quarta-feira, 13 de dezembro de 2023

Prêmio Brasil Olímpico irá homenagear primeiro medalhista olímpico do judô brasileiro


Chiaki Ishii, primeiro medalhista olímpico do judô brasileiro, vai ganhar o Troféu Adhemar Ferreira da Silva do Prêmio Brasil Olímpico em 2023. O evento vai ocorrer na sexta-feira no Rio de Janeiro.

Japonês naturalizado brasileiro, Chiaki Ishii foi o responsável por conquistar a primeira de 24 medalhas do judô em Jogos Olímpicos – o bronze em Munique 1972. Mas, além de ser pioneiro, o trabalho dele em sua academia na Lapa, em São Paulo, gerou outros medalhistas olímpicos como Walter Carmona e Rafael “Baby” Silva.

Por suas conquistas e legado no esporte olímpico brasileiro, Chiaki Ishii foi o escolhido pelo Comitê Olímpico do Brasil para ser homenageado com o Troféu Adhemar Ferreira da Silva, oferecido aos atletas brasileiros que se destacaram e construíram um legado consistente e eterno.

“Eu me sinto honrado por fazer parte do grupo seleto de grandes atletas que fizeram história e contribuíram para o esporte olímpico brasileiro. Para mim é um orgulho ver o judô que antigamente era visto como Arte Marcial e Defesa Pessoal se transformar em um Esporte Olímpico que traz medalhas e esperanças ao Brasil”, disse Chiaki Ishii.

Chiaki resolveu se mudar para o Brasil depois de uma grande desilusão esportiva. Perdeu a Seletiva japonesa para os Jogos Olímpicos de 1964, a primeira edição em que o judô seria disputado. Foi uma derrota para Isao Okano, que acabaria sendo campeão olímpico.

Depois, viajou por diversos países da América do Sul, mas resolveu parar no Brasil e virar caubói, inspirado nos filmes norte-americanos que via. Chegou ao Brasil com apenas um judogi e precisou trabalhar na agricultura, mais precisamente numa colônia japonesa em Presidente Prudente, antes de mostrar suas habilidades no judô.

“Com apenas um judogui nas costas, treinei e lutei muito até conquistar a medalha de bronze olímpica”, contou Ishii, que também foi o primeiro brasileiro a ganhar medalhas em Mundiais de judô, com o bronze em Ludwigschafen, em 1971.

“Acredito que consegui apresentar aos brasileiros o judô, o sumô, esportes que fazem parte da cultura japonesa para os brasileiros. E, através da minha conquista e treinamentos, passar a confiança e fazer acreditar que se eu consegui ganhar a medalha nos Jogos Olímpicos, então todos podem. O segredo é treinar, se dedicar. Passar essa autoconfiança aos atletas das quais treinei como Aurélio Miguel, Walter Carmona e Rogério Sampaio e vê-los conquistando as medalhas olímpicas é um motivo de muito orgulho para mim. Assim como ver o judô se tornar um dos esportes olímpicos mais praticados no Brasil. Vejo a minha contribuição desta maneira”, completou o mestre de 82 anos.


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