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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Bronze foi conquistado com braço esquerdo parcialmente imobilizado, diz Mayra


Mayra Aguiar demorou 1min29 para vencer a holandesa Marhinde Verkerk e ganhar a medalha de bronze, mas sofreu bem mais que isso. Com o braço esquerdo lesionado desde a semifinal, quando foi finalizada por Kayla Harrison, a brasileira revelou, depois da luta, que foi para o combate com muitas dores e com a área parcialmente imobilizada.

Eu fiz a esparadrapagem [sic] antes da luta, mas eu pensei: ?Pode arrancar um pedaço do meu braço que eu vou lá ganhar o bronze?, disse a judoca, que logo depois da cerimônia de entrega das medalhas já estava com aplicação de gelo na região do cotovelo esquerdo.

A lesão veio no momento mais duro do torneio. Mayra já perdia por um yuko para Kayla Harrison, sua grande rival, quando foi derrubada, levou uma chave de braço e pediu o encerramento da luta batendo no tatame.

Ela teve uma lesão ligamentar leve, mas vamos fazer uma ressonância na Vila Olímpica para saber melhor. Nós aplicamos um analgésico via oral, fizemos a bandagem e pedimos para ela terminar logo a luta, disse Breno Schor, médico da seleção de judô.

Mayra entrou no tatame movendo o braço esquerdo com muitas dores, e sem poder girá-lo para os lados. Mesmo assim, encaixou o jogo logo de cara, aplicou um belo golpe na holandesa e garantiu, com um ippon, o terceiro lugar nos Jogos Olímpicos de Londres. 

Por: Gustavo Franceschini - UOL Esportes

Entre o tatame e o pódio, o "amarelo" nunca luta no judô brasileiro


Depois de seis dias comentando e analisando o judô nas olimpíadas de forma intensa, vejo que competir em jogos olímpicos é muito mais difícil do que pensamos nesta modalidade.

Este é o cenário até o fechamento deste texto: o Japão tem uma medalha de ouro, igual ao Brasil, e hoje também foi eliminado. O Reino Unido, país-sede, não tinha conquistado nenhuma medalha até hoje (foi prata). No primeiro ciclo olímpico que o judô utilizou um ranking mundial para sua classificação, apenas duas atletas que chegaram em primeiro do ranking confirmaram o ouro na sua categoria. No masculino nenhum atleta conseguiu manter o favoritismo.

Tivemos atletas que foram convidados pelo Comitê Olímpico Internacional, ou seja, ficaram de fora dos 22 atletas no masculino e das 14 atletas no feminino no ranking mundial, e entram na cota para difundir a modalidade pelo mundo. E alguns desses se tornaram campeões olímpicos e ou eliminaram atletas “top Five” do ranking.

Atletas que chegaram como “zebras” conquistaram medalhas. Isso demonstra que mesmo o Japão, país que criou a modalidade, e países como o Reino Unido, que luta em casa e tem uma excelente política esportiva, encontram dificuldades.

Considerações feitas vejo comentários maldosos sobre os atletas brasileiros serem “amarelões” por não terem conseguido desempenhar seu máximo. Tiago Camilo, campeão mundial, juvenil, júnior e sênior, que tem participação em três olimpíadas, com duas medalhas e um 5º lugar, prata em Sydney-00, bronze em Pequim-08 e quinto em Londres-12, e Leandro Guilheiro, campeão mundial júnior, vice-campeão mundial sênior, participação em três olimpíadas, com duas medalhas, bronze em Atenas-04 e Pequim-08, foram dois dos principais alvos dos nossos “comentaristas” de plantão.

Participar em uma edição de Jogos Olímpicos é o sonho de todo atleta amador no Brasil. Eles enfrentam diversas dificuldades, inclusive financeiras, no início da carreira, além de outros aspectos como treinos, alimentação, lesões, cirurgias, muitas vezes precisam abdicar de uma vida social, entre outros.

Ser vencedor ou vencido faz parte do contexto competitivo. Nossos atletas realmente chegaram bem preparados, com boa estrutura. Em alguns casos, foram à Londres como favoritos na categoria, em outros não, mas lutaram com adversários que também chegaram com objetivo de ganhar e vêm preparados.

Assistir ao esporte somente em ano de Olimpíadas e chamar os atletas de "amarelões" se torna fácil. Criticar a atuação por uma falha ou pela estratégia de luta faz parte. Mas esses judocas, que vêm do “país do futebol”, são os nossos verdadeiros “samurais” e, com muito esforço, honra e orgulho, representaram nosso Brasil.

O único “amarelão” que entrou para lutar foi o da bandeira do Brasil no peito dos atletas. Sendo assim parabenizo todos os que participaram e os que ainda vão participar, sabendo que somos brasileiros e não desistimos nunca.

Por: Wiliam Freitas - UOL Esporte

Judoca saudita luta com véu em Londres e faz história


Na zona liberada a jornalistas, enquanto a brasileira Maria Portela e a cubana Onix Cortes choram pela derrota na primeira rodada, Wojdan Ali Seraj Abdulrahim Shaherkani, caminha sorridente, carregando uma mala com rodinhas e tendo ao lado dis fortões.  O mais novo é o irmão, que não deixa de segurar na sua mão. O mais velho, de tão forte, parece Aurélio Miguel anabolizado. É o pai, Ali Shaherkani, ex-judoca da Arábia Saudita.

O véu, cinza, na cabeça, se destaca. Ele é o grande motivo por Wojdan, uma garota tímida, de 16 anos, sem nenhuma graduação no judô, seja procurada por jornalistas enquanto campeãs derrotadas e vencedoras passam ao lado. Para que Wojda, da categoria +78 quilos, pudesse lutar de véu – o hijab – a delegação da Arábia Saudita ameaçou retirar-se dos jogos. No início, o comitê olímpico proibiu, argumentando que o jihab poderia estrangular Wojdan. Depois, foi anunciado um acordo.

