domingo, 30 de janeiro de 2011

Entrevista: Marcos Lopes

Marcos Antonio Lopes, judoca desde os nove anos de idade, iniciou-se no judô com o professor Milton Trajano da Silva, em Valinhos - SP. Foi integrante do Projeto Futuro como atleta residente e como hóspede quando estudou na USP. Formado no curso de Bacharelado em Esporte na Escola de Educação Física e Esporte da USP.

Depois de formado, especializou-se em elaboração de programas de treinamento para atletas, como as do Projeto Futuro em 2002 e do ECUS-Suzano, em 2003. Exerceu a função pública de Gestor Esportivo Municipal entre 2006 e 2009. Em 2010 integrou a equipe de judô da FTC de Salvador - BA, como preparador físico da equipe de competição desta entidade.

Agora Marcos Lopes está retornando para São Paulo, onde pretende dar continuidade aos trabalhos de preparação física.

B.O.: Nós do boletim OSOTOGARI temos uma gratidão a você, por ter acreditado em nosso trabalho desde o início, participando do projeto “Coluna Treinamento Esportivo”. Quais seus planos com esse material acadêmico que você elaborou e nós publicamos no boletim OSOTOGARI?
Marcos Lopes: Primeiramente quero desejar a todos os leitores do Boletim Osotogari um bom 2011 e uma temporada de muito sucesso! Quero dizer, ainda, que a gratidão é mútua, assim como os benefícios e a prosperidade – jita kioey; pois, escrever é sem dúvida uma das habilidades mais importantes para o desenvolvimento intelectual, e humano.
Acredito que os textos ficaram bons! Apesar de não serem totalmente acadêmicos nem jornalísticos busquei “intermediar” um diálogo entre a ciência acadêmica e minha atuação profissional, incipiente, mas sapiente e promissor. Afinal, fazer ciência aplicada deveria ser um dos fundamentos da atuação do profissional no Esporte, especialmente no Treinamento Esportivo.
Outro fato de grande relevância foi a utilização dos registros de meu trabalho para a elaboração desse material, isso se deu concomitantemente, ou seja, a medida que estruturava um método de trabalho os registros permitiam maior reflexão, e, as pesquisas, a fundamentação das ações. Hoje analiso o processo de preparação de atletas como um Sistema integrado que se inter-relaciona interna e externamente. Uma visão que possibilitará analisar a eficácia do trabalho não apenas a partir do desempenho competitivo, mas da qualidade no processo de preparação.

B.O.: Depois de uma temporada em Salvador (BA), onde trabalhou como preparador físico, a sua especialidade, você está voltando para São Paulo. Quais serão seus projetos com a modalidade? Pretende trabalhar com preparação física de outras modalidades também?
Marcos Lopes: Pretendo dar continuidade aos trabalhos que já venho realizando com atletas de Judô e Jiu Jitsu e aprofundar meus conhecimentos em Lutas, Artes Marciais e Modalidades Esportivas de Combate. Contudo, não descarto a hipótese de trabalhar com outras modalidades esportivas.
Por outro lado, a experiência em Salvador foi bastante significativa, dela surgiu um “relato de prática” sobre o SISTEMA DE PREPARAÇÃO DE ATLETAS DE JUDÔ – FTC ESPORTE CLUBE – E O DESEMPENHO COMPETITIVO 2010; o qual, acredito, servirá de diretriz para avaliar a Eficácia do trabalho com atletas. Assim, acho perfeitamente possível realizar Consultoria e Assessoria Esportiva para Clubes, Associações, Treinadores e Atletas.

B.O.: Quando treinava no Projeto Futuro, era visível seu tino competitivo. E hoje, já pensou em voltar a competir na classe master?
Marcos Lopes: Minha experiência no Projeto Futuro, de 1989 a 1992, foi bastante significativa pra minha formação, lá comecei a aprender Judô. No entanto, tive uma carreira competitiva curta e sei que isso faz diferença, por essa razão pretendo a partir deste ano participar de algumas competições e vou usar minha experiência e os conhecimentos dos amigos para colocar esse projeto em prática.

B.O.: Você tem um casal de filhos. Eles já estão treinando judô?
Marcos Lopes: Nicolae e Isadora já tiveram uma breve experiência em Judô, Capoeira e Karatê, nosso intuito é estimulá-los a praticar diversas modalidades esportivas em busca de um repertório motor mais amplo. Não queremos especializá-los, ainda é cedo pra isso. E, a decisão de seguir no esporte ou não será deles.

B.O.: E seus projetos acadêmicos? Quais seus planos para o futuro na área acadêmica?
Marcos Lopes: Estou cursando uma Especialização em Treinamento Esportivo, após a conclusão verei o que é possível fazer.

B.O.: Você tem experiência em trabalhos em clubes, escolas e também com gestão esportiva. Com toda essa bagagem, qual dessas áreas você considera sua preferida?
Marcos Lopes: Pois é, meu currículo é extenso, rsrsrs. Por essa razão, volto a afirmar que acho perfeitamente possível prestar Consultoria e Assessoria Esportiva. Pra se ter uma idéia, a avaliação do processo para o aprimoramento da qualidade do produto final de uma Empresa, baseia-se em;
  • Mão de obra Formação Profissional do Treinador;
  • Método Teoria e Prática do Treinamento Esportivo;
  • Equipamentos e Materiais Equipamentos e materiais para o Treinamento;
  • Matéria Prima Atletas – Detecção e Promoção do Talento;
  • Meios de Avaliação Avaliação Física, Monitoramento e Controle do Treino;
  • Meio Ambiente Localização e acesso a fatores complementares.
Ou seja, traçando um paralelo com nossa área, essa é uma forma de como a visão de processo pode contribuir para o aprimoramento na qualidade do trabalho dos Clubes, Associações, etc., na formação de jovens atletas.
É com essa visão que inicio essa nova fase em minha Carreira Profissional.

B.O.: Para encerrarmos nossa entrevista, por favor, deixe um recado para os judocas.
Marcos Lopes: Quero deixar três recados:

Aos jovens atletas – aprimorem-se não apenas técnica, tática e fisicamente, mas intelectualmente, sejam críticos e exijam avaliações físicas (gerais e específicas) e médicas (de saúde) periodicamente, pois assim poderão acompanhar mais detalhadamente seu desenvolvimento ao longo da temporada e da carreira atlética. O banco de dados sobre nossos atletas ainda é aquém da real necessidade para compararmos gerações e a nossa evolução no processo de preparação de longos anos;

Aos treinadores – registrem todas as ações organizadamente, procure novos meios de avaliar o desenvolvimento de seus atletas e a qualidade de seu trabalho, hoje possuímos métodos que nos permitem saber a resposta dos atletas aos diferentes estímulos de carga de treino e de competição. E, compare, juntamente, com eles a evolução individual e coletiva mediante as diferentes cargas e métodos de treinamento;

Aos gestores – sejam responsáveis com a gestão dos recursos, públicos ou privados, pois os investimentos em esporte (bolsa atleta, Lei de Incentivo, etc.) vêm crescendo e para que nossa modalidade esportiva cresça junto temos de deixar o amadorismo de lado e nos tornarmos profissionais. E, exijam dos atletas, treinadores e demais profissionais envolvidos com o Esporte o mesmo nível de profissionalismo que deseja pra si e pra sua instituição, e, se quiser, cobre destes o cumprimento das dicas dadas acima...

Grande abraço a todos.

Entre os meses de novembro, dezembro de 2010 e janeiro de 2011 o professor Marcos Lopes escreveu uma coleção de oito artigos sobre preparação física.
Clique aqui para ler os artigos.

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