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segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Blog do Leandro Guilheiro: Falar de touros não é o mesmo que entrar na arena

Leandro Guilheiro publicou em seu blog uma revisão geral dos Jogos Olímpicos de Londres 2012, fazendo uma análise de seu desempenho e também um desabafo perante algumas críticas que recebeu. Mas neste artigo muito bem escrito, nota-se que Guilheiro está recuperado e pronto para seu novo desafio: Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016. Confira a matéria a seguir.


Olá,

Primeiro de tudo, gostaria de agradecer muito a todos que acompanham o meu blog há quase um ano! Foi muito bom dividir com vocês cada semana de treinamento e cada dia de vivência dos Jogos Olímpicos. Foi uma experiência única e que me aproximou muito de todos vocês!
Os Jogos finalmente terminaram e junto com eles foi-se a minha última noite de tristeza. Daqui para frente, meus olhos se voltam para os próximos mil quatrocentos e cinquenta e três dias restantes até o início dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Londres está definitivamente no passado.

Esta edição olímpica mostrou, mais uma vez, algo que não é surpresa para ninguém (a não ser para aqueles que não sabem coisa alguma de esporte): em uma competição como esta, tudo pode acontecer.

Nenhum atleta chega aos Jogos gritando aos quatro ventos: “sou favorito”. Tudo o que ele faz é treinar muito para vencer as competições que aparecem em seu caminho durante o ciclo de quatro anos. Caso ele tenha bons resultados, é feita uma leitura simplória e logo o atleta é rotulado como favorito… pelos outros! Quem já esteve dentro de uma competição sabe que TODOS que estão lá são favoritos, ainda mais em determinadas modalidades que são repletas de variáveis. Como poucas pessoas se interessam em acompanhar os quatro anos de um atleta olímpico, impossível pedir que a maioria entenda as particularidades de cada esporte.

O judô em Londres teve quatorze líderes do ranking mundial. Somente três sagraram-se campeões olímpicos. No caso das sete categorias masculinas, quatro atletas (mais da metade), saíram do torneio sem medalhas. Dois deles perderam logo no primeiro combate. Aliás, nenhum atleta campeão olímpico em Pequim, há quatro anos, saiu com o ouro em Londres. Vale lembrar que entre os derrotados estavam japoneses, russos, coreanos, chineses… todos eles tão conhecidos pela sua “frieza” ao competir.

Todos nós temos opiniões. Está provado cientificamente que despendemos mais energia do nosso cérebro para não julgar do que para sentenciar… questão de sobrevivência da espécie. “Especialistas” de plantão, contratados para dar opiniões, por mais que estejam afastados do esporte internacional de alto-rendimento, apontam o dedo: “faltou ritmo de competição, treino é treino, jogo é jogo”. Bom, só faltou ele ver que teve campeão olímpico este ano que competiu bem menos do que eu. Existe uma regra para isso?

Outros falaram da questão psicológica. Nunca estive tão equilibrado mentalmente em uma competição olímpica, até porque treinei esta área ao lado de um profissional, como em Pequim. Prova da minha frieza foi conseguir controlar todos os meus sentimentos logo após ser eliminado dos Jogos e dar entrevistas, ali mesmo, na zona mista. Não se fica descontrolado durante um evento desses e depois, logo após a derrota, torna-se uma pedra de gelo para responder aos profissionais que ali estão trabalhando. Até porque quem sente a pressão não passa da primeira luta.

Em geral, algumas pessoas tem reações emocionais, especialmente aqueles que sabem pouco ou nada de esportes. Comparam o desempenho dos atletas a comida ou a uma cor, o que é muito fácil de se fazer quando se está comendo pipoca e vestindo um pijama amarelo enquanto assistem aos Jogos pela televisão. Se uma medalha que veio inesperadamente para o Brasil é por mérito do atleta que a conquistou, por que a derrota brasileira não pode ser por mérito do adversário? Entre todos os competidores que lá estão muito bem preparados, só três ou quatro deles ganham medalhas. Imagina se todos nós ofendêssemos cada médico que perde um paciente, advogado que perde uma causa, concursando que é reprovado em uma prova e assim por diante? Já pensaram em estar perto de realizarem um sonho que tanto trabalharam e logo após ele escorregar pelas suas mãos ainda ser duramente criticado?

Nestes últimos doze dias, vivi toda a tristeza inerente aos Jogos Olímpicos de Londres. Não fugi nem por um segundo. Vi tudo, li cada linha, derramei cada lágrima que tinha para chorar e sofri calado. No entanto, o meu período de luto chegou ao fim. Todo este sentimento sombrio está se tornando uma força gigantesca que anseia por luta. E é com este espírito que lutarei pelos próximos quatro anos da minha vida.

Ainda em Londres encontrei com Aurélio Miguel, o maior judoca que tivemos no Brasil. As palavras dele foram simples, algo mais ou menos assim: “Puxa, foi uma pena! Dava para ver que você estava bem, rápido, solto! Tinha tudo para se consagrar aqui com as três medalhas, assim como o Tiago”. Depois disso, ele deu sua opinião sobre algumas questões táticas e da regra, motivos estes que na opinião dele me fizeram ser derrotado. Em um determinado momento, ele parou e disse: “Bom, falar daqui de fora é muito fácil, eu sei que lá dentro na hora de tomar as decisões é muito difícil! De qualquer forma, já passei por isso! Sei como é vir aos Jogos como favorito e perder. Mas também sei que quatro anos depois ganhei minha outra medalha, praticamente com a idade que você terá no Rio! Levanta a cabeça e vamos em frente que você tem muito judô para isso!”

Ele sabe destas coisas porque as viveu. Depois do ouro em Seul, Aurélio foi sétimo em Barcelona quatro anos depois. Depois disso, em Atlanta, ele conquistou a sua segunda medalha olímpica. E como bom descendente de espanhol, ele também deve conhecer um velho provérbio que diz:

“Falar de touros não é o mesmo que entrar na arena”.

Obrigado por tudo, sempre!