De certa forma, foi uma vitória dos direitos humanos. O Comitê Olímpico incentiva a participação de mulheres, algo que é um tabu em um país extremante conservado como a Arábia Saudita, que segue as regras clericais dos muçulmanos. Até 2012, Arábia Saudita, Brunei e Qatar eram os países que não deixavam mulheres competir. O Comitê mandou um convite especial para Wojdan e para Sarah Attar, corredora dos 800m.

O príncipe Nawaf ben Faysal, que comanda o esporte na Arábia Saudita permitiu, desde que usassem o véu e que estivessem sempre acompanhadas de um parente próximo. Nem foi preciso dizer duas vezes. Ali não deixa a filha por um segundo. E serve de intérprete para uma entrevista que não se desenrola. Eu falo inglês aguaiano, ela fala árabe e ele traduz em inglês saudiita. “Estou muito feliz em conviver com tanta gente e em representar meu país”, é o que dá para entender.

Não importa. Amanhã, as 6h33min do Brasil, quando enfrentar Melissa Mojica, de Porto Rico, e muito provavelmente, ser eliminada com um rápido ippon, Wojdan Ali Seraj Abdulrahim Shaherkani já fará parte da história olímpica.


De medalha nova, Kitadai relembra o susto: "Foi como criança com brinquedo novo"


Felipe Kitadai já está com a medalha no peito de novo. Depois de quebrar a haste da peça ao tentar tomar banho com ela, o judoca já está com uma nova e promete seguir colado nela até voltar ao Brasil. Recuperado, ele contou do susto que levou quando o incidente aconteceu.

“Foi uma tristeza, né? Foi como uma criança que quebra o brinquedo novo”, disse Kitadai, que promete seguir se arriscando com a medalha. “Só vou tomar mais cuidado no banho”, disse o judoca.

Kitadai ganhou seu bronze no último sábado, no primeiro dia de competições nas Olimpíadas. Contente, ele decidiu ficar grudado na medalha até voltar para casa. A ideia era comer, dormir, tomar banho e até participar do aquecimento dos companheiros com ela. “Eu estava querendo colocar no bolso”, disse ele.

O cuidado com a medalha era tão grande que ele não quis molhá-la. Para isso, entrou no banho com ela nos dentes, mas não aguentou o peso e viu ela cair e quebrar a haste que prende a fita. Ciente do ocorrido, o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) pediu uma nova para o COI (Comitê Olímpico Internacional), que atendeu a solicitação e enviou a peça para a Vila Olímpica na última quarta.

“No total fiquei umas 20 horas sem medalha, porque eu entreguei a minha antes de receber de volta. Deu um pouco de agonia”, contou o judoca. 

Por: Gustavo Franceschini - UOL

Luciano Corrêa reencontra algoz de Pequim e é eliminado na segunda luta


O judoca Luciano Corrêa foi eliminado em sua segunda luta na categoria até 100 kg ao ser derrotado novamente pelo holandês Henk Grol, vice-líder do ranking, que já tinha vencido o brasileiro algoz nos Jogos de Pequim há quatro anos.

"O momento é de tristeza. Ser eliminado de uma Olimpíada é difícil, cair duas vezes para o mesmo cara é mais difícil ainda", disse Luciano Corrêa, sereno, na saída do ginásio.

“Comecei bem, mas tive problemas no final. Acho que meu oponente foi melhor. Ele teve uma tática mais bem definida. É uma derrota dolorosa para mim, é realmente triste, mas tenho que pensar no futuro”, lamentou Luciano. 

O brasileiro dominou a pegada no início da luta, mas o holandês conseguiu entrar antes nos golpes e fez com que Luciano tomasse três punições, acumulando um wazari, pontuação que o levou à vitória. Além de ter eliminado o brasileiro nos Jogos de 2008, o holandês também derrotou Luciano no Grand Slam de Paris no ano passado.

"Ele usou a estratégia de pegar na minha manga, e isso acarretou as punições", disse o brasileiro, que levou dois shidos por falta de combatividade e um por um ataque falso. "Acho que perdeu por detalhes. O outro tem a pegada melhor que a dele, mas ele tentou. Não conseguir é um detalhe", disse Luiz Shinohara, técnico da seleção masculina. 

A derrota era, até certo ponto, esperada. Henk Grol é o vice-líder do ranking mundial, foi bronze em Pequim em 2008, quando derrotou o próprio Luciano, e foi duas vezes prata em Mundiais no atual ciclo olímpico, enquanto brasileiro ficou distante dos melhores resultados.

Luciano, 16º do ranking olímpico, chegou a Londres como azarão, apesar de já ter um título mundial no currículo. Nem mesmo a “maldição” dos favoritos, que derrubou o cazaque Maxim Rakov, primeiro do mundo, logo na estreia, ajudou o brasileiro, que não teve uma estreia digna de parâmetro.

Seu primeiro rival do dia foi o malinês Oumar Kone, convidado da organização que não ofereceu resistência e logo sofreu um ippon por imobilização. Da arquibancada, quem também sofreu foi Joanna Maranhão, namorada do judoca, que assistiu a todo o confronto tensa, sem falar muito, e visivelmente nervosa. Só no minuto final, quando a derrota estava próxima, ela arriscou alguns gritos de incentivo, mas não pôde fazer muito até o fim do combate.

"Tenho um orgulho dele que não tenho nem palavras. Isso não diminui o valor dele para mim e para o Brasil inteiro. Taticamente ele estava muito bem, e o Grol não é qualquer um", disse a nadadora.

Algoz de Luciano, o holandês Henk Grol acabou ficando com o bronze. O ouro foi para o russo Tagir Khaibulaev, que derrotou o mongol Tuvshinbayar Naidan na final. 

