domingo, 23 de fevereiro de 2020

Judô Para Todos: Conheça o judoca Danilo Santana


Atleta de judô para todos, Danilo Santana Pacheco, de 32 anos de idade, natural de Maraca na Bahia, foi diagnosticado com paralisia cerebral e deficiência intelectual devido a uma anoxia e parada cardiorrespiratória durante o parto, foi dado como morto pela equipe médica, pois nasceu às 8h e foi apresentar sinal de vida somente às 14h. Os médicos comunicaram a família que ele ficaria com sequelas permanentes. 

Ele foi crescendo e a família foi notando uma grande dificuldade motora; andou somente com cinco anos de idade, apresentava grandes dificuldades na fala. 

Foi nesta época que a família se mudou para Ribeirão Preto, quando tinha 10 anos de idade. Em busca de melhores condições e oportunidades, foi matriculado na rede pública de ensino, mas não conseguiu se adaptar a rotina de uma escola e por ter grandes dificuldades de aprendizagem.

A família procurou ajuda na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e ele passou a frequentar a instituições e começou a realizar os atendimentos de fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia e atendimento educacional especializado.

Danilo luta contra os desafios diários deste o seu nascimento, habilidades básicas como: andar, saltar, se vestir e cuidar de si mesmo sempre foram seus desafios. Era uma pessoa agressiva que não conseguia controlar seus impulsos e frustrações, e acabava descontando em seus familiares e amigos. Mesmo com essas dificuldades começou a trabalhar na loja Centauro, e já está há 16 anos; ele sempre buscou mostrar que independente da deficiência todos temos direitos e sonhos, mas em muitas vezes, foi chamado de “coitadinho”, “doente” e sentiu a discriminação da sociedade.

Neste momento ele conheceu o programa esportivo da APAE e iniciou nas modalidades Judô e Atletismo. Foi avaliado por um grupo de profissionais para verificar as suas habilidades sociais e a parte clínica, iniciou as atividades no ano de 2015. Os profissionais levantaram questões importantes a serem desenvolvidas como: frustração, agressividade, ansiedade, confiança e melhor qualidade de vida. 

No judô, Danilo conheceu seu professor Christopher Rodrigues, responsável pelo programa esportivo na APAE na modalidade, principal incentivador do atleta.

Danilo não esperava que isto mudaria a sua vida e de sua família, treinando três vezes por semana foi descobrindo a importância do respeito, do comprometimento e da educação, ensinamentos que leva para sua vida em qualquer lugar que frequenta.

Ele começou a participar das competições do Judô Para Todos no ano de 2016, tendo os objetivos:

• Promover oportunidades e apoiar as pessoas com deficiências para que elas possam ter o direito à prática esportiva.

• Mostrar envolvimento da pessoa com deficiência no esporte, aumenta a autoestima, encoraja a independência e melhora a qualidade de vida. 

• Informar para a sociedade o exemplo e potencial desses judocas, promovendo inspiração, consciência e determinação. 

• Identificar e catalogar os judocas e professores para compor um banco de dados buscando difundir a modalidade nacionalmente. 

• Ter um grande e significante impacto em cada judoca, seus familiares e todos os profissionais envolvidos.

Danilo participou de grandes eventos no estado de São Paulo e não contava que iria conseguir realizar dois sonhos ao mesmo tempo: representar seu país e viajar de avião. 

Devido aos seus resultados foi convidado para a Seleção Brasileira de Judô Para Todos a representar o Brasil no “ Le Giornate Dello Sport Come Integrazione” em Ranenana Itália no ano de 2017. Ele superou suas dificuldades e conquistou a medalha de bronze contra atletas da Irlanda, Alemanha, Espanha e Holanda, inédita para sua carreira, cidade e instituição. Mas ele ainda não imaginava os impactos que trariam para sua vida esta grande conquista. 

Quando retornou a instituição foi recebido como herói e exemplo. Foi homenageado pela Câmara Municipal da cidade, deu entrevistas, foi a programas. Ele sempre buscou mostrar que os esportes são para todos e só precisam  de uma oportunidade.

Hoje participa de palestras em escolas, faculdades, instituições cujo tema é a transformação do esporte na sua vida e a vitória contra o preconceito sendo um exemplo a ser seguido.

"Judô Para Todos: Um ippon no preconceito"

Por: Autismos.com.br

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