sexta-feira, 30 de julho de 2021

FIJ: Rosi e Brasil


De atleta a Treinadora Olímpica e Coordenadora Técnica da CBJ, não importa a função, Rosi Campos está sempre visível, atuando pró-ativamente como a cola da seleção brasileira, garantindo a inclusão e liderando a torcida. A posição dela é de grande responsabilidade e o período que antecedeu os Jogos Olímpicos está longe de ser tranquilo.

“Tem sido muito difícil, não só para o Brasil, mas para todos. Para nós, vivemos muito longe da Europa e depois da pandemia quando o IJF World Tour começou novamente, a Europa era muito cara para nós, então tínhamos dois problemas: a situação global e também as implicações financeiras. Tudo o que pagamos é cerca de 7 vezes mais do que o normal, quando levamos em consideração os protocolos de saúde e as taxas de câmbio e muito mais. Tínhamos que ter um plano muito robusto e uma forma realista de nos prepararmos, especialmente com parte da equipe ainda precisando de pontos de qualificação. 

Em Tbilisi, um membro da equipe estava com o Covid, então tivemos que nos isolar na Turquia e não pudemos participar do grand slam. Tínhamos feito duas bolhas, para homens e para mulheres, mas as bolhas se romperam com o transporte, pegando aviões, sem escolha a não ser serem misturadas, então foi muito ruim. Os atletas estavam muito cansados ​​de ficarem isolados e não poderem sair. Tínhamos que pagar por tudo isso na Turquia. Depois tivemos que ir direto para Guadelajara para o Campeonato Pan-Americano.

No ano passado tivemos sorte com o apoio de Portugal e lá ficámos 2 meses e meio. Durante o campo de treinamento, Mayra ficou ferida e precisou de cirurgia. Sua primeira competição de volta foi o Campeonato Mundial e isso está muito perto para um atleta olímpico. "

Treino em Portugal

“Imediatamente antes do Mundial tivemos um acampamento brasileiro, em Pindamonhangaba em São Paulo. É realizado em um grande hotel com um dojo, ficando em uma bolha com exames regulares e protocolos claros. Todas as necessidades fisiológicas, de massagem e nutricionais são atendidas lá, além do treinamento físico. Foram 3 acampamentos lá como parte da preparação para o Mundial e as Olimpíadas.

Incluímos muitos juniores da seleção brasileira na preparação para os Jogos Olímpicos e funcionou de forma brilhante. Eles se tornaram muito próximos dos membros da equipe sênior, especialmente da equipe olímpica. Os juniores cresceram, técnica e taticamente. Precisávamos dos parceiros de treino e por isso ficou perfeito.

Todas as decisões são tomadas em conjunto com os atletas, não apenas a CBJ. Temos um grupo de WhatsApp que inclui todos os treinadores do clube e temos uma reunião online uma vez por semana. Discutimos o que os atletas estão fazendo quando voltam para casa dos campos de treinamento.

O Comitê Olímpico Brasileiro decidiu que era muito arriscado treinar todos juntos um pouco antes do Mundial e dos Jogos por causa da Covid, mas com uma boa comunicação ainda pudemos dar continuidade ao trabalho feito nos acampamentos, com os jogadores trabalhando duro em seus clubes.

Toda semana conversamos com a Federação, a equipe e os treinadores do clube. Cuidamos de cada detalhe para construir confiança e responsabilidade em todo o Brasil. Tenho muito orgulho de trabalhar nesta equipe. Acho que está tudo certo para os atletas conseguirem o que precisam. Temos agora a mesma provisão para homens e mulheres também, o que é muito melhor do que no passado. "

Treinamento em Paris - fevereiro de 2020: espírito de equipe

Daniel Cargnin lutou com grande coração e um forte grupo de apoio nas arquibancadas e ganhou uma inesperada medalha de bronze no dia 2 em Tóquio.

Sentindo cada vitória e cada derrota em Tóquio

Em seguida, Mayra Aguiar superou uma montanha de desafios para ganhar um extraordinário 3º bronze olímpico em tantos ciclos. Ambas as medalhas podem ser atribuídas, é claro, ao trabalho árduo dos atletas e de seus treinadores, mas também ao incrível espírito de toda a seleção brasileira. Às vezes, a palavra 'família' é usada em demasia, mas, neste caso, é exatamente a palavra certa.

Mayra Aguiar, emocionada após conquistar sua 3ª medalha olímpica.

Fotos: Gabriela Sabau e Emanuele Di Feliciantonio

TÓQUIO 2020 - Pesados brasileiros terminam em sétimo lugar nos Jogos Olímpicos


Tóquio, 30 de julho - Os pesos pesados brasileiros Rafael Silva “Baby” (+100kg) e Maria Suelen Altheman (+78kg) ficaram em sétimo lugar nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Depois de estrearem com vitórias nas oitavas-de-final, ambos caíram nas quartas. Baby parou no Georgiano Guram Tushishvili, nas punições, enquanto Suelen sentiu o joelho ao tentar defender um golpe da France Romane Dicko.  

Com muitas dores, a brasileira não conseguiu seguir na luta e foi removida de maca do tatame após receber atendimento do médico da seleção, Dr Guilherme Garofo. Ainda no ginásio, Suelen foi avaliada e encaminhada para a Policlínica da Vila Olímpica, onde os exames de imagem confirmaram uma lesão do ligamento patelar do joelho esquerdo. Com isso, a brasileira não poderá disputar a competição por equipes mistas, que acontecerá neste sábado, 31.  

“A lesão aconteceu antes da queda. Houve uma disputa de força entre as duas. Esse tipo de lesão acontece com o movimento excêntrico, onde o atleta faz a força para esticar a perna enquanto ele está sofrendo uma outra força, no caso, da adversária, de dobrar o joelho. Não é uma lesão tão comum no judô. E não é a mesma que ela já teve, que foi de ligamento cruzado e de colateral. Essa é uma lesão diferente.  Se for uma lesão cirúrgica é de quatro a seis meses de recuperação, muito parecido com lesão de ligamento cruzado. Ela estava, no momento, com bastante dor no joelho, incapaz de caminhar, então saiu na maca. A gente medicou, fez gelo, ela estava com controle bom de dor, se sentindo já mais confortável, conseguiu dobrar o joelho até 90 graus e foi para a policlínica realizar os exames de imagens”, explicou o Dr. Garofo.  