Por: Gustavo Franceschini - UOL
Foto: AFP PHOTO / Johannes Eisele

Mayra supera derrota para rival, vence holandesa e consegue a medalha de bronze


Mayra Aguiar recuperou-se rapidamente da derrota que a tirou da briga pela sonhada medalha de ouro. Minutos depois de ser finalizada pela norte-americana Kayla Harrison, a brasileira venceu a holandesa Marhinde Verkerk por ippon e conquistou a medalha de bronze na véspera de seu aniversário de 21 anos, tornando-se apenas a terceira atleta do país na história a subir no pódio olímpico.

Antes dela, somente Ketleyn Quadros, com bronze em 2008, e Sarah Menezes, ouro há poucos dias em Londres, já haviam conseguido o feito. Mayra também dá ao Brasil uma quarta medalha que era aguardada desde o último sábado, quando saíram as três primeiras de uma só vez.

"Na hora em que acabou a luta (na semifinal), estralou o meu braço. Ela me deu uma chave de braço. Aí, levantei e só deu vontade de chorar. Engoli o choro, falei não acabou o dia ainda, vamos levar uma medalha pra casa. Foi duro", declarou Mayra após a luta, em entrevista à Record.

Mayra dominou a luta desde o começo, e precisou de menos de 1min30s para fazer um sassai e derrubar a holandesa de costas no tatame, assegurando o ippon. 

O bronze de Mayra fez o Brasil superar a sua melhor campanha do judô em Olimpíadas, com três medalhas. Em Londres, os brasileiros empataram em número de pódios com Los Angeles-1984, mas coroaram o desempenho com um ouro, conquistado por Sarah Menezes. 

A medalha consagra uma atleta que apareceu pela primeira vez aos 15 anos. Mayra surgiu para o grande público quando foi medalha de prata no Pan do Rio de Janeiro, em 2007. Um ano depois, ela foi a Pequim como promessa e não correspondeu, caindo na primeira rodada.

No último ciclo, no entanto, ela mostrou que a aposta que era feita nela não era gratuita. No período, ela foi vice-campeã e medalha de bronze em dois Mundiais seguidos, conquistou Grand Slams e tornou-se a primeira atleta do país, entre homens e mulheres, a assumir a liderança do ranking mundial desde que ele tornou-se olímpico. 

Por tudo isso, apesar da importância do bronze, a sensação de que ela poderia ter ido além é inevitável, inclusive na torcida presente no ginásio. Mas ela negou que tenha ficado um gosto amargo: "Uma medalha olímpica não tem preço. Independente da cor, é algo que vou levar por toda a minha vida. Não foi o resultado esperado, entrei pra ser campeã, mas faz parte. Ainda estou no clima de competição, mas daqui a pouco vou deitar e vou ver que tenho uma medalha olímpica".

Primeira colocada do ranking, Mayra Aguiar entrou como favorita, varreu as duas primeiras adversárias que teve pela manhã e chegou à semifinal contra sua principal rival, a norte-americana Kayla Harrison, que acabou levando a medalha de ouro na luta seguinte. Apesar da luta disputada, ela não resistiu ao jogo de chão da oponente e sofreu um ippon por finalização quando já perdia por um yuko.

Por: Gustavo Franceschini - UOL
Foto: Leonardo Aversa

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

No judô, medalhista dispensa presidente da Colômbia por premiação


Depois de Yuri Alvear conquistar a primeira medalha colombiana do judô nos Jogos de Londres, o presidente do país, Juan Manuel Santos, quis agradecê-la por telefone. O problema é que ela estava muito ocupada para falar com ele.

"No momento eu estava indo para a cerimônia de medalhas e não podia falar com ele", disse, sorrindo, Alvear, que ganhou o bronze na categoria até 70 kg.

"Eu disse a ele que eu poderia ligar quando a cerimônia acabasse."

Além da colombiana Edith Bosch, da Holanda, também levou uma medalha de bronze. A alemã Kerstin Thiele ficou com a prata e Lucie Decosse levou a medalha de ouro da categoria até 70 kg do judô.


Sarah e Kitadai: Um dia para celebrar! (por Aurélio Miguel)

Confira a matéria postada por Aurélio Miguel em seu site, após a conquista de Sarah Menezes e Felipe Kitadai em Londres:


O que aconteceu hoje no tatami olímpico de Londres foi histórico. Inacreditável. Mágico. Sarah Menezes e Felipe Kitadai escreveram um dos capítulos mais emocionantes da história do judô brasileiro. E não é exagero de um torcedor fanático. Tive a oportunidade de lutar em três Olimpíadas e sei o que apresenta esta competição. Nada se compara. A pressão vem de todos os lados; está no ar. Por isso, o tamanho do feito desses dois jovens merece ser enaltecido, sem meias palavras, sem pudores.

Sarah Menezes só não fez chover naquele shia-jo. Se nas primeiras rodadas, mostrou um judô cauteloso, mas eficiente, na semifinal e na final ela foi impecável, inquestionável . Venceu com autoridade. Os méritos de sua conquista serão divididos com pessoas importantes como sua família, seu técnico Expedito Falcão, a treinadora Rosicleia Campos e muitos outros. Nada mais justo. Como dizia a faixa estendida na academia em Teresina, Piauí is Sarah.

Já Kitadai, o outro herói do dia, alem do bronze, colocou a história nos trilhos. A categoria ligeiro no Brasil sempre teve grandes judocas (Jun Shinohara, Sergio Pessoa, Fúlvio Miyata, Shigueto Yamasaki, Denílson Lourenço, etc.), mas nunca havia conquistado uma medalha olímpica. Agora, com esta proeza, os grandes judocas dos 60 quilos estão devidamente representados.

