quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Rio Grande do Sul: Camila Borba é a primeira bajeense a se tornar faixa preta no judô


Se no judô alcançar a faixa preta já é um feito, o caminho de Camila Borba Corrêa, 19 anos, é motivo de ainda mais orgulho. Integrante da Academia Judokai, sob a instrução de Paulo Adriano, ela se tornou, em dezembro, a primeira mulher bajeense a alcançar o shodan, que é a faixa preta no judô. Para isso, participou da cerimônia "bonenkai", no dia 11, em Porto Alegre, atingindo, assim, o primeiro grau.

Para chegar a esse estágio, foram 16 anos de intensos treinamentos e uma série de requisitos que eram exigidos para avançar na prática da arte marcial. Inclusive, Camila teve que lidar com o tempo, o que lhe acarretou, até mesmo, na perda do emprego, pelas constantes viagens a Porto Alegre, em busca das qualificações necessárias para atingir a faixa preta. “Pessoal pensa que o judô é agressivo, para homens. Porém, trabalhamos com crianças, pessoas de todas as faixas etárias, alunos com paralisia, deficiência auditiva, visual. Judô significa ‘caminho suave’ e foi ciado durante a guerra para ajudar as mulheres e as crianças a se defenderem, pois não tinham espadas”, relata.

Na Judokai, Camila já é alvo de inspiração de muitas meninas que começam à prática do judô. Para alcançar o feito, destaca todo o apoio de Paulo Adriano. 

“Foi uma pessoa que nunca desistiu de mim. A mensagem que deixo é que as pessoas lutem pelo o que elas querem. Eu escutei muito que não tinha merecimento. Porém, fui atrás quando que queria”,  destaca.

O feito alcançado por Camila não simboliza, apenas, uma vitória das artes marciais em Bagé, mas sim, o protagonismo feminino, no sentido de mais mulheres ocupando grandes funções na sociedade.

Por: Yuri Cougo Dias - Jornal Minuano
Foto: Divulgação

Retrospectiva do Judô Atibaiense 2021


Mais um ano em que a pandemia nos limitou em diversos seguimentos da vida, na área competitiva não foi diferente, porém com controle sanitário a modalidade conseguiu voltar com os treinamentos presenciais e de contato, tão necessários para a socialização do esporte.

Apesar de todas as dificuldades, a equipe atibaiense do São João Tênis Clube/Associação Paulo Alvim de Judô Atibaia/Secretaria de Esportes e Lazer da PEA, representada por seus profissionais e atletas superaram-se novamente, com muita resiliência e sem medir esforços, treinaram incansavelmente, mesmo sem saber ao certo onde poderiam chegar, afinal de contas à modalidade não tinha calendário fixo até o momento em que as portas começaram a voltar a abrir e a Confederação Brasileira de Judô começou a retornar com eventos internos, exigindo exames laboratoriais e todo controle em relação ao COVID-19, com a retomada, vários atibaienses foram convocados para participar de treinamentos de campo em Pindamonhangaba e logo em seguida às convocações para eventos internacionais. Isso só foi possível através de muito trabalho físico, técnico, tático e psicológico, sempre acreditando e perseverando para quando tudo voltasse, os atletas estivessem muito bem preparados e prontos. Assim foi o reinicio de mais um ano.

Os resultados, convocações e ações do judô atibaiense foram: 

22/04 Á 02/05 – FELIPE BREITENBACH E PIETRO MARMORATO MUHLFARTH CONVOCADOS PARA TREINAMENTO DE CAMPO DA SELEÇÃO BRASILEIRA VISANDO A PREPARAÇÃO PARA TOKYO 2021;
20/06 Á 29/06 – TREINAMENTO DE CAMPO CBJ FEMININO SUB18 E SUB21 – FRANCIELLE WATANABE, LUANA OLIVEIRA E ISABELLA MONTALDI - TÉCNICO THIAGO VALLADÃO;
30/06 Á 09/07 – TREINAMENTO DE CAMPO CBJ MASCULINO SUB18 E SUB21 – PIETRO MARMORATO MUHLFARTH, GUSTAVO BRAIT, MURILO ANDERSON, PEDRO MEIRELLES, GABRIEL BUENO, GABRIEL VITORINO E OCTAVIO CHIOSSI – TÉCNICO THIAGO VALLADÃO;
03/08 Á 14/08 – CAMPEONATO PANAMERICANO SUB21 – LUANA OLIVEIRA - MEDALHA DE BRONZE; 
21/08 – CURSO DE PRIMEIROS SOCORROS APAJA – PROFESSORES – THIAGO VALLADÃO (COORDENADOR), ROBSON GRECO, JAIR GIMENES, ANGÉLICA DA SILVA, TICIANNA PRIOLLI, CESAR FERREIRA, ROBSON TAVARES, YARA FERREIRA, JONATHAN SANTOS E LEONARDO DE MACEDO; 
04/09 – GRADUAÇÃO DE 11 FAIXAS PRETAS REFERENTES A 2020; 
17 E 18/09 – SELETIVA PAULISTA - FEMININO SUB 21 – FRANCIELLE WATANABE E LUANA OLIVEIRA VICE-CAMPEÃS, ISABELLA MONTALDI 5º COLOCADA;
25/09 – SELETIVA PAULISTA - ESTUDANTIL SUB 15 – OCTAVIO CHIOSSI E RENAN BREITENBACH – CAMPEÕES; 
16/10 – SELETIVA PAULISTA - MASCULINO SUB 21 – MURILO ANDERSON - CAMPEÃO E GUSTAVO BRAIT - 3º COLOCADO; 
28/10 – JOGOS ESCOLARES BRASILEIROS – RJ – OCTAVIO CHIOSSI - CAMPEÃO, RENAN BREITENBACH - PARTICIPAÇÃO, THIAGO VALLADÃO - TÉCNICO DA EQUIPE MASCULINA - CAMPEÃO GERAL;
30/10 – CAMPEONATO PAULISTA POR FAIXAS – ERICK MATSUMOTO - CAMPEÃO; 
08 Á 10/11 – CAMPEONATO BRASILEIRO SUB21 – THIAGO VALLADÃO - TÉCNICO DA EQUIPE MASCULINA DO ESTADO DE SP, MURILO ANDERSON - PARTICIPAÇÃO; 
18/11 – TREINAMENTO DA SELEÇÃO SUB 21 PARA OS JOGOS PANAMERICANOS, MURILO ANDERSON CONVOCADO PARA O TREINO E LUANA OLIVEIRA CONVOCADA PARA OS JOGOSPANAMERICANOS SUB21 EM CALI/COL; 
23/11 – JOGOS PANAMERICANOS SUB 21 – CALI/COL – LUANA OLIVEIRA – MEDALHA DE BRONZE INDIVIDUAL E MEDALHA DE OURO POR EQUIPES; 
29/11 E 07/12 – TREINAMENTO NO CENTRO DE APERFEIÇOAMENTO TÉCNICO DA FPJUDO – 10 ATLETAS SUB13 E SUB15 – COMISSÃO DA FPJUDO – THIAGO/ANGELICA E JAIR; 
14 Á 16/12 – GRADUAÇÃO DAS EQUIPES DO PROJETO JUDÔ ATIBAIA – FORMAÇÃO/PARTICIPAÇÃO E RENDIMENTO – SUB9, SUB11, SUB13, SUB15, SUB18 E SUB21.