Sem condições de luta, Suelen não se apresentou no tatame para a repescagem e, com isso, finalizou sua terceira participação olímpica em sétimo lugar 

Rafael Silva para em Riner e foca em disputa por equipes, neste sábado

Na chave masculina, Rafael Silva estreou com vitória por ippon sobre Ushangi Kokauri, do Azerbaijão, e pegou Guram Tushishvili, da Geórgia, nas quartas. Em luta amarrada, o adversário conseguiu impor mais ataques e, mesmo que sem efetividade, forçou três punições ao brasileiro.  

"Competição difícil. Eu sabia pelo quadrante que eu teria dificuldade com o georgiano, um histórico complicado contra ele. Senti bastante a questão de volume de pegada, ele se desvencilhando o tempo todo e eu não tive a oportunidade de botar muitos golpes”, detalhou Baby. 

Para buscar sua terceira medalha olímpica, Rafael Silva precisaria passar pelo bicampeão olímpico Teddy Riner, da França, na repescagem. A lenda do judô, decacampeão mundial, foi derrotado nas quartas-de-final pelo russo Tamerlan Bashaev, por um waza-ari.  

Baby tentou impor sua estratégia na luta, mas Riner conseguiu projetar o brasileiro e finalizou o combate com uma chave de braço, avançando à disputa pelo bronze. Rafael encerrou, assim, sua terceira participação olímpica com um sétimo lugar. Ele já tinha dois bronzes dos Jogos de Londres 2012 e do Rio 2016.  

“A gente traçou com a Yuko (Fujii) e o Jun (Shinohara) de ir com a pegada cruzada. O Riner tem uma (pegada na) manga muito forte. Então, era evitar dele pegar na manga e, infelizmente, quando ele conseguiu pegar, fez o golpe, o mesmo que tinha usado em outras lutas, e era uma situação difícil de reverter”, lamentou o judoca brasileiro que ainda terá mais uma chance de medalha com a equipe, no sábado, 31. “Dei meu máximo durante todo esse ciclo olímpico, uma vida toda dedicada ao judô, uma carreira construída no esporte, feliz por estar aqui. Mas não tem muito tempo para ficar remoendo o individual. Preciso me recuperar para dar o meu melhor na competição por equipe amanhã.” 

As disputas por equipes, prova inédita em Jogos Olímpicos, serão no mesmo horário das individuais, às 23h e às 5h. O Brasil, como cabeça de chave, sai de bye na primeira rodada e aguarda o vencedor do duelo entre Uzbequistão e Holanda. A escalação da equipe para o primeiro confronto será anunciada meia hora antes dos combates. 

Nota oficial sobre Maria Suelen


A Missão Brasileira em Tóquio 2020 e a Confederação Brasileira de Judô informam que a judoca Maria Suelen Altheman sofreu lesão no ligamento patelar do joelho esquerdo e não disputará a prova por equipes mistas marcada para este sábado, dia 31. A atleta precisará passar por cirurgia no retorno ao Brasil.  

A contusão ocorreu no combate de quartas-de-final do peso pesado feminino contra a francesa Romane Dicko, realizada nesta sexta-feira, 30. Após ser avaliada pelo médico da equipe de judô, Guilherme Garofo, ainda no tatame, a atleta foi encaminhada para a realização de exames de imagem na Policlínica da Vila Olímpica, que confirmaram a lesão no ligamento patelar. Ela encerra sua terceira participação olímpica na sétima colocação.

Por: Assessoria de Imprensa da CBJ


Tóquio 2020 - Sone confirma e Krpalek surpreende a todos


Hoje, o torneio individual dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 terminou com os dois últimos campeões olímpicos recebendo suas medalhas de ouro: SONE Akira (JPN) e Lukas KRPALEK (CZE). Se para SONE era uma expectativa, ainda assim conquistou a 9ª medalha de ouro para o país-sede, o que é impressionante. Na categoria masculina, Lukas KRPALEK, já campeão olímpico, do Rio, escreveu uma bela página da história olímpica ao vencer pela segunda vez consecutiva, mas em uma categoria diferente.

Após sete dias de competição, conhecemos agora os 14 novos campeões olímpicos e a distribuição completa de medalhas. 25 países subiram ao pódio, enquanto 35 estiveram presentes no bloco final. Mais uma vez o judô mostrou sua universalidade.

Foi escrito, mas nada saiu como planejado; nada poderia e não deveria impedir Teddy Riner de conquistar seu terceiro título olímpico consecutivo, sua quarta medalha geral com o bronze em Pequim 2008. Nada! Exceto, no judô, mesmo quando tudo é escrito com antecedência, na verdade a tinta é tudo menos indelével, porque um minúsculo grão de areia pode parar a mais bela das mecânicas.

Teddy RINER é essa máquina e apareceu em Tóquio em forma como nunca antes. Afiado e motivado, ele estava prestes a escrever um novo capítulo em um livro já repleto de histórias extraordinárias. Qual o papel do estresse? O medo do grande dia? Teddy está acostumado a isso. Houve algum problema durante a preparação? Os ferimentos desempenharam algum papel? A pandemia o perturbou mais do que se poderia imaginar? Estas são perguntas que Tamerlan BASHAEV (ROC) não fez quando lançou seu ataque e em um flash mudou de direção para projetar o francês.


Cada Olimpíada tem sua cota de surpresas, de atletas que não eram esperados em tão alto nível e outros que não estão no nível que se imaginava. Há um terceiro grupo sendo composto de favoritos que entregam, como Clarisse fez ou Shohei Ono. A derrota de Teddy Riner definitivamente entra no catálogo de grandes surpresas olímpicas, mas, na verdade, o autor disso, o representante da ROC não! Ele era o número um do mundo ao chegar em Tóquio. Na ausência do campeão mundial dez vezes nos últimos meses, pode-se dizer que o selo número um de Tamerlan foi superestimado, mas pelo menos agora Tamerlan BASHAEV estabeleceu o recorde.

Aconteça o que acontecer, Teddy Riner continua sendo um campeão excepcional, um judoca extraordinário que esperamos ver de novo rapidamente no tatame, para conquistar este elusivo terceiro título olímpico, talvez em Paris. Isso sem dúvida tornaria a história ainda mais extraordinária.