Por fim, a imagem do pódio de Sarah Menezes ao lado de três representantes da Comunidade Europeia ‘e emblemática. Com a medalha de ouro no peito, a jovem do Piauí e todo seu histórico de dificuldades e superações mostrou que o judô brasileiro mostra estar maduro o suficiente para fazer história e passar a dar as cartas no cenário internacional da modalidade pelos próximos anos.

www.aureliomiguel.com.br

Minoru, uke e amigo, confirma a importância dos atletas de apoio em Londres


Após a conquista da medalha de bronze olímpica em Londres, Felipe Kitadai encontrou seu uke Raphael Minoru no hotel Ramada, que serve de base para a seleção brasileira e fica ao lado do ginásio ExCel, onde acontecem as disputas da modalidade. Após o abraço, veio o agradecimento pela dedicação do atleta de apoio durante toda a preparação no Brasil e na cidade inglesa de Sheffield.

“Ele me ajudou muito e insistia para que eu tentasse o golpe que me deu a medalha. Estou muito feliz dele estar aqui comigo hoje”, diz Felipe Kitadai.

Minoru e Kitadai dividem uma história que começou a ser escrita em 2009, quando os dois treinavam no Projeto Futuro, em São Paulo. Amigos desde então, Minoru foi escolhido por Kitadai para ser seu parceiro pessoal nos treinos.

“Foi uma honra ajudar o Kita a conquistar esta medalha. Ele entrou para a história da categoria ligeiro e eu estou muito feliz em ter participado um pouco disto tudo”, afirma Minoru, que ressalta a importância dos atletas de apoio. “Nos dedicamos ao máximo para que a equipe olímpica tivesse a melhor preparação possível. Aí está o resultado”, completa.

Minoru retorna para o Brasil ainda neste domingo e, claro, estará no aeroporto de Guarulhos com toda a turma do Projeto para receber Kitadai em São Paulo. Com a medalha de bronze nas mãos enquanto Kitadai atendia aos jornalistas brasileiros no hotel, Minoru pode sentir o “peso” da conquista.

“A gente sente como se um pequeno pedaço dela também fosse nosso. O Kitadai está de parabéns e, quem sabe um dia, eu também consiga a minha”.

Por: In Press Media Guide - CBJ

Maria Portela perde por ippon na 1ª luta e deixa Londres sem medalha no judô


A brasileira Maria Portela estreou com derrota no judô nos Jogos Olímpicos de Londres. Nesta quarta-feira (1º), a judoca perdeu para Yuri Alvear, Colômbia, por ippon na categoria até 70 kg e foi eliminada na estreia das Olimpíadas 2012.

No ranking da FIJ (Federação Internacional de Judô), Maria Portela é a sexta colocada, enquanto a colombiana aparece em 14º lugar.

Desde o início da luta, as duas atletas se estudavam. Ainda na primeira metade, porém, a colombiana encaixou um golpe e arrancou um waza-ari.

A colombiana manteve a superioridade durante todo o confronto e encaixou o golpe perfeito na sequência.

Judô em Londres
O Brasil estreou com o pé direito nos Jogos Olímpicos de Londres. No último sábado (28), Felipe Kitadai conquistou o bronze na categoria ligeiro, até 60 kg. No feminino, Sarah Menezes fez ainda melhor e ganhou o ouro na categoria até 48 kg.

A maré de azar começou no domingo (29). Erika Miranda perdeu na estreia para Kyung-Ok Kim, da Coreia do Sul, na categoria até 52 kg, e ficou sem medalha. O mesmo aconteceu com Leandro Cunha, que foi derrotado pelo polonês Pawel Zagrodnik.

Na segunda-feira (30), mais resultados negativos. Após golpe irregular, Rafaela Silva foi eliminada diante de Hedvig Karakas, da Hungria, e ficou sem medalha na categoria até 57 kg. Bruno Mendonça também caiu no segundo combate, contra o holandês Dex Elmont, na categoria até 73 kg.

Leandro Guilheiro perdeu nas quartas de final da categoria até 81 kg na terça-feira (31) e saiu da disputa para o ouro. Na luta da repescagem, perdeu outra e voltou sem medalhas. Antes, Mariana Silva, foi derrotada na primeira luta da categoria até 63 kg e ficou sem pódio.

Por: R7.com
Foto: Franck Fife/AFP

Camilo assume erro e admite "muita tristeza" após perder o bronze


O judoca Tiago Camilo perdeu a disputa do bronze na categoria até 90 kg nesta quarta-feira para o bicampeão mundial grego Ilias Iliadis, e saiu  chorando após a derrota por um yuko. Mas fez questão de lembrar da sua falha na luta anterior, na semifinal contra o sul-coreano Dae Nam-Song.

“Agora é um momento de muita tristeza. Cheguei com boas chances de ir a final, mas acabei errando com o coreano”, admitiu Camilo, que perdeu para Nam-Song por um wazari na semifinal. O sul-coreano acabou ficando com a medalha de ouro.

Na disputa do bronze contra o grego, acumulou duas punições e perdeu por um yuko. “Ninguém gosta de perder, ainda mais em um torneio que é de quatro em quatro anos. Nessa hora, só tenho que agradecer a todo mundo que esteve comigo”.

“Não estou frustrado, porque tenho muito orgulho do que faço, mas a medalha não veio, né?”, lamentou Camilo, sem esconder a sua decepção por ter ficado sem medalha em uma Olimpíada pela primeira vez. 

Tiago Camilo teve a chance de se tornar o primeiro brasileiro com três pódios no judô olímpico. Ele já foi prata em Sydney-2000, e bronze em Pequim-2008.


Por: Gustavo Franceschini - UOL Esporte
Foto: Flávio Florido


terça-feira, 31 de julho de 2012

E o ouro não veio hoje

Mais um "dia em branco" para o judô verde e amarelo nas Olimpíadas de Londres. Os representantes brazucas não foram bem em suas disputas e perderam a chance da medalha olímpica. Depois da estréia com duas medalhas no sábado (ouro com Sarah Menezes e bronze com Feipe Kitadai), nossos judocas não conquistaram mais medalhas até hoje.