Um ano em que o reconhecimento, também veio através dos professores Thiago Valladão, Angélica da Silva e Jair Gimenes convocados para integrar as comissões de treinamento da Federação Paulista de Judô, onde estarão transmitindo suas expertises e auxiliando o desenvolvimento das equipes de competição do Estado de São Paulo, que tem como representante dos técnicos do Estado, o Professor Kodansha Paulo Alvim (Pi).

Mais um destaque para o professor Thiago Valladão sempre que é convocado pela Confederação Brasileira de Judô - CBJ leva seu conhecimento às equipes de base nacionais.

Enfim, mais um ano em que os atibaienses do judô destacam-se nacional e internacionalmente, preenchendo todos os mais rígidos requisitos da boa formação que o esporte necessita, sempre em busca de excelentes resultados para o nosso estado e país, sem perder o foco principal, que é e sempre será, o de “formar o melhor cidadão, possível, para a nossa sociedade”.

O Judô atibaiense deseja a todos um Ano Novo de muita saúde, união e grandes conquistas.

Os judocas agradecem a Concessionária Rota das Bandeiras, Hotel Bourbon Atibaia, Atibaia Residence Hotel & Resort, MT Plus, CORA – Centro de Ortopedia e Reabilitação Atibaia,Unimagem Saúde, Centro Universitário UNIFAAT, Oficial Registro de Imóveis, 1º Tabelião de Notas e Protesto, 2º Tabelião de Notas e Protestos de Letras e Títulos, Estruturas Metálicas Ando, Colégio Atibaia, Centro Integrado Atibaia Odontologia, Fisioterapeuta Layla Nery, Viação Atibaia São Paulo, Academia R Sette, Preparador Físico Roger Fonseca, Psicóloga – Rubiana Shimoda, Centro Radiológico Atibaia – Alvinópolis, Escola de Inglês - iBoxEnglish – família Alaby, Imprensa de Atibaia e Boletim OSOTOGARI, que acreditam e apoiam o judô atibaiense.

Por: APAJA - Atibaia

Top Player: Jovem georgiano Grigalashvili lidera o ranking no -81kg


Nome: Tato Grigalashvili 
País: Geórgia
Categoria de peso: -81 kg
Pontos: 6592

Mencionamos que para a Geórgia há uma porta giratória de talentos, mas em alguns casos há indivíduos especiais que você sabe com certeza que estarão nos livros dos recordes nos anos que virão. Este indivíduo em particular é Tato Grigalashvili. 

Ele causou uma grande impressão como atleta júnior ao conquistar o título europeu e o bronze mundial em 2019. Já havia conquistado medalhas de Grand Prix e Grand Slam na turnê da IJF, mas seu primeiro título continental realmente o colocou no mapa, que foi seguido por seu título sênior em 2020.  

Desde então, ele balançou de um sucesso para outro e em 2021 teve um início surpreendente com um título máster e uma vaga na final do campeonato mundial em Budapeste. Todos esses resultados sugeriam uma coisa: glória olímpica para o jovem de 22 anos. A maioria concordaria que seu estilo de judô não é o estilo georgiano típico e que ele definitivamente tem flare que o faz se destacar da multidão, e agora ele tem estatísticas para igualar.   

Final do Campeonato Mundial de 2021. © Gabi Juan

Agora podemos esperar outro ciclo com Grigalashvili liderando a categoria de -81kg. 

Por: Thea Cowen - EJU

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

Top Player: Gjakova atingiu total potencial para Tóquio


Nome: Nora Gjakova
País: Kosovo
Categoria de peso: -57 kg
Pontos: 5880

Esta campeã olímpica levou uma década em construção. Nora GJAKOVA tem estado firmemente em nosso radar por muitos anos como parte da pequena, mas poderosa equipe de Kosovo. A jovem de 29 anos não só conquistou a primeira medalha mundial, mas também conquistou o ouro olímpico. 

Bronze no Mundial 2021

Seu tremendo sucesso permitiu que ela subisse na classificação e terminasse sua Olimpíada em primeiro lugar no ranking mundial. Ela se junta a sua companheira de equipe Distria Krasniqi como a atleta número um.

Por: Thea Cowen - EJU

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Top Player: O Ano de Lasha Shavdatuashvili


Nome: Lasha Shavdatuashvili
País: Geórgia
Categoria de peso: -73 kg
Pontos: 5475

A equipe georgiana tem uma porta giratória para judocas incríveis, e notavelmente muitos com herança georgiana representam outras nações, então como deve ser não apenas ser o melhor de seus compatriotas, mas de toda a comunidade? 

Lasha Shavdatuashvili ainda não se encontrou nesta porta giratória e é um marco da equipa, aos 29 anos, agarrar-se a esta posição não é nada fácil. A sensação levou o título olímpico em 2012 com apenas 20 anos, então na categoria -66kg. 

