domingo, 8 de abril de 2012

Mogi das Cruzes: Mestre Sethiro Namie conta como começou o judô na cidade.


O judô começou a se firmar em Mogi das Cruzes a partir da metade da década de 40, logo após a Segunda Guerra Mundial. Até então, o esporte, trazido ao Brasil pelos primeiros imigrantes, passou um período no anonimato, sendo praticado por pequenos grupos em locais escondidos, pois havia uma proibição expressa do governo brasileiro contra qualquer tipo de ajuntamento de japoneses, em razão do Japão ter apoiado a Alemanha no conflito.

Quem conta esta história é Sethiro Namie, que integrou as primeiras gerações de judocas da cidade. Ele disse que havia um núcleo no bairro Cocuera para o ensino do judô, com cerca de 30 alunos e formado somente por japoneses e descendentes. O grupo atuou um período na clandestinidade.

Namie tinha 16 anos quando começou a aprender a arte marcial, em 1949, quando as restrições à atuação dos japoneses já tinham acabado, e escreveu a sua história no judô da cidade como o mais importante judoca da sua época.

Início

Segundo ele, os treinos eram realizados em um barracão feito de sapé e sem nenhuma estrutura. Mas foi ali que, segundo Namie, o judô começou em Mogi. "O primeiro professor foi Shojiro Higushi. Ele era japonês e foi enviado escondido pelo Consulado do Japão, antes do término da guerra, para ensinar o judô a um grupo de japoneses e seus filhos lá em Cocuera. Higushi também foi o meu primeiro professor".

Com o fim da guerra, em 1945, as restrições aos japoneses também acabaram. "Com isso, outro professor japonês, chamado Beneshi Egoshi, começou a dar aulas em uma sala na extinta Cooperativa Mista de Mogi, no centro da cidade. Os brasileiros naquele período não se interessavam por este esporte, até porque as aulas eram em língua japonesa", relembra.
Filho de imigrantes japoneses, Namie já era faixa preta da modalidade aos 21 anos e com experiência e conquistas em várias competições importantes. Em sua carreira, ele coleciona o título de campeão estadual e brasileiro pela extinta Associação de Faixas Pretas, atualmente Federação Paulista de Judô, da qual ele é patrono.

A paixão de Sethiro Namie pelo judô fez com que seus três filhos também praticassem o esporte, além de dois netos. Para o veterano judoca, o fundamento do esporte está baseado no que chamou de "espírito do judô", que consiste em três vertentes: respeito ao próximo, dar bom exemplo e ter disciplina. "O judô forma cidadãos íntegros. Você não ouve falar de nenhum praticante deste esporte envolvido com o crime", destaca Namie, que foi vereador em Mogi por 24 anos

Para ele, não basta ganhar a luta se não tiver estas três qualidades. Aos interessados em praticar a modalidade, Sethiro Namie ensina que o segredo é treino, dedicação e o uso da mente. Atualmente, aproximadamente 500 alunos aprendem o judô na cidade.

Por: Marcelo Arruda - Via Facebook - Mogi das Cruzes

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