A relação da jovem com o judô começou aos 6 anos, depois que Júlia pediu para a mãe mudar as aulas de balé para um esporte exigisse mais força.
"Nós colocamos ela no balé, mas ela não se identificou. Ela queria uma atividade para se movimentar mais, então trocamos as sapatilhas pelo kimono", relembrou a mãe, Josiane Sobrinho.
Prestes a completar 1 ano nos treinos, os professores observaram uma queda no rendimento e a jovem começou a sentir desconforto nos movimentos, com dores nas pernas e muito cansaço. Após uma bateria de exames e internação clínica, a investigação médica apontou para a doença autoimune que a deixou fora dos tatames por mais de 5 anos.
A mãe Josiane com a filha Júlia Camily durante a internação e na vitória no Campeonato Amapaense de Judô — Foto: Arquivo pessoal
"Ela ficou internada, depois passou por um tratamento a longo prazo porque as articulações estavam muito inflamadas, mas todos os dias ela perguntava: 'Quando eu vou voltar?'. Até que procuramos novos especialistas e a atividade foi reintroduzida aos poucos e desde que voltou aos treinos, a evolução dela é surpreendente", conta a mãe.
Júlia tem usado o esporte na reabilitação, mas a disciplina e a determinação levaram a atleta faixa verde da modalidade a se tornar uma das promessas do judô amapaense. No mês passado, ela conquistou a medalha de ouro no Circuito Estadual e agora vai encarar um novo desafio fora do estado.
Júlia Camily no primeiro lugar do pódio no Circuito Amapaense de Judô — Foto: Arquivo Pessoal
"Ela é uma guerreira! Muita gente me dizia que a Júlia iria ficar em uma cadeira de rodas, mas ela está aí, já venceu diversos campeonatos e o esporte salvou a vida da minha filha. Ela não saiu mais do tatame, está em remissão da doença e nós estamos muito felizes com a transformação que o judô fez em nossas vidas", disse a mãe emocionada.
Júlia Camily celebrando as conquistas do judô, dentro e fora dos tatames — Foto: Arquivo pessoal
Por: ge.globo