20 anos, campeão olímpico de 2012. © IJF

Em 2021, ele se tornou o primeiro atleta georgiano a se tornar campeão europeu, mundial e olímpico após sua vitória mundial em Budapeste. Em Tóquio, ele voltou a ser finalista olímpico, adicionando uma prata à sua coleção de ouro e bronze (2016). 

É uma sensação mágica quando você alcança o sucesso, este ano tem sido maravilhoso para mim. Sou o primeiro do ranking e fico feliz por não desistir. Depois de inúmeras tentativas, fui campeão mundial e até agora já conquistei 3 títulos: Europa, Mundial e Olimpíadas. Esse sucesso é resultado de muito trabalho e esforço. Eu me esforço para ter sucesso, o judô significa muito para mim, me deu tudo o que tenho hoje. Em primeiro lugar, tenho um grande amor por parte dos meus apoiantes, são eles que partilham o meu sucesso e estão felizes comigo. Isso me dá uma grande motivação para lutar. Quando ganho uma vitória, esqueço totalmente o trabalho árduo que fiz antes e imediatamente desejo treinar mais e mais. Eu sou um homem feliz! Obrigado Deus por tudo!

Para encerrar um ano já incrível e extenuante ciclo de cinco anos, Shavdatuashvili competiu na última prova do calendário da EJU, a Liga dos Campeões do Campeonato Europeu de Clubes, onde seu time Golden Gori conquistou a merecida medalha de bronze após ter competido contra companheiros de equipe , Fighter Tbilisi. Ele não é apenas um sucesso atlético, mas incorpora o espírito do judô, junto com sua equipe. 

"Um time." Golden Gori e Fighter Tbilisi após a disputa pela medalha de bronze na Liga dos Campeões. © Carlos Ferreira

Por: Thea Cowen - EJU

Top Player: Buchard no impressionante quarto ano consecutivo como WRL#1


Nome: Amandine Buchard
País: França
Categoria de peso: -52kg
Pontos: 6520

Aqui estamos nós de novo com Amandine, a medalhista de prata olímpica de Tóquio. Este é agora seu quarto ano consecutivo, onde reina suprema na categoria de -52kg. Somando-se ao seu primeiro lugar no ranking, 2021 também rendeu um título europeu. 

Estou muito feliz por ser o primeiro na Lista de Classificação Mundial pelo quarto ano consecutivo. É o resultado de muito trabalho e determinação. Meus dois eventos favoritos foram os Jogos Olímpicos e o Campeonato Europeu 2021, onde ganhei meu primeiro título.

Nos últimos dois anos, seu histórico mostra que a final é o único lugar que ela deseja estar e sua autoproclamada determinação ficou evidente com o acúmulo de medalhas e pontos. Este ano teve muitos momentos especiais para a francesa, pois ela mudou de clube, deixando para trás o RSC Champigny, com quem ela havia obtido sucesso, e se mudou para o Paris Saint Germain; o último conquistando o título da Liga Europa do Campeonato Europeu de Clubes. Isso os levará à Liga dos Campeões em 2022. 


Depois de uma atuação emocionante em Tóquio, não passou despercebido que ela fazia parte de um quadro maior quando se tratava da seleção francesa, que também conquistou a primeira medalha de ouro olímpica por equipes mistas. A unidade francesa continuará na seleção de Melhor Jogador, com várias mulheres liderando seus campos. 

Por: Thea Cowen - EJU

domingo, 26 de dezembro de 2021

Top Player: Krasniqi conquista uma categoria e está com vistas em outra


Nome: Distria Krasniqi
País: Kosovo
Categoria de peso: -48 kg
Pontos: 6820

Depois de um ano sensacional de judô, voltando a uma turnê completa, vendo campeonatos europeus e mundiais em pleno andamento, bem como os tão esperados Jogos Olímpicos na casa do judô, certamente será um ano para lembrar, e agora ainda mais para o atletas que vão para 2022 em primeiro lugar. 

Alcançar a primeira posição no ranking mundial não é uma tarefa fácil, mas a Europa pode se orgulhar de 11/14 neste lugar. 

O início da contagem regressiva para o novo ano é Distria KRASNIQI de Kosovo. Aos 26 anos, ela pode comemorar 2021 como 'seu ano', acumulando 6820 pontos ao final dele, seguindo seu ouro olímpico é nada menos que incrível. 

Estou muito feliz e orgulhoso de mim mesmo por ter terminado este ano como campeão olímpico e número um no ranking mundial, é uma sensação muito boa que o trabalho árduo finalmente valeu a pena. 

Embora a WRL # 1 de -48kg tenha levado seus títulos olímpicos, europeus e de master nesta categoria, ela já fez a transição para -52kg durante o Grand Slam de Baku, testando as águas e se apresentando em competições de medalhas. Krasniqi se junta a seus companheiros de equipe e também campeões olímpicos Majlinda KELMENDI (2016) e Nora GJAKOVA (2021) na lista de heroínas de Kosovo. 

O Team Kosovo agora tem outro motivo para comemorar como técnico, Driton Kuka foi eleito o vencedor do Prêmio de Realização de Coaching. 

Me sinto confiante e mais tranquila agora depois desse grande ano que tive, vou trabalhar muito duro para ter a mesma performance em -52kg que tive em -48kg e vou tentar aproveitar mais o que estou fazendo. Desejo a todos que 2022 seja um bom ano com saúde, felicidades e sucesso!

Distria Krasniqi recebendo reconhecimento na 73ª Gala da EJU pelo Presidente da IJF, Sr. Marius Vizer, e pelo Presidente da EJU, Sr. Sergey Soloveychik. © Gabi Juan

Por: Thea Cowen - EJU

sábado, 25 de dezembro de 2021

Rio Grande do Sul: Após ano inesquecível em resultados, Maria Argemi projeta e evolução em 2022


Foi um ano e tanto para Maria Argemi. Se 12 meses atrás, a judoca do GN União estava um tanto enfadada com os treinos online, a temporada se encerrou com participação na Seletiva Nacional para a equipe sênior e com medalhas de competições nacionais no peito. Aos 15 anos de idade e 10 de judô, a atleta não chegou a carimbar uma vaga na equipe principal (ainda), mas reconhece e valoriza a evolução dos últimos meses.

