A
Federação Gaúcha de Judô se fez presente na audiência pública da Comissão de
Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa na
manhã desta segunda-feira. O encontro debateu o Programa de apoio às Federações
Desportivas do Rio Grande do Sul, projeto que converte as dívidas fiscais das
entidades relativas aos bingos em atendimento via projetos sociais e
organização de campeonatos.
O
presidente da FGJ, Carlos Eurico da Luz Pereira, relatou a dificuldade em
manter a federação. “Trabalhamos há seis anos sem uma conta em banco e sem
dinheiro público em nossos projetos”, contou ele, que tem seu patrimônio
pessoal ameaçado em razão das dívidas da FGJ. “Leis como esta (a dos bingos)
aleijaram o esporte”, denunciou. “Nós lutamos diariamente há seis anos para
manter esta entidade.”
O
dirigente lembrou que o judô conquistou duas medalhas olímpicas para o Rio
Grande do Sul na última edição dos Jogos, em Londres, e também é levado a
centenas de crianças por meio de projetos sociais.
O
bicampeão mundial e vereador de Porto Alegre, João Derly, prestou seu apoio à
causa: “Não estamos tratando de não pagar dívidas, estamos sim falando de um
pagamento viável, por meio de projetos sociais e competições que levam o
esporte à sociedade”, afirmou ele, exemplificando com o caso dos alunos do
Instituto Superação, presentes à audiência. “Se não houvesse o convênio com o
Instituto e dependesse apenas do aval com a Federação Gaúcha de Judô, não seria
possível atender e levar o judô a cerca de 400 crianças.”
Advogado
da FGJ, Francisco Dal Forno reforçou: “Se não resolvermos este impasse o futuro
do esporte está comprometido”. Ele ressaltou que a o valor devido ao Estado não
foi gerado nas federações. “Essa dívida não foi gerada pela federação, foi um
dispositivo para que a federação ter de pagar o tributo de outra instituição.
Não há empresa que pague o tributo de outra, mas com os bingos isto aconteceu”,
explicou.
Ele
ressaltou que a dívida acumulada – que está na casa dos milhões de reais – é
algo incompatível com o arrecadado com a FGJ, por isso o apoio à proposta de se
trocar os valores por organização de campeonatos, franqueamento de anuidade de
atletas, isenção de anuidades e fornecimento de arbitragem diária. “Pagar é
inviável, não importa o prazo.”
Além
de Carlos Eurico, João Derly e Francisco Dal Forno, também esteve presente o
professor Marcelo Xavier, que ilustrou o poder educativo e transformador do
judô em projetos sociais. “Um atleta no tatame muitas vezes é um criminoso a
menos nas ruas”, destacou.
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Tiago Medina
Assessor de Imprensa
Federação Gaúcha de Judô
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