Cotado como o principal candidato ao ouro olímpico no judô, Leandro Guilheiro, atual número um no ranking da FIJ, ficou pelo caminho nas disputas do meio médio (-81kg), hoje, 31 de julho. Depois de duas vitórias na fase eliminatória, Guilheiro caiu perante o americano Travis Stevens, perdendo a luta por wazari nas quartas de final. Na repescagem, a derrota para o japonês Takahiro Nakai por yuko tirou o sonho da conquista inédita e pessoal da terceira medalha olímpica.

“Não foi nada extra-tatame, com certeza. Estou no melhor momento da minha carreira, a minha preparação foi a ideal. Eu não senti a pressão da Olimpíada, para mim é um fator de motivação. Estou muito equilibrado, em todos os aspectos. O que aconteceu é que eles lutaram melhor e anularam a minha pegada, meu estilo” disse Leandro Guilheiro.

Mariana não passa na primeira rodada

Mariana Silva foi eliminada em sua estréia, pela chinesa Lili Xu, perdendo a chance da busca da medalha olímpica. A rival dominou toda a luta, impedindo que Mariana conseguisse a pegada para aplicar o golpe. E a chinesa acabou vencendo graças a um wazari aplicado no segundo minuto de combate.

Por: Boletim OSOTOGARI / UOL Esporte

Aurélio Miguel cita "antijudô" e ataca arbitragem em Londres


O ambiente de uma Olimpíada é bem familiar a Aurélio Miguel. O ex-judoca, medalha de ouro nos Jogos de Seul, em 1988, está mais uma vez em uma sede dos Jogos e acompanhou de perto as lutas dos brasileiros na Arena ExCel, nesta segunda-feira. Para o veterano, a arbitragem vem cometendo erros graves, que atrapalham o andamento correto da disputa do evento.

"Temos que avaliar bem, porque a arbitragem está tendo uma decisão e os que ficam nas mesas estão mudando as lutas. No domingo, na mesma luta, mudaram duas vezes. Foi um absurdo acontecer isso nos Jogos Olímpicos. Isso não pode acontecer em uma Olimpíada", disse Aurélio em entrevista ao Terra.

O campeão olímpico se refere à semifinal da categoria até 66 kg entre o japonês Masashi Ebinuma e o sul-coreano Jun-Ho Cho. Ao fim dos cinco minutos, a luta foi para o golden score, quando Ebinuma conseguiu um yuko. A pontuação, porém, foi cancelada pelos juízes após conferir o golpe no vídeo. A igualdade seguiu e a luta seguiu para decisão dos árbitros, que determinaram triunfo de Cho. Sob as vaias do público presente, o trio debateu a escolha com os juízes responsáveis pela revisão audiovisual e determinaram o japonês como o vencedor.

"O atleta se prepara por quatro anos e ele pega uma arbitragem subjetiva, que prejudica seu ideal. Eles têm que avaliar bem isso. Falo com muita tranquilidade porque já fui vítima disso também", lembrou o ex-judoca.

A irritação de Aurélio com a arbitragem tem como principal motivo as derrotas dos leves Bruno Mendonça e Rafaela Silva nesta segunda. Bruno perdeu para o holandês Dex Elmont por um yuko (originado a partir de duas punições conferidas ao brasileiro), enquanto Rafaela terminou eliminada por tentar um golpe ilegal.

"O atleta da Holanda fez o 'antijudô'. Fez falso ataque e o Bruno que foi punido. É algo que eles têm que avaliar, reverter isso e mudar", comentou o campeão olímpico. Mendonça teve opinião similar, e disse depois da luta que seu oponente merecia punições por sua passividade. Sobre a derrota de Rafaela, Aurélio ressaltou a interferência do uso do vídeo.

"A Rafaela começou o golpe e veio para a perna. Deram a desclassificação dela e foi muito duvidoso. Estava próximo de ser e de não ser. Tiveram que ter acesso aos vídeos em câmera lenta e slow motion. Os árbitros não conseguiram verificar isso e inclusive deram a pontuação para ela", lembrou.

"Engraçado, já observei que dois atletas de ponta foram desclassificados porque pegaram na perna na continuação do golpe. A Rafaela e a atleta cubana no peso ligeiro, Davaris Mestre Alvarez. E vi agora, nesse exato momento, a francesa Automne Pavia foi direto na perna e não foi desclassificada. O egípcio Hafiz Hussein, que enfrentou o francês Ugo Legrand, fez o mesmo e também não foi desclassificado", comentou Aurélio.

Por: Allan Farina - Terra Esportes

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Kitadai quebra medalha no banho, e Brasil pede ao COI uma nova para o judoca


Um acidente enquanto tomava banho fez com que o judoca brasileiro Felipe Kitadai quebrasse parte de sua medalha de bronze conquistada no último sábado.

Ele fez questão de se banhar com o objeto e segurando-o nos dentes. Mas a medalha caiu, e um feixe que serve para passar a corda que segura a medalha acabou quebrando, segundo contou Kitadai à reportagem das Organizações Globo.

O ex-jogador de vôlei Bernard Rajzman, chefe da Missão brasileira em Londres, comprometeu-se  em entrar em contato com o COI (Comitê Organizador Local) para tentar trocar por uma nova.

O COI (Comitê Olímpico Internacional) acatou o pedido do COB e entregará uma nova medalha ao judoca Felipe Kitadai, que deixou seu bronze cair enquanto tomava banho e viu o prêmio ficar danificado.

“Eles vão dar outra medalha, sim, possivelmente hoje à noite vai acontecer a troca”, afirmou Ney Wilson, coordenador da seleção brasileira de judô, nesta segunda-feira. “É só trocar uma pela outra, não vai ter cerimônia nenhuma de entrega, nada”.