A nova temporada que se aproxima chega com novas metas e objetivos – bem mais ambiciosos. Para alcançá-los, ela garantiu que foco não faltará, abrindo mão da rotina de uma adolescente comum em busca do sonho de representar o Brasil fora do país. Sonhar com Paris-2024, afinal, não custa nada, ainda que exija muitos treinos.

Comente este ano que, apesar de afetado pela falta de ritmo causada pela pandemia, te proporcionou grandes experiências.
Esse ano começou um pouco complicado, porque ainda seguíamos com os treinos online, em casa e por mais que eu fizesse algo fora do GN União, no começo do ano foi um pouco difícil. Mas assim que reabriram os treinos, eu fiquei muito feliz em poder voltar e poder traçar novas metas para mim. Eu ainda tinha esperança que pudesse ser um ótimo ano. Na verdade, nunca tinha imaginado que, com a idade que eu tenho, pudesse chegar a uma seletiva olímpica. Isso é muito surreal para mim, uma coisa fantasiosa. Nunca tinha imaginado na minha realidade. Então realmente fiquei muito feliz com meu desempenho neste ano, com todos os títulos que consegui, com as competições que participei. Além de ter bons resultados, acredito que consegui evoluir bastante, lutando melhor e aprendendo cada vez mais. Se eu pudesse resumir este ano em uma palavra, ela seria “aprendizado”. Aprendi muito com meus senseis e meus amigos, mas também comigo mesmo. Aprendi a me conhecer e a me conectar. Lados que nunca tinha explorado, consegui conhecer neste ano e com certeza me ajudaram muito a chegar onde eu cheguei hoje.

O que de mais valioso tu levas deste ano?
Com toda a certeza, o que levo deste ano é a experiência. Participei de campeonatos que nunca tinha me imaginado. Não com essa idade, pelo menos.  Fui a um Brasileiro sênior, nunca tinha passado pela minha cabeça. A experiência foi algo incrível para mim. A experiência de estar com pessoas que admiro muito, não só dentro do Estado, mas de fora também. E estar num nível tão alto de campeonato foi muito importante. Então a experiência de conhecer outras pessoas, outros estilos de luta e outros tipos de campeonato, com certeza foi muito importante para mim. É algo que vou levar para a minha vida toda, com certeza serviu de muito aprendizado.

Aos 15 anos, tu chegaste às portas da Seleção Brasileira principal. Outra gaúcha que alcançou essa façanha tão cedo é Mayra Aguiar. Ela é uma inspiração para ti? Em quem mais tu te inspiras no judô?
A Mayra é uma inspiração para mim. Além de ser do mesmo Estado, admiro muito a carreira dela como atleta, a história por trás de todos os títulos que ela conquistou. Levo ela como uma inspiração dentro do judô para mim. Mas também, realmente, uma grande inspiração para mim no judô são os meus senseis e meus colegas de treino. Eu gosto muito mesmo do lugar onde treino. Gosto de falar que as pessoas com quem eu treino são minhas inspirações diárias. Eu não chegaria onde cheguei se não fossem eles e isso me motiva a seguir treinando e a continuar batalhando pelos meus objetivos. Mas para falar de alguém em especial: no Brasileiro, eu pude me aproximar da atleta Nathália Parisoto. Admiro muito ela como atleta e como pessoa. Muito carinhosa, paciente e companheira. Sei que o que eu precisar ela vai estar ali para me ajudar. E ela é uma atleta incrível. Admiro muito a história dela. Considero até uma honra poder treinar e aprender junto com a Nathália.

Tu vais completar 16 anos, idade em que jovens mais pensam em estudar ou namorar. Mas tu já trabalhas para participar de um ciclo olímpico. Como ficou a tua rotina em meio a isso e como o teu clube trabalha essa situação?
O judô me ensinou a maioria das coisas da minha vida. Então, eu digo que é complicado. É difícil conciliar estudo e judô, mas eu consigo dar um jeito e conciliar bem, dentro do possível. É difícil, mas não é impossível. Se eu realmente quero alguma coisa, eu vou atrás e dar um jeito de resolver. É uma rotina corrida, saio de casa de manhã e chego de noite. Mas o resultado compensa e é muito gratificante ter o resultado esperado depois de tanto trabalho duro. O clube me dá um suporte imenso. É realmente muito importante e motiva muito a gente a continuar trabalhando duro e se esforçando. Sobre entrar num ciclo olímpico, é tudo muito novo para mim, mas estou disposta a aprender e a me incluir dentro disso tudo. Fico muito, muito feliz por poder iniciar no ciclo olímpico. Fiquei muito feliz de participar da seletiva olímpica. Estou muito grata por tudo isso que aconteceu neste ano.

E para 2022, quais as tuas principais metas?
Acho que vai ser um ano maravilhoso. Tenho muitas metas e planos, então acredito que minhas principais metas sejam conseguir entrar na seleção de base e começar o ano bem na Seletiva Nacional, no Meeting de base também e quem sabe conseguir entrar num circuito mundial. Ficaria muito feliz com isso. Essas seriam as minhas principais metas de competição. Mas tenho metas pessoais também: quero muito conseguir evoluir dentro do meu judô, dar ênfase em algumas partes específicas, em alguns golpes. Estou muito ansiosa. Acredito que 2022 será um ano incrível e de muitas vitórias.


Feliz Natal!


sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Maria Portela e Tina Trstnjak, uma amizade além dos tatames


Em seu alto rendimento, o judô pode ser um ambiente de pressão. É uma rotina entre treinar, bater o peso, viajar, treinar de novo, alimentação regrada, estudar adversários, regular o sono. Isso sem falar em estar longe de quem se ama, além, claro, da pressão por resultados.

