcos nos próximos anos.

No Congresso da IJF de 2021, o Sr. Vizer entregou ao Sr. Barcos o Prêmio do Presidente, a estátua de Jigoro Kano Shihan, em reconhecimento ao seu longo e distinto serviço prestado ao esporte de judô e à IJF.

Os novos Diretores de Árbitros Chefe estão ansiosos para assumir o manto e estarão em posição para o Campeonato Mundial na Hungria, de 6 a 13 de junho de 2021: Sr. Daniel Lascau (ROU), Sr. Ki-Young Jeon (KOR) e Sr. Armen Bagdasarov (UZB).

Por:  Jo Crowley - Federação Internacional de Judô

Portugal: Jorge Fonseca e Telma Monteiro lideram seleção nos Mundiais de Judô

Jorge Fonseca (-100 kg) e Telma Monteiro (-57 kg) são cabeças de cartaz da seleção portuguesa nos Mundiais de judo em Budapeste, competição em que Bárbara Timo e Rochele Nunes também são candidatas ao pódio.

A seleção chega a estes Mundiais, entre domingo e 13 de julho, depois de em 2019 ter tido a sua melhor classificação de sempre e o seu primeiro título mundial, com Jorge Fonseca a conquistar a medalha de ouro nos -100 kg.

Em Tóquio, o judoca do Sporting surpreendeu tudo e todos, ao vencer seis combates, o último dos quais na final diante do russo Niyaz Ilyasov, e já depois de ter afastado alguns favoritos, entre os quais o líder mundial, o georgiano Varlam Liparteliani.

Agora, em Budapeste, Liparteliani continua a ser um dos favoritos, bem como o holandês Michael Korrel, o russo Arman Adamian, o azeri Elmar Gasimov ou o francês Alexandre Iddir, que derrotou Fonseca nos Europeus, todos cabeças de série.

Já Telma Monteiro chega a mais um campeonato com o 'estofo' de ser a judoca portuguesa mais medalhada de sempre e com maior consistência de resultados, com quatro medalhas de prata e uma de bronze em Mundiais.

Na capital húngara, Telma diz que é impossível não pensar no pódio, pela ambição que a caracteriza, mas a judoca encara a competição como um “treino muito sério” para os Jogos Olímpicos, que são o grande objetivo do ano.

“O foco são os Jogos Olímpicos, mas, estando bem para fazer o Campeonato do Mundo, faz todo o sentido ir competir, tentar lutar com algumas adversárias que não tive oportunidade de lutar, porque não tem havido estágios internacionais e então a competição vai acabar por ser um treino muito sério”, disse a judoca na apresentação do Mundial, sem deixar de referir que para si as medalhas “são sempre um objetivo”.

Nos -57 kg a concorrência é forte, numa categoria que terá na capital húngara as canadianas número um e dois do mundo, Christa Deguchi e Jessica Klimkait, mas também Mora Gjakova, Momo Tamaoki, Hedvig Karakas ou Sumiya Dorjsuren, a vice-campeã olímpica.

Para Portugal, nomes também fortes e com possibilidades de entrarem no pódio, são os de Bárbara Timo (-70 kg), vice-campeã mundial em Tóquio e medalha de bronze nos Europeus em Lisboa, ou Rochele Nunes (+78kg), com um 2021 de sucesso.

Timo surpreendeu em 2019 ao chegar à medalha de prata, e apesar de algumas lesões, entre as quais uma cirurgia ao cotovelo, em agosto de 2020, foi bronze nos Europeus de Lisboa, e Rochele tem somado medalhas entre o último ano e este, duas em Europeus.

Catarina Costa (-48 kg) e Joana Ramos (-52 kg), em zona de apuramento olímpico, estiveram muito perto de subir ao pódio nos Mundiais de 2018 e 2019, respetivamente, e são, igualmente, nomes a ter em conta na seleção feminina, que terá ainda Maria Siderot (-48 kg), Joana Diogo (-52 kg) e Wilsa Gomes (-57 kg).

Em masculinos, além do campeão mundial Jorge Fonseca, Anri Egutidze (-81 kg) chega a Budapeste depois de nos Europeus de Lisboa ter ficado à porta do pódio (quinto), enquanto Rodrigo Lopes (-60 kg) e João Crisóstomo (-66 kg) procuram pontos na qualificação olímpica.