Abraços


quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Sarah relutou, mas teve ajuda da psicologia rumo ao ouro


Quando Sarah Menezes derrotou a romena Alina Dumitru e conquistou a medalha de ouro nas Olimpíadas de Londres, muita gente se sentiu parte - por menor que tenha sido - dessa vitória. Família, amigos, médicos, fisioterapeutas, comissão técnica, entre muitos outros profissionais. Mas um em especial pode ter feito a diferença: a psicóloga Luciana Castelo Branco. No esporte de alto rendimento, onde os principais atletas alcançam níveis técnicos, táticos e físicos quase idênticos, o controle mental passa a ser uma arma poderosa nos momentos decisivos.

Formada em Psicologia no Piauí e com especialização em Saúde Mental pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Luciana fazia mestrado de Ciência Aplicada à Atividade Física e ao Esporte, na Faculdade de Medicina de Córdoba, na Espanha, quando conheceu Sarah e Expedito Falcão. Em seu estudo, "Efeitos do treinamento psicológico em atletas de judô de alto rendimento", encontrou em Sarah um bom exemplo. Abordada em 2009 pelo técnico, que pedia ajuda com a pupila, Luciana aceitou o desafio, mas confessa que não foi nada fácil no início.

- A psicologia ainda é muito mal interpretada de uma forma geral, pensam que é para doido. Com a Sarah, no começo, ela poderia se perguntar, por que eu tenho que ir ao psicólogo? Eu via que ela era dura na queda. Teve um pouco de resistência. Mas com a ajuda do Expedito e da CBJ ficou mais fácil, todo mundo foi incentivando e mostrando para ela que isso faz parte do desenvolvimento de um atleta olímpico - disse Luciana, que ressalta a importância do trabalho conjunto com toda a equipe técnica para que o resultado apareça.

Trabalho duro e eficiente

E os resultados começaram a surgir. Dois títulos mundiais sub-20 (2008 e 2009), duas vezes medalha de bronze em mundias adulto (2010 e 2011) e, por fim, o inédito ouro olímpico para uma judoca brasileira. Mas nem sempre foi assim. A mãe de Sarah, dona Olindina, recorda que a filha não aceitava as derrotas e ressalta a transformação depois da parceria com a psicóloga.

- Ela só sabia ganhar. Quando ganhava o bronze, ela escondia as medalhas, tirava do peito. A Sarah achava que não podia perder nada. Tinha que ganhar tudo. Eu disse para ela que a vida não é só ganhar. Mas foi só depois que começou a ir na psicóloga que ela aprendeu, mudou o discurso. O trabalho da Luciana foi fundamental nessa mudança. Só aí a Sarah começou a aceitar melhor as derrotas. Antes, ela chorava muito, mas não mostrava isso aqui em casa. Nunca vi ela chorando. Ela ainda esconde muito o sentimento - contou a mãe.

O nível de ansiedade era um dos principais problemas da judoca. Em busca do autocontrole emocional, Sarah começou a ir ao consultório de Luciana uma vez por semana - isso quando não estava fora para competir. A psicóloga, então, passava exercícios específicos para a atleta praticar durante as viagens e sempre conversava com atletas e integrantes da comissão técnica da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) para tentar entender melhor as reações emocionais de Sarah.

Uma das aliadas de Luciana foi a psicóloga da CBJ, Adriana Lacerda. A profissional lembra que sem a ajuda da colega, que repassou dados e monitorou a atleta quando ela não estava por perto, o trabalho teria sido muito mais difícil. Em março deste ano, Luciana foi convidada a integrar a equipe da CBJ. Em junho, esteve no Rio de Janeiro para acompanhar os últimos treinamentos da seleção brasileira de judô no Brasil, antes do embarque para Londres.

Após três anos de trabalho, o sentimento de dever cumprido veio coroado com a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos. Na volta da judoca a Teresina, todos os profissionais que trabalharam com ela foram homenageados com uma placa no palácio do governo do estado. Segundo Luciana, o intuito é fazer com que o atleta consiga por si só manter o controle emocional em situações adversas, sem depender do psicólogo. E vai além, que ele utilize a mente em seu favor, nunca contra. E foi isso que a piauiense de 22 anos conseguiu colocar em prática nas Olimpíadas 2012, garantindo a satisfação de Luciana.

- Me sinto parte dessa conquista por conta da percepção da Sarah. Eu vi isso no discurso e nas mudanças de comportamento dela. Muitas vezes o atleta não percebe as mudanças feitas pela preparação psicológica, mas vejo que a Sarah percebeu. Se você comparar com o Expedito, que está com ela desde os 9 anos, é claro que a minha parte é muito pequena. Como psicológa, fiquei muito feliz e sei que ela entendeu o meu trabalho. Ela absorveu tudo o que eu queria passar a ela - comemorou.

Agora, o trabalho não pode parar. A meta olímpica foi alcançada, e a psicóloga estudará com a comissão técnica quais os próximos passos da atleta. Sarah, que no início tinha vergonha de dizer que ia ao psicólogo, precisará do auxílio da profissional mais do que nunca, garante dona Olindina. 

- Acho que a psicóloga vai ser mais importante agora, para ela se manter, ficar com os pés no chão depois dessa conquista. A responsabilidade passa a ser muito grande - admitiu a mãe da campeã olímpica.

Por:  Raphael Andriolo - GloboEsporte.com

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Multidão recebe Sarah Menezes em Teresina


Uma chegada digna do feito histórico de Sarah Menezes. Assim pode-se resumir o desembarque da judoca campeã olímpica em Londres em sua terra natal, Teresina, capital do Piauí. Recebida nesta segunda-feira por cerca de 1000 pessoas no aeroporto, Sarah seguiu no carro do Corpo de Bombeiros direto para o palácio do Governo do Piauí, onde foi homenageada pelo governador Wilson Martins. Após a solenidade, Sarah concedeu entrevista coletiva para dezenas de jornalistas.