Mas não é por isso que não pode ser um local para amizades. E às vezes grande amizades, num altíssimo nível – seja dentro do tatame, seja fora deles. Quem garante é um rosto bastante conhecido do judô gaúcho, Maria Portela, que foi anfitriã nas últimas semanas do ano da eslovena Tina Trstenjak, campeã mundial e olímpica no peso 63kg.

Trata-se de uma amizade relativamente recente, como a própria Tina revela: “Tudo começou em 2018, quando Maria foi treinar no meu clube na Eslovênia. Nós nos conhecíamos uma a outra antes, mas nunca tivemos um grande relacionamento. Quando ela veio treinar no meu clube e nós trabalhamos juntas, começamos a falar mais e mais. Agora parece que nós nos conhecemos há anos”.


Apesar do corre-corre de competições, a atleta de 31 anos vê nesse momento uma boa hora para também fazer amigos, mas “desde que você esteja aberto a isso”, conforme conta. “Nós temos a oportunidade de conhecer novas pessoas e culturas.”

Mesmo esse choque cultural não impede a afinidade. Tina define Portela como uma “irmã” que ganhou no judô, mas que transcendeu o esporte. “Nós sempre nos apoiamos em todos os caminhos das nossas vidas, incluindo competições e somos felizes com o sucesso de cada uma. Mas nossa amizade não é apenas no judô, mas da vida”, conta ela.

E Tina teve uma agenda cheia em seu período no RS. A eslovena esteve ao lado da gaúcha em diferentes homenagens que Portela recebeu no período, tanto no Bonenkai da FGJ, quanto na entrega do Prêmio Mérito Esportivo. Em sua estadia em Porto Alegre, passeios não faltaram: “Gostei da cidade, é diferente da minha. É tão grande quanto toda a Eslovênia, e é uma experiência totalmente diferente para mim estar aqui”, define ela, que também visitou o interior gaúcho, aventurando-se até em saltos de bungee jump  ao lado da amiga – que chama de “sis”, de sister, irmã em inglês.

A visita, revela Portela, foi pensada para este período de fim de temporada, quase como as férias – apesar de que a gaúcha ainda estava envolvida com a disputa da Seletiva Nacional, da qual saiu vencedora. “Como a gente só se encontrava nas competições normalmente focada, a gente não conseguia sair para passear”, justifica Portela, que vai retribuir: “Eu vou voltar para a Eslovênia, mas aí para se divertir”.

Óbvio, não faltou judô neste período. A campeã olímpica no Rio-2016 e medalhista em Tóquio se disse impressionada com a estrutura da Sogipa – que, segundo ela, é muito maior que o clube onde treina em seu país. “As condições de treino são muito boas aqui. O trabalho realizado aqui é muito bom e já aprendi muito”, exalta Tina. “Vai ser ótimo trazer essa experiência para minha casa.”


Sally assina com a Suécia!


As questões sobre aposentadoria e futuras carreiras são numerosas e altamente carregadas, sempre. Para qualquer atleta de elite, em qualquer esporte, afastar-se da competição é desafiador, mesmo quando o momento e os motivos são perfeitos.

Apenas algumas semanas antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio, Sally Conway (GBR) anunciou sua aposentadoria. Do lado de fora parecia estranho, pois ela ainda estava ganhando grandes medalhas e estava qualificada para os Jogos, mas era o certo para ela. Com a tríplice coroa de medalhas no bolso, os europeus, os mundos e as Olimpíadas, ela estava pronta para explorar a próxima etapa de sua vida.

Ganhando uma medalha de bronze mundial em Tóquio, 2019

Então, com Tóquio se aproximando, Sally fez um aprendizado de treinadora com o Judo da Escócia, gostando de transformar toda a sua experiência como atleta nas ferramentas de treinamento mais afiadas. 

“Estou voltando para Bristol, na Inglaterra, para o Natal com a família. Vai ser emocionante, pois tenho muito o que comemorar e esperar ”, disse Sally.

“Eu estava aprendendo com o Judô Escócia, mas não havia uma função específica para mim ao final dos dois anos. Eu ainda estava feliz por concluí-lo, mas após 5-6 meses no cargo, Robert Eriksson entrou em contato com meu treinador, Billy Cusack, e continuou a partir daí. A princípio fiquei confuso, pois, quando ele me falou sobre isso, pensei que era Bill quem havia recebido o papel. Foi meio complicado, inesperado. Tem havido muita conversa nos últimos meses. É uma grande decisão e uma grande mudança para mim, mas que oportunidade incrível!

Vou me mudar para a Suécia em janeiro. Fui fazer uma visita na semana passada, para ver as instalações e conhecer pessoas. Começo oficialmente em 1º de janeiro, com um acampamento de 2 a 5 ”.

O principal dojo em Malmö

É uma grande mudança na vida em um período muito curto, de atleta olímpico a treinador aprendiz, a técnico sueco e administrar uma grande mudança para um novo país. 

“Não sou casado nem preciso conciliar a vida com filhos, neste momento. Não há empate e por isso tenho que aproveitar esta oportunidade. Você sabe, quando você fica confortável, as coisas não são tão orientadas para o crescimento. Estou muito confortável na Escócia e muito feliz, mas talvez seja hora de sair da minha zona de conforto novamente, agora como treinador ao invés de atleta. São os momentos em que descobrimos do que realmente somos capazes.

Serei um dos dois treinadores principais, trabalhando ao lado de Viktor Carlsson em Malmo, começando com 9 atletas e expandindo a oferta para 15 após o verão. Também irei conhecer os cadetes e juniores desde o início, para que essas relações possam se formar desde o início e tornar as transições para o judô sênior mais suaves para o judoca. "

Robert, Sally e Viktor

Robert é o treinador principal há 17 anos e mostrou o que a consistência pode alcançar. Ele agora é o Diretor de Desempenho e essa é a equipe de 3, com Robert liderando todo o planejamento. Estaremos no tatame com os jogadores dia após dia. Já estou com um sentimento muito bom, por todos os envolvidos e pelo lugar. ”

Sally está totalmente certa sobre a escolha desta nova vida, apesar dos nervos naturais e de algumas incertezas. Ela não está sozinha! Robert também é muito claro sobre o futuro da Suécia e o lugar de Sally nela: “Após minha aposentadoria como Treinador Principal, a Federação me nomeou Diretor de Alto Desempenho, com o objetivo de construir uma nova estrutura para a seleção da Suécia”.