O último dia de competição será dedicado pela primeira vez na história ao evento de equipes mistas: três homens e três mulheres em cada equipe. O Japão conseguirá conquistar a medalha de ouro do primeiro time? Quem entre as outras nações será capaz de conter seu domínio impressionante? Saberemos mais sobre isso em 31 de julho.

+ 78kg: SONE Conclui Final da
 Colheita Japonesa
 ORTIZ, Idalys (CUB) vs SONE, Akira (JPN)

Foi uma final longa, com dois atletas que se mostraram impossíveis de lançar o dia todo. De um lado tivemos a incrível experiência de Idalys ORTIZ (CUB) com quatro seleções olímpicas e quatro medalhas, incluindo as últimas três finais e do outro lado tivemos os jovens de SONE Akira. Como ninguém sabia como jogar, a decisão foi tomada nos pênaltis e SONE Akira conquistou a 9ª medalha de ouro para o Japão; uma colheita impressionante para o país anfitrião.


Sone Akira disse: " Sou pequeno para a categoria, então pensei em tentar suportá-la no kumite. Foi difícil, mas consegui e estou muito longe de provar que é possível vencer com um corpo pequeno. "

Idalys ORTIZ disse: " Cuba veio aqui em busca de uma medalha. Feito! É o quarto para mim e estou especialmente feliz porque muitas pessoas pensaram que eu estava acabado. Esta medalha é a minha resposta. Trabalho muito, tenho experiência e foi fora de cogitação voltar para casa sem medalha. Dedico esta medalha ao meu pai, que faleceu há 9 meses. "


Concursos para medalha de bronze
 XU, Shiyan (CHN) vs KINDZERSKA, Iryna (AZE) SAYIT, Kayra (TUR) vs DICKO, Romane (FRA)

Podemos dizer que Iryna KINDZERSKA (AZE) fez o que era preciso para subir ao pódio. Sem dar chance para seu oponente chinês, ela construiu seus ataques perfeitamente para marcar dois waza-ari. Ela queria aquela medalha e ela conseguiu. Bravo, muito bem!

A segunda disputa pela medalha de bronze foi facilmente vencida por Romane DICKO, que não escondeu que ficou decepcionada por não estar na final, mas esta medalha de bronze é um resultado fantástico para a jovem judoca francesa, de apenas 21 anos. Ela está apenas no início de sua carreira. O próprio Teddy Riner começou seu reinado com a medalha de bronze olímpica em Pequim em 2008. Vamos esperar para ver o que vem a seguir para um dos atletas mais talentosos do circuito.


Romane DICKO disse: " Não sei o que aconteceu na semifinal. Estava esperando sua mudança, mas ela ainda o fez. Chorei muito, mas decidi lutar pelos meus companheiros de equipe porque uma medalha olímpica de bronze é importante. Tenho 3 anos para me vingar e o tempo passa rápido. "

Iryna KINDZERSKA disse: " É a melhor medalha da minha carreira. Perdi o concurso de medalha de bronze em Londres e me machuquei. Agora eu tenho! Vou dormir muito bem esta noite e depois vou sorrir por um ano. "


Semifinais
 ORTIZ, Idalys (CUB) vs DICKO, Romane (FRA) KINDZERSKA, Iryna (AZE) vs SONE, Akira (JPN)

Idalys ORTIZ é um desses atletas, já com um currículo incrível, que estará sempre presente quando for necessário. Campeã olímpica em 2012 em Londres, medalhista de prata quatro anos depois no Rio, também campeã mundial, voltou a chegar às semifinais em Tóquio. Essa longevidade, embora permaneça no mais alto nível, não é apenas excepcional, é inspiradora para gerações de atletas. Sempre temos muito prazer em ver o cubano no circuito. Os anos que passam não parecem ter efeito sobre ela; Idalys ainda tem essa habilidade incrível de entrar em forma na hora certa. Foi o que fez na sessão da manhã, vencendo todos os adversários para enfrentar na semifinal aquela de que todos falam há meses, a francesa Romane DICKO.

Esta também não decepcionou e todos que previam que ela seria a sucessora da campeã olímpica Rio 2016 Emilie Andeol balançaram a cabeça, ansiosos para ver se a ORTIZ voltaria a ser derrotada pelo contingente francês. Há meses Romane acende o estopim, encadeando vitórias com maestria, para se tornar um dos favoritos ao título olímpico. A atuação da ORTIZ na semifinal foi um modelo de técnica e tática. Ela controlou totalmente o braço direito de seu jovem oponente, que era incapaz de quebrar a distância. Então, pela primeira vez o cubano deixou DICKO levar seu kumi-kata forte, mas foi para contra-atacar melhor e então ORTIZ marcou com uma demonstração de ura-nage, justamente quando foi necessário e neutralizou DICKO pelo resto da partida. O judoca francês foi incapaz de responder e não conseguiu '

A segunda semifinal colocou a finalista do World Judo Masters em Doha em janeiro passado, Iryna KINDZERSKA (AZE), contra o jovem judô prodígio japonês SONE Akira (JPN), que foi, há quase dois anos, o primeiro atleta nomeado para o Equipe olímpica japonesa, depois de vencer o Campeonato Mundial de 2019 diante de sua torcida. Com um waza-ari e uma imobilização, SONE comprou seu ingresso para a primeira final olímpica de sua carreira.


Repescagens
 XU, Shiyan (CHN) vs ALTHEMAN, Maria Suelen (BRA) HAN, Mijin (KOR) vs SAYIT, Kayra (TUR)

A atleta chinesa XU Shiyan e Maria Suelen ALTHEMAN (BRA) deveriam se encontrar na repescagem, mas devido a uma lesão o brasileiro não pôde competir e, portanto, XU foi direto para a disputa pela medalha de bronze.

A segunda partida de repescagem viu HAN Mijin (KOR) e SAYIT Kayra (TUR) competirem para ter a chance de ganhar a medalha de bronze mais tarde. SAYIT não demorou muito para jogar seu oponente por waza-ari e, em seguida, amaldiçoá-la por ippon.