No domingo, ao saber do incidente, o chefe da Missão Brasileira nos Jogos de Londres-2012, Bernard Rajzman, reconheceu que a entidade internacional não teria obrigação nenhuma de oferecer uma nova medalha.

“Eles já disseram que vão fazer a troca, mas enquanto a medalha estiver com a gente, já viu”, disse nesta segunda o ex-jogador de vôlei, que é quem está com a insígnia danificada.

Felipe Kitadai inaugurou o quadro de medalhas do Brasil em Londres no último sábado, ao faturar o bronze na categoria masculina até 60 kg. A conquista veio justamente no dia do aniversário de judoca paulista, que completou 23 anos. Na final, Kitadai venceu o italiano Elio Verde no Golden score, o desempate.

Por: Ricardo Leite - UOL Olimpíadas 2012


Rafaela é desclassificada por golpe ilegal e sai chorando do tatame; Bruno Mendonça também perde


A judoca Rafaela Silva perdeu a chance de se garantir pelo menos na repescagem na categoria até 57 kg nas Olimpíadas de Londres ao ser desclassificada diante da húngara Hedvig Karakas, devido a um golpe ilegal. No masculino, Bruno Mendonça também foi eliminado na sua segunda luta. 

Após ser desclassificada da disputa, Rafaela desabou no tatame e chorou muito. Até a sua adversária foi tentar consolá-la ao final da luta, depois do anúncio da decisão dos juízes.
No combate válido pelas oitavas de final, os juízes chegaram a apontar um waza-ari para Rafaela no começo da luta, mas a arbitragem verificou o vídeo e decidiu desclassificar a brasileira por atacar a perna direita da adversária antes do desequilíbrio.

O golpe foi ilegal porque Rafaela começou seu ataque contra a húngara direto pela perna, o que foi proibido há três anos pela Federação Internacional de Judô. A brasileira dominava a luta e tinha forçado uma punição à rival antes de se precipitar.

Na luta anterior, Rafaela derrotou com tranquilidade a alemã Miryam Roper na estreia, com dois yukos. Caso vencesse a sua segunda luta, iria para as quartas de final e se garantiria ao menos na repescagem. Seguindo, teria a chance de disputar ao menos a medalha de bronze. 
Descoberta no projeto social do medalhista olímpico Flavio Canto, a judoca da Cidade de Deus tem 20 anos e é a atleta mais jovem de toda a equipe brasileira de judô. Ela é campeã mundial sub-20 (2008), vice-campeã mundial sênior (2011) e medalha de prata no Pan de Guadalajara. 

Bruno Mendonça também perde

Campeão pan-americano na categoria até 73 kg, o judoca Bruno Mendonça também foi eliminado no seu segundo combate em Londres. O brasileiro não conseguiu passar pelo holandês Dex Elmont, terceiro do ranking e vice-campeão mundial.

O judoca brasileiro começou com vantagem na disputa pela pegada, mas não conseguiu encaixar seus golpes e deixou o holandês somar um yuko ao tomar duas advertências por falta de combatividade. Com a vantagem, Elmont apenas administrou a vitória.

Bruno começou com uma vitória fácil em Londres, derrotando o ruandês Fred Yannick Uwase, de apenas 18 anos, por estrangulamento aos 54 segundos. Mas, com uma chave difícil rumo ao pódio, parou logo em sua segunda luta.

O brasileiro de 27 anos vinha do título do evento preparatório em Londres, no ano passado. Bruno Mendonça é de Santos e treinou no mesmo lugar que formou Leandro Guilheiro: a academia de Rogério Sampaio.

Por: Uol Esportes

domingo, 29 de julho de 2012

O quase olímpico


“Go Go FU KU MI… Go Go FU KU MI”… o grito vem de cinco japoneses de bochecha pintada e bandanas com sol nascente que, de um canto de arquibancada, tentam incentivar sua atleta. No Japão,  judô é coisa séria – tem cobertura intensa, mesa-redonda, debate… e torcida. Torcida com gritos como os que tentavam mover a favorita Tomoko Fukumi na direção da medalha de ouro que acabou no peito da brasileira Sarah Menezes no sábado.

Sarah não queria lutar com Fukumi – pois seu “jogo” não encaixa com o da japonesa. Por isso sorriu quando viu a romena Alina Dimitrou despachar Fukumi na semifinal. Sarah sentiu possibilidade do ouro. Não que Dimitrou seja fraca. Até então campeã olímpica, a judoca tinha chegado à final de modo brilhante. Na luta contra a mongol Urantsetseg Munkhbat (os nomes mongóis tem sido um espetáculo à parte) ela buscou um empate em yuko a seis segundos do fim. No golden score, novamente, a seis segundos do fim, conseguiu um ippon derrubando com uma rasteira a adversária e projetando suas costas ao solo.

O que nos fascina nas Olimpíadas é a fronteira – nosso proverbial duelo com o tal do limite humano. Em alguns esportes é fácil entender o fascínio que nosso milenar duelo cria. Aqueles que empurram o limite pra frente nos soam especiais. Usain Bolt é o melhor do mundo em correr mais rápido do que os outros. César Cielo é o melhor em nadar mais rápido distâncias curtas. Michael Phelps nada melhor que todo mundo num grande número de distâncias e estilos. Mas e no judô? No judô você é melhor em que? Você o melhor em fungar no suvaco alheio? Em ficar posicionado de maneira contorcionista entre duas coxas?

Talvez uma definição seja “você é o melhor do mundo em projetar ao solo um outro ser humano que não quer ser projetado”.  Sendo que esse ser humano está, ao mesmo tempo, tentando te projetar. Ao contrário da grande maioria dos desafios olímpicos – o limite no tatame é dado pelo outro – há conflito e confronto o tempo todo – desde o balé de mãos para buscar a pegada no quimono alheio ao duelo constante por posturas favoráveis.