Robert não hesitou em começar: “Uma peça importante na nova estrutura foi trazer um novo treinador. Procurava alguém que tivesse estado presente a nível internacional e que fosse também 'jovem' na sua vida de treinador. Eu também queria alguém com experiência de outra nação, para que pudéssemos ter uma mistura de novas ideias combinadas com a experiência de nossa equipe nacional.

Sally foi, para mim, uma grande combinação desde o início. Eu a conheço como atleta e ela tem competência e vontade de começar algo novo.

Depois de Tóquio, temos que estabelecer uma nova era com um objetivo de longo prazo e para isso agora temos 2 treinadores principais, com Sally focando em 2024 e Viktor Carlsson em 2028, mas eles trabalharão juntos, um com o outro e com nossos 4 treinadores nacionais treinadores. Trabalharei para apoiar a equipe técnica e a organização, para que possamos manter a linha até Los Angeles em 2028.

Estou muito feliz que Sally aceitou a posição e ela será, sem dúvida, uma grande inspiração para muitos atletas na Suécia. ”


Então o palco está montado e agora o que acontece na Suécia está nas mãos de uma nova equipe jovem e cheia de energia, pronta para enfrentar o mundo. 

Fotos: Gabriela Sabau e Emanuele Di Feliciantonio


quinta-feira, 23 de dezembro de 2021

São Paulo: Circulo Militar realiza seu Bonenkai


O Bonenkai do Círculo Militar de São Paulo consolidou os conhecimentos adquiridos pelos alunos e as conquistas competitivas da equipe em 2021. O evento aconteceu em 16 de dezembro nas dependências da boate do clube e foi coordenado pelo Sensei Kodansha Fernando Catalano, técnico de judô do CMSP.

Compuseram a mesa de honra o Presidente do CMSP, General Eduardo Diniz, o diretor de esportes, Sr. Nelson Turri, o assessor do departamento de Judô, Sensei Kodansha Luiz Catalano Calleja e o coordenador de Esportes do clube, professor Luiz Castro.


Foram graduados 28 alunos que receberam as suas novas faixas, certificados e medalhas por suas novas conquistas. Destaque para os dois novos faixas pretas pela FPJudô, André Inafuku e Henrique Inafuku.


“Temos uma diretoria que acredita no esporte, investe e se norteia na formação integral de nossos atletas por meio de uma educação em valores, o que torna possível um trabalho de qualidade que ao mesmo tempo que conquista medalhas em competições contribui para a construção de cidadãos mais preparados para os desafios da vida”, destacou o Sensei Kodansha Luiz Catalano em seu discurso.

O departamento de Judô do Círculo Militar de São Paulo parabeniza a todos os novos graduados e deseja a todos um feliz natal e um próspero ano novo! Boas festas!

Por: Judô do CMSP

Rio Grande do Sul: Por competitividade e qualidade, FGJ antecipa publicação do calendário 2022


Ainda é dezembro de 2021, mas o calendário de eventos de 2022 da Federação Gaúcha de Judô já está devidamente publicado. A antecipação da divulgação, feita de forma inédita, marcará uma nova fase nas competições da modalidade no Rio Grande do Sul, garantindo previsibilidade de fevereiro a dezembro, além de abranger cada vez mais público e fomentar a qualidade esportiva.

“Nossa intenção é, para o ano que vem, ter um circuito bem intenso, buscando a competitividade novamente e fortalecer as competições internas”, comentou o diretor técnico da FGJ, Douglas Potrich. São previstos 27 torneios em 17 datas diferentes de 2022.

O ano, porém, reserva mais novidades: “Vamos trabalhar em nível de ranking para os processos seletivos. Não teremos uma seletiva única para determinados campeonatos nacionais e sim vamos ter um processo onde o ranking vão apurar os atletas que terão direito a realizar a seletiva final desde o sub-13 até o sênior”, adiantou o dirigente. “Nossa busca é pelo resgate do bom nível da competitividade.”

Douglas ainda destacou os eventos pensados para o judô especial – com três disputas do judô for all – e à classe veteranos, cujo planejamento visa a preparação para competições de nível técnico mais elevado: “A meta é prepararmos eles para eventos maiores, como Brasileiro, Sul-Americano e Mundial”.

O primeiro evento previsto é para 19 de fevereiro, que será seletiva para Gymnasíade no sub-18. “Vamos propiciar cada vez mais qualidade”, concluiu o diretor técnico.

Por: Assessoria de Imprensa da Federação Gaúcha de Judô


Ponta Grossa: Associação Judô Carlos Silva (A.J.C.S) realizou seu tradicional Bōnenkai e Cerimônia de Troca de Faixas


No último sábado (18/12) a Associação Judô Carlos Silva (A.J.C.S) de Ponta Grossa (PR) que integra as equipes Yudansha Judô e projeto Leões do Tatame realizou seu tradicional Bōnenkai e Cerimônia de  Troca de Faixas. 


Na ocasião 54 alunos tiveram suas novas graduações entregues pelo Diretor Técnico e Professor Responsável sensei Carlos Silva e ainda foram entregues os troféus de Destaque e Revelação  2021, neste ano ainda foram concedidos dois Troféus Jita-kyoei aqueles que mais participaram ou apoiaram Ações Sociais realizadas pelas Associação durante o ano. 