Resultados finais
 1 SONE Akira (JPN) 2 ORTIZ Idalys (CUB) 3 KINDZERSKA Iryna (AZE) 3 DICKO Romane (FRA) 5 XU Shiyan (CHN) 5 SAYIT Kayra (TUR) 7 ALTHEMAN Maria Suelen (BRA) 7 HAN Mijin (KOR )

+ 100kg: KRPALEK Dupla em Tóquio na Final da
 Categoria Mais
 Pesada TUSHISHVILI, Guram (GEO) vs KRPALEK, Lukas (CZE)

Definitivamente, esse cenário não foi escrito com antecedência; aquele em que TUSHISHVILI parece assumir a liderança e KRPALEK é penalizado duas vezes. Mais um shido e a vitória seria para a Geórgia, mas é quando o esporte e o judô são incríveis. Em alguns segundos, KRPALEK acertou um waza-ari, que ele imediatamente seguiu no chão para derrubar seu oponente para ippon. Há cinco anos Lukas KRPALEK conquistou o título olímpico no Rio na categoria até 100kg. Hoje ele está novamente no topo do pódio, mas na divisão de pesos pesados. É sempre difícil ganhar uma medalha, mas ganhar duas medalhas de ouro em duas categorias diferentes é quase inacreditável, quase impossível. Hoje, Lukas KRPALEK tornou isso possível.



Lukas KRPALEK disse: " A parte mais difícil de hoje foi derrotar Harasawa. Ele me conhece bem e, como todos viram, a seleção japonesa se preparou muito bem para os Jogos. Fiquei muito aliviado por chegar à final. Tushushvili me derrotou duas vezes antes, tinha um plano e também era difícil, mas no final venci. Vou tentar fazer força para estar em Paris, mas agora só quero descansar. "


Concursos para medalha de bronze
 RINER, Teddy (FRA) vs HARASAWA, Hisayoshi (JPN) KHAMMO, Yakiv (UKR) vs BASHAEV, Tamerlan (ROC)

A primeira medalha de bronze foi conquistada, no final, por Teddy Riner. Não é a cor que ele escolheu, mas ganhar a quarta medalha em uma quarta Olimpíada é realmente impressionante. Durante a partida, HARASAWA parecia totalmente incapaz de impedir RINER de avançar e foi penalizado três vezes. A partir de agora, se Teddy Riner quiser bater o recorde de Nomura, terá que estar presente em Paris daqui a três anos.

A segunda medalha de bronze entre Yakiv KHAMMO (UKR) e Tamerlan BASHAEV (ROC), fechando um belo dia para o número um do mundo, apesar da derrota na semifinal.

Teddy RINER disse: " É a medalha da coragem. Voltei de muito longe e não foi fácil. Meu treinador me motivou depois das quartas-de-final. Ele disse: divirta-se e pegue o bronze. Ok, não é o ouro, mas ainda uma medalha olímpica. No final, estou um pouco frustrado, mas ainda feliz. Esses 5 anos foram tão difíceis, então não vou reclamar. "

Tamerlan BASHAEV disse, " Antes de enfrentar Teddy eu pensei 'ele é apenas um homem feito de ossos e carne.' O plano era ir para o placar de ouro e esperar que ele se cansasse. Aí seu kumi -kata ficaria menos forte e eu poderia encontrar uma oportunidade. Foi exatamente o que aconteceu. Aí eu perdi, o que foi frustrante, mas disse a mim mesmo que vou conseguir, por suposto, a medalha de bronze. "


Semifinais
 BASHAEV, Tamerlan (ROC) vs TUSHISHVILI, Guram (GEO) HARASAWA, Hisayoshi (JPN) vs KRPALEK, Lukas (CZE)

Digamos imediatamente que as semifinais não foram o que o público esperava. No mínimo, faltava um grande nome, o de Teddy RINER (FRA), que havia anunciado que estava em Tóquio para uma coisa, conquistar seu terceiro título olímpico e, portanto, alcançar e ultrapassar, pela inclusão de seu extenso catálogo de títulos mundiais, o grande Nomura, que finalmente poderá descansar, pelo menos por mais alguns anos, com seu histórico intocado.

No entanto, as coisas começaram bem para o gigante francês, que por sua vez eliminou o austríaco Stephan HEGYI e depois o israelense Ou SASSON, que apareceu em grande forma, mesmo que os especialistas possam ter visto algumas pequenas hesitações e desequilíbrios surgindo em seus movimentos , o que seria prejudicial mais tarde.

Na próxima rodada, a RINER se opôs ao representante da ROC, Tamerlan BASHAEV. O francês rapidamente mediu o adversário, bem menor que ele, e impôs sua guarda forte, levando BASHAEV a ser penalizado duas vezes, enquanto ele próprio foi penalizado apenas uma vez. Tudo, portanto, parecia bem encaminhado para RINER voltar à semifinal, mas seu treinador gritou com ele da beira do tatame, para ditar o ritmo para que o terceiro pênalti caísse rapidamente, o que o francês não parecia estar totalmente ciente de.


Quando o período de pontuação de ouro começou, houve um ataque de ombro de BASHAEV, seguido por uma mudança imediata de direção e Riner se viu jogado de costas, por um waza-ari que imediatamente encerrou seu sonho de terceiro título, pelo menos aqui em Tóquio. Chegará a hora de analisar essa derrota, mas por enquanto o que nos interessa são as semifinais, sabendo que após duas Olimpíadas de domínio total de Riner, teríamos um novo campeão olímpico esta noite.

Tendo ultrapassado Riner, foi assim Tamerlan BASHAEV (ROC) que enfrentou o campeão mundial de 2018 Guram TUSHISHVILI (GEO), por uma vaga na final da primeira metade do sorteio. BASHAEV começou a semifinal deixando TUSHISHVILI controlá-lo totalmente. Do público ouvimos 'shido white' para o atleta da ROC, mas de repente, com um dos ataques do georgiano, BASHAEV contra-atacou para assumir a liderança. A um minuto do fim, TUSHISHVILI começou a realmente empurrar e marcar um primeiro waza-ari com um koshi-waza, antes de concluir em grande estilo com um poderoso contra-ataque. Isso é o que chamamos de judô e uma vaga na final do TUSHISHVILI.