Sarah Menezes embarcou para o Piauí de São Paulo e as homenagens começaram muito antes de chegar em Teresina. Logo que entrou no salão de embarque do aeroporto internacional de Guarulhos, Sarah foi reconhecida pelos passageiros e, um a um, posou para fotos. Dentro da aeronave, foi assediada pela tripulação. Pouco depois da decolagem, o comandante afirmou pelo sistema de som do avião estar honrado em levar a primeira judoca do Brasil campeã olímpica de volta para casa. Mais aplausos. Na aproximação em Teresina, foi a vez de os controladores de voo darem os parabéns à campeã olímpica.

O avião pousou em Teresina às 15h18min com uma bandeira do estado do Piauí pendurada na janela da cabine, lembrando o gesto feito por Romário após a conquista do tetracampeonato mundial em 1994. Ao chegar ao local de retirada das bagagens, Sarah Menezes viu, pela primeira vez, a dimensão do seu feito.

“Meu Deus. Esse povo todo veio mesmo me ver?”, disse, visivelmente impressionada.

Sarah só conseguiu deixar o saguão principal do aeroporto de Teresina com auxílio da polícia, que fez um cordão de isolamento para a judoca passar por uma mulditão eufórica, que gritava seu nome sem parar. Após poucos metros, foi colocada nos ombros pelo técnico Expedito Falcão e, finalmente, mostrou a medalha de ouro. Flashs e mais gritos. Todos queriam registrar aquele momento para sempre. Sarah subiu no caminhão do corpo de bombeiros e, durante cerca de uma hora, comandou uma carreata com mais de 800 carros e motos. Parou a cidade. Sarah ainda visitou rapidamente o centro de treinamento que leva seu nome antes de chega à sede do Governo.

“Não esperava uma recepção como esta. Agora a ficha caiu e entendi o tamanho da minha conquista. Espero que este ouro seja uma injeção de autoestima para todo o povo brasileiro. Eu mostrei que, se você acreditar, é possível vencer”, afirma Sarah.

Ao lado de Sarah Menezes, o Governador Wilson Martins garantiu que não haverá motivos para a judoca cogitar sair do Piauí.

“Estive no centro de treinamento e vi o trabalho sério feito por toda a equipe que cerca a Sarah. Podem ter certeza que ela continuará sendo 100% made in Piauí. A medalha da Sarah nos dá ânimo para investir mais no esporte piauiense”, diz Wilson Martins.

Para o técnico da judoca, Expedito Falcão, o ouro da Sarah é a oportunidade de massificar o esporte no estado.

“A Sarah é um achado, um fato isolado. Esperamos que com este resultado maravilhoso novas Sarinhas possam surgir. Temos que aproveitar este momento, pois, não tenho dúvidas, de que muitas crianças vão se interessar pelo judô a partir desta medalha que ela conquistou em Londres”, afirma Falcão.

Lucio Mattos, em Teresina - CBJ

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Federação Paulista de Judô faz homenagem aos judocas olímpicos paulistas

A Federação Paulista de Judô divulgou em seu site uma homenagem aos judocas paulistas integrantes da seleção brasileira que competiu os Jogos Olímpicos de Londres 2012. O Texto faz uma sintese da campanha verde e amarela no shiai jo da Arena Excel e termina com um depoimento do coordenador técnico e vice-presidente da FPJ Alessandro Panitz Puglia.

Clique aqui e confira a matéria.

Por: Boletim OSOTOGARI

domingo, 5 de agosto de 2012

Técnica da Seleção de judô chora e desabafa contra "ignorantes"


A técnica da Seleção feminina de judô do Brasil, Rosicléia Campos, se emocionou neste domingo ao desabafar sobre as críticas que os judocas brasileiros receberam ao longo dos Jogos Olímpicos de Londres e nos últimos anos, durante a preparação. Segundo ela, "o povo é ignorante" e faz criticas aos atletas sem conhecer o "trabalho".

"O povo brasileiro é ignorante no sentindo de ignorar o esporte, a gente fez um trabalho de quatro anos, se a gente olha os comentários que as pessoas fazem, a gente tem vontade de matar. Isso deixa todo mundo muito revoltado, todo mundo está aqui pelo esporte. Eles são heróis mesmo quando perdem, olha o passado deles", disse a técnica, que lamentou a postura de alguns fãs.

"É muito triste para a gente ler depoimento de brasileiros que não sabem do que estão falando. Nosso País é um País sem passado. Fica a dica, criticar sem propriedade é feio. Isso é coisa de ignorante, no sentido de ignorar o trabalho", afirmou, em entrevista realizada após o desembarque da equipe, em São Paulo.

A Seleção Brasileira de judô desembarcou neste domingo em São Paulo após conquistar quatro medalhas, três de bronze e uma de ouro, em Londres. O melhor desempenho foi da piauiense Sarah Menezes, que venceu a romena Alina Dumitru, campeã há quatro anos em Pequim, por um wazari e um yuko, conquistando a medalha de ouro na categoria ligeiro (até 48 kg) - a competidora, 22 anos, registrou a primeira conquista feminina da modalidade na história do País.

Apesar de dizer que a técnica foi "muito incisiva", o presidente da Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Paulo Wanderleley Teixeira, reforçou as críticas. "Tem uma cultura brasileira disso, mas que é muito derivada do nosso esporte mãe, o futebol. Se não for a vitória, não vale. Essa visão está equivocada. Realmente ela (Rosicléia) tem alguma razão. Só foi muito incisiva", cutucou.

Depois das críticas, Rosicleia chorou e lembrou os "sacrifícios" feitos por treinadores e atletas. "Só tenho o que agradecer, sou uma pessoa abençoada, Estou muito feliz de fazer parte desse grupo, dessa história. Por isso, minha revolta anterior. As pessoas que me criticam não sabem a cota de sacrifício. Fiz disso aqui uma razão de viver, meu marido e meus pais são todos cúmplices.

A última vez em que o Brasil conseguiu um ouro no judô foi com Rogério Sampaio, na de Olimpíada de 1992. Antes disso, só Aurélio Miguel tinha conquistado a medalha. Além disso, com as quatro medalhas, a modalidade soma 19 pódios olímpicos na história e passou a vela, com 17, como o esporte que mais medalhas deu ao Brasil.

