sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Primeiro ano de seleção, oito medalhas e promessa para Tóquio 2020: conheça a judoca Aléxia Castilhos


Falar que o judô da Sogipa não para de revelar novos talentos gaúchos é chover no molhado. Depois de Mayra Aguiar e Maria Portela, que ainda brilham representando o Brasil em Jogos Olímpicos, o nome da vez é o da porto-alegrense Aléxia Castilhos, de 23 anos.

O ano de 2018 trouxe muitos motivos para a gaúcha comemorar. Oito, para ser mais preciso. Esse é o número de vezes que a jovem, da categoria até 63kg, subiu ao pódio na temporada. Aléxia foi a atleta mais consistente do ano no judô brasileiro. Na seleção feminina, ninguém figurou tantas vezes no pódio em 2018 quanto a gaúcha. E tudo isso, em seu primeiro ano como judoca da elite brasileira.

— Não, eu não esperava que o ano fosse tão bom. Estava projetando, pelo menos, chegar o mais perto possível de medalhar em alguma competição internacional. Quando se entra na seleção eles (CBJ) deixam claro que tu vais em duas competições, pelo menos. Tu precisas mostrar resultado nelas para que eles possam continuar investindo em ti. Então, o meu objetivo era mostrar resultado. Não estava me preocupando muito com pódio — revelou.

O judô se apresentou para Aléxia aos quatro anos, por meio de uma amiga, na Sociedade Gondoleiros, clube da zona norte de Porto Alegre. Com nove anos, recebeu o convite do técnico Antônio Carlos Pereira, o Kiko, para integrar a equipe da Sogipa. Desde então, sua evolução na modalidade foi constante.

Em 2017, após vencer o Campeonato Brasileiro e se consolidar no topo do ranking nacional, passou a integrar a seleção brasileira principal. Iniciou 2018 na 146ª posição do ranking mundial e, após um ouro e cinco bronzes, termina a temporada como a 26ª melhor judoca do mundo. No Brasil, é o principal nome do peso meio-médio (-63kg): bicampeã brasileira e vice-campeã do Troféu Brasil. Conquistas que a credenciaram como titular da categoria na próxima temporada.

Ao todo, foram 38 confrontos e 28 vitórias em 2018. Resultados que tornam as metas para 2019 mais ambiciosas. Em ano pré-olímpico, Aléxia só pensa em se preparar para estar em solo japonês nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020.

— Eu quero ganhar o máximo de experiência internacional. Fazer o máximo de treinamento lá fora com as meninas. Quero tirar o máximo possível de experiência disso pra já chegar em 2020 sendo a principal. Para já chegar sendo eu quem irá para a Olimpíada — projetou.
No entanto, para carimbar seu passaporte, Aléxia precisa se manter como ficha um do Brasil. Segundo os critérios olímpicos de classificação, as 14 mulheres mais bem colocadas em cada categoria garantem vaga. São descartadas as atletas de mesmo país. Ou seja, além de estar entre as melhores do mundo, Aléxia precisa ser a brasileira mais bem ranqueada na lista. Nessa disputa interna, sua "rival" é a experiente Ketleyn Quadros, de 31 anos. A judoca brasiliense também é atleta da Sogipa e medalhista de bronze em Pequim 2008. No ranking mundial, é 25ª colocada — com apenas 23 pontos à frente da gaúcha.

— Eu tive um ano muito bom e, querendo ou não, o ano dela não foi tão bom assim. Sei que o fato de eu conseguir chegar em algumas competições e conseguir medalhar, me deu uma confiança muito grande para o ano que vem. Então, eu me vejo agora em condições de conseguir ultrapassar ela e ser a primeira brasileira do ranking — afirmou confiante.

Os passos da jovem judoca são acompanhados atentamente pelos olhos de um dos principais judocas que o Brasil já teve. Flávio Canto, bronze em Atenas 2004 e comentarista dos canais SporTV, já projeta a gaúcha como protagonista no judô brasileiro.

— A Aléxia fez um ótimo ano. Um ano de "cheguei, e cheguei com consistência". Acho que é uma atleta que está chegando para ser uma favorita, ela deu um passo adiante na disputa da categoria. Tem grandes chances de ir para a Olimpíada — analisou.

A temporada pré-olímpica começa cedo para Castilhos. Já no dia 6 de janeiro, viaja com a seleção para um período de treinamentos na Áustria. Sua primeira competição será o Grand Prix de Tel Aviv, em Israel, dia 22 do mesmo mês.

Quem é
Nome: Aléxia Tais Willrich Castilhos
Cidade de nascimento: Porto Alegre-RS
Data de nascimento: 13/02/1995
Idade: 23 anos
Altura: 1m71cm
Peso: 63kg
Ranking mundial: 26°
Ranking brasileiro: 1°
Iniciou no judô: 4 anos
Técnico: Antônio Carlos Pereira, o Kiko
Clube: Sogipa

Resultados de 2018
07/04 - Grand Prix de Antalya (TUR) - 3° lugar
20/04 - Pan-Americano Sênior de San Jose (COS) - 3° lugar
29/07 - Grand Prix de Zagreb (CRO) - 3° lugar
17/08 - Troféu Brasil - 2° lugar
10/10 - Campeonato Brasileiro - 1° lugar
13/10 - Grand Prix de Cancún (MEX) - 3° lugar
08/11 - Mundial Militar do Rio (BRA) - 1° lugar (equipes)
10/11 - Mundial Militar do Rio (BRA) - 3° lugar (individual)

Por: GaúchaZH

Comentário do Boletim OSOTOGARI

Apesar da longa distância, sempre acompanhamos o desenvolvimento de Alexia Castilhos. Em 2012, quando estava na classe junior, Alexia nos concedeu uma entrevista. E para nós, que sempre acreditamos no potencial dela e sempre soubemos do apoio incondicional de sua mãe, Cristiane Willrich, podemos afirmar com muita propriedade: "Nós já sabíamos"!

Clique aqui e leia a entrevista da então promessa do judô e que hoje já é uma realidade!



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