No final do sorteio, HARASAWA Hisayoshi (JPN) teve dificuldade em se livrar de Yakiv KHAMMO (UKR) para enfrentar o campeão olímpico carioca de -100kg, Lukas KRPALEK (CZE). Para ambos os homens as apostas eram altas, já que a ausência de Riner abriu novas possibilidades: para HARASAWA e Japão conquistarem o título dos pesos pesados ​​que os iludiu por tantos anos e para os tchecos a possibilidade de criar um novo conto de fadas vencendo em dois. categorias diferentes. Eventualmente, foi KRPALEK que caiu no tatame de exaustão e felicidade após um período de pontuação de ouro de quatro minutos, que ele venceu contra HARASAWA, que então competiu pela medalha de bronze.


Repescagens
 riner, peluche (FRA) vs SILVA, Rafael (BRA) KHAMMO, Yakiv (UKR) vs OLTIBOEV, Bekmurod (UZB)

A primeira competição de recarga foi uma revanche de várias finais ou semifinais de grandes eventos entre Teddy RINER e Rafael SILVA. RINER não deixou chance para SILVA, aplicando uma técnica de sumi-gaeshi depois de pouco tempo, marcando waza-ari, que ele seguiu com um juji-gatame para ippon. Esses dois homens se conhecem e se respeitam. Estava acabado para Silva, mas para RINER havia um bronze.

A segunda competição de recarga entre Yakiv KHAMMO (UKR) e Bekmurod OLTIBOEV (UZB) foi mais original. A vitória foi para Yakiv KHAMMO com um impressionante eri-seoi-nage que impulsionou OLTIBOEV para o teto do Nippon Budokan. Foi executado com perfeição, faltando apenas uma aterrissagem limpa nas costas. A jogada foi então premiada com waza-ari, que KHAMMO manteve até o final, para pagar sua entrada no concurso de medalha de bronze.


Resultados finais
 1 KRPALEK Lukas (CZE) 2 TUSHISHVILI Guram (GEO) 3 RINER Teddy (FRA) 3 BASHAEV Tamerlan (ROC) 5 HARASAWA Hisayoshi (JPN) 5 KHAMMO Yakiv (UKR) 7 SILVA Rafael (BRA) 7 OLTIBOEV Bekmurod

Por: Nicolas Messner, Jo Crowley, Pedro Lasuen e Grace Goulding - Federação Internacional de Judô
Fotos: Gabriela Sabau e Emanuele Di Feliciantonio


quinta-feira, 29 de julho de 2021

TÓQUIO 2020 - HISTÓRICO! Mayra Aguiar vence sul-coreana e conquista sua terceira medalha de bronze em Jogos Olímpicos


Tóquio, 29 de julho - Mayra Aguiar (78kg) chegou, pela terceira vez consecutiva, ao pódio olímpico e de forma emocionante, na madrugada desta quinta-feira, 29. Depois de vencer a primeira luta e cair nas quartas-de-final, a brasileira buscou uma recuperação na repescagem, vencendo Aleksandra Babintseva (RUS) e, em seguida, imobilizou Yoon Hyunji, da Coreia do Sul, por 20 segundos para assegurar sua terceira medalha de bronze olímpica. O feito é inédito entre as atletas mulheres de esportes individuais do Brasil. 

A medalha vem dez meses após Mayra sofrer uma grave lesão no joelho esquerdo que a fez passar por uma cirurgia e a afastou dos tatames até junho, quando lutou o Mundial, em Budapeste. As incertezas e as dificuldades superadas pela lesão e pela pandemia trouxeram um peso maior à essa conquista para a atleta.  

“Nunca chorei tanto. Estava chorando igual criança ali. É que está muito entalado. Tudo o que eu vivi, foi muito tempo de superação, uma atrás da outra. E, hoje, poder concretizar com uma medalha é muito importante para mim. É a maior conquista que eu já tive em toda a minha carreira. Por tudo o que aconteceu, tudo o que vivi, poder estar com isso concretizado é muito gostoso, está sendo muito bom”, celebrou a atleta.

O caminho da medalha 

Nas preliminares, Mayra venceu Inbar Lanir, de Israel, com um belo ippon e avançou às quartas-de-final, onde encarou a atual campeã mundial, Anna-Maria Wagner, da Alemanha. Em luta muito equilibrada, a brasileira acabou levando duas punições e precisou abrir ataques para não ser punida novamente. Em uma entrada, levou o contra-golpe, no golden score, e Wagner marcou o waza-ari que lhe garantiu nas semifinais.  

Para manter vivo o sonho da terceira medalha, Mayra precisou, então, passar pela russa Aleksandra Babintseva, na repescagem. Levando vantagem nas trocas de pegadas, a brasileira conseguiu forçar três erros da russa que, por fim, levou uma punição por saída de área, o que garantiu Mayra na disputa de bronze.  

Yoon veio das semifinais depois de perder, também nos shidos, para a francesa Madeleine Malonga. Mas, logos nos primeiros minutos de luta, Mayra se impôs e encaixou uma sequência de golpe com transição ao chão para imobilizar a coreana e garantir a 24ª medalha da história do judô brasileiro.  

Buzacarini cai para campeão europeu 

Na chave masculina do meio-pesado, o Brasil foi representado nesta quinta por Rafael Buzacarini, que lutava bem contra Toma Nikiforov, da Bélgica, mas caiu de waza-ari a 30 segundos do fim da luta.  

"Eu já tinha enfrentado ele. Minha estratégia era deixar a lutar seguir, ir longe, eu tinha recurso, tinha físico e estava preparado para ir longe. Na luta, eu até senti que ele estava cansando, mas foi um momento ali que eu acabei errando, andando para cima e ele acertou um golpe. Tive que abrir no final da luta e acabei perdendo. Difícil. Foram cinco anos treinando, mesmo dentro das adversidades, treinando para chegar mesmo que fossem dez minutos eu aguentar. Queria sair com a medalha”, lamentou Buzacarini. 

O judô brasileiro já conquistou uma medalha de bronze, com Daniel Cargnin, no segundo dia de competição, e um sétimo lugar, com Ketleyn Quadros, no quarto dia. 