Prêmio de R$ 100 mil 

Sarah Menezes irá receber um prêmio de R$ 100 mil pela vitória, de acordo com Paulo Wanderleley Teixeira. "A questão de estarmos numa estrutura independente deu uma tranquilidade e segurança de que o trabalho iria ser feito como planejado. O patrocinador está oferecendo R$ 50 mil para o campeão, e a CBJ vai dobrar esse valor. Então, o atleta campeão vai ganhar 100 mil", afirmou.

Além de Sarah, os judocas Rafael Silva, Felipe Kitadai e Mayra Aguiar, que conquistaram a medalha de bronze, também serão premiados. Cada um vai receber o valor de R$ 20 mil. "O terceiro lugar vai ganhar R$ 20 mil. O quinto colocado vai receber R$ 10 mil e o sétimo ganhará R$ 5 mil", complementou Teixeira.

Por: Renan Truffi - Terra Esportes
Foto: Fernando Borges

Judô vê meta atingida, mas coordenador admite: potencial era maior


O judô brasileiro encerrou a participação na Olimpíada de 2012 com quatro medalhas, sendo um ouro (Sarah Menezes, até 48 kg) e três bronzes (Felipe Kitadai, até 60 kg; Mayra Aguiar, até 78kg; Rafael Silva, mais de 100 kg). Para o coordenador da modalidade do Brasil em Londres, Ney Wilson, o resultado foi o esperado, mesmo com resultados abaixo do esperado de nomes como Leandro Guilheiro (até 81 kg) e Luciano Corrêa (até 100 kg), sem medalhas.

"A meta foi cumprida integralmente, 100% daquilo que foi proposto pela comissão técnica", disse Ney Wilson neste sábado. "Além das medalhas, nos tivemos três quintos colocados (Tiago Camilo, até 90 kg; e Maria Suellen Althemann, mais de 78 kg) e um sétimo (Guilheiro). Tivemos um numero maior de lutas vencidas que em Pequim", comparou.

Na conta do dirigente, o Brasil chegava com muitos atletas em condições de subir ao pódio, mas alguns deles acabariam perdendo suas oportunidades. Mesmo assim, e reconhecendo que determinadas categorias ficaram abaixo do esperado, os judocas brasileiros tinham um "arsenal" de oportunidades para atingir a meta de quatro medalhas na Olimpíada de 2012, conforme a projeção.

"A equipe tinha potencial? Poderia sair com um resultado melhor? Poderia. Tenho certeza de que alguns atletas chegaram aqui como favoritos: Leandro Guilheiro, Tiago Camilo... Tinham medalhas olímpicas, experiência olímpica. Mas eu sempre disse o seguinte: temos um arsenal muito grande para acertar quatro (medalhas). Alguns comentaristas chegaram a prever seis, sete medalhas. Eu sempre fui pé no chão: quatro medalhas, e a gente está indo bem longe. O grande desafio era chegar na medalha de ouro. Fazia 20 anos que a gente não chegava a uma medalha de ouro. Essa geração merecia conquistar uma medalha de ouro", disse o dirigente, lembrando o ouro de Rogério Sampaio (até 65 kg) na Olimpíada de Barcelona, em 1992.

Ao lembrar atletas que não alcançaram o pódio que poderiam, Ney Wilson lembrou da dificuldade que todos os judocas têm em conseguir bons resultados em Olimpíadas. Mesmo acreditando que o nível da competição está abaixo do encontrado nos Campeonatos Mundiais, o dirigente vê a pressão psicológica como fator preponderante para decidir quem se torna medalhista olímpico.

"Não tenho dúvida nenhuma de que tínhamos equipe com potencial para ter melhores resultados. Mas também temos experiências olímpicas, e Jogos Olímpicos são uma coisa a parte em competições. Na nossa modalidade, o Campeonato Mundial é mais difícil que os Jogos Olímpicos. No entanto, os Jogos Olímpios têm uma carga de emoção muito grande. Alguns atletas se sobressaem pela vontade de se sobressair naquele momento. No judô, tivemos muito disso", avaliou.

Por: Edson Filho / Emmanuel Colombari - Terra Esportes

Londres segue Pequim e tem judô truncado e com poucos ippon


Quem foi ao judô da Olimpíada de Londres buscando lutas com muita técnica e pontos não saiu completamente satisfeito. As lutas da modalidade seguiram o padrão já visto em outras edições dos Jogos e contaram com duelos truncados e de poucos ippon, a pontuação máxima que já encerra a disputa ao ser obtida. Somente 47,5% das lutas foram concluídas desta maneira.

O número repete o que foi visto na Olimpíada de Pequim, em que também 47% das disputas contaram com ippon. O número é bem inferior se comparado ao Mundial de Paris, ocorrido em 2011, que viu a pontuação máxima do judô em 67,5% das lutas. Este fato, porém, tem uma explicação simples.

"Olimpíada é uma competição que só existe de quatro em quatro anos. E os melhores estão aqui. Em campeonatos mundiais e continentais atletas mais fracos também participam. Aqui é completamente diferente, o nível é muito mais próximo uns dos outros. Por isso é normal que não haja tantos ippon. E depois os atletas não querem perder, então não se arriscam tanto nas lutas", disse Rui Rosa, técnico da seleção portuguesa.

Outro ponto visto na Olimpíada de Londres foi o grande número de lutas decididas no golden score, a prorrogação de três minutos. Para o pesado Rafael "Baby" Silva conquistar seu bronze, por exemplo, foi necessário passar quatro vezes pelo tempo extra.

"Isso acontece porque o judô está se nivelando bastante. Os atletas não deixam fazer a pegada direito, não dão oportunidade. E a regra incentiva isso. Não dá tempo de manter a pegada. Todo mundo vem anulando e sai um judô em que a técnica deixa a desejar", afirmou Luiz Shinohara, treinador do time masculino do Brasil.

"Mas quando chega nesse nível aqui, os atletas estão muito próximos uns dos outros. Acho que um pouco em função disso é difícil de ter um ippon. Mas a busca tem que ser essa, sempre tentar o ippon, mas é difícil nesse nível", complementou.

