quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Incansável Ítalo Rachid: Estilo de vida saudável aumenta em até uma década o tempo sem doenças


Como profissional de saúde e semeador da relevância que o estilo de vida saudável tem para os indivíduos, optei por explorar no artigo abaixo, um estudo que abordou tal questão com excelência. Desta forma, tem-se fortificado o conhecimento acerca da longevidade atrelada ao estilo de vida.

É com infelicidade que observo uma medicina globalmente reativa, em que se trata o indivíduo com base na sintomatologia e na prescrição de fármacos com atuação limitada.

Por outro lado, tem-se pacientes pouco interessados na prevenção. E que por não apresentarem sintomas declarados não costumam procurar o médico para conversar acerca do seu estilo de vida ou do seu futuro no que diz respeito ao cultivo de uma vida saudável e longa.

Tais paralelos causam inquietude nos profissionais de saúde que entendem o papel fundamental da prevenção diante de doenças graves que podem ser plenamente evitáveis. O estilo de vida saudável compõem esse universo com maestria e costuma tirar dos olhos, uma venda chamada ignorância. Venda esta, que limita a visão do indivíduo sobre as reais causas das doenças graves e, principalmente, sobre a sua evitabilidade.

À vista disso, vamos explorar como o estilo de vida saudável é capaz de aumentar em até uma década o tempo sem doenças

O estilo de vida 

É justo iniciar esse assunto contextualizando o estilo de vida. Muito se fala essa expressão, mas você já parou para pensar sobre o seu real significado?

estilo de vida diz respeito a um aglomerado de hábitos e costumes desenvolvidos ao longo do processo de socialização do indivíduo. Esses hábitos e costumes podem sofrer modificações ao longo do tempo e acabam por caracterizar o indivíduo na sua singularidade.

Consumo de café ou chá, bebidas alcoólicas, açúcar, frutas, verduras e legumes, prática de exercícios físicos, fumar, entre outros, são exemplos de hábitos que compõem um estilo de vida. A escolha de tais hábitos é feita ao longo da jornada pessoal, devido às diversas influências do meio externo que são assimiladas pelo indivíduo.

O conhecimento sobre a magnitude de cada uma dessas escolhas, costuma chegar com o tempo, principalmente quando o estilo de vida é composto por hábitos poucos saudáveis.

Leia mais: 80% dos fatores que influenciam o envelhecimento não são genéticos, aponta estudo

Estilo de vida saudável e longevidade

adoção de hábitos saudáveis de forma isolada pode refletir em benefícios interessantes. Contudo, um recente estudo observacional ratifica a relevância de um combinado de fatores de baixo risco associado ao aumento do tempo sem doenças em homens e mulheres.

Os autores avaliaram 5 fatores de baixo risco ligados ao estilo de vida saudável. Veja:

  • Alimentação, avaliada pelo Alternate Healthy Eating Index, com pontuação > 40% indicando uma alimentação saudável;
  • Tabagismo (nunca vs. alguma vez);
  • Atividade física moderada à intensa (≥ 30 minutos por dia);
  • Consumo moderado de bebidas alcoólicas (5 a 15 g/dia para mulheres, 5 a 30 g/dia para os homens);
  • índice de massa corporal (18,5 a 24,9 kg/m2).

A análise do estudo foi efetiva na associação do estilo de vida saudável ao aumento da longevidade. Observe:

Detalhes da pesquisa

Aos 50 anos de idade, a expectativa de vida total aumentou proporcionalmente à pontuação de estilo de vida saudável, de 31,7 anos para 41,1 anos entre as mulheres e de 31,3 anos para 39,4 anos entre os homens.

A expectativa de vida sem câncer, doença cardiovascular e diabetes tipo 2 aos 50 anos de idade variou de 23,7 anos entre as mulheres que não adotaram fatores de estilo de vida de baixo risco a 34,4 anos entre as mulheres que adotaram quatro ou cinco fatores.

Entre os homens aos 50 anos de idade, a expectativa de vida sem câncer, doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2 variou de 23,5 anos entre os que não adotaram os fatores de estilo de vida de baixo risco a 31,1 anos para aqueles que adotaram quatro ou cinco fatores.

A análise revelou que as mulheres com quatro ou cinco fatores de estilo de vida de baixo risco ganharam 10,6 anos de expectativa de vida sem as três principais doenças crônicas em comparação com as mulheres que não adotaram nenhum dos fatores, enquanto os homens ganharam 7,6 anos.

Fator determinante

Sendo assim, o estudo clarifica a visão sob o ponto de vista da prevenção. A promoção de um estilo de vida saudável está diretamente ligada a redução do aparecimento de doenças crônicas que recorrem a investimento altíssimos de saúde pública e particular para serem tratadas.

Doenças essas que poderiam ser evitadas por meio da disseminação do conhecimento em pró da longevidade saudável.

E antes que coloquemos essa responsabilidade no colo de terceiros, somos nós, profissionais de saúde, responsáveis por conduzir indivíduos que passem a zelar pela sua saúde como um todo e não somente, pelo ponto de vista sintomatológico, tratando doenças ao invés de evitá-las.

Estudos surgem dia após dia para fortalecer essa premissa, levantando questões que merecem uma reflexão, acerca do nível de saúde que se deseja cultivar e repassar para futuras gerações.

Não há escolha sem renúncia

Tomar consciência sobre a responsabilidade de escolha acerca da saúde, pode fazer uma considerável diferença neste quesito.

Sempre que se escolhe uma determinada opção, se está renunciando uma outra. Ou seja, ao optar por ter um estilo de vida saudável, se deixa para trás uma vida desgastante, a possibilidade inerente de envelhecimento precoce e até mesmo uma forma de viver que fica extremamente aquém das nossas capacidades como seres humanos.

Por: Dr. Ítalo Rachid médico e judoca do Instituto Camaradas Incansáveis


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