O judô brasileiro encerrou sua participação nos Jogos Parapan-Americanos de Lima, neste domingo (25), com mais seis medalhas conquistadas em Lima, sendo três de ouro, duas de prata e uma de bronze. Os destaques foram as favoritas Meg Emmerich (acima de 70 kg) e Lúcia Araújo (até 57 kg), que confirmaram os primeiros lugares no pódio em suas respectivas categorias, e o jovem Luan Pimentel, de 21 anos, ouro entre os homens de até 73 kg.
Ao todo, o Brasil deixa a capital peruana com 11 medalhas, sendo quatro de ouro, três de prata e quatro de bronze.
"Hoje foi o meu dia, tudo o que eu fiz foi dando certo. Até quando improvisei, funcionou. A gente vem de treinamentos bem proveitosos, especialmente no Japão. Agradeço ao pessoal da CBDV que levou a gente para lá. Isso realmente fez a diferença para nós evoluirmos bastante", comemorou o sul-mato-grossense da classe B3. Ele tem baixa visão por conta do albinismo.
Ouro no último Parapan de Jovens, realizado em 2017, em São Paulo, Luan vem sendo considerado uma das grandes promessas da modalidade. Para conquistar a inédita medalha, atropelou seus quatro rivais por ippon: o americano Anthony Ferraro, o mexicano Raúl Ortiz, o colombiano Juan Castellanos (que representou uma final antecipada, já que ambos estavam empatados) e o argentino Rodolfo Ramírez.
"O pessoal é bem forte, então minha estratégia no começo era sentir a luta, cansar os adversários. Já tinha estudado bastante eles. A primeira luta foi a que durou mais tempo, contra o americano, já havíamos lutado outras vezes. Mas nas outras consegui achar a oportunidade para defini-las bem rapidamente", disse o judoca.
Já a paulista Meg Emmerich, bronze no Mundial do ano passado, não deu chances para as oponentes e confirmou o ouro sem grandes dificuldades. O confronto mais complicado se deu justamente diante da compatriota Rebeca Silva, que acabou ficando com a prata.
"Essa foi a minha primeira disputa no Parapan-Americano, então não tenho palavras para descrever a minha alegria. Agradeço a todos no Brasil pela torcida, pelas boas energias. Deu certo!", vibrou a lutadora de 32 anos, que nasceu com atrofia no nervo óptico.
Quem também levou ouro entre as mulheres foi a experiente Lúcia Araújo, de 38 anos. A medalhista de prata em duas edições de Jogos Paralímpicos – Rio 2016 e Londres 2012 – bateu a americana Liana Mutia e a argentina Laura González para ser campeã. "Minha filha é meu maior estímulo, e essa medalha certamente é dela", afirmou a mãe da pequena Ana Clara, de 11 anos. Lúcia nasceu com baixa visão devida a uma toxoplasmose congênita.
Alana fica com a prata
Logo em sua estreia no Parapan, a paulista Alana Maldonado, atual campeã mundial e líder do ranking na categoria até 70 kg, reencontrou sua eterna rival, a mexicana Lenia Ruvalcaba. Em duelo equilibrado, a brasileira enfrentou muita dificuldade para encaixar a luta e acabou perdendo após três punições por falta de combatividade.
"Não foi o resultado que eu esperava, mas acho que estou no caminho certo e buscando melhorar a cada dia. Tudo tem um propósito e sei que o melhor está por vir", comentou a judoca, que acabou machucando a costela nesse combate, mas, mesmo assim, seguiu na competição e derrotou suas três rivais seguintes por ippon.
Confira como foi a participação de cada um dos 13 judocas do Brasil em Lima:
Giulia Pereira (até 52 kg) – OURO
Meg Emmerich (+ 70 kg) – OURO
Luan Pimentel (até 73 kg) – OURO
Lúcia Araújo (até 57 kg) – OURO
Arthur Cavalcante (até 90 kg) – PRATA
Rebeca Silva (+ 70 kg) – PRATA
Alana Maldonado (até 70 kg) – PRATA
Karla Cardoso (até 52 kg) – BRONZE
Thiego Marques (até 60 kg) – BRONZE
Antônio Tenório (+ 100 kg) – BRONZE
Harlley Pereira (até 81 kg) – BRONZE
Anderson Wassian (até 66 kg) – 5º lugar
Julio Santos da Conceição (+ 100 kg) – 5º lugar
Comunicação CBDV - Renan Cacioli