O judô dos Jogos de Londres ainda teve como característica o excesso de punições recebidas pelos atletas. Foram 359 shido em 254 lutas, média de cerca de 1,41 penalidades aplicadas em cada combate. É um número bem superior ao Mundial de 2011, que teve uma média de cerca de 0,85 punições por duelo (452 shido em 531 lutas).

Por: Allan Farina - Terra Esportes
Foto: Marcelo Pereira/Terra

sábado, 4 de agosto de 2012

Confira o quadro de medalhas do Judô em Londres

Confira o quadro de medalhas do judô nos Jogos Olímpicos de Londres 2012. Clique na imagem para ampliar.


Brasil conquista melhor resultado olímpico da história


Foram sete dias de muitas emoções. Choros de alegria e tristeza. União. Serenidade. E a certeza de que o judô brasileiro vive um momento ímpar. Foram quatro medalhas conquistadas no tatame da Arena ExCel, palco da modalidade nos Jogos Olímpicos de Londres. O melhor resultado olímpico da história do judô brasileiro em termos de quantidade e qualidade das medalhas alcançadas. Com quatro jovens judocas vindos de quatro cidades diferentes, de norte a sul do Brasil, a meta estipulada pela Confederação Brasileira de Judô foi 100% alcançada. Subiram ao pódio Sarah Menezes (48kg, ouro), Mayra Aguiar (78kg, bronze), Felipe Kitadai (60kg, bronze) e Rafael Silva (+100kg, bronze). Tiago Camilo (90kg) e Suelen Altheman (+78kg) terminaram em quinto lugar e Leandro Guilheiro (81kg) em sétimo.

As quatro medalhas do judô brasileiro nos Jogos Olímpicos de Londres conferiram a modalidade algumas marcas importantes:

- A meta estipulada pela CBJ antes dos Jogos foi atingida em sua plenitude: classificar pela primeira vez as 14 categorias; conquistar quatro medalhas; fazer uma final olímpica feminina; e trazer um ouro.

- Com as quatro medalhas, o judô chegou a 19 pódios olímpicos na história e passou momentaneamente a vela (16) como esporte que mais medalhas deu ao Brasil nos Jogos em todos os tempos.

- Este é o melhor resultado da história do judô brasileiro em Jogos Olímpicos. Qualitativamente, os melhores haviam sido Seul 88 e Barcelona 92, com um ouro cada. Quantitativamente, foram Los Angeles 84 (uma prata, dois bronzes) e Pequim (três bronzes).

- É também a oitava olimpíada consecutiva (desde Los Angeles 1984) que o Brasil traz medalhas olímpicas no judô – única modalidade a alcançar o feito.

- A última medalha de ouro no judô havia sido com Rogério Sampaio em 1992. Antes dele, apenas Aurélio Miguel havia conseguido o feito.

- Foram as primeiras medalhas olímpicas das categorias ligeiro e pesado masculino. As outras cinco (meio-leve, leve, meio-médio, médio, meio-pesado) já haviam subido ao pódio em edições anteriores.

- Mayra Aguiar, aos 20 anos, é a atleta mais jovem a conquistar uma medalha individual para o Brasil em qualquer esporte na história dos Jogos Olímpicos.

- Local de nascimento e idade dos atletas medalhistas:

Sarah Menezes, 21 anos, Piauí
Mayra Aguiar, 21 anos, Rio Grande do Sul
Felipe Kitadai, 23 anos, São Paulo
Rafael Silva, 25 anos, Mato Grosso do Sul

- Com as quatro medalhas, o judô chegou a 19 pódios olímpicos na história e passou momentaneamente a vela (16) como esporte que mais medalhas deu ao Brasil nos Jogos em todos os tempos.

- Todas as medalhas olímpicas do judô brasileiro:

3 ouros, 3 pratas, 13 bronzes:

1972 (Munique/GER): Chiaki Ishii (-93kg, bronze)

1984 (Los Angeles/USA): Douglas Vieira (-95kg, prata), Walter Carmona (-86kg, bronze) e Luís Onmura (-71kg, bronze)

1988 (Seul/KOR): Aurélio Miguel (-95kg, ouro)

1992 (Barcelona/ESP): Rogério Sampaio (-65kg, ouro)

1996 (Atlanta/USA): Aurélio Miguel (-95kg, bronze) e Henrique Guimarães (-65kg, bronze)

2000 (Sydney/AUS): Tiago Camilo (-73kg, prata) e Carlos Honorato (-90kg, prata)

2004 (Atenas/GRE): Leandro Guilheiro (-73kg, bronze) e Flávio Canto (-81kg, bronze)

2008 (Pequim/CHN): Ketleyn Quadros (-57kg, bronze), Leandro Guilheiro (-73kg, bronze) e Tiago Camilo (-81kg, bronze)

2012 (Londres/ING): Sarah Menezes (48kg, ouro), Mayra Aguiar (78kg, bronze), Felipe Kitadai (60kg, bronze), Rafael Silva (+100kg, bronze)

Perfil dos medalhistas:

Sarah Gabrielle Cabral de Menezes
Nascimento: 26/3/90, Teresina, PI
Altura: 1,54m
Peso: 48kg
Principais títulos: Campeã Olímpica Londres 2012 # 3ª colocada no Mundial Sênior de Paris (2011) #  3ª colocada no Mundial Sênior de Tóquio (2010) # Bicampeã Mundial Sub 20 (2008/2009) # Vice-campeã do Grand Slam do Rio de Janeiro (2011) # 3ª colocada World Masters (2011/2012) # 3ª colocada nos Jogos Pan-Americano de Guadalajara (2011)

Categoria: Ligeiro (48kg)
Clube: Academia de Judô Expedito Falcão/PI
Kumikata: Destra
Principal Golpe: Ippon-seoi-nage e Kouchigari
Ranking Mundial: 3º (2º com descartes)
Participação Olímpica: 2008 (48kg, sem colocação), 2012 (48kg, ouro)