Já a pensar em Paris2024, entram ainda nos Mundiais João Fernando (-73 kg) e Manuel Rodrigues (-81 kg), com Portugal a competir entre domingo e 12 de julho, o último dia da competição individual, sendo o 13 de julho destinado à prova de equipas.

Programa dos Mundiais de judo, em Budapeste:

05 jun, sábado: sorteio (14:00, 13:00 em Lisboa).

06 jun, domingo: Catarina Costa (-48 kg), Maria Siderot (-48 kg) e Rodrigo Lopes (-60 kg).

07 jun, segunda-feira: Joana Diogo (-52 kg), Joana Ramos (-52 kg), João Crisóstomo (-66 kg).

08 jun, terça-feira: Telma Monteiro (-57 kg), Wilsa Gomes (-57 kg), João Fernando (-73 kg).

09 jun, quarta-feira: Anri Egutidze (-81 kg), Manuel Rodrigues (-81 kg).

10 jun, quinta-feira: Bárbara Timo (-70 Kg).

11 jun, sexta-feira: Jorge Fonseca (-100 kg).

12 jun, sábado: Rochele Nunes (+78 kg).

13 jun, domingo: Equipes mistas.

Por: Sapo Desporto

ICI: Podcast Jornadas Heróicas no Spotfy com José Neto

Segundo a teoria do Esportismo, há 5 competências que você pode desenvolver no esporte e aplicar de forma bem sucedida na vida profissional: atitude, visão, estratégia, execução e trabalho em equipe.

Enquanto o livro não e lançado (Jornadas Heróicas será o segundo volume da pesquisa, que começou com Esportismo em 2010), realizamos conversas com ícones da gestão e do esporte sobre uma competência onde ele e referencia.

Essa conversa é com lendário Neto, técnico da seleção brasileira de basquete, sobre ESTRATÉGIA.

Espero que gostem. Acessem, acessem o canal do YouTube e compartilhem. 

Clique aqui e ouça o podcast: 

Por: ASCOM ICI

CATHERINE BEAUCHEMIN-PINARD FELIZ COM SUA CATEGORIA DE PESO

Catherine Beauchemin-Pinard dá cor ao Dia Mundial da Conscientização sobre Transtornos Alimentares ao usar suas meias mais coloridas e apoiar esta causa. Beauchemin-Pinard não lutará em Budapeste pelo Mundial na próxima semana, mas está se preparando para os Jogos Olímpicos. Ela conta em suas redes sociais sua luta contra a comida sendo judoca. Temos certeza de que muitos reconhecem a batalha.

Beauchemin-Pinard: Por ser atleta de uma categoria de peso, minha relação com a comida nem sempre foi fácil. Quando eu tinha 14-15 anos, tive bulimia tentei perder peso e ganhar 57kg. Eu estava fazendo dieta com shakes de proteína e sopa de salada de repolho. Para um adolescente em crescimento, isso não era o ideal. Meu treinador descobriu e me colocou na categoria de peso (63kg) o que ajudou muito no meu progresso no judô.

Conforme fui ficando mais velho e mais maduro, decidi voltar aos 57kg. Por outro lado, apesar das dietas mais saudáveis, muitos problemas surgiram com o tempo. No ano anterior às Olimpíadas, perdi meu período de 1 ano e desenvolvi uma mentalidade de tudo ou nada. Eu fazia dieta com 1.500 calorias por dia (o que é muito pouco com o volume de treinamento que estava fazendo) e depois das competições entrei em um período de abuso e “farra”. Minha relação com a comida estava longe de ser saudável.

Finalmente decidi trabalhar com uma psicóloga depois dos Jogos Olímpicos do Rio de 2016. Trabalhando e caminhando com minha psicóloga, acabei percebendo que se quisesse fazer judô e poder ser feliz tinha que mudar de categoria de peso. Eu finalmente subi para os 63kg. Agora posso dizer que fiz as pazes com a dieta, mas é uma luta constante para não voltar aos velhos hábitos, pois ainda sou um atleta e pratico esporte de classe de peso.