Por: Assessoria de Imprensa da CBJ


Tóquio 2020 - O Invencível Hamada e o Lobo


No penúltimo dia do torneio olímpico individual de judô, assistimos mais uma vez a uma manifestação do judoca japonês, que conquistou os dois títulos, dominando todos os adversários. Se a dominação for óbvia, isso não significa que tudo está fácil, mas a equipe nipônica, comandada por Kosei Inoue, que já superou sua aposta, tem a capacidade de subir de nível em momentos cruciais.

Foi o que Aaron WOLF fez para lançar o adversário na final, quando tudo parecia congelado. Foi o que fez HAMADA contra a francesa que a havia derrotado na final do Mundial 2019, aqui em Tóquio. Desta vez, HAMADA não pretendia deixar sua chance passar.

Se o domínio japonês é indiscutível, até lógico, muitos países também estão presentes no grande encontro olímpico. Ainda hoje é o caso da França, que depois de um dia sem medalha, está de volta ao pódio. Também é bom ver tantos países ganhando medalhas. Com um dia de competição individual faltando, 22 nações já alcançaram o pódio e 33 entraram no bloco final. Agora estamos ansiosos para o dia dos pesos pesados. O Japão conseguirá dominar ou Teddy Riner fará história? Outras nações trarão spoilers? Descobriremos no dia 7, mas estamos muito impacientes.

-78 kg: HAMADA para o Japão esmaga todos os desafiadores
 finais
 MALONGA, Madeleine (FRA) vs HAMADA, Shori (JPN)

Mesmo com MALONGA sendo o número um do mundo e campeão mundial de 2019 aqui em Tóquio, o que HAMADA mostrou durante o dia é particularmente impressionante e trouxe motivos para os franceses ficarem um pouco assustados. Os especialistas diriam, antes do primeiro hajime, que MALONGA teve que se vigiar em ne-waza e foi assim que caiu. Durante a primeira sequência no chão, HAMADA calmy desdobrou a judoca francesa para imobilizá-la e ganhar o 7º título para o Japão, esmagando todos os adversários.


HAMADA Shori disse: " Senti-me muito bem por usar a contenção na final e antes dos Jogos treinei muito ne-waza. Lembrei-me da minha derrota contra o Malonga há 2 anos, então o plano era não cometer o mesmo erro. Eu queria chegar perto e começar o ne-waza o mais rápido possível porque sabia que seria o ponto fraco dela. "


Madeleine MALONGA disse: " Estou muito decepcionada. Eu queria muito esse título. Ontem fiquei tão triste por Pinot que hoje lutei por ela também. Este ano perdi meu título mundial e agora tenho a prata de novo. É um ótimo resultado, mas não vou parar até conseguir o ouro olímpico. "


Concursos para medalha de bronze
 ANTOMARCHI, Kaliema (CUB) vs WAGNER, Anna-Maria (GER) AGUIAR, Mayra (BRA) vs YOON, Hyunji (KOR)

No meio do caminho, Anna-Maria WAGNER (GER) acertou um waza-ari com um amplo uchi-mata, mas o mais difícil foi manter essa vantagem até o final, com um tornado cubano pela frente. A nova campeã mundial controlou os kumi-kata de seu oponente até o último segundo e deixou sua alegria explodir com esta segunda medalha para a delegação alemã.

Na segunda disputa pela medalha de bronze, Mayra AGUIAR (BRA) conquistou sua terceira medalha nos Jogos Olímpicos. Este é um resultado impressionante para o ex-campeão mundial que foi vítima de lesões nos últimos meses. Grandes campeãs nunca desistem e hoje ela está de volta ao seu melhor nível para conquistar a segunda medalha de bronze para a delegação brasileira.


Anna-Maria WAGNER disse: " Estou muito feliz por terminar este dia com uma medalha, mesmo que procurasse outra cor. Fiz isso no ataque, sempre à procura do ippon. "

MAYRA AGUIAR: " É a melhor medalha de toda a minha carreira. Depois de tudo o que aconteceu com as lesões e o Covid, esta medalha tem gosto de ouro. Agora posso voltar para casa feliz porque estou curtindo o judô de novo. "


Semi-finais
 MALONGA, Madeleine (FRA) vs YOON, Hyunji (KOR) HAMADA, Shori (JPN) vs WAGNER, Anna-Maria (GER)

Madeleine MALONGA (FRA) era a favorita e parece que deu tudo certo, estando ela na semifinal, mas a verdade é que a sua quartas-de-final contra Kaliema ANTOMARCHI (CUB) foi super apertada e poderia ter ido para o outro lado. As francesas, no período do placar de ouro, encontraram energia para marcar e ir ao encontro de YOON Hyunji (KOR), que derrotou a semeadora Guusje STEENHUIS (NED) pela vaga na final. Não houve uma semifinal real, já que o coreano foi penalizado três vezes rapidamente, a última por ter saído da área de competição, abrindo as portas da final para os franceses.

Na outra semifinal se enfrentaram os dois favoritos da segunda metade do sorteio. Anna-Maria WAGNER venceu o Campeonato Mundial na Hungria há um mês e meio. Sabendo que pode fazer de novo, ficou super motivada na manhã do torneio em Tóquio e depois de mais uma partida acirrada, contra Mayra AGUIAR, que está no circuito há muitos anos e hoje mostrou grande forma, Wagner fez o que foi necessário. Como todos os olhos estavam voltados para o outro competidor, as pessoas quase se esqueceram de ver que HAMADA Shori também se classificou para a semifinal do Japão e, portanto, estava perto de trazer mais uma oportunidade de medalha para o país-sede, que está cada vez mais fora de alcance em termos de medalhas.

Impressionante é a palavra. Depois de pouco mais de um minuto, HAMADA já havia criado várias oportunidades para marcar antes de concluir com um magistral juji-gatame para ippon.

Repescagem
 ANTOMARCHI, Kaliema (CUB) vs STEENHUIS, Guusje (NED) BABINTSEVA, Aleksandra (ROC) vs AGUIAR, Mayra (BRA)

Após a derrota na semifinal contra o número um do mundo francês, Kaliema ANTOMARCHI (CUB) ainda poderia ganhar uma medalha se conseguisse passar Guusje STEENHUIS (NED). Após 1 minuto e 34 segundos do primeiro placar de ouro do bloco final, STEENHUIS marcou waza-ari com um o-uchi-gari para entrar na disputa pela medalha de bronze. Foi o que ela pensou, mas o vídeo da arbitragem cancelou o placar e os atletas continuaram por mais de dois minutos, o que mudou o resultado final, já que quem acabou pontuando foi o cubano, com um maciço soto-maki-komi para ippon e um grande sorriso se espalhou pelo rosto de ANTOMARCHI. Mesmo assim, houve uma luta pela medalha de bronze.