Mayra Aguiar da Silva
Nascimento: 3/8/91, em Porto Alegre, RS
Altura: 1,77m
Peso: 78kg
Principais títulos: Bronze Olímpico Londres 2012 # Vice-campeã no Mundial Sênior de Tóquio (10) # 3ª colocada no Mundial Sênior de Paris (11) # Campeã no Mundial Sub 20 de Agadir (10) # Campeã do Grand Slam do Rio de Janeiro (11) # Campeã do Grand Slam de Paris (2012) # Campeã do World Masters (2012) # Prata nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro (2007)

Categoria: Meio-pesado (78kg)
Clube: Sogipa/RS
Kumikata: Canhota
Principal Golpe: Uchimata e Osotogari
Ranking Mundial: 1º

Participação Olímpica: 2008 (70kg, sem colocação), 2012 (78kg, bronze)

Felipe Eidji Kitadai
Nascimento:  28/7/89, em São Paulo, SP
Altura: 1,64m
Peso: 60kg
Principais títulos: Bronze Olímpico Londres 2012 # Campeão dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara (2011) # Vice-campeão no Mundial por Equipes de Paris (2011) # Campeão da Copa do Mundo de Roma (2010) # Ouro nos Jogos da Lusofonia (2009)

Categoria: Ligeiro (60kg)
Clube: Sogipa/RS
Kumikata: Destro
Principal Golpe: Ouchigari e Taeotoshi
Ranking Mundial: 14º (11º com descartes)

Participação Olímpica: Londres 2012 (60kg, bronze)

Rafael Carlos da Silva
Nascimento: 11/5/87, em Campo Grande, MS
Altura: 2,03m
Peso: 150kg
Principais títulos: Bronze Olímpico Londres 2012 # Vice-campeão no Mundial por Equipes de Paris (2011) # Vice-campeão no Mundial por Equipes de Antalya (2010) # Vice-campeão dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara (2011) # Campeão do World Masters (2012) # Vice-campeão do Grand Slam de Paris (2012) # Campeão da Copa do Mundo de Budapeste (2011)

Categoria: Pesado (+100kg)
Clube: Pinheiros/SP
Kumikata: Destro
Principal Golpe: Uchimata
Ranking Mundial: 3o

Participação Olímpica: Londres 2012 (+100kg, bronze)

Manoela Penna, de Londres - CBJ


sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Rafael Silva, 168kg, quer mais gordinhos no esporte após pódio inédito


Das 19 medalhas que fazem do judô o esporte que mais levou o Brasil ao pódio em Olimpíadas, apenas a última foi conquistada por um peso-pesado, e Rafael Silva quer fazer do bronze inédito obtido desta sexta-feira uma forma de motivar mais pessoas acima do peso a praticar o esporte.

O judoca de 168kg, apelidado de Baby --o filhote da Família Dinossauros da TV--, superou as expectativas anteriores aos Jogos Olímpicos ao conquistar a quarta medalha do judô brasileiro em Londres, alcançando no último dia de disputa a meta do judô do Brasil na Olimpíada depois que favoritos ao pódio ficaram pelo caminho.

"É a primeira medalha no pesado do Brasil, ainda bem que eu estou conseguindo fazer história", disse o judoca, que venceu na disputa do bronze o sul-coreano Sung-Min Kim por um yuko, no golden score, após o adversário receber a segunda punição da arbitragem por falta de combatividade.

"O Brasil tem uma carência grande nos pesados, poucos pesados treinando. Espero que com essa medalha eu consiga recrutar mais pesados para treinar", acrescentou o brasileiro, cuja voz tranquila e fala mansa se opõem ao tamanho.

Baby muitas vezes é obrigado a treinar fora do país diante da falta de judocas da mesma categoria no Brasil para acompanhá-lo. Ele foi convocado para a seleção brasileira justamente através de um programa da Confederação Brasileira de Judô (CBJ) em busca de talentos em duas categorias que o Brasil nunca tinha subido ao pódio, os pesados e os ligeiros.

Justamente nelas o Brasil conseguiu medalhas em Londres, com Felipe Kitadai na categoria até 60kg juntando-se ao peso-pesado nos pódios inéditos. Sarah Menezes ainda conquistou um ouro e Mayra Aguiar um bronze, na melhor participação da história do judô brasileiro em Jogos Olímpicos.

Com a próxima Olimpíada realizada em casa, a expectativa dos judocas brasileiros é ir ainda melhor nos Jogos Rio-2016.

"Acho que vem muita coisa boa por aí, 2016 esta aí para provar. O Brasil tinha potencial de conseguir mais medalhas, já fez uma campanha histórica, e acho que 2016 vai ser muito melhor", disse Rafael Silva.

No último ano, sob supervisão da seleção brasileira de judô, Baby passou de 155kg para 168kg e reduziu o percentual de gordura de 18 para 14 por cento, de forma a ganhar mais massa muscular numa categoria que tem peso livre acima dos 100kg.

O brasileiro foi muito exigido fisicamente nos combates desta sexta-feira, com quatro lutas sendo decididas no golden score após terminarem empatadas. Nas quartas de final ele foi derrotado pelo russo Alexander Mikhaylin, na decisão dos árbitros, mas recuperou-se no combate seguinte da repescagem, contra o húngaro Barna Bor, e finalmente chegou ao pódio ao derrotar o sul-coreano.

"Foram quatro golden score e eu estou morto. Amanhã acho que vou acordar cheio de dor no corpo", disse o brasileiro, que também venceu na prorrogação do judô o lituano Marius Paskevicius, nas oitavas de final. Só a primeira luta, com o islandês Thormodur Jonsson, foi decidida no tempo normal, com um ippon.

"Eu me esfolei, mas ainda bem que deu tudo certo. A luta final é tudo ou nada, se você perder fica em 5o, e ainda bem que eu consegui a medalha", afirmou o judoca, que começou tarde no esporte, com 15 anos, e 10 anos depois já conquistou uma medalha olímpica.