Por: JudoInside

MUNDIAL DE BUDAPESTE: POSSIVELMENTE A MELHOR OPORTUNIDADE PARA LIPARTELIANI CONQUISTAR O OURO

O talismã georgiano; o capitão da equipe. Atual número um do mundo na categoria de -100 kg, Varlam LIPARTELIANI (GEO) é o orgulho da Geórgia. É um papel excepcionalmente exigente, dada a enorme importância que o judô desempenha no país e o nível de sucesso sem precedentes desfrutado por uma nação de apenas quatro milhões de habitantes. Seria perfeitamente adequado se Liparteliani, de 32 anos, finalmente conseguisse conquistar a medalha de ouro, tendo já conquistado três pratas e duas de bronze em sua brilhante carreira. Liparteliani tem entretido e emocionado público em todo o mundo com seu judô empolgante e atraente. É difícil pensar em um atleta mais popular no circuito. A arena esportiva, entretanto, não é lugar para ser excessivamente sentimental e a formação daqueles que estão se preparando para mandar Liparteliani para as malas é longa. Sua posição como cabeça-de-chave número um parece funcionar bem se a escalação de atletas permanecer a mesma no momento do sorteio. Liparteliani provavelmente enfrentará pela primeira vez Shady ELNAHAS (CAN), Elmar GASIMOV (AZE) contra quem está 4-0 e Alexander IDDIR (FRA) a quem lidera 7-2. Os primeiros colocados na metade inferior do sorteio incluem Michael KORRELL (NED) 3-2, o atual campeão mundial Jorge FONSECA (POR) 0-3, Arman ADAMIAN (RUS) 2-1 e Ramadan DARWISH (EGY) 1-0. Tanto para os atletas semeados. Mas entre os atletas não-semeados se esconde Toma NIKIFOROV (BEL), para quem Liparteliani perdeu na final do campeonato europeu de 2021. Há também o Simeon CATHARINA (NED) 0-1, que melhora rapidamente, com quem Liparteliani lutou pela última vez há três anos, e o IDA Kentaro (JPN), contra quem Liparteliani está 0-3.

EM FORMA, MALONGA ESTÁ PRONTA PARA ENFRENTAR O DESAFIO

A atual campeã mundial Madeleine MALONGA (FRA) estará em Budapeste para defender o título na categoria -78kg. A número um do mundo de 27 anos é uma atleta de grande ocasião e conquistou o título mundial apenas em seu segundo campeonato mundial. Ela também tem duas medalhas de ouro e uma medalha de bronze em seus quatro campeonatos europeus.

Malonga tem bons resultados contra todas as cabeças-de-chave da metade superior do sorteio, incluindo Guusje STEENHUIS (NED) 3-1, Kaliema ANTOMARCHI (CUB) 3-0 e a bicampeã mundial Mayra AGUIAR (BRA) 2-1. As coisas estão um pouco mais apertadas na metade inferior do sorteio, onde a cabeça de chave número dois é Anna Maria WAGNER (GER) 2-1. Malonga tem um recorde de derrotas contra o campeão mundial de 2015 UMEKI Mami (JPN) 1-4 e uma pequena vantagem contra a medalha de bronze mundial de 2017 Natalie POWELL (GBR) 7-6. Contra Luise MALZAHN (GER) ainda em 5-5. Além dos recordes, são as rápidas melhorias na força e nas habilidades de arremesso (e a redução de erros não forçados) que fazem de Malonga o favorito. De fora das sementes, talvez Beata PACUT (POL) ou Bernadette GRAF possam invocar algo.

Por: Sheldon Franco Rooks - EJU

FIJ: Um congresso híbrido oferece novos níveis de inclusão

O 2021 IJF Congress, realizado no dia 2 de junho no Intercontinental em Budapeste, foi uma verdadeira vitória para todas as melhores consequências de viver em uma era pós-Covid, reunindo uma comunidade de judô, tanto face a face quanto online. Este evento híbrido é o primeiro de seu tipo e possui possibilidades tecnológicas totalmente exploradas.