O professor vê a importância do evento "Para nós esse momento de alegria e confraternização é o momento de estreitar a relação com pais e responsáveis e demonstrar tudo o que seus filhos aprenderam ao longo do ano, como novidade entregamos os troféus e em especial dois chamados de Jita-kyoei como reconhecimento da participação das diversas atividades de cunho social que realizamos durante o ano" ainda comenta o professor as expectativas para 2022 "logo no início do ano em Janeiro  iniciamos as nossas atividades com a participação do tradicional Shotyugueiko de Divinolândia e além deste evento retornamos o calendário competitivo, as ações de caráter social qual já desenvolvemos todos os anos e ainda traremos alguns Workshops e Treinamentos para nossos alunos e abertos à comunidade judoísta, mesmo com os desafios que todos enfrentamos em 2021 nos fortalecemos nosso trabalho além de conquistar novas parcerias como o Rotary Club de Ponta Grossa Campos Gerais, a Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e com a Secretaria Municipal de Esportes de Ponta Grossa (SMESP) o que por sí só nos fazer perceber que estamos no caminho certo ao termos o apoio destes e tantas outras entidades importantíssimas" comenta.

Por: Associação Judô Carlos Silva - Ponta Grossa - Paraná


Rio Grande do Sul: “Legitimado” por resultados, Kiko projeta trabalho na Seleção Brasileira


Um dos técnicos mais vencedores da história do judô gaúcho e brasileiro, Antônio Carlos Pereira, o Kiko, carrega a partir de agora uma nova responsabilidade. É nele que são depositadas as esperanças de milhões de torcedores da modalidade, que apostam na experiência e no currículo dele agora à frente da Seleção Brasileira masculina.

A apresentação foi há menos de dez dias e, dentro de um mês, já ocorre a primeira competição desta nova fase. Sem projetar medalhas ou resultados, Kiko, histórico treinador da Sogipa, diz que tem como meta levar atletas o mais bem preparados física, técnica e mentalmente aos Jogos de Paris, em 2024, isso em um contexto de disputa onde o judô é cada vez mais globalizado e, com isso, com mais adversários de ponta. “Nosso desafio é bastante grande, gigante”, afirmou.

Nesta entrevista, ele revela os bastidores do convite – que o fez abdicar do cargo de secretário municipal do Esporte em Porto Alegre –, seus objetivos na nova função e o legado que espera deixar:

Como surgiu essa possibilidade de tornar-se técnico da Seleção Brasileira? E como estão sendo esses primeiros dias de trabalho?
Eu estava trabalhando normalmente na semana passada quando de repente recebo um telefonema do professor Ney Wilson, que fez esse convite. Fiquei um pouco surpreso e prometi a resposta para o outro dia após uma noite bem dormida. Fui para casa, recebi o apoio integral da família e tive uma conversa rápida com o prefeito Sebastião Melo, e ele acabou me liberando da minha função de secretário. Usei com ele o seguinte argumento: me preparei 35 anos como treinador para ter essa oportunidade, e eu não me preparei ou ambicionei nenhum dia a minha função de secretário. Coloquei esses pontos na balança e o próprio prefeito aconselhou a aceitar o convite.

O senhor já treinou atletas que foram campeões mundiais e que conquistaram medalhas olímpicas, agora, com esse convite, chegou a hora do seu auge?
O que me credencia e legitima a ter esse cargo é minha história como treinador. Fui um atleta razoável, mas modéstia à parte tenho muita obra, campeões mundiais, medalhistas olímpicos… Nos últimos 11 anos conquistamos 11 medalhas em Mundial adulto, seis medalhas olímpicas, 10 em Mundiais júnior, 12 em Jogos Pan-Americanos. É isso que me legitima. Com certeza estou chegando à seleção no meu auge.

Em que patamar o judô brasileiro se encontra hoje em nível mundial? O que precisaria melhor e onde é possível chegar?
O patamar do judô brasileiro sempre é alto. O problema é que às vezes pegamos algumas situações, o que é normal. O judô brasileiro sempre teve de um a três entre os melhores do mundo. Mas nosso desafio é bastante grande, gigante. Vimos que também o judô mundial está crescendo muito. Surgem potências com valores a todo instante. O judô globalizou. Há 30 anos, nós sabíamos quem eram os favoritos em cada categoria. Hoje, no masculino, é de 10 a 20 atletas favoritos a medalha naquele dia. Então esses são os desafios. É um desafio muito grande, nossa equipe também passa por uma renovação. Temos que dar tempo e oportunidade a novos valores. São todos grandes desafios.

Já existe uma principal meta para este primeiro ano na Seleção? E para o ciclo olímpico?
É muito cedo para estabelecer uma meta de quantas medalhas vamos conquistar no Mundial e nos Jogos Pan-Americanos. Minha meta é, sim, preparar os atletas para que eles cheguem bem aos Jogos Olímpicos. Cheguem com espírito de vencedor, com a confiança em alta. É esse, o nosso objetivo. Queremos que o atleta chegue com sua autoestima elevada para que, juntando sua boa preparação, ele consiga um bom desempenho.

O que vai mudar na sua rotina de treinamentos entre clube e Seleção?
Quando eu estiver no exterior estarei com alguns atletas da Sogipa. Quando estiver em Porto Alegre, estou treinando os atletas no Brasil. É um mix de ganha-ganha. Estarei com os atletas da Seleção Brasileira, que são da Sogipa, trabalhando em Porto Alegre. E com esses atletas que não são da Sogipa trabalhando no exterior. Não muda nada.

O judô gaúcho já tem diversos ícones e ídolos. Agora ter um treinador daqui no comando da Seleção, é um fato que pode motivar ainda mais os jovens da base?
Acho que sim. Não só os praticantes de judô daqui, mas do Brasil inteiro. Eu represento aquele treinador que saiu de baixo, da formação de atletas, visto a participação que tenho na formação de João Derly e Mayra Aguiar. Eu represento aquele professor que passou por todas as etapas e todos os níveis, judô de educação, de formação, de rendimento e de alto rendimento. Represento todos aqueles treinadores que começaram de baixo. Por si só acho que estimulo eles a trabalhar sério, com resiliência, obstinação e se conseguir trabalhar todos esses aspectos pode um dia ser treinador principal do Brasil na sua modalidade. É o estímulo e o legado que fica.


quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

FIJ construiu mais um dojô na África


Pela quarta vez, a Federação Internacional de Judô construiu um dojo na África, como parte de seu plano para continuar o desenvolvimento do judô. Desta vez, foi o Chade que se beneficiou da expertise da IJF.