Por: Pedro Fonseca - Terra Esportes
Foto: Kim Kyung-Hoon/Reuters

Por "Su Su", técnica do judô abandona postura contida


Rosicleia Campos, a técnica da seleção feminina de judô do Brasil, se segurou até o último dia da disputa da modalidade nos Jogos de Londres, nesta sexta-feira. Ela só não se aguentou quando "Su Su" teve a chance de conquistar a medalha de bronze na categoria pesado.

Ao longo dos Jogos, Rosicleia estava cumprindo quase à risca a nova regra que só autoriza os treinadores a falarem com os atletas quando o combate está paralisado. Era uma mudança de estilo em relação ao perfil escandaloso da treinadora em outras competições, a destacar o Pan-2007 no Rio e a Olimpíada de Pequim-2008.

Enquanto as judocas brasileiras estavam em combate na capital britânica, a técnica se preocupava mais em passar instruções técnicas e táticas do que em tentar motivar as atletas. Foi com ela à beira do tatame que Sarah Menezes se tornou a primeira brasileira campeã olímpica de judô e que Mayra Aguiar conquistou a medalha de bronze.

Tudo mudou quando Maria Suelen Altheman, chamada pela treinadora de "Su Su", disputou a medalha de bronze contra a chinesa Wen Tong, que acabou vencendo o combate e deixando a brasileira em 5o lugar na categoria acima de 78kg.

"Vai Su Su, essa é a luta da sua vida", "Você precisa querer mais que ela", "Sacode ela, Su Su", "Puxa ela, você está muito devagar", foram alguns dos gritos de incentivo de Rosicleia, inclusive em alguns momentos que o combate não estava parado.

"É por causa do meu relacionamento com ela, a Suelen responde bem assim", disse Rosi, como é chamada a ex-judoca olímpica, à Reuters após a luta. "Ela foi bem, faltou pouco", acrescentou a treinadora, que além dos gritos costuma lutar junto com as atletas fazendo os movimentos do lado de fora.

A nova regra da Federação Internacional de Judô para os técnicos determina que se o treinador for advertido duas vezes por falar com o atleta fora do momento permitido, ele é expulso. A brasileira não foi advertida nenhuma vez.


Por Pedro Fonseca - Terra Esportes

Rafael Silva conquista o bronze, e Brasil bate recorde de medalhas no judô


Rafael Silva assegurou uma medalha histórica para o judô brasileiro em Londres. Ao derrotar o sul-coreano Kim Sung-Min na disputa pelo bronze da categoria acima de 100 kg, ele conquistou o quarto pódio da seleção no tatame, um recorde para o Brasil em Olimpíadas.

Com o bronze de Rafael, o judô do Brasil encerra sua participação com quatro medalhas. Silva agora se junta a Sarah Menezes (ouro), Mayra Aguiar (bronze) e Felipe Kitadai (bronze), outros medalhistas do esporte nesta Olimpíada.

É a melhor campanha do judô brasileiro na história em Olimpíadas, superando de vez as três medalhas conquistadas nos Jogos de Los Angeles em 1984. A marca de quatro pódios também era a meta traçada pela Confederação Brasileira de Judô (CBJ) para Londres.

Rafael ainda atingiu outro feito histórico: conquistou a primeira medalha do Brasil entre os pesos pesados do judô em Olimpíadas. 

Terceiro do ranking, Rafael já tinha enfrentado o sul-coreano quarto do mundo outras três vezes, com duas vitórias, incluindo a última no Grand Slam de Paris em fevereiro deste ano. Em Londres, a luta começou truncada, com o brasileiro se defendendo bem das entradas rápidas do adversário.

Depois de cinco minutos sem pontuação, os dois foram para o golden score com uma punição cada. O sul-coreano acumulou uma segunda advertência e, com um yuko, Rafael assegurou a medalha.

“Estou muito feliz, é muito gratificante representar bem o Brasil, ali na disputa do bronze é tudo ou nada, mas o Brasil inteiro estava torcendo para mim e eu fiquei muito feliz”, comentou Rafael ao canal Sportv depois da conquista. 

Além do judô, somente a natação deu uma medalha ao Brasil até agora, com a prata de Thiago Pereira nos 400 m medley.

Rafael Silva, também conhecido como “Baby”, venceu suas duas primeiras lutas, contra islandês Thormoduz Jonsson e o lituano Marius Paskevicius.

Depois, perdeu combate muito equilibrado para o russo Alexander Mikhaylin, ex-campeão mundial. O duelo, que valia vaga para as semifinais, foi para a decisão dos juízes depois de empates no tempo normal e no golden score.

Depois, na repescagem, Silva novamente foi para a decisão nas mãos dos juízes e venceu o húngaro Barna Bor.

O campeão da categoria foi o francês Teddy Rinner, que já venceu o título mundial seis vezes e entrou como grande favorito na disputa. Na final, ele derrotou o algoz de Rafael, o russo Alexander Mikhaylin, por um wazari.

Por: José Ricardo Leite - UOL Esporte

Maria Suelen chora e diz que falha custou sua medalha de bronze no judô


A judoca brasileira Maria Suellen Altheman chorou pouco após perder a disputa da medalha de bronze do judô nos Jogos Olímpicos de Londres e disse que cometeu uma falha que rendeu a derrota.

Ela perdeu  para a chinesa heptacampeã mundial Wen Tong no duelo decisivo. A atleta asiática conseguiu um ippon restando 44 segundos para o fim.

“Foi uma falha, fiquei muito chateada. Ela era a favorita, e eu não era a favorita e acabei disputando medalha. Apesar disso a gente sempre espera medalha. Acho que fiz uma boa campanha, treinei muito para estar aqui. Eu sabia que ia chegar e não ia ser fácil”, falou, chorando.

Tong estava invicta desde 2009, mas acabou sendo derrotada na semifinal da categoria acima de 100 kg, diante da cubana Idalys Ortiz. A brasileira já havia enfrentado a chinesa em janeiro deste ano no Masters de Almaty, e foi derrotada.

Mais calma no final das entrevistas, Maria Suelen já fez planos para os Jogos de 2016 “Agora vou treinar para o Rio, quem sabe lá não vem uma medalha mais gostosa por ser em casa”, finalizou.