O Congresso foi traduzido ao vivo para 6 idiomas, oferecendo canais em inglês, francês, espanhol, árabe, russo e húngaro e, embora isso mostre inclusão, foi dado mais um passo, para também priorizar as questões das mudanças climáticas, evidenciado pelo fato de todo o evento ser sem papel , facilitado pela colaboração entre a IJF e a Huawei. 

A Huawei forneceu tablets para todos os delegados, para permitir a votação segura online, em conjunto com o sistema de votação segura da Lumi Company. Lumi é um líder mundial, empregado pelo COI e com um notário e uma equipe de escrutinadores presentes, ao vivo online, o sistema funcionou de forma tranquila e eficiente.

O formato híbrido reuniu mais do que o dobro do número mínimo de delegados necessário para garantir que o Congresso fosse quorativo e isso por si só mostra o poder da evolução. 

Apenas uma nuvem pairava sobre a reunião, a dos obituários. Despedimo-nos formalmente do judoca que nos deixou no ano passado e refletimos sobre suas grandes contribuições para nossas vidas. Tudo fará falta e tudo permanecerá em nossos pensamentos.

Assim que todos os delegados tiveram a oportunidade de se familiarizar com a tecnologia do evento, o Presidente da IJF, Sr. Marius Vizer, abriu a reunião, 

“Caros membros do CE, presidentes, secretários gerais, delegados e família do judô, estamos aqui, hoje, juntos e tenho o prazer de apresentar a vocês nossas atividades nos últimos dois anos. A era Covid-19 nos trouxe, como todo mundo, desafios em uma situação sem precedentes. Acredito que juntos conseguimos manter o nosso esporte presente na vida de todos os amantes do judô e com ele. Conseguimos superar obstáculos, continuar nossas atividades tanto quanto a crise de saúde permitiu e trazer inovações que desenvolveram ainda mais fortes laços entre os membros da comunidade internacional de judô. ”

O Sr. Vizer destacou a mudança do escritório da IJF de Lausanne para Budapeste, o que não foi uma tarefa fácil, mas falou do inestimável apoio dado pelo governo húngaro a esse projeto e também à organização do Campeonato do Mundo, durante um período tão tumultuado. 

O Sr. Vizer continuou: “Por mais estranho que possa parecer, uma de nossas maiores conquistas no ano passado foi a organização bem-sucedida de competições. Após 6 meses de intervalo, reiniciámos o World Judo Tour, com um primeiro Grand Slam aqui em Budapeste. Desenvolvemos nosso protocolo interno Covid-19, que distribuímos a todos os nossos membros para garantir condições justas e seguras para todos.

Durante o intervalo conseguimos manter uma comunicação clara e razoável, garantindo que os atletas e treinadores fiquem tranquilos. Em 2020 fomos o único esporte de combate que retomou as competições e nosso trabalho foi elogiado igualmente pelo COI e Tóquio 2020. Com base em um sistema de qualificação sólido, a pandemia não teve nenhum impacto na qualificação e os atletas tiveram condições e possibilidades justas, tanto quanto possível."

A boa notícia não se limita à logística e às competições.

“O mundo está mudando para o consumo digital em todos os esportes e, especialmente durante a pandemia Covid-19, a IJF aumentou sua presença online, envolvendo a comunidade do judô em atividades online exclusivas e personalizadas. Tenho o orgulho de anunciar que a IJF está entre as 10 melhores IFs olímpicas em todos os aspectos da mídia social; um resultado muito bom e promissor.

Embora a pandemia tenha trazido muitos desafios, ela também nos deu tempo e a chance de implementar novas ideias e inovar em diversos setores. Mantivemos uma comunicação regular e transparente com todos os stakeholders e conseguimos manter todos os nossos media partners, apesar de não podermos oferecer todos os eventos que foram contratados para 2020. Não só isso, mas vamos continuar a colaborar com eles, graças ao sucesso das negociações . Concluímos outro contrato de 4 anos com a Taishan, nosso principal fornecedor e parceiro de equipamentos, e também com a SOCAR. Além disso, damos as boas-vindas a um novo parceiro, a Ultima Collection. Agradecemos aos nossos parceiros por sua confiança e investimento no judô e por compartilhar nossa visão global de desenvolvimento. ”

O Sr. Vizer passou a mencionar a colaboração inovadora com Metro Goldwyn Mayer na documentação da história de Saeid Mollaei e Sagi Muki, não apenas rivais, mas grandes amigos, preenchendo a lacuna política entre suas culturas e provando que o esporte e a amizade são mais fortes aliados do que quaisquer diferenças que possamos ter. 