A nova instalação, cuja ideia teve início há alguns anos, foi inaugurada no passado dia 17 de Dezembro na capital do Chade, N'Djamena, na presença do Ministro responsável pelo desporto, membros do governo, o assessor presidencial responsável pelos atletas e muitos convidados, incluindo muitos presidentes de federações nacionais de vários esportes.

Durante a inauguração, o representante do governo disse: “ Gostaria de agradecer por este encontro. Só posso expressar minha maior satisfação por poder assistir à inauguração deste novo dojo em nossa querida cidade. Estamos inaugurando uma ferramenta que pertence a vocês atletas, que foi iniciada por vocês e que será colocada a sua disposição. Gostaria de felicitar a Federação Chadiana de Judo e o seu Presidente, Sr. Abakar Djermah, pelo trabalho realizado ao serviço do desenvolvimento desportivo. Chad estará sempre ao seu lado tanto quanto possível. Este dojo ajudará a apoiar a seleção de nossos atletas para os Jogos Paris 2024. Também gostaria de estender meus mais calorosos agradecimentos à Federação Internacional de Judô, a todos os engenheiros e a todos que contribuíram para este grande sucesso. "


Abakar Djermah, Presidente da Federação Chadiana de Judô, declarou: " Permitam-me aproveitar este momento solene para lembrar que queríamos dar a este dojo o nome de um grande homem, Dalou Ladar, que contribuiu há muito tempo, treinando nossos Judô. Ele foi um homem que orientou e direcionou nossas escolhas, que teve senso de honra e trabalhou com sinceridade e que nos ensinou o código moral do Judô. Ele nos ensinou a excelência.

Após meu primeiro encontro com o Presidente da IJF, Sr. Marius Vizer, em 2011, lancei o projeto de construção de um dojo no Chade. Durante anos praticamos judô em superfícies de 4x4m em condições difíceis. O sonho era um dia poder criar um dojo respeitando as regras da competição internacional, como um legado a todos os judocas chadianos. Hoje, em 2021, está feito. Este dojo tem sido um sonho por várias gerações. Hoje temos a sorte de ter esta oportunidade e teremos que mantê-la e aproveitá-la ao máximo. Convido todas as federações nacionais a trabalharem de mãos dadas com suas federações internacionais. Hoje podemos realizar nossos sonhos por meio de nossos jovens atletas. Gostaria de concluir agradecendo à Federação Internacional de Judô, que deu o exemplo aqui no Chade. "


Se o projeto já nasceu há dez anos, é porque a fase de preparação e obtenção de todas as autorizações foi longa, mas a construção em si levou apenas duas semanas graças ao trabalho árduo da equipe técnica da IJF, da equipe de construção e do judoca voluntário .

Felix Fofiu, engenheiro-chefe do Projeto IJF Dojo explicou: " Quando iniciamos esse projeto, há uma longa fase de preparação. A primeira parte é sobre pesquisar se o projeto é viável. Depois, precisamos de todas as autorizações das autoridades locais. Quando finalmente podemos iniciar a construção, fazemos primeiro a laje de concreto, com a ajuda de empresas locais. Em paralelo, a estrutura do prédio é feita na Espanha pela Vall Structures. Isso leva cerca de um mês. Depois de tudo enviado podemos iniciar a fase final e essa parte, aqui no Chade, demorou duas semanas.

Passamos vários anos estudando soluções diferentes. O Centro é composto por dois edifícios: os vestiários e o próprio dojo. Desenhei o conceito e coordeno tudo do início ao fim. Aqui nós tivemos quatro especialistas em montagem do fabricante espanhol e até 10 judocas voluntários locais, que foram realmente úteis e que são a razão de termos terminado a construção tão rápido. "

Abakar Djermah e Felix Fofiu

O Sr. Fofiu estava claramente orgulhoso e na inauguração também falou, " Em nome da Federação Internacional de Judô e do Presidente da IJF, Sr. Marius Vizer, estamos orgulhosos de inaugurar o dojo que construímos para o benefício da Federação de Judô do Chade e toda a Família Chadiana do Judô. Esperamos que isso sirva para um desenvolvimento acelerado do judô no Chade e em toda a região. Obrigado, Presidente Abakar Djermah e ao judoca que ajudaram na construção do dojo. "

Após anos de treinamento em condições difíceis, este dojo abre novas oportunidades para o judô no Chade e na região, como foi o caso da Zâmbia e Mali, por exemplo, onde a IJF construiu outros dojos nos últimos anos. Para todos os judocas esta inauguração foi um presente extraordinário no final deste ano. Desejamos-lhes boa sorte e tudo de bom para o futuro. ”


Informação técnica

• Prédio com vestiários: 107 m2, divididos em dois vestiários, masculino e feminino, cada um com ducha e sanitários.

• O edifício dos camarins e a laje de concreto do dojo foram construídos por uma empresa de construção local e com materiais locais.

• Dojo: salão de 650 m2, destinado principalmente ao treinamento de judô, mas que também pode ser utilizado para competições.

• O dojo é feito de uma estrutura de moldura de alumínio de alta resistência, muito fácil de transportar e instalar (dois dias).

• Quanto à estrutura do edifício, optou-se por um sistema que dê proteção contra o calor do exterior.

• O dojo está equipado com 30 projetores de LED, luzes de saída de emergência automática e muitas tomadas. Extratores de ar irão garantir a ventilação do dojo.

Por: Nicolas Messner - Federação Internacional de Judô

Jornadas Heroicas: José Vicente Marino realiza depoimento sobre estratégia

Este vídeo introduz a ESTRATÉGIA, uma das competências que segundo a teoria do Esportismo você pode adquirir na prática esportiva e depois pode aplicar na vida profissional.

Para demonstrar as contribuições dessa competência, apresentamos o depoimento de José Vicente Marino atleta que já comandou empresas como Flora e Avon, cuja trajetória é detalhada na obra "Jornadas Heroicas".

Adquira seu livro na Amazon, ou nas melhores livrarias ou ainda mande e-mail para contato@icijudo.com.br

Por: ASCOM ICI


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