Os Jogos Olímpicos de Londres elevaram o patamar do judô no Brasil, que levou três medalhas de bronze e uma de ouro, a melhor campanha da modalidade na competição. O meio-médio baiano Maicon França, 26 anos, quer fazer parte da história em 2016, no Rio de Janeiro, após ser eliminado das edições de 2004, 2008 e 2012 pelo mesmo adversário, Leandro Guilheiro, bronze em Atenas e Pequim.
- O Esporte Clube Vitória fez uma parceria comigo. Eu estava indo embora do estado, mas fiquei porque o clube resolveu investir no judô esse ano e já é a sétima equipe de judô mais forte do Brasil – conta Maicon, que no domingo (16) disputou uma seletiva olímpica e, com duas vitórias e duas derrotas, conseguiu manter sua vaga na Seleção Brasileira para 2013, quando acontecerão as etapas da Copa do Mundo na Argentina, Uruguai, El Salvador e Estados Unidos.
As vagas para a Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro, não serão mais definidas em lutas de eliminatória direta, o que evita casos como o de Maicon França nas últimas três edições de jogos, em que perdeu a classificação por uma luta. Os judocas que mais pontuarem em competições de ponta se garantirão na Olimpíada, mas para o técnico da equipe do Vitória, que tem 20 judocas, Marcelo Ornelas, há um lado negativo nisso.
- Tem uma complicação financeira, porque aumentam os custos financeiros do atleta. Hoje o judô tem um circuito anual semelhante ao do tênis, com grand slams. No judô há quatro etapas, além das quatro etapas da Copa do Mundo. São 14 etapas que valem pontos para o ranking da FIJ [Federação Internacional de Judô], fora o mundial, que em 2013 vai ser no Rio de Janeiro. Para pontuar, precisa viajar para a China, Emirados Árabes, Rússia, França, hoje o investimento precisa ser alto, e precisa de patrocinadores. Então hoje o judô já não é um esporte amador, para ir a Olimpíada é preciso ser profissional – conta o técnico Marcelo Ornelas, que tem 30 anos e lutou judô por 15.
Maicon França tem um patrocinador, mas o Vitória também tem investido dinheiro no atleta.
- Na verdade, um atleta de judô não precisa só do judô, precisa de treinamento específico fora do tatame, que é o treinamento físico, acompanhamento de nutricionista e psicólogo, que o clube faz – explica Ornelas.
Por: BN Esportes
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