A medida do talento de um judoca é imprecisa – ele envolve músculos, velocidade, condicionamento, intuição… e sobretudo força mental – esse bicho interior que move o atleta de alto nível rumo a alturas que nós, meros mortais, não atingimos.  No judô, ela é o maior ativo de um atleta – pois é necessário manter a concentração e coordenar movimentos rapidíssimos com uma tática pré-estabelecida – e ir se adaptando em tempo real sem perder o foco. É um jogo mental e físico – em que um centésimo de distração pode destruir quatro anos de preparação. E, em concentrado, você precisa ouvir os gritos dos técnicos – e ocasionalmente dos torcedores-técnicos que berram da arquibancada:

- Aumenta o ritmo, Sarah!
- Intensidade, Sarah, não anda pra trás!

Se isso faz diferença – ou se atrapalha – depende da capacidade multi-tarefa de cada judoca. Não tem mais bobo no judô mundial, diria o outro. O outro, no caso, é alguém que realmente entende do tema:

- É difícil ter zebra. Todos os judocas se conhecem muito por causa do circuito. – diz o ex-judoca Flavio Canto, hoje comentarista.

Foi esse conhecimento que deixou Sarah Menezes feliz quando viu a vitória de Dimitrou sobre Fukumi. Esse conhecimento – e a globalização dos tatames – tornou a disputa olímpica mais fácil de prever. Foi-se tempo em que um jovem desconhecido aparecia do nada e atropelava. O circuito ensina os judocas sobre os outros – sobre preferências, pegadas, tendências… e encaixes.

E nesse contexto é que salta do tatame a força mental desses atletas – na vitória… e na derrota. Mesmo os derrotados nos critérios subjetivos, os eliminados por delírios arbitrais, não protestam enfaticamente. No máximo jogam braços para o alto – ou se recolhem a um olhar perdido.  Eles já perderam tanto – que já acostumaram a lidar com a frustração.  O judô civiliza em cada lição de humildade – pois mistura conflito físico impressionante com cortesia e reverência. Soa contraditório, mas tem algo tradicionalmente humana: quando empacotamos, pasteurizamos a arte de derrubar o outro com alguma beleza… estamos, mais uma vez, enquadrando nossos instintos. A seleção natural segundo Jigoro Kano.

- O judô te ensina a cair. A perder. A levantar. A ganhar – disse uma vez o mesmo Flávio Canto.

Sim – porque além de perder muito e para muitos – existe a realidade do sonho. Dos mais de 60 atletas de cada categoria, ao menos 16 vão embora – alguns quase sem suar. E encaram  quatro anos de um sonho – eliminatórias, classificatórias, rankings – virando  fumaça em cinco minutos. Ou menos. Mas… para os derrotados na primeira luta – como os brasileiros Leandro Cunha e Érika Miranda neste domingo, Londres demorou… cinco minutos – ou pouco mais (pra Érica demorou um pouco mais porque ela perdeu na prorrogação).

Essa é a cruel realidade olímpica: a vida do atleta pode mudar ali nesses trezentos segundos… ou não. As oportunidades oferecidas por uma medalha são inúmeras, publicitárias, financeiras, até profissionais. Pode ser a diferença entre uma carreira de comentarista, referência ou modelo.. e a de professor de judô (não que haja alguma desonra). E por vezes a medalha está tão perto… e tão longe… e a decisão sobre o futuro cai em mãos terceiras.

Neste domingo, por exemplo, a italiana Rosabal Forcinitti enfrentou a luxemburguesa Marie Muller na disputa do bronze. Depois de oito minutos (cinco mais três de golden score)… ninguém pontuou. A decisão foi para as subjetivas bandeiras – e os juízes deram vitória para a italiana. Forcinitti caiu no chão ao ver o resultado. Muller ficou com o olhar vazio. A luxemburguesa tinha lutado bravamente – tanto quanto – mas não levou pra casa aquele pedaço de metal – e seus símbolos, patrocínios, oportunidades.

Levou, em seu lugar, o pior sabor olímpico – o da quase medalha. O da quase mudança de vida, o do quase voltar pra casa dando entrevistas, a quase campanha publicitária, a quase oferta, tudo aquilo que poderia ter sido e que não foi… por um detalhe. Mas, bom, assim é o esporte. Ganhar, perder – saber ganhar, saber perder. . O quase olímpico não deixa de ser mais uma queda para quem está tão acostumado a cair. E levantar.

Por: Gustavo Poli - Globoesporte

Vice mundial, Leandro Cunha é eliminado na primeira luta no judô


Sarah Menezes estava na torcida, gritando, apesar da voz sempre baixa. De longe, tentava, em vão, orientar. Maior esperança de medalha do judô no segundo dia dos Jogos Olímpicos de Londres 2012, Leandro Cunha, duas vezes vice-campeão mundial, decepcionou no torneio peso-meio-leve (até 66kg), neste domingo. "Coxinha" foi derrotado pelo polonês Pawel Zagrodnik logo na estreia, por 1 yuko a 0. Logo depois, Érika Miranda seguiu pelo mesmo caminho. Como no judô é preciso chegar ao menos às quartas de final para entrar na repescagem, o país está fora da disputa de medalhas.

- Eu me preparei tanto, trabalhei tanto e agora nesses Jogos faltou essa medalha para meu ciclo olímpico. Mas não é isso que vai me abater. Já passei por momentos tão difíceis. Estou representando meu país dignamente. O que pude fazer, fiz o meu melhor. Claro que nem sempre sai do jeito que a gente quer... Agora é levantar a cabeça. Serve para amadurecer mais, se prepara mais, para não acontecer de novo. E chegar focado para lutar em casa, no Brasil, em 2016.