A segunda repescagem viu Aleksandra BABINTSEVA, representando o Comitê Olímpico Russo e a duas vezes medalhista de bronze olímpica, Mayra AGUIAR do Brasil, se enfrentando para manter seu sonho olímpico vivo. Três shido contra BABINTSEVA e o resultado era conhecido. Foi AGUIAR quem iria para o concurso de medalha de bronze.


Resultados finais
 1 HAMADA Shori (JPN) 2 MALONGA Madeleine (FRA) 3 AGUIAR Mayra (BRA) 3 WAGNER Anna-Maria (GER) 5 YOON Hyunji (KOR) 5 ANTOMARCHI Kaliema (CUB) 7 STEENHUIS Guusje (NED) 7 BABINTSEVAksandra (Aleksandra ( ROC)

-100 kg: WOLF atinge o topo da final
 do Olympus
 WOLF, Aaron (JPN) vs CHO, Guham (KOR)


Os dois finalistas provaram ser os homens mais estáveis ​​da época. Quase impossível de arremessar, com precisão com as mãos e em seus ataques, a eletricidade entre esses titãs prometia ser épica. Por quatro minutos do tempo normal e mais de 5 minutos do placar dourado, os dois campeões se neutralizaram totalmente e nada parecia diferenciá-los. A pena seria do juiz, já que ambos já haviam sido penalizados duas vezes?


Não, porque depois de minutos e minutos de kumi-kata intenso, Aaron WOLF pôs fim ao suspense ao marcar um magnífico ippon com um o-uchi-gari perfeitamente executado. Quando um atleta é capaz de elevar seu nível como o WOLF fez por um minúsculo momento, ele produz lindos resultados. WOLF ganha seu primeiro ouro olímpico e o 8º para o Japão.


Aaron WOLF disse: " Minha condição física não estava boa hoje, mas estou feliz porque é o primeiro título para o Japão nesta categoria desde Sensei Inoue e estou duplamente feliz porque foi o último título importante conquistado na minha carreira, depois dos mundiais, do título asiático e do nacional japonês. Eu estava chorando no tatame por todos esses motivos. ”


Concursos para Medalha de Bronze
 ELNAHAS, Shady (CAN) vs FONSECA, Jorge (POR) ILIASOV, Niiaz (ROC) vs LIPARTELIANI, Varlam (GEO)

Jorge FONSECA é conhecido pela sua explosividade impressionante, mas também é conhecido por ter algumas dificuldades quando as lutas se prolongam. Hoje, contra Shady ELNAHAS, ele enfrentou outro atleta explosivo que é capaz de competir por mais tempo, mas o bicampeão mundial garantiu o primeiro lugar no pódio olímpico após marcar no momento certo, menos de 30 segundos para o fim. O mais complicado era manter essa vantagem, o que ele fez de maneira brilhante. Parabéns Jorge, uma merecida medalha.

A segunda medalha de bronze foi para Niiaz ILIASOV representando o Comitê Olímpico Russo, que marcou um waza-ari contra Varlam LIPARTELIANI (GEO), apesar de ele ter tentado de tudo para correr atrás de ILIASOV no final da partida, mas sem sucesso. Foi um emocionante ILIASOV quem saiu do tatame, conquistando uma segunda medalha para o ROC e a primeira para o time masculino.

Jorge FONSECA disse: " Estou feliz, mas sempre há um mas! Estava me sentindo ótimo e lutando tão bem como em Budapeste, até a semifinal quando tive cãibras nas mãos. Não conseguia fazer judô com tanta dor mas no final consegui obter o bronze, nada mal, nada mal."


Semi-finais
 LIPARTELIANI, Varlam (GEO) vs WOLF, Aaron (JPN) FONSECA, Jorge (POR) vs CHO, Guham (KOR)

Desde a primeira partida, o nível exibido pelos homens de -100kg foi incrível e várias finais em potencial aconteceram durante a sessão da manhã, finais que nunca acontecerão em Tóquio, é claro, porque o sorteio é o que é. Mesmo assim, a primeira semifinal já era uma parada obrigatória entre Varlam LIPARTELIANI, que há muito tempo buscava o título olímpico, e o campeão mundial de 2017 Aaron WOLF (JPN). Infelizmente para LIPARTELIANI, o LOBO, que esteve muito forte o dia todo, controlou perfeitamente a semifinal, construindo seus ataques passo a passo, executando no momento certo para acertar um waza-ari. LIPARTELIANI continua sendo um dos atletas mais bem sucedidos e consistentes de sua geração, apreciado dentro e fora do tatame e agora também é membro da Comissão de Atletas da IJF.

Na segunda semifinal encontramos o atual e bicampeão mundial Jorge FOJNSECA, que é sempre tão espetacular, mesmo estando em apuros contra Niiaz ILIASOV nas quartas-de-final. Ele teve que esperar até o período de pontuação de ouro para finalmente chegar à vitória. Quase tão espetacular, mas um pouco menos showman, CHO Guham (KOR) também se classificou para a semifinal, no que prometia ser uma partida explosiva. Foi explosivo, mas sem pontuação até 16 segundos do final, quando bloqueado em um canto da área de combate, CHO estava obviamente preparando um ataque e veio na forma de um ippon-seoi-nage canhoto, ganhando waza-ari . Por mais alguns segundos, FONSECA correu atrás de um CHO em fuga, que poderia então desfrutar de estar qualificado para a primeira final olímpica de sua carreira. Fonseca seguiu para a disputa pela medalha de bronze.

Repescagem
 ELNAHAS, Shady (CAN) vs PALTCHIK, Peter (ISR) ILIASOV, Niiaz (ROC) vs FREY, Karl-Richard (GER)

Shady ELNAHAS (CAN) e Peter PALTCHIK (ISR) foram jogadores de destaque nos últimos meses, atuando regularmente no circuito, mas era preciso sair do tatame após a luta entre eles. Com 45 segundos do período de pontuação dourada, Shady ELNAHAS marcou ippon com um o-uchi-gari que começou dentro da área de competição e terminou fora da zona de segurança. O ataque, totalmente válido, deu ao Canadá mais uma oportunidade de conquistar uma medalha.