“Todos nós podemos nos orgulhar de nossa determinação humanitária, de apoiar um atleta perseguido e enviar uma forte mensagem de tolerância zero para qualquer forma de discriminação no esporte.”

O Sr. Vizer então falou sobre os desafios enfrentados pelos judocas mais jovens ao redor do mundo, com a perda de competição para a maioria, por mais de um ano, mas estava claro que sua saúde deveria continuar sendo a prioridade mais alta. Com isso em mente, a IJF considera que a reabertura do mundo está em uma fase em que podemos nos concentrar novamente nos jovens e, para isso, o Campeonato Mundial de Judô para Juniores está agendado para acontecer na Itália ainda este ano. Eventos de cadetes estão a seguir. Passo a passo, estamos permitindo que a esperança e a engenhosidade dêem as mãos para esse propósito ou revitalizem nosso esporte em todos os níveis. Nós estamos ganhando!

Isso nos lembrou do evento mais prestigioso de todos: “Estamos a apenas um mês dos tão esperados Jogos Olímpicos de Tóquio. Muitos dos preparativos foram deixados para o último momento, devido à pandemia. Será uma edição muito diferente, com apenas espectadores domésticos e maiores restrições de movimento para todos os interessados. Todos nós tentamos simplificar nossas operações ao máximo e as Olimpíadas de Tóquio serão um excelente exemplo de esforço conjunto e unidade do mundo dos esportes. Estamos determinados a fazer o judô brilhar e sabemos que nossos atletas farão uma competição atraente. Além de nossa cota habitual, em Tóquio a IJF também terá uma Equipe Mista de Refugiados, composta por 6 atletas e 1 técnico, participando da primeira Prova Olímpica de Equipe de Judô.

Paralelamente ao nosso trabalho com atletas refugiados, recentemente assinamos o Quadro da ONU Mulheres Esportivas para a Igualdade de Gerações e também o Grupo de Ação Desportivo das Nações Unidas para a Mudança Climática, mostrando nosso foco tanto na equidade de gênero quanto nas mudanças climáticas. Também estamos trabalhando em uma parceria global com o ACNUR, já que a IJF está claramente liderando o caminho quando se trata de atletas refugiados. ”

O Sr. Vizer agradeceu a todos pela dedicação e passou a palavra ao representante do governo húngaro, Dr. Furjes Balazs, Ministro de Estado para o Desenvolvimento de Budapeste, Gabinete do Primeiro Ministro disse: “Espero que Budapeste se torne sua segunda melhor cidade do mundo, depois suas respectivas cidades de origem. Budapeste é uma cidade extraordinária para esportes, cultura e negócios, com uma localização excelente, clima moderado, instalações de alto nível e uma economia em expansão. Também é uma cidade muito segura. Estou feliz e honrado em ver todos vocês aqui. Por favor, venha com a maior freqüência possível. Estaremos sempre cuidando bem de você. Também estamos muito felizes em ver que a IJF escolheu Budapeste para ser a sede de sua organização. Marius Vizer e sua equipe são capazes de enfrentar todos os desafios. Desejo-lhe tudo de melhor durante a sua estadia. "

O Dr. Laszlo Toth, Presidente da Federação Húngara de Judô disse: "É sempre um prazer ver pessoas de todo o mundo se juntando a nós aqui na Hungria e quero dar as boas-vindas a cada um de vocês. Junto com a IJF, vamos organizar um evento excelente. Desejo-lhe muito sucesso e uma estadia maravilhosa em nosso lindo país. "

Após as apresentações e discursos de boas-vindas, a votação das resoluções continuou ao longo dos procedimentos e, claro, houve a questão da eleição do presidente da IJF. Esta foi a parte mais tranquila do dia, com apoio unânime à reeleição de Vizer. Isso foi seguido pelo anúncio da nomeação do Sr. Vlad Marinescu para o cargo de Diretor Geral do IJF. Ambos os homens receberam aplausos calorosos e aceitaram seus papéis graciosamente.