O duelo começou com uma briga intensa pela pegada. Zagrodnik tentou as primeiras entradas, mas foi muito bem defendido pelo paulista. Com pouco mais de um minuto, o brasileiro recebeu um shido (advertência) e passou a buscar mais o combate. Com 2m42s restando, o "Coxinha" quase conseguiu uma queda e, logo depois, num momento de desatenção, sofreu golpe belíssimo, que chegou a ser marcado como ippon. Após revisão em vídeo e conversa entre os árbitros, a pontuação foi mudada para um yuko.
- Arrisca! Tem que ser em pé, Coxa ! - gritava Sarah, ouro da ligeiro.


Com vantagem no placar,o polonês passou a puxar o brasileiro para baixo para travar a luta. Com o andamento da luta, Cunha foi ficando mais desesperado para pontuar, mas Zagrodnik se defendia muito bem, com ótima postura. O europeu ainda recebeu um shido (advertência) antes do final, mas não foi suficiente para sofrer uma pontuação contra.


Coxinha saiu do tatame, deu um abraço no técnico, Luiz Shinohara. Quinto do ranking mundial, ele deu crédito ao adversário, apenas 33º colocado no Mundial de Paris, no ano passado.


- Senti que ele estava esperando meus golpes, mas se eu o esperasse, os dois seriam punidos. Quando eu tentava entrar no golpe, ele quebrava. É corrigir. Trabalhar mais quatro anos. Acabei não me encontrando na luta. Foi mérito dele. Ele me estudou bastante taticamente e acabou me anulando.


Por: Gabriele Lomba - Globo Esporte


Quando a tecnologia entra no tatame


Quando os judocas estão no tatame, as câmeras têm alvo certo. E não apenas as das emissoras de TV. Leonardo Mataruna, estrategistas da Confederação Brasileira de Judô há cinco anos, é responsável por registrar em vídeo lutas dos brasileiros e de deus adversários.

O acervo da CBJ para os Jogos Olímpicos de Londres conta com cerca de 12 mil lutas - cinco mil no feminino e sete mil no masculino. Os combates estão indexados por atleta, competição e ano. Pelo sistema, é possível identificar destros e canhotos e a principal técnica de cada judoca.

Para Londres, a CBJ terá à disposição um hotel a 400m da Arena ExCel, onde os técnicos e atletas poderão analisar os combates (mesmo os acontecidos no próprio dia) e estudar os adversários do bloco final. Ainda no tatame de aquecimento, ao longo da fase preliminar, é possível receber vídeos de atletas para traçar estratégias das próximas lutas.

"Para filmar a competição em Londres, precisamos adaptar algumas coisas, como o tamanho das câmeras e trocar o tripé por monopé, afim de atender às regras da organização", explica Leonardo Mataruna, que foi a Manchester no dia seguinte ao desembarque em solo inglês para buscar o HD com imagens do campeonato africano.

Apenas quatro atletas no masculino, e outros quatro no feminino, não estão contemplados no banco de imagens. São países como Ilhas Maurício, Burundi, entre outros que entraram como convidados pela Federação Internacional de Judô nos Jogos.

Por: In Press Media Guide - CBJ

Sarah e Kitadai são recebidos com festa no estúdio do 'Conexão SporTV'


Flavio Canto, Carlão Barreto e Nalbert comemoram as medalhas de Sarah Menezes e Felipe Kitadai

Após a emoção e as lágrimas no Complexo Excel, em Londres, Sarah Menezes e Felipe Kitadai visitaram o estúdio do SporTV, neste sábado, para participar do "Conexão SporTV". E a dupla, que conquistou o ouro e o bronze, respectivamente, no judô, emocionou outros medalhistas olímpicos brasileiros. Dono de um bronze nas Olimpíadas de Atenas, em 2004, Flávio Canto deu um abraço forte assim que viu Saha no corredor. E logo quis ir tocar na medalha de ouro.

- Essa eu nunca conquistei. Parabéns - disse.
O comentarista do SporTV também reforçou a importância do feito da judoca piauiense de 22 anos.

- Não tire essa medalha do pescoço nunca mais - disse Canto.

De sorriso aberto, Sarah e Felipe Kitadai logo encontraram outros dois medalhistas olímpicos. 
Os ex-jogadores de vôlei Carlão, ouro em Barcelona 1992, e Nalbert, ouro em Atenas 2004.

- Vocês foram demais! Foi emocionante - disse Nalbert.

Carlos Alberto Parreira vibra com medalha de bronze de Felipe Kitadai 
Galvão Bueno logo apareceu também para parabenizar a dupla com um forte abraço. Outro convidado especial do programa, Carlos Alberto Parreira fez questão também de olhar e tocar as medalhas.

- É só o começo. Vocês vão nos dar alegria também no Rio (em 2016).

Galvão Bueno parabeniza judoca Felipe Kitadai pela medalha de bronze
A medalha de ouro conquistada por Sarah foi a primeira do Brasil no judô feminino. Neste sábado, a peso-ligeira derrotou a romena Alina Dumitru. Já Kitadai, estreante nos Jogos, venceu o italiano Elio Verde para garantir o terceiro lugar no pódio da categoria ligeiro.

Fotos: Thiago Lavinas


sábado, 28 de julho de 2012

Sarah é OURO!

Em uma final dominada completamente pela piauiense Sarah Menezes contra a campeã olímpica de Pequim, a romena Alina Dimitru, foi conquistada hoje a primeira medalha de ouro do judô feminino e a primeira medalha de ouro do Brasil nos Jogos Olímpicos de Londres. Sobrou judô nos tatames londrinos para Sarah. Após ter uma vantagem de um yuko na luta, faltando poucos segundos para encerrar o combate Sarah conseguiu um wazari e já encaixava um estrangulamento quando encerrou o tempo regulamentar. Emocionada, Sarah comemorou com a técnica da seleção brasileira Rosicléia Campos, que vibrou muito com a conquista histórica de Sarah.

Por: Boletim OSOTOGARI

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