Vencedor do Grand Slam Hungria 2020, medalhista de bronze em Tel Aviv este ano e quinto no Campeonato Europeu, Niiaz ILIASOV (ROC), que estava perto de derrubar o atual campeão mundial durante as rodadas preliminares, esteve presente na repescagem contra o antigo bronze mundial medalhista Karl-Richard FREY (GER), que hoje voltou a flertar com os melhores da categoria, mas não o suficiente para passar o ILIASOV, que venceu por waza-ari.


Resultados finais
 1 WOLF Aaron (JPN) 2 CHO Guham (KOR) 3 ILIASOV Niiaz (ROC) 3 FONSECA Jorge (POR) 5 LIPARTELIANI Varlam (GEO) 5 ELNAHAS Shady (CAN) 7 FREY Karl-Richard (GER) 7 PALTCHIK Peter ( ISR)

Por: Nicolas Messner - Federação Internacional de Judô


quarta-feira, 28 de julho de 2021

TÓQUIO 2020 - Portela e Macedo não avançam no individual, mas ainda podem buscar medalha com equipes, no sábado

Portela projeta Taimazova. Foto: Gaspar Nóbrega/COB


Os dois brasileiros que lutaram nesta quarta-feira, 28, em Tóquio não conseguiram avançar em suas chaves. Maria Portela, em sua terceira participação olímpica, parou nas oitavas-de-final após levar o terceiro shido em combate com a russa Madina Taimazova. Macedo, que fez sua estreia em Jogos Olímpicos, caiu de ippon no primeiro combate contra Islam Bosbayev, do Cazaquistão.  

Cabeça-de-chave no médio feminino, Portela teve uma primeira luta tranquila contra a representante do Time de Refugiados Olímpicos, Nigara Shaheen, vencendo-a por ippon em apenas 28 segundos de combate.  

Nas oitavas-de-final, a brasileira encarou Madina Taimazova, contra quem já havia lutado e vencido neste ano na final do Grand Slam de Tbilisi, na Geórgia. A luta foi muito parelha e estudada durante o tempo regulamentar de quatro minutos, com as duas atletas levando uma punição por falta de combatividade. Sem pontuação no placar, o combate foi para o Golden score, o ponto de ouro, e, novamente, ambas foram punidas, dessa vez, por evitarem a pegada. 

No terceiro minuto, Maria conseguiu encaixar um golpe e projetou Taimazova que chegou a tocar os ombros no chão, girou e caiu de frente. O lance precisou ser revisado pelo vídeo replay e os árbitros da mesa não validaram o ponto da brasileira.  

A luta seguiu indefinida até o décimo minuto de golden score, com as duas atletas já bastante desgastadas pelo longo combate. Taimazova arriscou algumas entradas e conseguiu, com isso, impor um volume suficiente de ataques para que a arbitragem punisse a brasileira por falta de combatividade, encerrando, ali, o sonho de Portela buscar sua primeira medalha olímpica.  

Decepcionada, a brasileira deixou o tatame chorando e lamentou não ter conseguido evoluir na competição. 

“Não consegui seguir na competição. Mas, agradeço a Deus, primeiramente, por ter me permitido chegar até aqui. Foram muitos desafios ao longo da classificação olímpica. E agradeço a todos aqueles que estiveram comigo nesse período de preparação, se doando cem por cento para que eu estivesse aqui da melhor forma possível”, resumiu.  

Sobre as decisões da arbitragem em sua luta, Maria demonstrou verdadeiro espírito olímpico, avaliando tecnicamente as situações de luta, sobretudo o último shido que sacramentou a vitória da adversária.  

"O árbitro, se a gente não define, ele tem que definir. E quem tiver um pouco mais de iniciativa, vai levar. Não foi culpa dele. Eu tinha que ter sido mais agressiva, imposto mais o ritmo, por mais que não fosse efetiva, que foi o que ela fez e acabou levando. Acredito que o que definiu, como a luta estava muito longa, ela teve um pouquinho mais de iniciativa ali naquele final e eu acabei tomando a punição. Mas, estava muito parecida a luta. Eu percebi que ela estava um pouco mais desgastada do que eu, só que ainda assim ela estava colocando mais golpe do que eu, mesmo que sem efetividade. Isso é como se ela tivesse dando um volume maior na luta, buscando mais a luta. E, por mais que eu quebrasse bastante o volume dela, eu quase joguei duas vezes, ainda assim não foi suficiente”, explicou Portela, que retornará ao tatame da Nippon Budokan no sábado, 31, para a competição por equipes mistas. “Agora quero ajudar a equipe para chegar no pódio. Sei que meu ponto é muito importante e o foco é esse, contribuir para que possamos evoluir na competição porque somos um time muito forte.” 

A derrota doída definida em decisões difíceis da arbitragem, tanto nas punições, quanto na interpretação do waza-ari ou não, fez com que a brasileira recebesse muitas mensagens de incentivo e indignação de fãs e da comunidade do judô por meio das redes sociais. Neste sentido, é importante esclarecer que, no judô, não existe a possibilidade de recurso, apelação, cancelamento ou mudança do resultado decretado pela arbitragem em cima do tatame.  

Mayra Aguiar e Rafael Buzacarini lutam na madrugada desta quarta para quinta-feira 

Os próximos brasileiros a lutarem na Budokan serão os meio-pesados Mayra Aguiar e Rafael Buzacarini. Mayra tentará buscar sua terceira medalha olímpica, o que seria um feito inédito no judô e em modalidades individuais. Já Buzacarini, que participou dos Jogos do Rio, tentará subir ao pódio olímpico pela primeira vez.  

As preliminares começam às 23h dessa quarta, 28, no Brasil, e o bloco final, com repescagem, semifinais e medalhas começará às 5h da manhã de quinta-feira, 28, também no horário de Brasília.  

O judô brasileiro tem, até o momento, um bronze, de Daniel Cargnin (66kg) e um sétimo lugar, de Ketleyn Quadros (63kg), como melhores resultados. 

Por: Assessoria de Imprensa da CBJ


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