Por: José Ricardo Leite - UOL Esportes
Foto: Flavio Florido

Pivôs de polêmica no judô terminam lado a lado com bronze no pódio


Um incidente nas quartas de final do torneio peso-meio-leve (até 66kg) masculino roubou a cena no segundo dia do judô nas Olimpíadas de Londres 2012. A luta entre o japonês Masashi Ebiuma e o sul-coreano Jun-Ho Cho terminou na decisão dos árbitros, que apontaram vitória de Cho, mas o resultado foi revogado e invertido após reunião com a comissão de revisão em vídeo. Ironicamente, Ebinuma, derrotado em seguida na semifinal, terminaria lado a lado no pódio com Cho, que venceu sua chave na repescagem e conquistou a medalha de bronze.

O combate entre Ebinuma e Cho foi equilibradíssimo, e nenhum dos dois pontuou no tempo regulamentar. No golden score (três minutos de morte súbita), o japonês chegou a ter um yuko apontado a seu favor, mas após revisão em vídeo, recurso utilizado pela primeira vez em Olimpíadas neste ano, a pontuação foi revogada. Com o empate em 0 a 0, a decisão recaiu para os árbitros, que levantam bandeiras nas cores do quimono do judoca que consideram vencedor. O trio, cujo árbitro central era o brasileiro Edson Minakawa, levantou unanimemente bandeiras azuis, a favor de Cho.

A decisão foi amplamente vaiada pelo público no Complexo Excel e, imediatamente, o trio foi chamado pela comissão de revisão da Federação Internacional de Judô (FIJ). O diretor de árbitros Juan Carlos Barcos, após consultar-se com o presidente da FIJ, Marius Vizer, recomendou a mudança de resultado. O trio retornou aos seus lugares, Minakawa revogou a decisão anterior e solicitou nova bandeirada. Desta vez, a decisão foi unânime em favor de Ebinuma e recebeu ainda mais vaias do público presente. Ao deixar o tatame, Cho recebeu uma ovação de pé da torcida.

- Queremos garantir que o lutador certo venceu. A luta foi muito parelha - disse Nicolas Messner, porta-voz da FIJ, à agência de notícias Reuters. Segundo ele, foi a primeira vez que uma decisão dos árbitros foi revogada pela comissão de arbitragem.

Ebinuma, todavia, acabou surpreendido por Lasha Shavdatuashvili na semifinal. Vigésimo-primeiro do ranking mundial, o jovem de 20 anos, da Geórgia, conseguiu um ippon e eliminou o japonês, grande favorito. Shavdatuashvili terminaria com a medalha de ouro ao derrotar o húngaro Miklos Ungvari na grande final. Ebinuma, por sua vez, superou o polonês Pawel Zagrodnik, algoz do brasileiro Leandro Cunha, na decisão da medalha de bronze.

Jun-Ho Cho se recuperou da decepção com o resultado e foi à repescagem, onde derrotou o britânico Colin Oates. Na luta pelo bronze, foi novamente ao golden score contra o espanhol Sugoi Uriarte. De quimono branco, o sul-coreano teve bandeirada unânime ao seu favor e, desta vez, a decisão não foi revogada.

No torneio feminino do peso-meio-leve (até 52kg), a cubana Yanet Bermoy Acosta, uma das favoritas ao ouro, deixou o título escapar ao ser derrotada pela norte-coreana An Kum Ae no golden score, com um yuko.

Foto: Reuters


quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Algoz de Mayra superou abuso sexual para dar aos EUA seu 1º ouro no judô


Responsável por tirar a brasileira Mayra Aguiar da final olímpica, a norte-americana Kayla Harrison entrou para a história ao ganhar a primeira medalha dos Estados Unidos no judô em Olimpíadas. A conquista marca a superação da judoca de 22 anos, que continuou no esporte mesmo depois de sofrer abuso sexual de seu treinador na adolescência.

Kayla começou no esporte aos seis anos, incentivada pela mãe, que é faixa-preta. Logo ela foi treinar com Daniel Doyle, que era amigo da família e homem de confiança de seus pais. Atualmente, ele cumpre pena de dez anos de prisão.

Doyle começou a abusar Kayla quando ela tinha 11 anos. Ela ficou até os 15 sofrendo em silêncio, até que contou para um amigo seu, que contou para sua mãe, que contou para a polícia. Durante o período em que foi violentada, a campeã olímpica chegou a pensar em suicídio.

Mas ela conseguiu se livrar desse peso e, nos anos seguintes, conquistou os títulos do Mundial e do Pan-Americano. Em Londres, a consagração veio depois de derrotar a favorita Mayra Aguiar na semifinal, e bater a anfitriã britânica Gemma Gibbons na decisão.

"Esse ouro é muito importante porque a coloca em outro nível. Ela estava em uma idade em que podia voltar e fazer tudo de novo. Todo mundo sabe o que ela passou, e ela é um grande modelo para mulheres de todo o mundo. As pessoas vão olhar para ela, ver sua história e vão dar muita força", comemorou o técnico de Kayla, Edward Liddie.

"Ela é uma profissional. Ela sabia da pressão que tinha nos ombros, de ser a primeira medalha de ouro. E fez o que precisava fazer. Ela é uma garota muito forte", completou o treinador, que ainda fez questão de elogiar a brasileira Mayra Aguiar, que ficou com o bronze: "Temos um profundo respeito por ela. Nós somos amigos, é uma rivalidade sadia, foi uma luta dura, como sempre é. Foi a luta mais dura do dia"

Campeã olímpica rejeita MMA

Kayla já foi colega de treino de Ronda Rousey, ex-judoca medalhista olímpica que atualmente é campeã de MMA no Strikeforce. Mas a campeã não pensa em seguir os passos dela: “Não sei, não penso nisso ainda. Eu gosto muito do meu rosto para tomar porrada nele".

Um dos treinadores de Kayla, Jimmy Pedro, disse não concordar com essa possível mudança e disparou: "Ela é campeã olímpica, é muita classe para o MMA”. 

Por: Gustavo Franceschini - UOL Esporte
Foto: Franck Fife - AFP

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