Seguiram-se relatórios dos membros do Comitê Executivo, relativos a todas as áreas de operações da IJF. 

O Sr. Marinescu falou sobre a montanha de trabalho realizado pelas equipes de TI e mídia, recapitulando projetos como JudoFit, Judo nas escolas, atualizações de mídias sociais e muito mais. 

O Sr. Vladimir Barta, Diretor de Esportes da IJF, fez seu relatório e destacou a singularidade do evento de equipes mistas de judô em Tóquio, em termos do número de atletas autorizados a participar. “Isso é diferente de qualquer outra modalidade esportiva. Não importa quantas equipes se classifiquem, esse é o número que vai participar. ” Novamente, o judô tem orgulho de estar progredindo e liderando.

O Sr. Al Tamimi, Tesoureiro Geral da IJF, falou sobre a boa saúde financeira da IJF e, em seguida, a palavra voltou com o Sr. Vizer para os anúncios sobre os novos e antigos membros do Comitê Executivo. 

O Sr. Sissoko (MLI) foi sucedido por Thierry Siteny (MAD) como Presidente da AJU, mas o Sr. Sissoko permanece no Comitê Executivo. Manuel Larrañaga (MEX) foi sucedido na presidência do PJC por Carlos Zegarra (PER). O Sr. Juan Carlos Barcos (ESP) e o Sr. Jan Snijders (NED) renunciarão às suas funções como Diretores de Arbitragem Principal e passarão seus lugares para o Sr. Daniel Lascau (ROU), Sr. Ki-Young Jeon (KOR) e Sr. Armen Bagdasarov ( UZB). Também nomeados para novos cargos no Comitê Executivo foram Salima Souakri (ALG), Sanda Čorak (CRO), Skander Hachicha (TUN), Mike (CAN) e Erdenetod, Khishigbat (MGL). Observou-se que as novas nomeações incluem 3 mulheres, que se juntarão à Dra. Lisa Allan, que assumiu o cargo como a primeira mulher a fazê-lo, em 2017. O compromisso da IJF com a igualdade de gênero continua a dar grandes passos.

Concluídas todas as votações e celebradas as novas nomeações, o Congresso foi encerrado, cabendo a Vizer a tarefa de desejar a todas as delegações um Campeonato Mundial saudável e de sucesso.

Por: Jo Crowley - Federação Internacional de Judô

Fotos: Gabriela Sabau e Emanuele Di Feliciantonio

Marius Vizer reeleito por unanimidade como presidente da FIJ

O Congresso de 2021 da Federação Internacional de Judô foi marcado pela reeleição de Marius Vizer à frente da organização. Eleito pela primeira vez em 2007, Marius Vizer agora inicia um novo ciclo de desenvolvimento que impulsionará o judô mundial a um novo pico.

Após a eleição, onde os membros presentes votaram nele por unanimidade, o Sr. Vizer declarou: “Durante todos esses anos, foi um prazer trabalhar com todos vocês em paz, com amizade e unidade. Esses são os pilares do desenvolvimento estável. Também foi uma honra trabalhar para o desenvolvimento do judô por meio da disciplina, do respeito e da lealdade. Até agora melhoramos muito o nível do judô e compartilhamos seus valores em todo o mundo e continuaremos a conquistar grandes feitos juntos.

Graças à excelente cooperação com o COI, teremos, pela primeira vez, um evento de equipes, incluindo uma equipe de refugiados, nos Jogos Olímpicos de Tóquio neste verão e nas próximas edições no futuro. Todos vocês podem se orgulhar do que conquistamos.

Aumentamos nosso valor e nossa exposição na mídia. Quando iniciamos o World Judo Tour em 2009, enfrentamos muitos desafios, mas fomos capazes de superar todos eles, porque estávamos unidos e continuaremos a estar.

Juntos, nos próximos quatro anos, faremos melhor e apoiaremos ainda mais as federações nacionais e os sindicatos continentais.

Acredito que através da união, confiança e solidariedade podemos elevar o judô ao próximo nível. É isso que vamos fazer, a partir de hoje. "

Por: Nicolas Messner - Federação Internacional de Judô